A utilização do quadro interativo multimédia e as reações dos alunos

May 24, 2017 | Autor: D. Guimarães | Categoria: IWB- Interactive WhiteBoard, Teacher Training
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A utilização do quadro interativo multimédia e as reações dos alunos


Daniela guimarães
Centro de Investigação e de Educação (CIEd), Universidade de Coimbra,
Portugal
[email protected]

Ana Amélia Carvalho
Centro de Investigação e de Educação (CIEd), Universidade de Coimbra,
Portugal
[email protected]

Resumo

O envolvimento dos alunos nas suas aprendizagens é cada vez mais um
aspeto crítico a ter em conta pelos professores. A utilização das
tecnologias e, em particular, do Quadro Interativo Multimédia poderá ser
uma forma de cativar os alunos e de os envolver nas aulas.Tendo por base
estes pressupostos, iniciou-se uma investigação qualitativa, sob a forma de
um estudo de caso, com a qual se pretende averiguar a forma como o Quadro
Interativo Multimédia é usado. Para tal, entre outras técnicas de recolha
de dados, observaram-se aulas, com a utilização do Quadro Interativo
Multimédia e entrevistaram-se alunos no final dessas observações. As aulas
observadas permitiram verificar a preocupação dos professores com a
utilização do potencial interativo do Quadro Interativo Multimédia e as
entrevistas aos alunos realçam o entusiasmo pela vertente interativa das
aulas.

Palavras-chave: Plano Tecnológico da Educação, Quadro Interativo
Multimédia, observação de aulas, reações dos alunos, divulgação de boas
práticas.


Abstract

The students' engagement in their own learning is something teachers must
consider more and more. The use of technology and, specifically, the
Interactive Whiteboard may be a way of attracting the students and involve
them into the lessons. Considering this, a qualitative research under the
form of case study is under way to verify how the Interactive Whiteboard is
used. To achieve this, lessons using the Interactive Whiteboard have been
observed and students have been interviewed after those observations, among
other data collection techniques. The observed lessons have allowed us to
verify the teachers' concerns with the use of the interactive potential of
the Interactive Whiteboard and the interviews to the students emphasize the
enthusiasm for the interactive feature of the lessons.

Keywords: Education Technological Plan, Interactive Whiteboard, lesson
observation, students' reactions, release of good practice.


O envolvimento dos alunos na aprendizagem


Os alunos que chegam hoje à escola têm necessariamente características e
interesses distintos, mesmo se nos reportarmos a apenas alguns anos atrás.
Se nessa altura o sucesso educativo e as didáticas se resumiam, quase
exclusivamente, a um quadro e a um professor, depois ao projetor
multimédia, nos dias de hoje a realidade mudou substancialmente. O aluno
encontra-se invadido da mais variada tecnologia - smartphones, tablets,
computadores, Apps, Internet, redes sociais, entre outros - e à escola e
aos professores é exigido um novo modo de atuar (Carvalho, 2012).


Os alunos envolvem-se na sua aprendizagem se esta lhes despertar
interesse e for mais próxima das suas expectativas. «…students are more
engaged by new ideas and issues than by theories and research, so the quest
becomes how to develop exciting topics, dilemmas, and problems for
discussion that create a context for showing how theory and research can be
used to address them in meaningful ways» (Barge & Shockley-Zalabak, 2008:
255, 256). O professor necessita de reinventar as suas técnicas de ensino e
de envolver os alunos em aprendizagens significativas. Uma das formas que o
professor tem ao seu alcance para que estas aprendizagens surjam é através
da utilização da tecnologia de uma forma crítica. Parkin et al. (2012)
utilizaram-na para fomentar a aprendizagem através de diferentes formas de
feedback, com alunos universitários, enfatizando «we believe that
technology has the potential to significantly enhance learning» (idem:
972).

A tecnologia apresenta de facto um potencial enorme no ensino no que
respeita ao envolvimento dos alunos, da qual destacamos o papel que poderá
assumir o Quadro Interativo Multimédia (QIM), que permite, inclusivamente,
a utilização em sala de aula de feedbacks sonoros imediatos aos alunos.


A utilização do Quadro Interativo Multimédia pelos professores

A utilização de ferramentas tecnológicas no ensino deve ser revestida de
propósitos bem definidos e ter uma utilização assertiva (Carvalho &
Civardi, 2012) e o QIM não constitui uma exceção. Os efeitos positivos da
sua utilização serão apenas perceptíveis quando novas atitudes e abordagens
forem adotadas e resultarem de uma reflexão cuidada sobre a forma de
integração desta tecnologia na sala de aula (Vasconcelos & Moreira, 2012),
uma vez que a sua utilização fortuita não é por si só garante de melhoria
de qualidade de ensino (Santos & Carvalho, 2009; Carvalho & Civardi, 2012;
Castro et al., 2013; Costa et al., 2013) com consequente impacte ao nível
da aprendizagem dos alunos.

A adoção do QIM pelos professores passa por diferentes fases, três para
Miller et al. (2005) e cinco para Hobson e Smolin (2001), sendo que em
ambos os casos existe uma fase inicial em que o professor usa o QIM
exatamente da mesma forma do quadro tradicional e na fase mais avançada
tira partido absoluto das suas potencialidades, resultando o ensino como
algo construído pelos alunos e em que se fomenta a discussão de ideias.

Vários são os fatores que concorrem para a plena adoção do QIM. Desde
logo, os professores acreditarem que o QIM vai melhorar as suas práticas e
potenciar a aprendizagem dos alunos (Betcher & Lee, 2009). Depois temos o
papel preponderante do Diretor da escola no incentivo ao seu uso (Lee &
Boyle, 2003; Betcher & Lee, 2009; Duarte & Bastos, 2012). A existência de
barreiras técnicas, funcionais e humanas são muitas vezes responsáveis pelo
abandono de práticas inovadoras (Castro et al., 2013) e o próprio
posicionamento do QIM é um fator preponderante para a sua utilização, uma
vez que se este for colocado lado a lado com o quadro tradicional fomentará
a recusa à novidade, potenciando uma cultura de resistência (Betcher & Lee,
2009).


O estudo implementado

No sentido de averiguar o impacte que a formação do Plano Tecnológico da
Educação em QIM teve na prática letiva dos docentes iniciou-se uma
investigação qualitativa, sob a forma de um estudo de caso (Stake, 1995;
Yin, 2009; Amado & Freire, 2013). O estudo centra-se no Centro de Formação
de Associação de Escolas (CFAE) de Sousa Nascente e com ele pretende-se
investigar se os professores-formandos passaram a integrar o QIM nas suas
práticas letivas e, mais concretamente, se tiram real partido das suas
capacidades interativas (Guimarães & Carvalho, 2012; Guimarães & Carvalho,
2013).

Vários são os objetivos que norteiam esta investigação, nomeadamente:

Estudar o modelo de formação implementado;

Conhecer as reações dos professores à formação e consequente impacte
na atividade letiva;

Analisar a utilização dada ao QIM, mais concretamente, analisar os
flipcharts produzidos para trabalhar no QIM e observar a sua
utilização em sala de aula;

Conhecer a opinião de alunos e professores acerca da utilização do
QIM;

Divulgar boas práticas letivas com recurso ao QIM.

Para a consecução destes objetivos, vários foram os instrumentos de
recolha de dados utilizados, nomeadamente: três questionários (dois para os
formandos e um para os formadores), três guiões de entrevista (para os
formandos, para os alunos e para o Diretor do CFAE), um documento de
análise de flipcharts e um instrumento de registo de observação de aulas.

O instrumento de registo da observação de aulas foi alvo de análise por
especialistas na área e constitui uma lista de verificação, que permite o
registo da presença ou da ausência de comportamentos ou acontecimentos
considerados desejáveis, organizados por áreas ou dimensões (Reis, 2011). O
documento permite a identificação do observado, a data, a duração da
observação, o ano de escolaridade, a disciplina e o conteúdo abordado.
Apresenta, depois uma lista de verificação, dividida em três indicadores
chave: QIM, ensino e aprendizagem. Em relação ao QIM, pretende-se saber se
este é manipulado corretamente, se a sua utilização estimula a interação, a
atenção e a participação dos alunos e que tipo de potencialidades
interativas estão patentes no flipchart utilizado. No que concerne ao
ensino, pretende-se saber como o professor gere o espaço sala e
consequentemente como distribui ou agrupa os alunos. Tenciona-se ainda
caracterizar as interações do professor com a turma, em termos de
instruções dadas, gestão de dúvidas dos alunos e incentivo dado aos alunos
para trabalharem com o QIM. Em termos de aprendizagem, intenta-se perceber
se a aprendizagem é realizada num clima de respeito mútuo e centrar as
observações nas reações dos alunos à aula, em termos de envolvimento nas
atividades propostas, tipo de participação dos alunos e existência de
evidências de aprendizagem. Por fim, apresenta-se um espaço dedicado a
notas de campo, no qual se registam o tempo, em minutos, de utilização do
QIM, pelo professor e pelos alunos, o número de alunos que interagem com o
QIM, com indicação se serão sempre os mesmos. Este espaço será ainda
dedicado a uma planta da sala, para se perceber em que posição se encontram
os alunos que interagem com o QIM e que mais participam na aula, além de
servir para fazer pequenas anotações consideradas relevantes, como
verbalizações dos alunos ou do professor.

A recolha de opinião dos alunos através da técnica da entrevista teve por
base o princípio de que «os incidentes [atividade humana observável]
narrados pelas crianças constituem […] um meio de conhecimento de opiniões,
atitudes e de comportamentos não só das crianças como dos seus educadores»
(Estrela & Estrela, 1978: 76). O guião de entrevista elaborado para o
estudo teve por objetivos: caracterizar sumariamente o aluno percebendo o
seu grau de envolvência tecnológica; conhecer a reação do aluno face à
utilização do QIM e finalmente dar a possibilidade do aluno acrescentar
algum pormenor que considere essencial e que não tenha ainda sido abordado.


O estudo encontra-se numa fase em que já se efetuou toda a recolha de
dados, pelo que nos propomos a apresentar resultados relativos à análise de
conteúdo efetuada às entrevistas aos alunos, que tiveram as suas aulas
observadas e nas quais houve a utilização do QIM, para além de analisarmos
ainda os registos que resultaram da observação de aulas.


Apresentação e análise de resultados

A observação de aulas ocorreu no final do ano letivo 2013/2014. Esta
recolha constituiu o culminar do toda a investigação, pois foi através dela
que foi possível observar a forma como os professores utilizavam o QIM. Dos
dez professores entrevistados, três acederam a ter aulas observadas com
utilização do QIM. Curiosamente estes três professores apresentavam uma
frequência muito diferente de utilização desta ferramenta: um deles apenas
usava pontualmente, outro utilizava frequentemente e, por fim, havia um que
usava diariamente.

No final das observações foram entrevistados alguns alunos, para melhor
conhecer as suas opiniões acerca do QIM.


Observação de aulas

A primeira aula observada foi à disciplina de Geografia, no 8º ano e
ocorreu numa escola em que todas as salas estão equipadas com QIM e a
utilização do quadro negro não é possível. O QIM ocupa uma parede diferente
do quadro negro e as carteiras encontram-se viradas para o QIM, pelo que os
professores dessa escola apresentam uma utilização diária desta ferramenta.
Nessa escola todos os QIM estão a funcionar e os professores apenas têm de
levantar um estojo com as canetas e o comando do projetor junto da
assistente operacional. Durante toda a aula a manipulação do QIM foi feita
por parte dos alunos tendo a professora apenas assumido o papel de
orientadora de aprendizagens. A professora incentivava a participação de
todos os alunos, apesar de ter referido, no final, que alguns alunos se
mostraram mais tímidos, devido à presença da investigadora. As instruções
fornecidas pela professora eram claras, incentivavam ao raciocínio e à
ligação com conteúdos anteriores. Os alunos interagiam com o QIM com grande
à vontade e, os restantes, acompanhavam atentamente todas as atividades que
se iam desenvolvendo. Durante toda a observação foi notório que tanto a
professora como os alunos estão muito acostumados à utilização diária do
QIM, pelo que durante a aula, quando uma informação era pouco perceptível,
por ser pouco contrastante com a cor do fundo, tanto a professora como o
aluno que estava naquele momento a interagir com o QIM rapidamente
alteravam as definições do documento e faziam a informação contrastar. A
utilização diária do QIM não provocou desinteresse nos alunos pela aula,
antes pelo contrário, tornou-os agentes ativos na resolução de problemas
que surgiam no flipchart.

A segunda aula observada foi à disciplina de História, de 5º ano e
ocorreu numa sala onde apenas havia computador e projetor, pelo que a
interação com o flipchart não era feita no QIM. Nesta aula o flipchart foi
apenas utilizado cerca de 15 minutos e a professora encara esta ferramenta
como algo a utilizar poucas vezes, por poder causar dispersão. Quando a
professora mostrou o flipchart, de imediato um aluno perguntou «Stôra esse
jogo está na Internet?», outro retorquiu «Mande por mail stôra» e outro
ainda disse «Professora dá para fazer isto na net? Podemos pesquisar nós e
fazer isto?», referindo-se ao flipchart. A professora deu sempre instruções
de forma clara e teve o cuidado de deixar todos os alunos interagirem com o
computador, sendo a única exceção a esta regra, uma aluna de etnia cigana,
que segundo a professora não gosta de se expor no quadro. Apesar da
interação ser mediada pelo computador, os alunos mostraram um grande
entusiasmo pela atividade, muito participativos e sempre a pedirem para
irem ao quadro.

A terceira aula observada foi à disciplina de Matemática, no 9º ano de
escolaridade, com uma professora que apresenta uma utilização regular, mas
não diária, do QIM. O QIM foi utilizado durante toda a aula e estimulou a
atenção e a participação dos alunos. O flipchart continha várias
características interativas que os alunos não estavam habituados a usar.
Uma aluna reagiu muito positivamente à técnica dos recipientes (arrastar um
objeto e este ser aceite ou recusado em determinado local) dizendo «Este é
mais bonito ficou lá!» e outro ainda disse «Que engraçado!». Numa outra
situação foi usada a ferramenta da tinta mágica (que apaga informação da
primeira camada e deixa ficar a informação das restantes camadas), tendo um
aluno reagido dizendo «Ó professora, isto parece as raspadinhas!». No final
da aula, a professora perguntou à turma se tinha gostado do flipchart,
tendo um aluno dito «Muito fixe» e outro «Pode haver mais assim».


Entrevistas aos alunos

No final das aulas observadas, a investigadora realizou entrevistas a
alguns dos alunos, mais concretamente, a três alunos da primeira
observação, a dois alunos da segunda e a quatro alunos da terceira. O
número de entrevistados diferiu, uma vez que era solicitada a participação
de dois alunos, mas sempre que mais alunos mostravam interesse em
participar na entrevista, esta era realizada.

Todas as entrevistas efetuadas foram gravadas e transcritas, tendo-se,
posteriormente, realizado a análise de conteúdo. O procedimento de
categorização seguido foi misto, uma vez que resultou da combinação de
categorias criadas à priori e resultantes dos objetivos inerentes às
entrevistas, com categorias que surgiram após a análise efetuada aos dados
(Amado et al., 2013)

Dos alunos entrevistados, todos referiram preferir aulas com QIM em
detrimento do quadro tradicional. A preferência pelo QIM ficou a dever-se à
interatividade que este pode proporcionar e ao facto de os alunos
considerarem que este produz efeitos benéficos ao nível da atenção:

A1. «(…) há mais interatividade entre professor e alunos.»

A8. «É diferente, é mais, parece que é mais interativo mesmo, dá para
fazer mais coisas do que no quadro normal.»

A6. «Sim, cativa mais a atenção e estamos mais atentos.»

A9. «Acho que cativa mais a nossa atenção.»

A grande maioria, 89%, mencionou que o QIM os faz estar mais interessados
e motivados na aula, sendo, no entanto, parcos em justificações,
enfatizando, essencialmente, o facto das aulas ficarem notoriamente
diferentes, haver o uso da imagem e dos seus recursos digitais, dos quais
se destacam os recursos matemáticos:

A1 «A aula fica mais engraçada.»

A3 «Porque acho que as aulas são mais interessantes, são de uma forma
diferente e acho que a atenção é maior.»

A5. «Fico mais interessado, porque gosto das tecnologias. É melhor do que
estar a aprender pelo livro.»

A2. «Tem imagem, dá para perceber melhor a matéria com as imagens e texto
interligados e exercícios, é melhor que no quadro tradicional.»

A6. «Porque lidamos com coisas novas, é diferente mexer num quadro normal
para um QIM. Pegamos noutros materiais, por exemplo, no outro dia, em
Matemática tinha lá um compasso digital e é diferente, em vez de usar o
normal uso o compasso digital, é diferente, é mais fixe.»

A7. «Porque é melhor para escrever, porque no quadro normal é difícil e
não se nota muito bem e dá para fazer mais coisas, não é? Figuras e essas
cenas todas.»

A8. «Usa-se a cor, pode-se fazer tantas, tantas coisas.»

A9. «É diferente do quadro que nós estamos habituados. Enquanto que lá
podemos utilizar materiais para fazer retas mesmo direitinhas, no quadro
[QIM], ficam as coisas mais bem feitas.»

Diferença nas aprendizagens são notadas por 44% dos alunos, que referiram
existir devido ao facto do QIM lhes despertar a sua atenção:

A4. «Acho que é igual.»

A8. «(…) percebo melhor porque estou mais interessado na aula.»

A9. «Noto diferenças, acho que percebemos melhor. Porque, se calhar, como
aquilo é diferente do que nós estávamos habituados estamos mais atentos e
então …»

O comportamento não se altera com a utilização do QIM, na opinião de 67%
dos entrevistados, embora 33% tenha opinião contrária uma vez que considera
que o QIM melhora a atenção e o interesse dos alunos:

A1. «Tem o mesmo comportamento.»

A2. «Portam-se igual.»

A8. «Comportamento, eu acho que ficamos melhor, porque há mais interesse,
nós tentamos participar mais na aula e tudo.»

Do exposto, depreende-se a grande propensão para o uso da tecnologia e
para o fascínio pelo seu uso em contexto sala de aula, por parte dos
alunos. Estes mostram-se muito mais recetivos à aula quando é utilizado o
QIM, uma vez que lhe reconhecem características que os motivam e que lhes
capta a atenção nas aulas.


Conclusões

A profissão docente, cada vez mais exigente exige um verdadeiro esforço
acrescido ao professor na sua prática letiva. Se por um lado é verdade que
os alunos necessitam de se sentir envolvidos nas suas aprendizagens, por
outro, a tecnologia poderá ser uma forma de atingir esse envolvimento.

Apesar dos alunos serem uns entusiastas natos pela tecnologia envolvente,
mesmo em contexto sala de aula, como o caso do QIM, ao qual reconhecem
características inovadoras e potencialmente motivadoras, os professores
continuam a mostrar um uso moderado desta ferramenta.

Das aulas observadas, três no total, uma não fazia recurso do QIM, mas
apenas a um projetor e a um flipchart e o professor era um utilizador pouco
frequente desta tecnologia. Mesmo assim, os alunos não se mostravam menos
interessados com a interação com a tecnologia, mostrando, inclusivamente
vontade de serem eles próprios produtores de material similar. Nas duas
restantes, a utilização era frequente, num caso e diária, no outro
mostrando os alunos grande interesse pelas atividades propostas.

Nas entrevistas realizadas todos os alunos mencionaram preferir aulas com
QIM, uns porque o consideram cativante, outros pela interatividade
proporcionada. Dos 89% que mencionaram ficar mais interessados e motivados
com aulas com o QIM, uns justificaram que a aula era mais engraçada, outros
nomearam características interativas que se podem utilizar.

Constatou-se que a posição assumida pelo Diretor da escola é um dos
aspetos determinantes para a plena adoção do QIM e preponderante também
para a sua apropriação tanto por professores como por alunos. De facto, o
apetrechamento de todas as salas com QIM e o seu posicionamento, de modo a
exigir o seu uso, tal como preconizam Betcher e Lee (2009) foram
preponderantes para a plena adoção e apropriação do QIM, na primeira escola
onde se observaram aulas.


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