A verdadeira identidade de Jesus Cristo

June 13, 2017 | Autor: Yuri Leveratto | Categoria: Cristianismo, História, História Do Cristianismo, Cristianismo Primitivo
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A verdadeira identidade de Jesus Cristo Poucas pessoas duvidam da existência histórica de Jesus Cristo. Muitas, no entanto, o definem como um “grande profeta de Deus”, um “homem sábio”, um “reformador do judaísmo” ou inclusive “o homem mais sábio que já existiu”. Algumas religiões, por outro lado, o consideram um “grande profeta”, um “enviado de Deus” ou um “mensageiro de Deus”. Estas definições, no entanto, se contradizem com os livros do Novo Testamento, que são os textos mais antigos que descrevem a vida e obra de Jesus Cristo e seus seguidores, os Apóstolos, e que foram escritos antes de 100 d.C. De modo que, para aprofundar no tema de sua verdadeira identidade, devemos estudar os textos do Novo Testamento, que foram escritos por quem conviveu com Jesus ou por quem recebeu um ensinamento direto dos Apóstolos. Primeiramente, analisemos o Prólogo do Evangelho de João (1,1-5): No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Nessas célebres passagens, Cristo é proclamado como Palavra de Deus (Verbo), Deus mesmo, Criador do mundo e princípio da vida. Analisemos também outra passagem do Prólogo (João 1, 14): E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Esta passagem descreve que o Verbo se fez carne, ou seja, encarnou-se numa pessoa (Jesus). Além disso, explica que o filho é Unigênito, “único e sozinho” (ou seja, não houve outros e não haverá por fora dele). Já essas primeiras passagens do Evangelho de João expressam com força a plena identidade de Jesus Cristo. Ele é o Verbo, a Palavra de Deus, Deus mesmo. Há outra passagem do prólogo do Evangelho de João muito importante para identificar plenamente Jesus Cristo (1,18): Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. Quando João escreve “A Deus ninguém viu jamais” refere-se a Deus Pai. Quando escreve “Unigênito Deus”, refere-se a Deus Filho, o qual “está no seio do Pai” e que revelou ao Pai. Portanto, João, nessa passagem, definindo

“Unigênito Deus” ao Filho, revela-nos uma vez mais a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Agora, analisemos uma passagem sucessiva do Evangelho de João (1,29): No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É João Batista quem fala: diz que Jesus é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. O que significa isto? No Antigo Testamento, os sacrifícios animais se levavam a cabo para que Deus perdoasse os pecados. A perda de um animal do rebanho e a visão da morte de um animal, que é inocente por definição, já que não conhece o bem nem o mal, tinha o objetivo de redimir ao pecador. Mas, o que é o pecado? O pecado é um ato carente de humildade. Um ato de arrogância, presunção, pedantismo. O pecado original foi cometido por Adão e Eva, os primeiros seres humanos, dotados de livre arbítrio. Eles quiseram substituir a Deus, derrubá-lo de seu trono. Pecaram de presunção, de pedantismo. O pecado original é o que fez necessário o sacrifício de Cristo na cruz. Seu sofrimento e seu sangue, derramado em nosso lugar, torna-nos livres de pecado, se reconhecermos a Cristo e o aceitamos como nosso salvador. (Carta aos Romanos 3, 22). O sacrifício do Filho de Deus é, por definição, o sacrifício final e perfeito, como se deduz desta passagem da Carta aos Hebreus (7,27): que não tem necessidade, como aqueles sumos sacerdotes, de oferecer sacrifícios diariamente, primeiro pelos seus próprios pecados e depois pelos do povo; porque isto fez uma só vez para sempre, quando se ofereceu a si mesmo. Cabe notar que João Batista disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, e não: “Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado de Israel”, indicando, assim, que Jesus veio para carregar sobre si todos os pecados do mundo, justamente todos, inclusive os de quem não era judeu. Sua missão não é, portanto, a de um “reformador do judaísmo”, como afirmam alguns escritores, senão que é universal, para todos os seres humanos. Outra passagem importante para compreender esse conceito é de João (3, 16-21): Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. Também nessas passagens descreve-se Jesus como “o Salvador do mundo” e não “quem condena o mundo”. Salvador é aquele que com seu sacrifício “tira os pecados do mundo”. Quem crê nele já está salvo, no sentido de que aceita que Cristo recebeu sobre si mesmo seus pecados. Com esse propósito vejamos estas passagens do Evangelho de Mateus (20, 2728): E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão. E (26, 26-28): Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. Então, segundo a crença cristã, Deus não perdoa os pecados “desde o alto”, senão pagando o mesmo. Deus não delegou a uma “criatura” sua o sofrimento na cruz. Deus mesmo estava na cruz, dando o máximo exemplo de humildade, porque amava de tal forma ao homem que se sacrificou por ele, carregando sobre si mesmo todos os pecados do mundo e tornando-nos, dessa maneira, livres. Além disso, somente Deus, ser infinito, poderia pagar com seu sangue por todos os pecados do mundo. Somente com um corpo humano o Verbo pode realmente sentir nossa dor, nosso sofrimento e nossa tristeza. Quis sentir essa dor em si mesma, não por uma razão vazia, senão porque o ato de carregar sobre si toda a dor do mundo, todo o sofrimento do mundo e todos os pecados do mundo era uma condição necessária para salvar à humanidade. Sem a ação salvadora de Cristo, nenhum homem podia expiar seus pecados. Isso sugere que a verdadeira identidade de

Jesus Cristo é uma união perfeita de duas naturezas, divina e humana, numa só pessoa. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. De várias passagens dos Evangelhos se deduz que o Pai e o Filho são “da mesma substância”. É Jesus mesmo quem afirmou, dissipando qualquer dúvida sobre sua identidade e sua missão. Eis aqui uma primeira passagem do Evangelho de Mateus (11, 27): Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo. Continuemos com a análise do Evangelho de João. Na seguinte passagem (8, 1819) está escrito: Eu dou testemunho de mim mesmo; e meu Pai, que me enviou, o dá também. Perguntaram-lhe: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não conheceis nem a mim nem a meu Pai; se me conhecêsseis, certamente conheceríeis também a meu Pai. Frase significativa, porque indica que somente conhecendo e aceitando-lhe, pode-se aceitar o Pai. Estamos submergindo no profundo Evangelho de João ao analisar as importantes passagens onde Cristo revelou sua plena identidade aos fariseus e aos religiosos no templo. Na seguinte passagem de João (8, 23-24), Jesus, atribuindo-se a si mesmo o nome com o qual Deus revelou-se a Moisés (“Eu Sou”, em Êxodo 3,14) põe-se a par com Deus. Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado. Ainda em João (8,53-58): És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu...e os profetas também. Quem pretendes ser? Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria. Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!... Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, Eu Sou.

Também o décimo capítulo do Evangelho de João é particularmente significativo para conhecer a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Vamos ler as seguintes passagens (10, 14-18): Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai. Primeiro que tudo nessas passagens está escrito que Jesus conhece-nos, exatamente como o Pai o conhece e ele conhece ao Pai. Logo está escrito que Ele dá a vida por nós. Nesta frase, então, Jesus antecipa o que será seu sacrifício e, além disso, antecipa sua Ressurreição: Ele dá sua vida e Ele a retoma, justamente porque Ele é o Senhor. Além disso, também dessa frase deduzimos que Jesus veio por todos e não somente pelos judeus. (Também tenho outras ovelhas que não são deste curral; aquelas também devo trazer e ouvirão minha voz; e haverá um rebanho, e um pastor). Poucas passagens mais adiante, quando alguns judeus lhe pedem que revele sua verdadeira natureza, Jesus responde (João 10, 24-30): Os judeus rodearam-no e perguntaram-lhe: Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Cristo, dize-nos claramente. Jesus respondeu-lhes: Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu llhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um. Com esta última frase, Jesus afirma estar em união com o Pai. No entanto, quando os judeus recolheram pedras para atirar nele, passou este diálogo (João 10, 32-38): Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais?

Os judeus responderam-lhe: Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus. Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses (Sl 81,6)? Se a lei chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada), como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: sou o Filho de Deus? Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais. Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai. Os judeus tinham entendido que, com aquela afirmação, Jesus sustentava que era Deus, mas Jesus assim mesmo não negou. Ele remete ao Antigo Testamento: nas escrituras são chamados deuses e filhos do Altíssimo os juízes e os reis, porque são partícipes da prerrogativa divina de julgar aos homens (Sal. 82, 6-Sal. 2- Dt 1, 17; 19,17). Jesus agrega que quem é santificado e enviado pelo Pai tem direito a ser considerado em união com o Pai. Na última frase, além disso, confirma de novo que Ele e o Pai são uma só coisa. Analisemos agora outra passagem do Evangelho de João (20,28): Respondeu Tomás e lhe disse: “Meu Senhor e meu Deus”. Nesse caso, Jesus não negou ser Deus, senão que respondeu em João (20,29): E lhe disse Jesus “Por que me tens visto, tens acreditado? Felizes os que não viram e, no entanto, acreditaram”. A natureza divina de Jesus não se deduz somente do que disse, senão também, obviamente, do que fez. Os milagres, narrados nos quatro Evangelhos, mostram seu domínio total sobre as forças da natureza, os demônios, as doenças e a morte. Jesus Cristo ressuscita os mortos: a filha de Jairo (em Lucas 8,49-56), o filho da viúva de Naim (em Lucas 7, 11-17) e Lázaro (João, 11). Eis aqui o célebre diálogo de Jesus com Marta antes da ressurreição de Lázaro (João 11, 23-27): Disse-lhe Jesus: Teu irmão ressurgirá. Respondeu-lhe Marta: Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto? Respondeu ela: Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo.

Com esta frase, Marta reconheceu a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Prosseguindo com a análise dos Evangelhos, particularmente do Evangelho de João, analisemos outra passagem fundamental para compreender a verdadeira identidade de Jesus Cristo (João, 12, 44, 45): Entretanto, Jesus exclamou em voz alta: Aquele que crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou; e aquele que me vê, vê aquele que me enviou. Nesta última passagem, Jesus afirma que é consubstancial ao Pai. Ainda em João (14, 5-14): Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. Respondeu Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai... Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei. Nessas passagens há dois conceitos significativos: primeiro que tudo, Jesus responde a Tomás dizendo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”. Logo responde a Felipe dizendo: “estou no Pai, e o Pai em mim”. Jesus afirma, então, que é a verdade, que está unido ao Pai e que é, portanto, da mesma “substância”. Também em João (16, 27-28), temos algumas frases importantes: Pois o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e volto para junto do Pai. “Saí de Deus”, frase que dá a ideia do Verbo gerado, mas não criado e finalmente encarnado em um homem: Jesus.

No capítulo 17 do Evangelho de João, há também afirmações muito importantes de Jesus, que está rezando ao Pai. Eis aqui uma primeira e significativa passagem (João 17, 3-5): Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. E ainda em João (17, 24): Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo. Nestas duas passagens, deduzimos que Jesus estava com o Pai antes que o mundo fosse, antes da fundação do mundo, do universo. Estas duas passagens, indiretamente, confirmam a Divindade de Cristo. Porém, o evento cardinal da missão de Jesus é a Ressurreição (Mateus, 28; Marcos 16; Lucas, 24; João, 20). Na Ressurreição, Jesus Cristo venceu a morte e demostrou seu poder sobre ela. Somente Deus mesmo, que criou o universo, tem o poder de vencer o pecado e a morte. Eis aqui as famosas passagens da Carta aos Coríntios de Paulo (1, Coríntios, 15, 54-55): Quando este corpo corruptível estiver revestido da incorruptibilidade, e quando este corpo mortal estiver revestido da imortalidade, então se cumprirá a palavra da Escritura: A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? A Ressurreição é, ademais, a demonstração de que Deus aceitou o extremo sacrifício de Cristo feito por todos os seres humanos e certifica que quem crê em Jesus Cristo será ressuscitado na Vida Eterna. Há, ainda, outras frases e comportamentos de Jesus que indicam sua natureza consubstancial ao Pai. No capítulo quinto do Evangelho de Mateus, falando da lei mosaica, ou seja, a lei dada por Deus, Jesus repetiu várias vezes: “haveis compreendido que foi dito…eu vos digo mais”. Jesus ensina, então, sobre os comportamentos corretos a assumir em caso de matrimônio, juramentos, amor ao próximo. Seis vezes repete a frase: “em lugar disso eu vos digo”.

Como poderia um simples profeta agregar ou modificar as leis dadas por Deus se não quem por sua natureza é consubstancial ao Pai? Os profetas diziam: “Assim fala o Senhor”, enquanto Jesus disse: “eu, em lugar disso, vos digo”. Sabe-se que os judeus cumpriam a lei do descanso durante o sábado e, por isso, criticaram Jesus, por ter curado um paralítico nesse dia (João 5,1-10). Porém Jesus, demostrando estar acima da lei, disse (João 5, 17): Mas ele lhes disse: Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também. Jesus coloca-se, então, acima da lei, por exemplo, quando disse: Porque o Filho do Homem é Senhor também do sábado. (Mateus, 12, 8). São afirmações inauditas, que nunca saíram da boca de nenhum homem, e que provam a verdadeira natureza de Jesus Cristo, que é consubstancial ao Pai. Outra frase importante com a qual Jesus declarou sua plena identidade é a seguinte, em resposta ao sumo-sacerdote, extraída do Evangelho de Marcos (14, 61-62): Mas Jesus se calava e nada respondia. O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito? Jesus respondeu: Eu o sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu. Nessa passagem, Jesus responde, claramente, usando as palavras da visão de Daniel (7, 13-14). Vejamos, agora, uma passagem importante da Carta do apóstolo Paulo aos Filipenses (2, 3-11): Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.

Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor. Analisando este importante fragmento rítmico, vemos que na sexta passagem Paulo escreve: “Sendo ele de condição divina”. De modo que Paulo escreve, claramente, que Jesus é Deus por condição. Além disso, na décima primeira passagem escreve: “E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor”. Dessa maneira, retomando a sexto passagem, certifica a Divindade do Filho. Analisemos agora uma importante passagem da Primeira Carta de João (1 João 5, 20): Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Nessa passagem “o Verdadeiro” é Deus. João afirma que somente o Filho de Deus nos deu a inteligência para conhecer a Deus. Além disso, afirma permanecer no Verdadeiro, ou seja, em seu filho Jesus Cristo. Nessa última passagem, João escreve algo que não deveria dar lugar a dúvidas: “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”, ou seja, Jesus Cristo é o verdadeiro Deus. Por último, analisemos algumas passagens importantes das cartas de Paulo. O primeiro, extraído da Carta aos Colossenses (2, 8-9): Estai de sobreaviso, para que ninguém vos engane com filosofias e vãos sofismas baseados nas tradições humanas, nos rudimentos do mundo, em vez de se apoiar em Cristo. Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Paulo afirma que em Cristo temos "toda a plenitude da divindade", ou seja, a Essência Divina. Cristo é Deus. Ele, como pessoa, distingue-se do Pai pela relação que tem com o Pai, sendo ele o Filho Unigênito, porém uma só é a Essência. Toda a plenitude da divindade "habita corporalmente" nele, ou seja, não por meio de uma simples ação da divindade sobre um corpo humano, senão pela união hipostática das duas naturezas, a divina e a humana. Em Cristo há duas naturezas, que não estão misturadas, na única pessoa que é a divina. Em

Deus existem três pessoas iguais e distintas em uma única Essência. Deus é Trindade. Vejamos agora a seguinte passagem (1) da Primeira Carta a Timóteo (3,16): Sim, é tão sublime - unanimemente o proclamamos - o mistério da bondade divina: Deus foi manifestado na carne, justificado no Espírito, visto pelos anjos, anunciado aos povos, acreditado no mundo, exaltado na glória! “Deus foi manifestado em carne”, é o Verbo (Evangelho de João, 1,14). E agora analisemos uma última passagem, na Carta aos Romanos (9, 4-5) Eles são os israelitas; a eles foram dadas a adoção, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promesas e os patriarcas; deles descende Cristo, segundo a carne, o qual é, sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre. Amém. Também dessa passagem conclui-se que Paulo sustentou a plena Divindade do Filho. Quem nega a Divindade de Cristo, a qual se deduz dos textos do Novo Testamento, e a qual não é um dogma agregado na época pós-constantiniana, encontra-se, então, ante um dilema de difícil solução. Eles dizem que Jesus Cristo foi um grande sábio, senão o maior de todos os sábios. Mas, como poderia ter sido o maior dos sábios se tivesse mentido? De modo que a verdadeira identidade de Jesus Cristo, consubstancial ao Pai e ao Espírito Santo, Deus mesmo e criador do mundo, resulta clara. Naturalmente, na vida de Jesus Cristo há vários mistérios que quem acredita aceita por fé. No entanto, fica ainda um feito fundamental: Deus, o criador do céu e da terra, teria podido muito bem julgar a todos desde o alto, sem vir até nós, sem humilhar-se encarnando em um ser humano. Porém Deus mesmo, infinitamente misericordioso e bom, quis enviar seu Filho para redimir do pecado e pagar por nós na cruz. Deus amava de tal forma o homem que se sacrificou por ele, pagando com o sofrimento na cruz e perdoando assim todos os pecados: Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3, 16).

YURI LEVERATTO Copyright 2015 (1) Textus Receptus, King James, Reina Valera.

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