Abordagem fenomenológica/ ecológica da escuta no cinema

May 27, 2017 | Autor: A. Gonçalves de O... | Categoria: Music and Cinema
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Abordagem fenomenológica/ ecológica da escuta no cinema André Luiz Gonçalves de Oliveira Unoeste-SP/UFRJ (PPG Música)

Fenomenologia e ecologia • Merleau-Ponty (Brentano, Husserl, Heidegger)

• J. J. Gibson (G. Bateson, Uexküll) • Pós-pontyanos: Maturana, Noë, Clark, Clarke.

Novas explicações sobre percepção •

Três correntes na Filosofia da Mente e Ciência Cognitiva: Cognitivismo Clássico, Conexionismo, C. Cog. Dinâmica, ou Enaccionismo, ou ainda, Cognição Corporificada Situada.



Fenomenologia da percepção: novo papel do corpo, do mundo percebido, do ser-no-mundo.



Teoria da Percepção Direta (Sistema perceptivo, invariante/affordance, ciclo percepção-ação, mutualismo)

Novas explicações sobre percepção • Percepção como configuração condutual do “objeto”.

• Órgão do sentido como sistema perceptivo. Percepção como ação.

• Ecologia acústica. Som como ação que disponibiliza ações.

• Som escutado como informação. Informação ≠ energia.

'A escuta’ em vez de 'o som’ • Escutar é a ação que da origem ao som. • Som é consequência da escuta. • Escuta não ocorre ‘no cérebro’, ou ainda

‘no sistema nervoso’, acontece enquanto condutas (hábitos comportamentais) de um corpo específico em situações específicas.

Fenomenologia e ecologia da percepção estética • Conduta estética (E. Couchot) como percepção de segunda mão (J. J. Gibson).

• Arte como apresentação, como experiência. • Modalidades artísticas ligadas às modalidades perceptivas.

• Cinema e Paisagem Sonora como artes híbridas.

Fenomenologia e ecologia da percepção estética •

Híbridismo por aspectos multimodais percepção de tempo e de espaço, juntos.



Música - referências temporais convergindo (fonografia) para espacial também.



Artes visuais - referências espaciais convergindo (fotografia) para referências temporais também.



Audiovisual - hibridismo sintático.

Ecologia da escuta do audiovisual • Gibson (1979, 292 - 302) apresenta alguns

pressupostos para uma abordagem ecológica da percepção do cinema e tv.

• Gibson (1979, p. 301): “The sequence of events in life is given by the acoustic flow of information as well as the optical flow (...)” a partir disso ele localiza na sincronia som/imagem um suporte para a continuidade, mesmo com a quebra da edição.

Fenomenologia/ecologia da escuta no audiovisual • Para uma abordagem fenomenológica da

percepção de audiovisuais há que se considerar:

• Transformações nos hábitos da percepção/escuta do cinema mudo ao cinema sonoro, deste, ao vídeo, e destes ao videogame.

• Transformações nos hábitos de produção e

difusão/distribuição/fruição das experiências audiovisuais, desde a fotografia e o rádio, passando pelo cinema, tv e mídias digitais.

Fenomenologia/ecologia da escuta no audiovisual • Descrição do papel da escuta no contexto da

percepção do audiovisual (cinema, tv e videogame).

• Percepção de audiovisual - fenomenologia e

ecologia - “O filme não é pensamento, é percebido.” (Merleau-Ponty [1945] 1964, p. 58).

• “(...) the movies are peculiarly suited to make

manifest the union of mind and body, mind and world, and the expression of one in the other” (Merleau-Ponty [1945] 1964, p. 58).

Fenomenologia e Ecologia • O conceito de “informação disponível” dado por Gibson (1966 e 1979) entra em conflito com a noção de “mundo construído no viver” da fenomenologia.

• Conceito de “umwelt” de J. von Uexküll ([1934] 2010) e de “acoplamento estrutural” de Maturana (1997) e Varela et al (1999), são encaminhamentos mais próximos da fenomenologia.

Fenomenologia/ecologia da escuta no audiovisual •

Implicações da fenomenologia e ecologia na descrição da percepção de audiovisuais devem levar em conta relações cíclicas entre tecnologias e estéticas.



Premissa de abandonar paradigma dualista cartesiano vai em direção à abordagens sistêmicas, como a que trata percepção como ação e significado como múltiplas possibilidades de atuação oferecidas por determinado conjunto de ações.

Fenomenologia/ecologia da escuta no audiovisual • Elementos poéticos (em fotografia, arte,

som e narrativa em geral) podem ser mais ou menos justificáveis por explicações fenomenológico/ecológicas.

• Análises estéticas podem ser desenvolvidas a partir de tais descrições da percepção estética audiovisual.

Fenomenologia/ecologia da escuta no audiovisual •

M. Chion já apresenta algum encaminhamento à consideração de princípios fenomenológicos.



Gibson trata muito superficialmente aspectos da imagem em movimento no fim da obra de 1979.



Merleau-Ponty fala mais de gestalt e cinema em conferência de 1945.

Fenomenologia/ecologia da escuta no audiovisual •

Do cinema ao videogame há um desenvolvimento de possibilidades poéticas e estéticas próprias do caminho das experiências contemporâneas nesse início de século XXI.



Experiências que consideram cada vez mais as transformações das percepções e das possibilidades de ações e interações.

Bibliografia CHION, M. Guide des objetos sonoros. Paris: INA e Buchet/Chastel, 1983. CHION, M. Audio-vision: sound on screen. New York: Columbia University Press, 1994. CHION, M. Film, a sound art. New York: Columbia University Press, 2009. CLARK, A. Natural-born cyborgs. New York, Oxford University Press, 2003. CLARKE, E. F. Ways of Listening: An ecological approach to the Perception of Musical Meaning. New York: Oxford University Press, 2005. COUCHOT, Edmond La nature de L’Art. Paris: Hermann Éditours, 2012. GIBSON, J. J. Ecological Approach to Visual Perception. Hillsdate: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 1979. __________ The Senses Considered as Perceptual Systems. Boston: Houghton Mifflin Company, 1966. HUSSERL, E. Ideas pertraining to a pure phenomenology and to a phenomenological phylosophy. Boston: Martinus Nijhoff Publishers, 1983.

Bibliografia LEMAN, M. Embodied Music: Cognition and Mediation Technology. Cambridge: MIT Press, 2008. MATURANA, H., VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2007. __________________________. De máquinas e seres vivos: Autopoiese, a organização do vivo. Porto Alegre: Artmed, 2002. MERLEAU-PONTY, M. Sens and non sens. Evanston: Northwestern University Press, 1964. __________ O olho e o espírito. In: Os Pensadores: Merleau-Ponty. São Paulo, Nova Cultural, 1989. __________ Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1996.NOË, Alva. Out of our heads. New York: Hill and Wang, 2009. NOË, Alva. Out of our heads. New York: Hill and Wang, 2009. __________ Perception in Action. BERKELEY: The Mit Press, 2004. UEXKÜLL, Jakob von A forway into the worlds of animals and humans. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2010. VARELA, Francisco J.; THOMPSON, Evan; ROSCH, Eleanor: The embodied mind: Cognitive science and human experience. New Edition. Cambridge, MA: MIT Press, 1991.

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