Aborto. definição

June 30, 2017 | Autor: Emilene Medeiros | Categoria: Biology
Share Embed


Descrição do Produto

A expressão "aborto" se caracteriza pela morte do embrião ou feto, que pode
ser espontânea ou provocada. Anomalias cromossômicas, infecções, choques
mecânicos, fatores emocionais, intoxicação química acidental, dentre
outros, podem ser considerados como sendo exemplos desse primeiro caso, que
ocorre em aproximadamente 25% das gravidezes. Ele é caracterizado pelo
término da gestação de menos de 20 semanas, sendo o sangramento vaginal um
forte indício de sua ocorrência. Mais de 50% dessas situações diz respeito
a alterações genéticas no embrião.

Abortos provocados consistem na interrupção intencional da gestação. Quanto
a isso, acredita-se que ocorram aproximadamente 50 milhões desse tipo de
caso em todo o mundo, sendo a Romênia a campeã em número de abortos por
habitantes.

Nas clínicas, os métodos mais empregados são a sucção, dilatação, curetagem
e injeção salina, sendo esta considerada uma prática segura, desde que seja
feita nas primeiras semanas de gestação, e praticada por equipe
qualificada. Como pesquisas recentes sugerem que fetos são capazes de
sentir dor, embora bem menos intensa, a partir da décima sétima semana de
vida, estuda-se a possibilidade de aplicação de anestesias em fetos dessa
idade em diante.

Em nosso país, exceto em casos de estupro, ou quando a mãe corre risco de
vida (aborto sentimental, moral ou piedoso; e aborto terapêutico,
respectivamente), este ato é proibido por lei. Existe, entretanto, uma
situação em que o aborto pode ser concedido legalmente, sendo relativo à
gestação de feto com graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais,
como anencefalia; desde que haja o consentimento do pai, e atestado de pelo
menos dois médicos.

Apesar da reconhecida ilegalidade de outras práticas além das citadas, é
sabido que muitas mulheres recorrem ao aborto utilizando-se de métodos
caseiros; ou mesmo por atendimento em clínicas clandestinas. Deste ato, um
número considerável destas sofre complicações, como hemorragias, infecções,
perfurações abdominais, podendo desencadear em infertilidade, ou mesmo
óbito (é uma das maiores causas de mortalidade materna); sendo por isso
reconhecido como um problema sério de saúde pública.

Discussões sobre essa temática são, geralmente, polêmicas, já que é um
assunto complexo e delicado. Argumentos como a interrupção da vida de um
ser inocente frente à irresponsabilidade de sua genitora de um lado, versus
a integridade do filho e da própria mãe diante de uma maternidade não
desejada, são sempre pontuados.

Opiniões pessoais à parte, é fato que a educação sexual e a promoção de
atendimento médico mais acessível, incluindo aí o acompanhamento familiar e
psicológico, podem ser capazes de contornar consideravelmente essa questão.








Aborto

Um aborto, abortamento1 ou interrupção da gravidez é a remoção ou expulsão
prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo
por esta causada.2 Isto pode ocorrer de forma espontânea ou induzida,
provocando-se o fim dagestação, e consequente fim da atividade biológica do
embrião ou feto, mediante uso de medicamentos ou realização de cirurgias.


O aborto induzido, quando realizado por profissionais capacitados e em boas
condições de higiene é um dos procedimentos mais seguros da medicina
atual.3 Entretanto, o aborto inseguro, feito por pessoas não-qualificadas
ou fora de um ambiente hospitalar, resulta em aproximadamente 70 mil mortes
maternas e cinco milhões de lesões maternas por ano no mundo.4 Estima-se
que sejam realizados no mundo 44 milhões de abortos anualmente, sendo pouco
menos da metade destes procedimentos realizados de forma insegura.5


A incidência do aborto se estabilizou nos últimos anos,5 após ter tido uma
queda nas últimas décadas devido ao maior acesso aplanejamento familiar e
a métodos contraceptivos.6 Quarenta por cento das mulheres do mundo têm
acesso a aborto induzido em seus países (dentro dos limites gestacionais).7


Historicamente, o aborto induzido vem sendo realizado através de diferentes
métodos e seus aspectos morais, éticos, legais e religiosos ainda são
objeto de intenso debate em diversas partes do mundo.


Tipos[editar " editar código-fonte]


O aborto geralmente é dividido em dois tipos, aborto espontâneo e aborto
induzido. Outras classificações também são usadas, de acordo com o tempo de
gestação, por exemplo.


Aborto espontâneo[editar " editar código-fonte]


Aborto espontâneo, involuntário ou casual, é a expulsão não intencional de
um embrião ou feto antes de 20-22 semanas de idade gestacional. Uma
gravidez que termina antes de 37 semanas de idade gestacional que resulta
em um recém-nascido vivo é conhecida como parto prematuro ou pré-termo.
Quando um feto morre no interior do útero após a viabilidade, ou durante o
parto, geralmente é chamado de natimorto.


A causa mais comum de aborto espontâneo durante o primeiro trimestre são as
anomalias cromossômicas do feto/embrião, que contabilizam pelo menos 50%
das perdas gestacionais precoces.


Outras causas incluem doenças vasculares (como o lúpus eritematoso
sistêmico), diabetes, problemas hormonais, infecções, anomalias uterinas e
trauma acidental ou intencional. A idade materna avançada e a história
prévia de abortos espontâneos são os dois fatores mais associados com um
risco maior de aborto espontâneo.


Aborto induzido[editar " editar código-fonte]


O aborto induzido, também denominado aborto provocado ou interrupção
voluntária da gravidez, é o aborto causado por uma ação humana deliberada.
Ocorre pela ingestão de medicamentos ou por métodos mecânicos. A ética
deste tipo de abortamento é fortemente contestada em muitos países do mundo
mas é reconhecida como uma prática legal em outros locais do mundo, sendo
inclusive em alguns totalmente coberta pelo sistema público de saúde. Os
dois polos desta discussão passam por definir quando o feto ou embrião se
torna humano ou vivo (se na concepção, no nascimento ou em um ponto
intermediário) e na primazia do direito da mulher grávida sobre o direito
do feto ou embrião.


O aborto induzido possui as seguintes subcategorias:

Aborto terapêutico
aborto provocado para salvar a vida da gestante8
para preservar a saúde física ou mental da mulher8
para dar fim à gestação que resultaria numa criança com problemas
congênitos que seriam fatais ou associados com enfermidades graves8
para reduzir seletivamente o número de fetos para diminuir a
possibilidade de riscos associados a gravidezes múltiplas.8
Aborto eletivo: aborto provocado por qualquer outra motivação.8

Outras classificações[editar " editar código-fonte]


Quanto ao tempo de duração da gestação:

Aborto subclínico: abortamento que acontece antes de quatro semanas de
gestação
Aborto precoce: entre quatro e doze semanas
Aborto tardio: após doze semanas

Riscos de um Aborto[editar " editar código-fonte]


Os riscos para a saúde envolvidos no aborto induzido dependem de o
procedimento ser realizado com ou sem segurança.


A Organização Mundial de Saúde define como abortos não-seguros aqueles
realizados por indivíduos sem formação, equipamentos perigosos ou em
instituições sem higiene.9Os abortos legais realizados nos países
desenvolvidos estão entre os procedimentos mais seguros na
medicina.3 10 Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade materna em abortos
entre 1998 e 2005 foi de 0,6 morte por 100.000 procedimentos abortivos,
tornando o aborto cerca de 14 vezes mais seguro do que o parto, cuja taxa
de mortalidade é de 8,8 mortes por 100.000 nascidos vivos.11 12


O risco de mortalidade relacionada com o aborto aumenta com a idade
gestacional, mas permanece menor do que o do parto até pelo menos 21
semanas de gestação.13 14Isso contrasta com algumas leis presentes em
alguns países que exigem que os médicos informem os pacientes que o aborto
é um procedimento de alto risco.15


A aspiração uterina a vácuo no primeiro trimestre é o método de aborto não-
farmacológico mais seguro, e pode ser realizado em uma clínica de atenção
primária em saúde,clínica de aborto ou hospital. As complicações são raras
e podem incluir perfuração uterina, infecção pélvica e retenção dos
produtos da concepção necessitando de um segundo procedimento para evacuá-
los.16


Geralmente são administrados antibióticos profiláticos (preventivos) (como
a doxiciclina ou metronidazol) antes do aborto eletivo,17 pois acredita-se
que eles diminuem substancialmente o risco de infecção uterina pós-
operatória.18 19 As complicações após abortos no segundo-trimestre são
similares às que ocorrem após o aborto no primeiro trimestre, e dependem do
método escolhido.


Existe pouca diferença em termos de segurança e eficácia entre o aborto
farmacológicos usando regime combinado de mifepristona e misoprostol e o
aborto não-farmacológico (aspiração a vácuo) quando são realizados no
início do primeiro trimestre (até 9 semanas de idade gestacional).20 O
aborto farmacológico com o uso do análogo de prostaglandina misoprostol
isolado é menos efetivo e mais doloroso do que o aborto usando o regime
combinado de mifepristona e misoprostol ou do que o aborto cirúrgico.21 22


Existe controvérsia na comunidade médica e científica sobre os efeitos do
aborto. As interrupções de gravidez feitas por médicos competentes são
normalmente consideradas seguras para as mulheres, dependendo do tipo de
cirurgia realizado.23 24 Entretanto, um argumento contrário ao aborto seria
de que, para o feto, o aborto obviamente nunca seria "seguro", uma vez que
provoca sua morte sem direito de defesa.25 26


Os métodos que não são realizados com acompanhamento médico (uso de certas
drogas, ervas, ou a inserção de objectos não cirúrgicos no útero) são
potencialmente perigosos para a mulher, conduzindo-a a um elevado risco de
infecção permanente ou mesmo à morte, quando comparado com os abortos
feitos por pessoal médico qualificado.


Segundo a ONU, pelo menos 70 mil mulheres perdem a vida anualmente em
consequência de abortos realizados em condições precárias,27 não há, no
entanto, estatísticas confiáveis sobre o número total de abortos induzidos
realizados no mundo nos países e/ou situações em que o aborto é
criminalizado.


Existem, com variado grau de probabilidade, possíveis efeitos negativos
associados à prática abortiva, nomeadamente a hipótese de ligação ao câncer
de mama, a dor fetal, o síndrome pós-abortivo. Possíveis efeitos positivos
incluem redução de riscos para a mãe e para o desenvolvimento da criança
não desejada.


Em janeiro de 2012 uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde
revelou que a prática do aborto é maior nos países em que ele é proibido e
quase metade de todos os abortos feitos no mundo é realizada com altos
riscos para a mulher.


Entre 2003 e 2008, cerca de 47 mil mulheres morreram e outros 8,5 milhões
tiveram consequências graves na sua saúde, decorrentes da prática do
aborto.


Quase todas as interrupções de gravidez intencionais realizadas de maneira
insegura, aconteceram em nações em desenvolvimento, na América Latina e
África. "O aborto é um procedimento muito simples. Todas essas mortes e
complicações poderiam ter sido facilmente evitadas", disse Gilda Sedgh,
pesquisadora-sênior do Instituto norte-americano Guttmacher, autora do
estudo.28


Câncer da mama[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: Hipótese de câncer causado pelo aborto


Há uma hipótese de relação causal entre o aborto induzido e o risco de
desenvolvimento de câncer de mama.


A teoria é que no início da gravidez, o nível de estrogénio aumenta,
levando ao crescimento das células mamárias necessário à futura fase
de lactação. A hipótese de relação positiva entre câncer de mama e aborto
sustenta que se a gravidez é interrompida antes da completa diferenciação
celular, então existirão relativamente mais células indiferenciadas
vulneráveis à contracção da doença.


Esta hipótese, não é bem aceita pelo consenso científico de estudos de
associações e entidades ligadas ao câncer,29 30 31 mas tem alguns
defensores como o dr. Joel Brind.32


Dor do feto[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dor fetal


A existência ou ausência de sensações fetais durante o processo de
abortamento é hoje matéria de interesse médico, ético e político. Diversas
provas entram em conflito, existindo algumas opiniões defendendo que
o feto é capaz de sentir dor a partir da sétima semana33 enquanto outros
sustentam que os requisitos neuro-anatómicos para tal só existirão a partir
do segundo ou mesmo do terceiro trimestre da gestação.34



Referências

1. Ir para cima http://dicionario.priberam.pt/abortamento
2. Ir para cima Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
3. Ir para:a b Grimes, D. A.; Benson J. Singh S. Romero M. Ganatra B.
Okonofua F. E. Shah I. H.. (2006). "Unsafe abortion: The preventable
pandemic" (PDF). The Lancet 368 (9550): 1908–1919. DOI:10.1016/S0140-
6736(06)69481-6. PMID 17126724.

índrome pós-abortivo[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: Síndrome pós-aborto


A síndrome pós-abortivo seria uma série de reações psicológicas
apresentadas ao longo da vida por mulheres após terem cometido um aborto.


Há vários relatos de problemas mentais relacionados direta ou indiretamente
ao aborto; uma descrição clássica pode ser encontrada na obra "A
psicopatologia da vida cotidiana", de Sigmund Freud.38 No livro "Além do
princípio de prazer", Freud salienta: "Fica-se também estupefato com os
resultados inesperados que se podem seguir a um aborto artificial, à morte
de um filho não nascido, decidido sem remorso e sem hesitação."39


Há médicos portugueses, porém, que questionam a existência do síndroma; não
existe nenhum estudo português publicamente divulgado sobre o assunto.
Entretanto nosEstados Unidos, Reino Unido e mesmo no Brasil, essa
possibilidade já é bastante discutida, com resultados contrastantes.40 41


O síndroma pós-abortivo (PAS), conhecido também como síndroma pós-
traumático pós-abortivo ou por síndroma do trauma abortivo, é um termo que
designa um conjunto de características psicopatológicas que alguns médicos
dizem ocorrer nas mulheres após um aborto provocado.42 Alguns estudos, no
entanto, concluem que alguns destes sintomas são consequência da proibição
legal e/ou moral do aborto e não do ato em si. [carece de fontes]


Entretanto, tal síndrome teria sido catalogada em inúmeras pesquisas, entre
elas a do dr. Vincent Rue que no estudo da Desordem Ansiosa Pós-Traumática
(DAPT), presente em ex-combatentes do Vietnã, que teria sua correspondente
na síndrome pós-aborto (SPA).


Algumas estatísticas de organizações pró-vida argumentam que há um aumento
de 9% para 59% nos índices de distúrbios psicológicos em mulheres que se
submetem ao aborto.43


Outro estudo, do Royal College of Psychiatrists, a associação dos
psiquiatras britânicos e irlandeses, considerou que o aborto induzido pode
trazer distúrbios clínicos severos para a mulher, e que essa informação
deve ser passada para a mesma, antes da opção pelo aborto.


Esse estudo foi repassado à população pelo Jornal Britânico Sunday Times.44


Mulheres grávidas vítimas de violência[editar " editar código-fonte]


Embora existam notícias45 indicando que muitas mulheres grávidas morrem em
consequência de atos violentos, aparentemente46 não há dados conclusivos
que cruzem esta informação com o risco de morte geral das mulheres não-
grávidas em situações semelhantes.


Consequências a longo prazo para a criança não desejada[editar " editar
código-fonte]


Muitos membros de grupos pró-escolha47 consideram haver um risco maior de
crianças não desejadas (crianças que nasceram apenas porque a interrupção
voluntária da gravidez não era uma opção, quer por questões legais, quer
por pressão social) terem um nível de felicidade inferior às outras
crianças incluindo problemas que se mantêm mesmo quando adultas, entre
estes problemas incluem-se:

doença e morte prematura48
pobreza
problemas de desenvolvimento48
abandono escolar49
delinquência juvenil50
abuso de menores
instabilidade familiar e divórcio51
necessidade de apoio psiquiátrico51
falta de autoestima52

Uma opinião contrária, entretanto, apresentada por grupos pró-vida, seria
que, mesmo que sejam encontradas correlações estatísticas entre gravidez
indesejáveis e situações consideradas psicologicamente ruins para as
crianças nascidas, esta situação não pode ser comparada com a de crianças
abortadas, visto que estas não estão vivas. Uma "situação de vida" não
seria passível de comparação com uma "situação de morte", visto a
inverificabilidade desta enquanto situação possivelmente existente (a
chamada "vida após a morte") pelos métodos científicos disponíveis. Como
não se pode estipular se uma situação ruim de vida, por pior que fosse,
seria pior que a morte, o aborto, no caso, não poderia ser apresentado como
solução, visto que não dá a capacidade de escolha ao envolvido, enquanto
ainda é um feto.53 54 55


Métodos de indução[editar " editar código-fonte]

"[pic"Advertência: A Wikipédia não é " "
"] "consultório médico nem farmácia. " "
" "Se necessita de ajuda, consulte um " "
" "profissional de saúde. " "
" "As informações aqui contidas não têm " "
" "caráter de aconselhamento. " "


Aborto farmacológico[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: Aborto farmacológico


Também conhecido como aborto médico, químico ou não-cirúrgico, é o aborto
induzido por administração de fármacos que provocam a interrupção da
gravidez e a expulsão do embrião. O aborto farmacológico é aplicável apenas
no primeiro trimestre da gravidez.


Tornou-se um método alternativo de aborto induzido com o surgimento no
mercado dos análogos de prostaglandina no início dos anos 1970 e
do antiprogestágenomifepristona (RU-486) nos anos 1980.56 57 58


Os regimes de aborto mais comuns para o primeiro trimestre utilizam
mifepristona em combinação com um análogo de prostaglandina (misoprostol)
até 9 semanas de idade gestacional, metotrexato em combinação com um
análogo de prostaglandina até 7 semanas de gestação, ou um análogo de
prostaglandina isolado.56 Os regimes de mifepristona–misoprostol funcionam
mais rápido e são mais efetivos em idades gestacionais mais avançadas do
que os regimes combinados de metotrexato-misoprostol, e os regimes
combinados são mais efetivos que o uso do misoprostol isolado.57


Em abortos muito precoces, com até 7 semanas de gestação, o regime
combinado de mifepristona-misoprostol é considerado mais efetivo do que o
aborto cirúrgico (aspiração à vácuo).20 Os regimes de aborto médico precoce
que utilizam 200 mg de mifepristona, seguido por 800 mcg de misoprostol
vaginal ou oral 24-48 horas após apresentam efetividade de 98% até as 9
semanas de idade gestacional.59 Nos casos de falha do aborto farmacológico,
é necessária a complementação do procedimento com o aborto cirúrgico.60


Os abortos farmacológicos precoces são responsáveis pela maioria dos
abortos com menos de 9 semanas de gestação na Grã-
Bretanha,61 62 França,63 Suíça,64 e nos países nórdicos.65 Nos Estados
Unidos, o percentual de abortos farmacológicos precoces é menor.18 66


Regimes de aborto farmacológico usando mifepristona em combinação com um
análogo de prostaglandina são os métodos mais comumente usados para abortos
de segundo trimestre no Canada, maior parte da Europa, China e Índia,58 ao
contrário dos Estados Unidos, onde 96% dos abortos de segundo trimestre são
realizados cirúrgicamente com dilatação e esvaziamento uterino.67


Aborto cirúrgico ou por procedimentos[editar " editar código-fonte]


Os procedimentos no primeiro trimestre podem geralmente ser realizados
usando anestesia local, enquanto os realizados no segundo trimestre podem
necessitar de sedaçãoou anestesia geral.18


Aspiração uterina a vácuo[editar " editar código-fonte]







Um aborto realizado por aspiração a vácuo com equipamento elétrico em uma
gestação de oito semanas (seis semanas após a fertilização).1: Bolsa
amniótica2: Embrião3: Endométrio4:Espéculo5: Cureta de aspiração6:Saída
para a bomba à vácuo


No procedimento de aspiração uterina a vácuo o médico realiza vácuo no
útero da gestante para remover o feto. São utilizados equipamentos manuais
ou elétricos para a realização do vácuo. Geralmente são realizados em
gestações de até doze semanas (primeiro trimestre).


A aspiração manual intrauterina (AMIU) consiste em uma aspiração cujo vácuo
é criado manualmente utilizando-se uma cânula flexível acoplada a
uma seringa. Foi desenvolvida para ser realizada ambulatorialmente
sem anestesia geral, não necessitando ser realizada em bloco cirúrgico. Não
é necessária a dilatação cervical.


O procedimento também pode ser utilizando um aparelho de vácuo eléctrico.
Neste tipo de aspiração o conteúdo do útero é sugado pelo equipamento.


Ambos os procedimentos são considerados não-cirúrgicos e são realizados em
cerca de dez minutos. São eficazes e seguros, pois apresentam um baixo
risco para a mulher (0,5% de casos de infecção).


Dilatação e curetagem uterina[editar " editar código-fonte]







Figura mostrando como é empregada a técnica da curetagem


Em gestações mais avançadas, nas quais o material a ser removido do útero é
muito volumoso, recorre-se à curetagem. Ao contrário da aspiração uterina à
vácuo, que pode ser realizada em consultórios ou clínicas, a dilatação e
curetagem é um procedimento cirúrgico, devendo ser realizado em um hospital
com bloco cirúrgico. Inicialmente o médico alarga o colo do útero da
paciente com dilatadores, para permitir a passagem da cureta a seguir.
A cureta é um instrumento cirúrgico cortante, em forma de colher, que é
introduzida no útero para realizar a raspagem. Servindo-se da cureta, o
médico retira todo o conteúdo uterino, incluindo o endométrio.


Uma das principais complicações da curetagem é a perfuração uterina causada
pela cureta.


Evita-se a realização da curetagem uterina em gestações com mais de 12-16
semanas sem antes realizar a expulsão fetal.


Dilatação e evacuação[editar " editar código-fonte]


O procedimento de curetagem é aplicável ainda no começo do segundo
trimestre, mas se não for possível terá de recorrer-se a métodos como
a dilatação e evacuação. Neste procedimento o médico promove primeiro a
dilatação cervical (um dia antes).


Na intervenção que é feita sob anestesia é inserido um aparelho cirúrgico
na vagina para cortar o material intra-uterino em pedaços, e retirá-los de
dentro do útero. No final é feita a aspiração. O feto é remontado no
exterior para garantir que não há nenhum pedaço no interior do útero que
poderia levar a infecção séria. Em raríssimas situações (0,17% das IVGs
realizadas nos Estados Unidos em 2000) o feto é removido intacto.


Eliminação ou expulsão fetal (indução do trabalho de parto)[editar " editar
código-fonte]


A eliminação ou expulsão fetal geralmente é reservada para gestações com
mais de doze semanas. Consiste em forçar prematuramente o trabalho de
parto com o uso do análogo de prostaglandina misoprostol. Pode-se associar
o uso de ocitocina ou injeção no líquido amniótico de soluções hipertônicas
com solução salina ou ureia.


Após a expulsão fetal, pode ser necessária a realização de curetagem.


Aborto por esvaziamento craniano intrauterino[editar " editar código-fonte]


O aborto por esvaziamento craniano intrauterino (ECI), também conhecido
como aborto com "nascimento parcial", é uma técnica utilizada para provocar
o aborto quando a gravidez está em estágio avançado, entre 20 e 26 semanas
(cinco meses a seis meses e meio).68 Guiado por ultrassom, o médico segura
a perna do feto com um fórceps, puxa-o para o canal vaginal, e então retira
o feto do útero, com exceção da cabeça.


Faz então uma incisão na nuca, inserindo depois um catéter para sugar o
cérebro do feto e então o retira por inteiro do corpo da mãe. Em alguns
países, essa prática é proibida em todos os casos, sendo
considerada homicídio e punida severamente.69 70 Esta técnica tem sido alvo
de intensas polêmicas nos Estados Unidos.


Em 2003, sua prática foi proibida em todo o país, gerando revoltas de
movimentos pró-aborto.71


Outros métodos[editar " editar código-fonte]


No passado, diversas ervas já foram consideradas portadoras de propriedades
abortivas e foram usadas na medicina popular.72 No entanto, o uso de ervas
com a intenção abortiva pode causar diversos efeitos adversos graves e até
mesmo letais, tanto para a mãe quanto para o feto, e não é recomendado
pelos médicos.73


O aborto, às vezes, é tentado através de trauma no abdômen. O grau da
força, se intensa, pode causar diversas lesões internas graves sem
necessariamente induzir com sucesso a perda fetal.74 No Sudeste da Ásia, há
uma tradição antiga de se tentar o aborto através de forte massagem
abdominal.75


Métodos utilizados em abortos autoinduzidos não seguros incluem o uso
incorreto de misoprostol e a inserção de materiais não cirúrgicos como
agulhas e prendedores de roupas no útero. A utilização destes métodos não
seguros raramente é observada em países desenvolvidos, onde o aborto
cirúrgico é legal e disponível.76


História[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: História do aborto


A história do aborto, segundo a Antropologia, remonta à Antiguidade.


Há evidências que sugerem que, historicamente, dava-se fim à gestação, ou
seja, provocava-se o aborto, utilizando diversos métodos, como ervas
abortivas, o uso de objetos cortantes, a aplicação de pressão abdominal
entre outras técnicas.


Terminologia[editar " editar código-fonte]


A palavra aborto tem sua origem etimológica no latim abortacus, derivado
de aboriri ("perecer"), composto de ab ("distanciamento", "a partir de")
e oriri ("nascer").


Sociedade e cultura[editar " editar código-fonte]


Debate sobre o aborto[editar " editar código-fonte]







Situação jurídica do aborto ao redor do mundo:

Legalizado em todos os casos
Legalizado em caso de estupro, risco de vida, problemas de saúde,
fatores socioeconômicos ou má-formação do feto
Legalizado em caso de estupro, risco de vida, problemas de saúde ou má-
formação do feto
Legalizado em caso de estupro, risco de vida ou problemas de saúde
Legalizado em caso de risco de vida ou problemas de saúde
Proibido em todos os casos
Varia por região
Não há informação

Ver artigo principal: Debate sobre o aborto


 Ver página anexa: Aborto por país


Consequências positivas[editar " editar código-fonte]


Em um estudo polêmico de Steven Levitt da Universidade de Chicago e John
Donohue daUniversidade Yale associa a legalização do aborto com a baixa
da taxa de criminalidade na cidade de Nova Iorque e através dos Estados
Unidos. Tal estudo apresenta, com base em dados de diversas cidades norte-
americanas e com significância estatística, o possível efeito da redução
dos índices de criminalidade onde o aborto é legal. Ainda segundo os
autores, estudos no Canadá e na Austrália apontariam na mesma direção.


O recurso a abortos ilegais, segundo os defensores da legalização,
aumentaria a mortalidade maternal. Tanto a mortalidade quanto outros
problemas de saúde seriam evitados, segundo seus defensores, quando há
acesso a métodos seguros de aborto.


Segundo o Instituto Guttmacher, o aborto induzido ou interrupção voluntária
da gravidez tem um risco de morte para a mulher entre 0,2 a 1,2 em cada 100
mil procedimentos com cobertura legal realizados em países desenvolvidos.
Este valor é mais de dez vezes inferior ao risco de morte da mulher no caso
de continuar a gravidez.


Pelo contrário em países em desenvolvimento em que o aborto é criminalizado
as taxas são centenas de vezes mais altas atingindo 330 mortes por cada 100
mil procedimentos.77 Para o Ministro da Saúde brasileiro, José Gomes
Temporão, defensor da legalização do aborto, a descriminalização do aborto
deveria ser tratada como problema de saúde pública.78


Consequências negativas[editar " editar código-fonte]


Como consequências negativas da legalização do aborto na sociedade, apontam-
se, entre outras: a banalização de sua prática, a disseminação da eugenia,
a submissão a interesses mercadológicos de grupos médicos e empresas
farmacológicas, a diminuição da população, o controle demográfico
internacional, a desvalorização generalizada da vida, o aumento de casos de
síndromes pós-aborto, e, indiretamente, o aumento do número de casos de
DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).79 80 81


Legislação[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: Legislação sobre o aborto


Dependendo do ordenamento jurídico vigente, o aborto do nascituro considera-
se uma conduta penalizada ou despenalizada, atendendo a circunstâncias
específicas.


As situações possíveis vão desde o aborto ser considerado um crime contra
a vida humana, até ao apoio estatal para a sua realização a pedido da
grávida. 82


Meios de comunicação[editar " editar código-fonte]

Ver artigo principal: Aborto nos meios de comunicação


Os assuntos relacionados com o aborto de gravidez ainda são um
grande tabu em boa parte do mundo, sobretudo em países de
maioria religiosa. Os meios de comunicação divulgam posicionamentos e
opiniões variadas sobre a prática. O assunto já foi tema de muitas músicas,
filmes e documentários.


Recentemente Rebecca Gomperts provocou polêmica no Facebook, com a
publicação de um manual de aborto caseiro seguro.83 O Facebook retirou,
entretanto, a imagea imagem que continha informações sobre como praticar o
aborto com segurança - recorrendo a um medicamento com efeito abortivo - em
países onde o aborto é ilegal.84
Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.