Abrir o museu à participação dos jovens: uma tarefa diferenciadora no contexto português de museus de arte fechados em si mesmos

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V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 ABRIR O MUSEU À PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS: UMA TAREFA DIFERENCIADORA NO CONTEXTO PORTUGUÊS DE MUSEUS DE ARTE FECHADOS EM SI MESMOS. OPENING THE MUSEUM TO THE PARTICIPATION OF YOUNG PEOPLE: A DIFFERENTIATING TASK IN THE PORTUGUESE CONTEXT OF ART MUSEUMS CLOSED IN THEMSELVES. Marta Sobral Ornelas Facultad de Bellas Artes - Universidad de Barcelona. Barcelona (España) [email protected]

Resumen: El contexto de enseñanza-aprendizaje de la Educación Artstca en Portugal incluye visitas escolares a museos de arte contemporáneo, que las escuelas proporcionan a sus estudiantes, en el ámbito de las disciplinas artstcas. Así, los profesores de las disciplinas artstcas son los responsables por estas visitas, eligiendo los museos que los jóvenes deben visitar. Sin embargo, la organización de visitas escolares a museos por parte de las escuelas viene mostrando un creciente número de restricciones, sobretodo desde la entrada de la crisis económica y las fuertes medidas de austeridad que en los últmos tres años han dejado las familias con menos recursos económicos. Esto se ha traducido en una disminución de las visitas a museos en determinadas escuelas, sobretodo en aquellas donde hay una población económicamente más desfavorecida. La práctca de visitar museos en familia no es muy común, exactamente porque las desigualdades económicas y sociales en los últmos años han agravado las difcultades en los sectores laborales más precarios. También pasa que, en la opinión de los alumnos, los museos son a menudo aburridos y desconectados con la realidad, por lo cual se tornan poco interesantes y rara vez consttuyen una opción para pasar el tempo libre. Dentro de este escenario, hay espacio y voluntad para abrir algunas ventanas de diferenciación, como es el caso del FAZ 15-25, un programa dirigido a jóvenes entre 15 y 25 años, promovido por la Fundación Arpad Szenes-Vieira da Silva, un museo de arte contemporáneo de pequeña dimensión situado en Lisboa. En este programa, los jóvenes son partcipantes voluntarios y tenen la oportunidad de tomar decisiones, además de llevaren a cabo iniciatvas en el museo, de acuerdo con sus opciones. En

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 este programa, tan diferente de lo que se hace en museos en Portugal, los jóvenes organizan debates, hacen visitas guiadas a otros grupos de jóvenes y agilizan proyectos. Inspirado en programas de museos anglosajones, en este programa todo es construido en una base democrátca, donde los jóvenes se sienten escuchados. En este programa, el museo se convierte en un espacio de partcipación colaboratva. Palabras Clave: visitas escolares; museo; escuela; relación museo-escuela; partcipación colaboratva; FAZ 15-25.

Abstract: The context of teaching and learning in Arts Educaton in Portugal includes school visits to art museums, that schools provide to their students in the feld of the artstc disciplines. The teachers of artstc disciplines are responsible for these visits, by selectng the museums that young people should visit. However, organizing school visits to museums by schools has been showing a growing number of restrictons, especially since the beginning of the economic crisis and all the austerity measures of the last three years that have lef families with less economic resources. This has resulted in a decrease of visits to museums in some schools, especially in those where there is a populaton economically disadvantaged. The practce of visitng museums in family is not very common, because economic and social inequalites in recent years have exacerbated the difcultes in the most precarious employment sectors. It also happens that, in the opinion of students, museums are ofen bored and disconnected with reality, thus become uninterestng and rarely consttute a way to spend free tme. Within this scenario, there is space and willingness to open some windows of diferentaton, as the case of FAZ 15-25, a program aimed at young people between 15 and 25 years old, promoted by the Foundaton Arpad Szenes-Vieira da Silva, an art museum of small dimension, located in Lisbon. In this program, young people, voluntary partcipants, have the opportunity to make decisions and carry out initatves in the museum, according to their choices. In this program, so diferent from what is done in museums in Portugal, young people organize debates, make guided tours to other youth groups and set up projects. Inspired by Anglo museum programs, everything in this program is built on a democratc basis, where young people feel heard. In this program, the museum becomes a space of collaboratve partcipaton. Keywords: Study visits; museum; school; museum-school relatonship; collaboratve partcipaton; FAZ 15-25.

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 ABRIR O MUSEU À PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS: UMA TAREFA DIFERENCIADORA NO CONTEXTO PORTUGUÊS DE MUSEUS DE ARTE FECHADOS EM SI MESMOS. Marta Sobral Ornelas

Introdução O trabalho de investigação que tenho vindo a desenvolver centra-se na relação entre os jovens e os museus de arte contemporânea. Esta relação é quase sempre mediada pela escola, uma vez que visitar museus em família não é uma prática muito comum, pois grande parte das famílias possui cada vez menos recursos económicos, fruto das desigualdades que a crise dos últimos anos e as consequentes medidas de austeridade vieram impor. Como os ingressos e as actividades são pagas na maior parte dos museus, as famílias têm hoje mais dificuldade em fazer este tipo de programa. Assim, é essencialmente a escola que proporciona aos alunos visitas de estudo a museus, uma vez que, em contexto escolar, as visitas podem ter um custo inferior. Os professores de Artes são normalmente quem selecciona o programa de visitas a museus de arte a realizar com as suas turmas. Neste sentido, a investigação que tenho vindo a realizar centra-se bastante nas escolas e utiliza como métodos de recolha de evidências a observação de aulas, a observação de visitas escolares a museus e as entrevistas a estudantes, a professores e também a educadoras de museus, no sentido de compreender, numa perspectiva o mais ampla possível, a relação entre escolas e museus, no contexto português. Pretendo fazer aqui a partilha de alguns dados e conclusões já encontradas, nomeadamente o facto de a crise económica ter dificultado as organização de visitas escolares a museus, já que o transporte é bastante dispendioso. Se o que ocorre é uma diminuição do número de vistas a museus de arte, também acontece, por outro lado, que nem todos os alunos as apreciam, chegando a considerá-las aborrecidas, argumentando que os museus de arte estão muito distantes da realidade deles.

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 Neste panorama, apresentarei uma alternativa de trabalho, um projecto de participação colaborativa, o colectivo FAZ 15-25, que se reúne na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva e que trabalha com a colecção de arte do museu com o mesmo nome. O colectivo é composto por um grupo de jovens entre os 15 e os 25 anos que dinamiza projectos para diversos públicos, nomeadamente também para outros jovens. Visão da escola sobre o museu e do museu sobre a escola As visitas escolares a museus de arte têm sido uma prática recorrente utilizada por grande parte dos professores de Educação Visual no ensino básico. No entanto, muitos estudantes encontram as visitas aborrecidas e desadequadas relativamente aos seus interesses. Professores e alunos crêem que o problema reside no facto de nem sempre os discursos dos museus irem ao encontro das necessidades das escolas (Eça e Ornelas, 2011). Regra geral, os museus tipificam os seus públicos e constroem ideias sobre os comportamentos dos professores e das turmas, que, idealmente, “devem acreditar no que o museu expõe, posicionando-se a partir dos mesmos valores, conhecimentos e expectativas de quem organiza a exposição” (Padró, 2009, p.41). Há desencontros entre o discurso do museu e as necessidades da escola e esta relação é desigual, pois na maior parte dos casos o museu assume uma posição hegemónica perante a submissão da escola às regras e discursos do museu. Estes discursos são apresentados de acordo com práticas modernistas que não permitem o micro-relato (Acaso, 2012), acabando, assim, por não contribuir para o pensamento crítico como meta pedagógica. Raros são os projectos existentes em museus que sejam capazes de ouvir os estudantes, aceitando-os como indivíduos portadores de um discurso válido e consciente. Por outro lado, os museus consideram que os professores têm, numa visão muito fechada, a ideia de que o museu é uma extensão da aula, onde o alunado deve adquirir determinados conhecimentos e o museu deve ser utilizado como apoio ao currículo escolar (Gómez, 2009). Ou seja, os museus consideram que os professores colam demasiado os programas curriculares àquilo que pretendem ver explicado nos museus, em vez de aproveitarem as

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 visitas para proporcionar aos jovens um outro olhar sobre a arte e sobre a contemporaneidade. Muitos professores entram em contacto com os museus para que estes lhes preparem visitas e actividades específicas relacionadas com o currículo escolar, mas poderiam ter em conta que, de acordo com a perspectiva das educadoras de museu, “o professor que leva os alunos ao museu para uma visita [...] não a deve considerar como uma extensão da aula, mas sim uma actividade na qual se pretende uma forma diferente de olhar a arte, de estar e participar na sociedade” (Oliveira, 2010, p.198), pois os museus também têm um programa e objectivos a cumprir, que não são os mesmos das escolas. É de concluir que nestas duas instituições existe uma falta de entendimento, quer da parte das escolas, quer da parte dos museus, sobre o que devem esperar uma da outra, porque o diálogo não é aprofundado, ou nem sequer chega a existir. Desigualdade na relação entre escolas e museus Regra geral, à excepção de projectos pontuais, a escola vai ao museu, mas o museu não vai à escola. Por isso, a relação entre estas duas instituições é, logo à partida, uma relação de poder desnivelada e, portanto, desigual. O museu mostra a sua casa, mas não parece ter interesse em conhecer a casa de quem o visita, porque também a escola crê que nada terá para lhe ensinar. Por outro lado, nas visitas de estudo a museus, a escola arrasta consigo exigências demasiado centradas nos regimes de avaliação dos jovens. Os professores, quando levam as suas turmas a museus, normalmente pedemlhes um trabalho de pesquisa ou o preenchimento de uma ficha, que irá servir para a avaliação dos jovens. Estas estratégias estão muitas vezes desligadas da construção de conhecimento e muito mais se identificam com o controlo da disciplina comportamental: "Se eu não lhes der nada para fazer, não tomam atenção nenhuma à visita", comenta uma professora. É neste sentido que os estudantes tendem a considerar a visita como uma extensão da escola, algo que os aborrece, porque a escola também os aborrece. O museu tem o poder de proporcionar um olhar sobre o mundo que rodeia os estudantes, mas nem sempre está vocacionado para mais do que

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 explicar a história da arte ou o processo criativo do artista, sempre com muitas regras de proibição explicadas antes do início da visita, desde o "não se pode tocar" até ao "não se pode falar alto", passando por muitas outras proibições. Para muitos jovens, os museus são lugares de proibições, que esperam dos visitantes um comportamento-tipo, a representação do visitante ideal (Padró, 2011). Um aluno comenta, depois da visita: "Aquilo é para pessoas mais velhas.". "Porquê?", pergunto. "Não me considero burro, mas os adultos entendem melhor." O museu constrói um discurso expositivo no qual os alunos e, muitas vezes também os professores, não se revêem, pois mostram-lhes fragmentos da história que não conhecem, numa concepção modernista da educação artística (Padró, 2009). As visitas guiadas não são de todo dialógicas. Parece haver uma tentativa, por parte das educadoras de museus, de criar um diálogo com os jovens com lugar à subjectividade, mas o objectivo final é o de os fazer levar a respostas que já estão previamente determinadas. Por exemplo, numa visita escolar a um museu de arte contemporânea, a educadora que conduz a turma pela exposição pergunta se sabem o que é o minimalismo. Uma aluna diz "é feio". A educadora ri-se e diz que o minimalismo é quando o supérfluo sai. Ainda que os comentários sobre a beleza ou fealdade de uma obra possam ser superficiais e pouco argumentados, a subjectividade da aluna que falou foi anulada. Este é um exemplo de como as subjectividades, os micro-relatos criados pelos jovens acabam por não ter espaço no museu. Quando os estudantes acenam com a cabeça porque "compreendem", mesmo que depois discordem, estão a reproduzir o discurso direccionado (Ellsworth, 2005), através de uma prática muito escolar: a educadora de museu fala e os jovens e os professores ouvem, de preferência, em silêncio, respondendo apenas quando se lhes pergunta algo.

Uma lufada de ar fresco: o projecto FAZ 15-25 A importância dada à participação dos jovens na programação dos museus é, em Portugal, ainda um pouco negada, embora estes projectos

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 pontuais possam ser o motor de iniciação a novas práticas, implicando os jovens de forma a que valorizem as áreas culturais e artísticas, atribuindo-lhe um papel emancipador e transformador. Colectivos, plataformas artísticas, serviços educativos, residências, redes e parcerias parecem ser palavras-chave para atrair os jovens aos museus. Os museus devem, então, manifestar interesse numa abertura a novas propostas que considerem, valorizem e integrem o pensamento dos jovens. Assim aconteceu com o FAZ 15-25, um colectivo de jovens entre os 15 e os 25 anos com formação em áreas diversas que estão envolvidos na programação da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, através de uma participação

colaborativa.

Robbins

(1996,

apud

Perez,

2006)

define

participação colaborativa como um "Sistema de significados partilhados que se gera entre os membros de um grupo ou equipa de trabalho. Intenção das partes em resolver um problema." Possibilitando uma flexibilidade no grau de envolvimento de cada membro do colectivo, o FAZ 15-25 tem como objectivo dar oportunidades aos jovens para se implicarem na concepção e prática de actividades que lhes permitam desenvolver competências artísticas, de organização, de comunicação e de empreendedorismo. O colectivo trabalha directamente com profissionais de várias áreas artísticas e convive com os visitantes do museu. Desenvolve ainda redes sociais, blogs e apps, também com o intuito de chamar ao museu outros jovens. Dinamiza visitas guiadas, organiza debates e promove actividades relacionadas com a colecção. A participação dos jovens na programação do museu parece ser uma importante mais-valia do FAZ 15-25. Inspirada nos modelos participativos dos países anglo-saxónicos, a coordenadora deste projecto, Filipa Alves de Sousa, explica-nos a importância de uma metodologia para o programa que implica, por um lado, ter as necessidades e interesses dos jovens como ponto de partida para a programação, e por outro lado, a responsabilização dos membros envolvidos. Refere que o programa tem que ser flexível, aberto e com uma dinâmica social, ao mesmo tempo disciplinado, estruturado e com estratégias bem definidas. O seu papel como coordenadora é ser a mediadora

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 entre o grupo e o Museu. Um dos principais objectivos do projecto é também proporcionar momentos de encontro e conversa informal entre profissionais inspiradores, já que os jovens são muitas vezes movidos por pessoas com histórias reais que quebrem barreiras sociais e hierárquicas e lhes apresentem possibilidades de percursos pessoais e profissionais. O FAZ 15-25 teve a capacidade de desafiar as práticas conservadoras que se levam a cabo nos museus portugueses, tentando criar uma relação entre os jovens e a arte. Alguns dos jovens que participam activamente no FAZ 15-25 encontram a mais-valia do projecto, por exemplo, na possibilidade de trabalhar em grupo, tal como expressaram em entrevista: O FAZ incutiu-me o gosto de trabalhar em equipa, em colectivo. Tudo o que fazemos é em grupo. O trabalho individual é, aqui, um conceito estranho. As experiências, além de contínuas, são intensas e destacam-se pela partilha de conhecimentos e a fluidez das ideias. (Pedro, 25 anos)

Ou também, por exemplo, na possibilidade de partilhar ideias que podem ser desenvolvidas para tornar real uma proposta: "Nós borbulhamos ideias todos os dias. Aqui podemos partilhá-las e ter um espaço para desenvolvê-las, sermos ouvidos e fazermos coisas." (Rebeca, 24 anos)

Ou ainda, na possibilidade de desenvolver competências, como por exemplo, falar para uma assistência através de uma visita guiada: Fazer visitas guiadas no museu foi uma forma de eu perceber que era, de facto, capaz de falar em frente a uma assistência. Isso foi muito importante para mim, perceber que competências é que eu tenho a dar ao grupo e ao Museu, para além daquilo que eu tenho a aprender com colegas de outras áreas." (Inês, 24 anos)

Ou também, na possibilidade de provocar uma mudança no panorama actual dos museus em Portugal, atraindo os jovens:

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 Foi muito bom encontrar pessoas com os mesmos interesses que eu e com vontade de mudar aquilo que são os museus em Portugal actualmente." (Margarida, 22 anos)

"Nós somos um grupo de jovens que quer mudar e dinamizar esta ideia de Museu que há em Portugal e aqui nós temos um sítio onde somos ouvidos e apoiados nas nossas ideias. O Museu acaba por ganhar com isso, já que nós fazemos de tudo para atrair todos os tipos de públicos, principalmente os jovens como nós." (Teresa, 22 anos)

Ou ainda, na possibilidade de contactar pessoalmente com artistas de modo informal e contribuir com trabalho para o museu: "Temos acesso a artistas em conversas informais. [...] damos ideias e fazemos as coisas à nossa maneira. Somos nós que tentamos, ao máximo, contribuir com o nosso trabalho." (Daniela, 17 anos)

"As mais-valias deste projecto são para mim a possibilidade de contactarmos com pessoas que à partida estão muito distantes de nós, como por exemplo artistas, curadores, designers... É muito importante perceber os percursos deles e perceber que nem sempre foram lineares." (Teresa, 24 anos)

Conclusões A relação entre escolas e museus apresenta um desfazamento, um desencontro entre as necessidades e as expectativas de cada uma das partes. Se os museus, na maior parte dos casos, consideram que as escolas se encontram excessivamente voltadas para os currículos, impedindo que os jovens tenham um olhar mais livre e desprendido sobre a arte, as escolas, por seu turno, consideram que os museus falham muitas vezes na qualidade do seu discurso, impositivo e hegemónico, sem lugar à subjectividade. Os jovens, ao sentirem que não têm lugar no discurso do museu, acabam por se desinteressar das visitas escolares e acabam por considerar os museus como locais aborrecidos e cheios de proibições.

V CONGRESO INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN ARTÍSTICA Y VISUAL - HUELVA 2015 Tendo em conta as alterações que se deram nos últimos anos em termos da redução da qualidade de vida das famílias com jovens e do seu poder de compra, as escolas deixaram de conseguir afirmar as suas estratégias de relacionar os jovens com a arte, uma vez que as visitas escolares a museus se tornaram, para muitos, incomportáveis. Em resposta a este vazio na relação entre os jovens e os museus de arte contemporânea, o FAZ 15-25 surge como uma oportunidade de participação colaborativa na qual um grupo de jovens se sente ouvido e tem a possibilidade de realizar projectos dedicados a públicos diversos, incluindo jovens como eles. Este projecto trouxe uma mudança significativa, no panorama português, no entendimento daquilo que pode ser a relação entre os jovens e a arte contemporânea e do que está ao alcance dos museus fazer para ajudar a que esta relação seja justa, equilibrada e participativa. Referencias bibliográficas Acaso, M. (2012). Conferência Internacional Em Nome das Artes ou em Nome dos Públicos?. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 12 Novembro (paper). Eça, T. & Ornelas, M. (2011). Innovatve Teaching For European Museum Strategies: Report From APECV – Portugal. (http://www.anisa.it/items_documents.htm)(16-06-2011) Ellsworth, E. (2005). Posiciones en la Enseñanza. Diferencia, Pedagogía y el Poder de la Direccionalidad. Madrid: Ediciones Akal. Gómez, S. (2009). Un Museo sin Etquetas. In III Congrés d'Educació de les Arts Visuals: per un diàleg entre les arts. Barcelona (paper). Oliveira, G. (2010). Educação nos museus de arte moderna e contemporânea portugueses: um lugar no feminino?. in Semedo Alice; Nascimento, Elisa Noronha (coord.). Actas do I Seminário de Investgação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, Vol. 2. (Pp. 193-206). Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, (http://ler.letras.up.pt/site/default.aspx? qry=id03id1319&sum=sim)(09-11-2010) Padró, C. (2009). Compartendo Momentos de Tránsito: la Investgación Educatva en Museos como un Espacio de Posibilidad Intermedia. In Actas do I Seminário de Investgação m Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola. Vol. 2. (Pp.34-46). Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. (http://ler.letras.up.pt/site/default.aspx?qry=id03id1319&sum=sim)(09-11-2010) Padró, C. (2011). La culpa es del swing o por qué no hablamos de relaciones pedagógicas también en los museos?. In Acaso, María (coord.). Perspectvas: Situación Actual de la Educación en los Museos de Artes Visuales. Madrid/Barcelona: Editorial Ariel. Robbins, S. (1996). Administración. Naucalpan de Juárez. Edo. de México: Prentce-Hall Hispanoamericana, S.A.

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