Acessibilidade na Web: Estudo preliminar dos problemas de usabilidade e tecnologias assistivas disponíveis

May 24, 2017 | Autor: Emilene Zitkus | Categoria: Acessibilidade, Deficiência visual, DEFICIENCIA VISUAL
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Acessibilidade na Web: Estudo preliminar dos problemas de usabilidade e tecnologias assistivas disponíveis Web accessibility: A preliminary study of usability problems and available assistive technologies Ana Lya M. Ferrari Estudante de Graduação, Bolsista Iniciação Científica UNESP 'Universidade Estadual Paulista' - [email protected] Emilene Zitkus Pesquisadora Doutora, Bolsista Pós-Doc do Departamento de Design. UNESP 'Universidade Estadual Paulista' - [email protected] Thais D. Reis Estudante de Graduação, Bolsista Projeto de Extensão UNESP 'Universidade Estadual Paulista' - [email protected] Fausto O. Medola Professor Doutor do Departamento de Design. UNESP 'Universidade Estadual Paulista' – [email protected] Luis C. Paschoarelli Professor Doutor do Departamento de Design. UNESP 'Universidade Estadual Paulista' - [email protected] Palavras chaves: testes com usuários, leitores de tela,deficientes visuais O presente artigo compara os resultados obtidos num estudo preliminar de acessibilidade e usabilidade (avaliando um website destinado à pessoas com deficiências) com as características de alguns leitores de tela disponíveis no mercado. O intuito foi entender quais problemas seriam resolvidos ou minimizados com o uso de outros leitores, possibilitando navegações mais efficientes.

Key-words: user-tests, screen readers, blind people A preliminary web accessibility study was conducted and its results are presented in this paper. They are compared with selected screen readers available in the market. The aim was to understand which problems could be minimised or even solved with certain features available in different assistive technologies, enabling users to access websites more efficiently.

1. Introdução De acordo com o último censo, deficiência visual é a deficiência predominante na população brasileira: 18,6% da população possui algum tipo de déficit visual (IBGE, 2010). Mesmo assim, um grande número de barreiras e desafios são enfrentados no dia-a-dia por indivíduos com problemas de visão. Acesso à informação é um desses desafios, principalmente para aqueles que possuem um grau elevado de deficiência visual e para pessoas cegas. Existem muitas definições sobre acessibilidade na web. Segundo o orgão de referência global, World

Wide Web Consortium (W3C, 2015), acessibilidade na web, de forma geral, pode ser definida como a promoção do acesso, compreensão e interação tanto de conteúdos de websites quanto de serviços disponíveis online, de forma igualitária a todas as pessoas portadoras ou não de necessidades especiais. Nas últimas décadas, a acessibilidade na web para pessoas cegas e com baixa visão, tem sido objeto de estudo, discussão e definições de diretrizes para melhorias (CHIANG et al., 2005). A maior parte desses estudos utilizam ferramentas automatizadas de teste, estudo de diretrizes para o design dos sites, testes com usuários, avaliação de experts ou uma

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combinação desses métodos (ZITKUS et al., 2016; MANKOFF et al., 2005). Entretanto, são poucos os estudos focados na tecnologia assistiva utilizada, ou seja, os leitores de tela. O presente estudo descreve uma investigação preliminar realizada com dois indivíduos cegos com experiência no uso de computador e internet. O foco desse artigo, no entanto, é a discussão sobre os problemas de usabilidade experimentados pelos participantes no acesso de um site de tecnologia assistiva, cujo conteúdo foi preparado para pessoas com diversos tipos de deficiências, inclusive visual. A análise que se segue relaciona tais problemas com alguns leitores de tela que, enquanto produtos de tecnologia assistiva tem o potencial para diminuir ou eliminar algumas barreiras durante a navegação virtual. 2. Fundamentação Teórica 2.1 A importância dos testes com usuários Testes com usuários têm sido uma prática bastante reconhecida para identificação de problemas no design (PETRIE et al. 2007; THEOFANOS e REDISH, 2003; GREEN e JORDAN, 1999; SANFORD et al., 1998). Nesses testes, geralmente, o usuário interage com um dado produto para explorar sua acessibilidade e usabilidade. Algumas variações entre testes com ususários podem ocorrer, por uns serem baseados em observação; outros além da observação, são seguidos de entrevistas ou questionários; e ainda outros serem filmados com o usuário verbalizando o que está sendo feito. Enfim, independente das técnicas seguidas, os testes possibilitam compreender as necessidades dos usuários. A importância da avaliação com usuários é evidenciada no apontamento de problemas que dificilmente seriam identificados por designers, engenheiros ou outros profissionais envolvidos no desenvolvimento de produtos ou serviços. Muitas

vezes por estes saberem demais sobre a funcionalidade do que estão criando (NORMAN, 2013). Além disso, o teste com os usuários possibilita que pessoas envolvidas no design possam ter empatia com os usuários, entendendo suas necessidades e promovendo melhorias nos novos produtos. (ALLSOP et al., 2010; CASSIM e DONG, 2007). Segundo PETRIE et al. (2007), no caso de acessibilidade e usabilidade de websites, pessoas com deficiência visual são as que enfrentam maior dificuldade ao acessarem a Internet. Um indivíduo cego ou com baixa visão acessa a internet com o auxílio de leitores de tela e, para que o acesso seja possível e eficiente, um conjunto de diretrizes no que se refere à acessibilidade e usabilidade de websites deve ser seguida (LEPORINI et al., 2004). 2.2 Tecnologias Assistivas para Acessibilidade em Websites A tecnologia assistiva essencial que permite que usuários cegos acessem o conteúdo disponível online é o leitor de tela. Os leitores são softwares que através de sintetizadores de voz leem o conteúdo da página para o usuário; eles diferem entre si no que se refere às especificações e compatibilidade. Cada leitor de tela possui atalhos nos teclados que são usados para a navegação. Abaixo são descritos diferentes leitores de tela comumente utilizados, sendo alguns disponíveis gratuitamente para download. Foram selecionados cinco leitores que possuem versão no idioma português e são comumente utilizados no Brasil. As especificações apresentadas limitam-se às informações obtidas nos sites dos produtos, considerando que essas sejam relacio-nadas às versões mais recentes de cada software. JAWS (Job Access With Speech) é um leitor de tela bastante popular no mercado. Desenvolvido para plataforma Windows® (Desktop, Laptop ou Tablet) e compatível com Java®, tem compatibilidade com

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pacote Office®, e Adobe Acrobat® (Links, listas, tabelas, gráficos, frames, flash). Possui suporte para aplicativos nativos do Windows, para Skype® e Messenger®, além das seguintes configurações: - Compatibilidade com linha Braille; - OCR (reconhecedor de caracteres ópticos) especialmente para telas inacessíveis, aplicações flash, menus de DVD e PDF inacessíveis; Apesar das boas configurações, o preço do software é alto. Assim como o Jaws, o Virtual Vision também foi desenvolvido para plataforma Windows, com sua última versão otimizada para compatibilidade com o Windows 10, pacote Office® e Skype®. Sua funcionalidade compreende: - Avisos de links durante a leitura de arquivos PDF; - Leitura de descrições de imagem em documentos do Word; - Aviso sonoro ao entrar em campos de formulário; - Detecção de campos de edição não convencionais em browsers; - Comando para informar a duração de bateria em note-books; O Virtual Vision também não é software gratuito. ORCA: leitor de tela desenvolvido para plataforma Linux, que permite acessar OpenOffice, Firefox e Plataforma Java, com as seguintes configurações disponíveis: - leitura de linhas ou células conforme necessidade; - ajuste da quantidade de informações lidas pelo leitor em determinadas situações; - compatibilidade com linha Braille; - anuncio do progresso de download de um conteúdo; - ajuste de tamanho da tela, brilho e contraste; - ajuste da cor do cursor; - grande variedade de teclas de atalho;

Por ser um software gratuitamente disponível para download, ter o código aberto, flexível e extensível, o ORCA tem o potencial para ser mais adaptável que outros leitores de tela. Um exemplo de como expandir o software, é por possibilitar que os usuários possam adicionar, corrigir ou alterar as pronúncias de palavras lidas pelo leitor, aumentando, melhorando e diversificando o conteúdo corretamente lido por esta tecnologia assistiva. DOSVOX: leitor de tela desenvolvido para utilização de vários programas de computador, (Office, por exemplo), por diversos aplicativos que compoem o sistema incluindo o WEBVOX para acesso online, através da plataforma Windows 95 ou superior (SOUZA, 2008, p.50-51). O software permite acessar a internet com as seguintes funções disponíveis: - diferenciação entre títulos principais e secundários da página da web; - identificação, por sinal sonoro, de imagens e links mesmo que estes não possuam 'tags' descritivos; - compatibilidade com linha Braille; - ajuste do tamanho de tela para pessoas com visão reduzida; - leitura simplificada da tela. Por ser um software gratuitamente disponível para download, e ter sido desenvolvido em português (síntese de voz desenvolvida para o português) , o DOSVOX poderia ser o mais facilmente compreendido entre os usuários brasileiros. No entanto, em pesquisas realizadas comparando o software com outros leitores de tela (como Virtual Vision e Jaws) , o DOSVOX não foi considerado o melhor leitor de tela para navegação na internet (SOUZA, 2008). O NVDA é um leitor de tela desenvolvido para a plataforma Windows, incluindo Windows XP e Windows Vista, que permite navegar na Internet com o Mozilla Firefox e acessar aplicativos Java. Possui suporte básico para Microsoft Word e Excel

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e Adobe Reader. As seguintes configurações estão disponíveis: - Habilidade para rodar a partir de qualquer mídia portátil (USB por exemplo) sem a necessidade de instalação; - Instalador falado; - Anúncio automático do texto onde o indicador do mouse estiver e indicação audível opcional da posição do mouse; - Uso de bips para comunicar ao usuário que uma barra de progresso está se movendo e o download acontecendo.

Dois indivíduos, usuários frequentes de computador e da internet, já familiarizados com recursos online por mais de dez anos, participaram voluntariamente do estudo. Ambos deram a permissão para gravar as performances das tarefas. Os testes foram realizados no ambiente de estudo (Lar Escola Santa Luzia para Cegos), onde os participantes estão familiarizados com os computadores, incluindo o teclado e o leitor de tela. Os dois participantes utilizaram o leitor de tela NVDA para completar as atividades.

Para BORODIN et al. (2010) a maior parte dos leitores de tela disponíveis no mercado são muito parecidos e resultam em problemas similares. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar os cinco leitores de tela apresentados e buscar relações entre os principais problemas de acessibilidade e usabilidade enfrentados pelos participantes.

Dois tipos de questionários foram aplicados, um no começo do estudo e outro ao final de cada tarefa. O primeiro formulário destinava-se aos dados pessoais dos participantes, tais como idade, experiência em uso de computadores, familiaridade com uso da internet, frequência de uso, etc. O segundo, aplicado logo após o cumprimento de cada tarefa proposta, procurava analisar a opinião do usuário sobre a acessibilidade e usabilidade do website.

3. Procedimentos Metodológicos 3.1 O teste com usuários Conforme mencionado, pessoas com deficiência visual são os usuários que encontram maior dificuldade durante o uso da web, sendo os mais indicados a apontarem as maiores dificuldades e falhas na usabilidade dos sites (PETRIE et al., 2007; THEOFANOS e REDISH, 2003). Os participantes desse estudo foram contatados através do instituto para pessoas cegas, o Lar Escola Santa Luzia para Cegos, localizado na cidade de Bauru, SP. Inicialmente, os testes foram realizados com intuito de verificar a usabilidade no website do Catálogo Nacional de Produtos de Tecnologia Assistiva (ZITKUS et al., 2016). O estudo foi conduzido de acordo com o Código de Deontologia do Ergonomista Certificado, Norma ERG-BR 1002 (ABERGO, 2003), sendo aplicado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

O teste foi dividido em quatro atividades a serem realizadas, todas propostas de forma a serem completas rapidamente e sem causar constrangimentos ao participantes. A sequência de atividades solicitadas aos participantes foram: 1. Encontrar o Catálogo Digital de Tecnologia Assistiva (CDTA) e seu endereço na web; 2. Dentro do website do CDTA, procurar por produtos de suporte à comunicação e informação na páginal inicial. Dentre os produtos encontrados, o participante deveria eleger o seu de maior interesse e acessar as informações detalhadas sobre o produto; 3. Procurar por dois produtos específicos (baralhos ou impressoras braille) definidos anteriormente pelos pesquisadores e, então, baseando-se nas informações disponíveis, escolher o item de maior interesse; 4. Procurar, na página quatro do CDTA produtos relacionados à deficiência visual e apontar o produto que mais lhe interessar.

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Os princípios da ISO 9241 (2010) foram utilizados para avaliar a efetividade, eficiência e satisfação, e foram medidos a partir do seguinte critério: 1. Efetividade: objetivos alcançados com sucesso; 2. Eficiência: tarefas completadas corretamente levando em consideração o tempo e o grau de dificuldade, medido em números de erros cometidos; 3. Satisfação: respostas ao segundo questionário. 3.2 Catálogo Nacional de Produtos de Tecnologia Assistiva A escolha do CDTA foi pautada no fato de ser este um instrumento público de busca e conhecimento dos dispositivos de tecnologia assistiva em nível nacional. Alguns dos problemas no CDTA podem ser apontados, tais como a descrição insuficiente de alguns produtos; falta de atualização e padronização de algumas das informações; falta de um sistema de filtro de busca, entre outros. As dificuldades apontadas pelos participantes foram comparadas com algumas das características dos leitores de tela, as quais serão discutidas na próxima seção.

1. Gratuidade: se é gratuito em sua versão completa e se o tempo de uso é ilimitado; 2. Código aberto: se permite que o usuário expanda a base de dados do software (esse item não se refere à possibilidade de configurações do leitor de tela); 3. Mídia portátil: pode ser executado a partir de uma entrada USB ou dispositivo de mídia portátil, sem a necessidade de ser instalado; 4. Leitura flexível: permite opções diferenciadas de leitura, seja no sentido de diferenciação de títulos e subtítulos ou leitura de cabeçalhos, bem como aviso de links, tabelas, imagens, mesmo que não contenham descrição, ou também a leitura simplificada do conteúdo da página; 5. Leitura PDF: tem compatibilidade com Adobe Acrobat® para a leitura de arquivos em PDF; 6. Compatibilidade pacote Office®: oferece ao menos suporte básico para programas como Word e Excel; 7. Compatibilidade Flash®: possibilita a leitura de programações em Flash; 8. Leitura em Braille: é compatível com dispositivos de linha Braille; 9. Aviso sonoro ao sair do site: se avisa por meio de sinal auditivo quando o usuário acessa um link que o leva para um website diferente.

4. Resultados A Figura1 indica diferentes características de cinco leitores de tela disponíveis no mercado e bastante conhecidos entre os usuários de computador com deficiências visuais. Essa tabela foi elaborada considerando as características que melhor demonstram versatilidade dos leitores, bem como o envolvimento de aspectos de usabilidade e acessibilidade citados na literatura e em estudos anteriores.

Figura 1. Tabela comparativa dos leitores de tela. (Autoria própria)

Os seguintes aspectos dos software foram analisados:

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4.1 O uso do NVDA e as dificuldades encontradas

acessar um site diferente. Dessa maneira, a navegação se diferencia de acordo com o leitor utilizado.

Os problemas de acessibilidade e usabilidade

encontrados pelos participantes com deficiência visual ocorreram não somente durante a navegação no Website escolhido, mas também na navegação em outros websites, tenha ela ocorrido por engano, ou decorrente de algum link no website. De forma geral, os problemas podem ser divididos entre três tipos: 1. Relacionados à maneira como o website é lido:  Barras de menu que são relidas a cada atualização da página;  Cabeçalho relido a cada atualização da página;  O sentido de leitura dos leitores de tela ocorre de forma diferente da leitura visual, o que pode descontextualizar uma informação;  Não especificação dos links; 2. Incompatibilidade de arquivos ou aplicativos:  Inacessibilidade à informação pela utilização de Adobe Flash®, o que não permitiu a leitura das informações pelo leitor NVDA;  Presença de códigos de segurança e incompatibilidade de leitura;  Utilização de plug-ins incompatíveis com o leitor de tela; 3. Problemas de navegação:  A navegação pelo teclado é mais lenta que a navegação visual;  Mudança para outro site sem aviso, o que levou bastante tempo até ser percebido pelos usuários. Alguns desses problemas são recorrentes em outros estudos de acessibilidade de website para pessoas com deficiência visual (LEPORINI et al., 2004; THEOFANOS e REDISH, 2003). Dentre os problemas encontrados, alguns deles podem ser diretamente relacionados com os leitores de tela, como o sentido de leitura da página, avisos quando se tratar de um link assim como um alerta quando o usuário

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5. Discussão As especificações listadas na Figura1 foram comparadas com os três tipos de problemas encontrados no estudo: 1) Leitura do website: Apesar de todos os leitores de tela especificarem a flexibilidade na leitura, ou seja, a possibilidade de diminuir ou aumentar a quantidade de informações lidas pelo leitor, durante os testes os usuários não comentaram dessas possibilidades de comandos ou configurações. Como mencionado por THEOFANOS e REDISH (2003), alguns usuários não se beneficiam de todas as funcionalidades dos software, limitando o acesso ou encontrando problemas devido a falta de configuração adequada ao uso. 2) Incompatibilidade de arquivos ou aplicativos: Dois dos leitores analisados - JAWS e Virtual Vision - possibilitam a leitura de arquivos PDF e Flash, o que eliminaria alguns dos problemas encontrados pelos usuários. No entanto, tais leitores não são gratuitos, o que pode ser incompatível com o poder aquisitivo dos usuários. Porém, isso não elimina a necessidade de adequação dos websites navegados, como por exemplo o uso de código de segurança, sem a opção de leitura do mesmo. 3) Problemas de navegação: Nenhum dos leitores analisados apresentam em suas especificações algum aviso sonoro que indique a mudança de endereço eletrônico. Todas as vezes em que esse problema ocorreu, ele não foi facilmente percebido, o que demandou tempo e causou frustração ao usuário com a impossibilidade de completar a tarefa desejada. 6. Conclusão Ainda que preliminar, o presente estudo traz contribuições para a compreensão das tecnologias

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assistivas disponíveis para acessibilidade na Web e dos problemas encontrados no uso por pessoas com deficiência visual. No entanto, algumas limitações devem ser apontadas. O pequeno tamanho da amostra (dois usuários com cegueira total) limita a extensão dos achados à população de pessoas com deficiência visual. Ainda, análise feita nesse estudo é baseada nas informações das especificações dos produtos, um melhor entendimento seria possível se diferentes leitores de tela fossem investigados durante seu uso por usuários experientes. Isso permitiria entender a abrangência das funções de cada leitor. Por exemplo, no que se refere à flexibilidade de leitura, somente avaliando o uso seria possível saber o quanto um leitor de fato possibilita a leitura simplificada da tela, pulando barras de menu ou cabeçalho de uma tela já lida. A comparação indicou que apesar das tecnologias assistivas terem características que minimizem a maioria dos problemas - como a leitura de arquivos PDF e Flash, simplificação de leitura, ou aviso sonoro de links - essas ou não estão disponíveis em software gratuitos, ou não são amplamente conhecidas a ponto de serem configuradas pelos usuários, ou são características de versões mais atuais do que aquelas utilizadas pelos participantes do estudo. Além disso, outros problemas - como falta de aviso de mudança de website - deixam espaço para melhorias, possibilitando melhor ajustar tais tecnologias assistivas às necessidades dos usuários. 7. Agradecimentos Este estudo obteve apoio da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

ACESSIBILIDADE LEGAL. Manual Orca: Leitor de Tela para Linux em Ambiente GNOME. Disponível em: Acesso em: 10 maio 2016. ALLSOP, M. et al. The involvement of primary schools in the design of healthcare technology for children. In: LANGDON, P. et al. (Eds.). Designing Inclusive Interactions. London: Springer, 2010. Cap. 20. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. ERG BR 1002: Código de Deontologia do Ergonomista Certificado. Ouro Preto: Minas Gerais, 2003. BORODIN, Y. et al. More than Meets the Eye: A Survey of Screen-Reader Browsing Strategies In: International cross-disciplinary workshop on Web accessibility (W4A), 2010, Proceedings of W4A. Raleigh: New York, 2010. n 13. Disponível em: Acesso em: 16 maio 2016. CASSIM, J.; DONG, H. Empowering Designers and Users: Case Studies from the DBA Inclusive Design Challenge. In: R. COLEMAN, R. et al (Eds.), Design for inclusivity: a practical guide to accessible, innovative and user-centred design (pp. 89-109). New York: Gower. 2007. Cap 7. CHIANG, M.F., et al. Computer and World Wide Web Accessibility by Visually Disabled Patients: Problems and Solutions. Survey of Ophthalmology n.50, p. 394–405, 2005.

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Pessoas com Deficiência. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 2010. ISO9241-210 Ergonomics of human-system interaction - Part 210: Human-centred design for interactive systems. 2010. JAWS. JAWS for Windows Screen Reading Software. Disponível em: . Acesso em: 11 maio, 16. LEPORINI, B; et al. Designing Search Engine User Interfaces for the visually impaired. In: International cross-disciplinary workshop on Web accessibility (W4A), 2004, Proceedings... New York, 2004. p. 57-66. Disponível em: . Acesso: 11 maio, 16. MANKOFF, J.; FAIT, H.; TRAN, T. Is Your Web Page Accessible? A Comparative Study of Methods for Assessing Web Page Accessibility for the Blind. CHI'05 Proceedings... p. 41-50. ACM. New York, 2005. Disponível em: Acesso em: 20 maio 2016. NORMAN, D. A. The design of everyday things. 2.ed. New York: Basic Books, 2002. PETRIE, H.; KHEIR, O. Relationship between accessibility and usability of web sites. In: CHI Conference on Human Factors in Computing Systems, 2007, San Jose. Proceedings…Califórnia, 2007. p. 397–406. Disponível em: . Acesso: 11 maio. 16.

SANFORD, J. A., et al. Consumer participation to inform universal design. Technology and Disability, vol. 9, no. 3, p. 149-162, 1998. TEXTOS técnicos sobre o DOSVOX. Disponível em Acesso em: 20 maio 2016. SOUZA, E.R. Avaliação de Usabilidade do Sistema DOSVOX na Interação de Cegos com a Web. 2008. 161f. Dissertação (Mestrado em Design). Escola Superior de Desenho Industrial. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. THEOFANOS, M.; REDISH, J. Guidelines for Accessible and Usable Web Sites: Observing Users Who Work With Screen Readers. Interactions, vol. 10, p. 36–51, 2003. VIRTUAL VISION. Características do Virtual Vision. Disponível em: . Acesso em: 19 maio. 16. W3C BRASIL. Cartilha de Acessibilidade na Web do W3C Brasil: Fascículo I: Introdução. Disponível em: . Acesso em: 10 maio. 2016. ZITKUS, E., et al. Accessibility and Usability of Websites Intended for People with Disabilities: A preliminary study. In: Universal access in humancomputer interaction: Design, User Experience, and Usability. series Lecture Notes in Computer Science. Springer Berlin Heidelberg (tbp)

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