ACESSO ABERTO E CULTURA HACKER -CRIANDO NO SÉCULO XXI

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ACESSO ABERTO E CULTURA HACKER - APRENDENDO E CRIANDO NO SÉCULO XXI PRISCILLA NORMANDO1

Resumo: O presente trabalho analisa dados preliminares sobre como pessoas estão usando plataformas de acesso aberto para aprender e criar novos conteúdos e habilidades. O argumento principal se concentra em compreender como as interações entre pessoas e pessoas e pessoas e máquinas acontece sob a perspectiva da cultura criada em torno do aprendizado em uma comunidade aberta conectada pela internet. Ainda, busca defender que essas plataformas dependem da cultura e dos valores denominados hacker presentes na comunidade de software livre. Desta forma o software livre além de fomentar quase a infraestrutura para que essas plataformas sejam criadas, também as influencia em seus valores e mecanismos de funcionamento, tornando clara a relação política entre as tecnologias e seu entorno. São utilizados dados de plataformas que funcionam a partir da internet, com seu conteúdo aberto (não necessariamente livre ou em creative commons) e que fomentem algum tipo de interação entre seus usuários, independente da interface proposta: mural, fórum de debates, comentários ao material produzido, revisão por pares, dentre outras. Palavras-chave: Hackerismo; Acesso aberto; Tecnologias livres; Hardware aberto. INTRODUÇÃO A denominada cultura hacker se afamou nas últimas duas décadas a partir da popularização da internet, da criação de tecnologias de compartilhamento e da abertura de códigos tecnológicos. Hackear em última instância virou sinônimo de abrir códigos e fazer coisas colaborativamente, muito embora ainda vigore na mídia mainstream e no imaginário de algumas camadas da população a ideia do hacker como uma espécie de criminoso cibernético. Longe de ser verdade, o ethos vinculado a cultura hacker é produzir as próprias soluções para problemas e fazer muito bem feito aquilo que se propõe a fazer, em seguida, o fazer as coisas de forma colaborativa. O presente trabalho propõe um breve estudo sobre as relações entre a cultura hacker, a construção de tecnologias abertas e a inteligência coletiva que se cria por meio de plataformas na web. Os dados apresentados são oriundos da experiência do grupo Open Source Ecology (OSE), o qual busca construir máquinas industriais funcionais e baratas com todos os seus projetos abertos e colocados na internet por meio de uma plataforma wiki. Assim, os projetos das máquinas podem ser replicados, adaptados e feitos em qualquer parte do globo. Essas adaptações são compartilhadas e as pessoas debatem o que foi feito e como foi feito. 1Universidade de Brasília, [email protected].

Doutoranda

no

Departamento

de

Sociologia,

Brasil.

E-mail:

1

Dessa forma, o trabalho teve como objetivo geral correlacionar e analisar a experiência da OSE como uma experiência de cultura hacker e suas ecologias: open access; construção de tecnologias livres; abertura de código técnico; cultura de não embarreiramento formal para entrada no grupo; compartilhamento e colaboracionismo para coprodução de tecnologias. O empreendimento de realizar essa correlação e análise nos propôs ainda argumentar pela inclusão de conceitos típicos dos estudos de ciência, tecnologia e sociedade nos estudos sobre Internet e suas tecnologias, tais como abertura de código técnico, autogestão, coproducionismo. Entendemos que o estudo de plataformas de acesso aberto e de plataformas de colaboração contribuí para a compreensão do uso da Internet para a produção coletiva de conhecimento, para o aprendizado e aquisição de novas habilidades-expertises e para a construção do que Rifkin (2014) denominou sociedade de custo marginal zero ou sociedade pós-capitalista. O trabalho foi elaborado em duas partes. Primeiro realizou-se um estudo bibliográfico sobre plataformas abertas, produção colaborativa e cultura hacker. Em seguida, procurou-se por plataformas e grupos que utilizam a internet completamente ou parcialmente para a construção de suas tecnologias. Selecionou-se um caso híbrido para que pudéssemos analisar e correlacionar a construção de artefatos e o uso da web para a conexão das pessoas aos projetos propostos. Coletamos os dados da plataforma e os descrevemos em busca de especificar propriedades e características sobre a construção de conhecimento colaborativo. Foi possível, então, levantar aspectos de coprodução e colaboração, além da construção de expertises tanto relacionais como contributivos no uso dessas plataformas. Ainda, constatamos a existência de uma comunidade transfronteiriça engajada na construção de máquinas e na colaboração com outras pessoas para que também possam desenvolver, melhorar ou replicar projetos. REFERENCIAL TEÓRICO A internet, especialmente sua camada web, eram em seu início uma rede para troca de dados ou para demonstração de dados. Com o aprimoramento das tecnologias que a formam, a internet se verteu em uma infraestrutura computacional. Alguns autores chegam a afirmar que ela se verteu em uma super infraestrutura como se fosse quase que um único computador. No entanto, os paradigmas de rede e seus nodos, continuam a valer para a grande rede. Há redes centralizadas, descentralizadas e distribuídas. A priori a web, a camada mais utilizada e visível da internet, foi criada para ser uma rede distribuída de informações e de 2

dados. Sob esse ponto de vista, não haveria uma instância centralizadora e controladora dos dados, mas pares de computadores conectados que se conectam a outros computadores e assim sucessivamente. Assim, cada computador conectado é um nodo em potencial da rede. Um fator que possibilitou que a web se popularizasse e virasse a infraestrutura que é hoje foram as tecnologias da informação e comunicação utilizadas. Majoritariamente, a web “roda” sobre software livre, sobre tecnologias livres. Ainda, as partes de demonstração e, muitas vezes, a parte de computacional estão disponíveis para qualquer usuário de qualquer sistema da web. Basta pedir para o navegador exibir o código e lá ele estará, incluindo as fontes de imagens e mídia. Esse fator permitiu que pessoas das mais variadas origens e formações adequassem seus conhecimentos e utilizassem pedaços de códigos diversos para montarem seus próprios sites. Processo conhecimento como remixar. A web é livre. A maior parte das tecnologias e sistemas utilizados nela são livres. Apesar das máquinas que dão suporte para que essas tecnologias funcionem terem sua arquitetura fechada. As ideias até estão abertas para troca, mas as máquinas ainda são uma caixa preta, em sua grande maioria. Toda a economia, no sentido de relações de troca, que se forma na web e na internet como um todo, sobre dessa contradição. Hackear Outros atores merecem ser reconhecidos como de papel decisivo para a internet e para a web em especial, os denominados hackers. Conhecidos e apresentados como “quebradores de sistema” ou “ladrões” de coisas digitais, essas pessoas construíram novas tecnologias, demonstraram questões e problemas que precisam ser apontados dentro e fora da rede e tem suas práticas fundamentadas em princípios bem estabelecidos dentro de uma “cultura” do faça você mesmo e faça bem-feito para resolver problemas. De acordo com Erickson: A palavra hacking normalmente carrega imagens estigmatizadas de vandalismo eletrônico, espionagem, cabelos arrojados e piercings no corpo. A maior parte das pessoas associam o termo com infrações à lei, e presumem que todos os hackers são criminosos. De fato, há pessoas que usam as técnicas para infringir a lei, mas hacking não é isso. Na verdade, tem mais a ver com seguir as leis do que com quebrá-las. Sua essência é encontrar formas inovadoras de olhar as normas aplicadas em determinadas situações para, em seguida, adotá-las de uma forma inventiva com o objetivo de resolver um problema – qualquer que seja ele (Erickson, 2009, p.8).

Seguindo o raciocínio do autor podemos afirmar que hackear significa seguir as regras do sistema de uma maneira distinta, induzindo a solução criativa de problemas. Essas solução vão desde a diminuir o uso da quantidade de código para resolver o mesmo problema até a mobilização de pessoas em torno de novos paradigmas, criando inclusive movimentos sociais. 3

A exemplo podemos apontar o software livre e as licenças creative commons. Ambos criados para solucionar as questões vinculadas a propriedade intelectual consideradas prejudiciais pelos hackers que as propuseram e ajudaram a criar. Assim, podemos dizer que hackear é solucionar criativamente problemas, olhando para as regras dos sistemas e não negando-as ou as quebrando simplesmente. Esses processos em geral são realizados em rede, de forma coletiva, compartilhada e aberta, mas não necessariamente em grupos únicos e coesos. De acordo com Erickson (2009) uma prática fundamentada em princípios éticos balizados em apreciação da lógica como uma forma de arte, de promoção da livre informação e de construção de novas tecnologias por meio de controvérsias e melhorias contínuas. Wiki e Inteligência Coletiva O desenvolvimento das tecnologias computacionais na web chegou a tecnologias que permitem a construção social do conhecimento ou a construção colaborativa de conhecimento. Essas tecnologias permitem que pessoas possam colaborar na produção de conteúdo por meio da internet. São parte da websocial, um conjunto de tecnologias que permitem às pessoas compartilharem, criarem e interagirem com conteúdos e dados. Uma dessas tecnologias é a wiki. Criadas para elaborar documentação de sistemas e para coletar conhecimento tácito entre colaboradores na construção de uma sistema, utilizam como padrão a criação de um tópico ou artigo ou verbete – qualquer uma das denominações podem ser encontradas em wikis – e a possibilidade de alteração por outros usuários, assim como a discussão e comentários sobre o conteúdo marcado. Esses sistemas utilizam a classificação hierárquica dos colaboradores, permitindo que alguns tenham o poder de reverter alterações, aprovar novas alterações e banir colaboradores. A Wikipedia a qual funciona com o sistema MediaWiki2 é um dos sítios mais acessados da internet. Ugarte (2008) chama essas ferramentas web de contextopédias. De acordo Manso-Rodríguez (2015) com o uso de wikis favorece o desenvolvimento de argumentação sobre um tema ou projeto, o contraste de informações e fontes, avaliar a relevância de dados disponibilizados, facilitar e agilizar a construção e disponibilização de documentos e textos elaborados coletivamente. Ainda, de acordo com a documentação da MediaWiki, é possível processar dados estatísticos, disponibilizar mídias, dentre outras inúmeras possibilidades que podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa que saiba programar um computador.

2 https://www.mediawiki.org/wiki/MediaWiki 4

Sob esses aspectos, pode-se correlacionar as ações de hackerismo e o uso de wikis com atividades de inteligência coletiva de Lévy(2007) e de contexto-produção de Ugarte(2008). Para Lévy, inteligência coletiva é o conjunto de conhecimentos produzidos e distribuídos por meio laços sociais ubíquos, ou seja, estão distribuídos, são variados e constantemente sinérgicos. Se caracteriza não pela ideia de que exista uma identidade única da comunidade que o produz ou compartilha, mas de que é um conjunto da produção de múltiplas singularidades trabalhando em um mesmo objetivo. Para o pensador francês essas comunidades cresceram e se tornaram mais evidentes com a criação de tecnologias da informação e comunicação, após a web especialmente. Assim, o conhecimento e a articulação entre conhecimentos mútuos entre pessoas geograficamente distribuídas. Assim, outros valores para o conhecimento foram sendo construídos, como por exemplo a cooperação de coletivos em torno dos mesmos problemas, criando novas formas de aprendizado e de desenvolvimento de competências ou – para utilizar uma denominação mais vinculadas aos ECTS – expertises. São outras formas de construção e de correlação entre sujeito e objeto. O intelectual coletivo forma, amassa, aplaina, esculpe a imagem de seu saber e de seu mundo, em vez de traduzi-lo discursivamente. (…) Em primeiro lugar, neste caso o próprio Espaço do saber é dinamicamente mapeado, e não só uma parte do universo de referência de uma comunidade. Em segundo lugar, a simplificação não resulta da projeção de um sistema de coordenadas transcendente, mas de uma auto-organização em um plano de imanência. (Lévy, 2009, p.184)

O Espaço de Lévy contrasta com a contextopédia de Ugarte. Para o sociólogo espanhol, a construção de espaços democráticos e descentralizados pode colocar em risco netocracia. Ou seja, colocar em risco a construção das identidades estabelecidas a partir da construção de blogs e da interconexão entre eles. Além disso, a adequação sócio-técnica necessária ao uso de wikis e suas funcionalidades pode impor às pessoas que se engajam nos projetos de construção coletiva barreiras importantes que nada tem que ver com o conteúdo que se intenta construir (Ugarte, 2008). Uma associação de costureiras que deseja colocar seus moldes e a forma como manejam suas máquinas de costura na internet pode acabar desistindo simplesmente por não conseguir manejar a ferramenta web. Artefatos, Tecnologias Livres e Condição Humana As barreiras que os artefatos digitais podem acabar impondo aos humanos podem ser decisivas para o uso ou não de determinadas tecnologias da web. Apesar de construídos e 5

programados por humanos, por vezes artefatos novos colocam a outros humanos da mesma comunidade problemas para a consecução de ações. Mais do que as fronteiras propostas por Collins e Evans(2010) e da diferenciação entre as ações polimórficas e mimeomórficas características da condição humana e das relações humano-máquina, é possível entender que essas fronteiras se refizeram com a concepção da websocial e de técnicas de aprendizado de máquina. Nesse sentido Rifkin(2014), descreve as relações entre humanos e máquinas, especialmente as digitais e conectadas à internet como uma contribuição importante para a construção de uma sociedade de economia colaborativa. A internet das coisas e a colaboração seriam responsáveis pela criação de novos laços humanos e de outras formas convivência humana: a economia do compartilhamento.

METODOLOGIA O trabalho consistiu em uma pesquisa qualitativa de tipos exploratório-descritiva. Primeiro realizou-se um estudo bibliográfico sobre plataformas abertas, produção colaborativa e cultura hacker. Em seguida, procurou-se por plataformas e grupos que utilizam a internet completamente ou parcialmente para a construção de suas tecnologias. Selecionouse um caso híbrido para que pudéssemos analisar e correlacionar a construção de artefatos e o uso da web para a conexão das pessoas aos projetos propostos. Coletamos os dados da plataforma e os descrevemos em busca de especificar propriedades e características sobre a construção de conhecimento colaborativo. Os dados foram coletados desde a segunda semana de janeiro de 2016 até a primeira semana de fevereiro de 2016. Revisamos os dados em maio de 2016. Foram coletados no sítio web

da

plataforma

Open

Source

Ecology

(OSE)

pelo

endereço

. Por esse endereço é possível acessar os dados dos participantes, visitar as ferramentas de produção colaborativa, vídeos, fotos, projetos, mapas e relatos das experiências de construção das máquinas pela comunidade. RESULTADOS Marcin Jakubowski terminou seu doutorado em fusão nuclear e decidiu se tornar agricultor. A experiência com as máquinas industriais, em especial o trator que comprou para 6

sua fazenda, o levou a estudar como essas máquinas funcionavam e a construir suas próprias máquinas. Nas apresentações que faz sobre a experiência descreve que o trator quebrou até que eles estivesse “quebrado”3. Disso ele chegou a conclusão de que nenhum agricultor poderia ter uma vida economicamente sustentável com as máquinas e, especialmente, com os custos que essas máquinas geravam para as fazendas. Iniciou, então, a construção de seu próprio trator, o qual nunca quebrou. Foi então que surgiu a ideia de mapear as máquinas que fazem com que o que ele entende por sociedade moderna existir e criar versões de código aberto dessas mesmas máquinas, deixar os código disponíveis e permitir que as pessoas pudessem fazer as adaptações nelas conforme suas próprias necessidades e recursos. Jakubowski mapeou cinquenta máquinas essenciais, iniciou um grupo para a construção, testes e disponibilização dos esquemas em uma wiki. O projeto que seria apenas para fazendeiros se transformou em algo para a “construção de uma civilização”. O grupo foi crescendo e amadurecendo as máquinas e ganhando a colaboração de pessoas do mundo todo. Batizado com o sugestivo nome de Open Source Ecology - Ecologia de Código Aberto em tradução livre – disponibiliza projetos que “podem construir uma civilização a partir do que pode ser gravado em um simples DVD”. O intento é que máquinas consideradas industriais possam ser montadas por qualquer pessoa ou grupo de pessoas em qualquer lugar do planeta. Logo na primeira página do sítio do projeto esses objetivos são colocados. “Open Source Blueprints for Civilization. Build Yourself.” e “We’re developing open source industrial machines that can be made for a fraction of commercial costs, and sharing our designs online for free. The goal of Open Source Ecology is to create an open source economy – an efficient economy which increases innovation by open collaboration.” Demonstrando que as máquinas são construídas, testadas e depois o código é aberto e deixado on-line e livre. O OSE afirma em seus textos os valores da colaboração aberta e livre, a documentação do trabalho e o compartilhamento do trabalho, mesmo que ainda esteja em andamento ou inacabado. Eles mesmo chamam esses valores de valores de código aberto com referências e inspiração nas ecologias do software livre. Não se afirmam como uma organização sem fins lucrativos, pelo contrário, se afirmam como um negócio disruptivo. As chamadas para participação das pessoas no grupo – envolva-se - é feita por meio de três eixos: desenvolvimento, organização e suporte. Em desenvolvimento é dada a 3 https://www.ted.com/talks/marcin_jakubowski/transcript?language=en 7

possibilidade de que a pessoa desenvolva sua própria máquina, seja fazendo algo novo ou remixando projetos. Para a organização, há a possibilidade de organizar palestras, encontros, trabalhar problemas burocráticos e revisão de artigos na wiki. Em suporte, as pessoas podem colaborar com outras pessoas que estão tendo dificuldades em construir algum dos projetos disponibilizados. O projeto agaria fundos por meio de doações e consultorias. As pessoas que colaboram financeiramente como o grupo são chamadas de True Fans e estavam na casa dos trezentos em 2014. Informações sobre o andamento dos projetos do grupo são atualizadas via blog. Nesse mesmo ambiente é possível verificar a agenda de trabalhos, aquilo que já foi realizado e projetos futuros. Há vídeos, textos, palestras, gráficos e outros materiais que podem dar suporte tanto a pessoas que simplesmente queiram saber o que é o grupo até para aqueles que pretendem começar a construir suas próprias máquinas. Na wiki do OSE é possível encontrar todas as informações sobre o Civilization Starter Kit(CSK), além de outros projetos de máquinas. O CSK é entendido como o principal projeto do OSE, pois consiste em máquinas essenciais para a sobrevivência humana segundo o entendimento dos participantes do grupo. Um segundo grupos de máquinas é denominado Global Village Construction Set, um conjunto de máquinas que soma cinquenta projetos abertos e testados: trator, microcasa, gerador elétrico, turbina eólica, rotor universal, fonte de força, escavador, caminhão, relê, concentrador solar,gasificador, semeadeira, sementeira, scanner 3d, tratorito, serra, monk, power cubo, pulverizador de solo, cortadora a laser, dentre outras. Como forma de ferramentas de comunicação auxiliares, existe uma lista de e-mails, formulário para requisição de conta da wiki, canal de vídeos e outras páginas em redes sociais variadas. A fazenda em que as máquinas são construídas e testadas pelo fundadores do grupos está localizada nos Estados Unidos. Porém, não foi possível aferir o endereço exato da propriedade. Também não foi possível saber quantas pessoas colaboram com o projeto via wiki ou por outros meios. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio da pesquisa foi possível identificar a existência de um grupo que busca trabalhar com a construção de artefatos industriais, abrindo seu código e construir uma base colaborativa de construção por meio do uso de ferramentas da websocial ou web 2.0. Notou8

se a intenção de garantir que o conhecimento sobre a construção de máquinas se torne acessível a qualquer pessoa que fale inglês e tenha acesso à internet. Além dos aspectos intencionais de abrir o código de máquinas industriais, notou-se também a vontade de construir um tipo de plataforma que induza novas relações econômicas por meio da construção coletiva de conhecimento utilizando ferramentas digitais. Essas características ficam mais claras ao constatarmos que o grupo utiliza o vocabulário pertencente tanto ao movimentos de código aberto como o vocabulário típico das startups. No entanto, a efetividade dos projetos do grupo não puderam ser descritas, pois as informações sobre participação não foram encontradas até a última tentativa de coleta de dados. REFERÊNCIAS COLLINS, Harry. A forms das ações: o que os humanos e as máquinas podem fazer. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010. CYRINO, Antonio Pithon et al . Ensino na comunidade e inteligência coletiva: partilhando saberes com o WIKI. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro , v. 36, n. 1, supl. 1,

p.

64-70,

mar.

2012.

Disponível

em

. Acesso em

31

maio 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022012000200009. ERICKSON, Jon. Hacking. São Paulo: Digerati Books, 2009. LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Edições Loyola, 2007. MANSO-RODRIGUEZ, Ramón-Alberto. ¡Leer, comentar, compartir! El fomento de la lectura y las tecnologías sociales. Transinformação, Campinas , v. 27, n. 1, p. 9-19, abr. 2015 . Disponível em . Acessos em 31 maio 2016. http://dx.doi.org/10.1590/0103-37862015000100001.

RIFKIN, Jeremy. The zero marginal cost society: the internet os things, the collaborative commons, and the eclipse of captalism. 1ª ed. St Martin: Palgrave Macmillan, 2014. UGARTE, David. O Poder das Redes. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

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