Acompanhamento Arqueológico: Bacia de Manobra do Terminal de Graneis Sólidos do Porto de Aveiro

August 9, 2017 | Autor: Gerardo Gonçalves | Categoria: Archaeology, Environmental Science, Naval History, Underwater Archaeology, Naval Architecture (History)
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ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO DE DRAGAGENS BACIA DE MANOBRA DO TERMINAL DE GRANÉIS SÓLIDOS DO PORTO DE AVEIRO

Relatório 02 de Janeiro a 28 de Abril de 2006

Gerardo Vidal Gonçalves ARQUEÓLOGO

Índice

Tópico / Assunto

Pag.

Introdução

3

Relação dos participantes

4

Meios utilizados & metodologia aplicada

4

O Navio-draga

6

Duração dos trabalhos de campo

7

Condição do sítio intervencionado antes de iniciados os trabalhos

7

Descrição da estratégia da intervenção

11

Descrição dos trabalhos de campo realizados

13

Actas das reuniões de obra

17

Resultados obtidos e descrição de materiais arqueológicos

20

Conclusões preliminares

29

Bibliografia

31

Imagens, Plantas e Outros Anexos

34

Desenho de materiais arqueológicos

41

Relação dos horários

46

Fotografias das várias fases do trabalho

52

Fotografias de Materiais Arqueológicos

64

Previsão do programa ulterior de trabalhos no caso de relatórios de progresso.

68

Introdução

O património histórico e arqueológico que se encontra um pouco por todo o lado e que, progressivamente, vai preenchendo o mapa do território português face às novas e frequentes descobertas, apresenta, como todos nós sabemos, variadas vertentes. Os registos, identificações e escavações arqueológicas realizadas ao longo de mais de cinco séculos e que desde finais do século XIX e princípios dos século XX teve o seu apogeu, permitiu que se criassem as bases para a introdução de novas perspectivas de análise e metodologias aplicadas, neste caso, à arqueologia como ciência. Desde a aplicação de novos modelos interpretativos, metodologias especializadas para cada caso, intercâmbios de informação, hipóteses explicativas dos vários fenómenos no âmbito da evolução da sociedade e do homem e a introdução das chamadas ciências auxiliares da arqueologia, o percurso que nos leva até aos dias de hoje ilustra o próprio desenvolvimento da ciência arqueológica. As intervenções arqueológicas de emergência em contextos húmidos e subaquáticos evidenciam a vontade cada vez maior na salvaguarda do património arqueológico. Trata-se de um ambiente demasiado complexo o qual implica um programa de logística e organização diversificado. O caso específico do acompanhamento arqueológico de dragagens assume-se como uma evidência do elevado grau de colaboração entre todas as partes envolvidas (empreiteiros, donos de obra e a equipa de arqueologia). O acompanhamento arqueológico de dragagens da Bacia de Manobra do Terminal de Granéis sólidos do Porto de Aveiro, objecto do presente relatório, é uma prova de como as boas relações e a disponibilidade crescente entre as várias partes envolvidas no projecto permitiram o sucesso do mesmo. O património arqueológico subaquático num país cuja costa se manifesta de elevada importância estratégica e com todos os antecedentes ligados à história marítima, evidencia-se de grande importância e merece, a nosso ver, um cuidado muito especial.

RELATÓRIO

1. Relação dos participantes

2. Meios utilizados e metodologia aplicada O acompanhamento arqueológico de dragagens respeitante ao presente relatório teve como principal objectivo salvaguardar quaisquer evidências de vestígios arqueológicos em meios húmidos e subaquáticos. As dragagens realizadas e os condicionalismos das mesmas (organização, dinâmica do terreno ou área, logística e período de execução) fizeram com que os meios utilizados e a organização da equipa sofressem algumas alterações ao longo do trabalho. Procedeu-se à formação de uma equipa de arqueólogos (7) os quais foram organizados em turnos de 8 h. diárias durante os sete dias da semana, até à conclusão dos trabalhos. A orgânica dos turnos para os dias de semana e os dias de fim-de-semana foi a de três arqueólogos para os dias de semana e três arqueólogos para os dias de fim-de-semana em sistema de rotatividade de semana para semana. Contou-se também com o apoio das instalações do CNANS (centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática), em Aveiro, e do funcionário Miguel Aleluia no âmbito da avaliação, conservação e depósito dos materiais recolhidos. Os trabalhos de dragagens tiveram início efectivo no dia 6 de Janeiro de 2006. Com o intuito de optimizar e dinamizar os trabalhos e os resultados obtidos foi programada a instalação de um sistema de vido-vigilância e monitorização (câmara Spectra III SE Séries Dome System) aplicado à zona dos dragados. O sistema de vídeo-vigilância seria assistido por um técnico (Arqueólogo) que controlaria toda a zona dos dragados com o recurso a informação vídeo captada pelo sistema. Contudo, uma repetição do sinal seria enviada para o centro de controlo (CNANS), a partir do

qual seria gerida toda a informação. Este sistema só ficou operacional a partir do dia 18 de Janeiro de 2006. Assim, a organização dos meios utilizador resume-se da seguinte forma:

O sistema de monitorização e vídeo-vigilância foi instalado numa viatura (Nissan Patrol) com um sistema estrutural adaptado (foto 1a & 1b) e permitiu controlar um amplo espectro da área a ser dragada como também as movimentações do naviodraga ao longo de todo o trabalho. A presença do arqueólogo no local das dragagens (zona de dejecção) foi sempre assegurada durante todo o trabalho. Para garantir a presença constante de um arqueólogo no local da dejecção das areias e lodos foram organizados turnos de 8 horas diárias para cada arqueólogo durante todo o projecto.

Foto 1a

Foto 1b

A metodologia aplicada ao acompanhamento arqueológico de dragagens (acompanhamento arqueológico da Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro) teve como principal recurso a observação directa, por parte de arqueólogos, nas zonas de repulsão, dos sedimentos vindos de um navio-draga. As especificidades metodológicas encontram-se resumidas nos seguintes pontos: 1. A observação directa na zona de repulsão, junto às manilhas de repulsão. 2. No caso de se identificar qualquer vestígio isolado de navio, cerâmica, outro, solicitou-se a confirmação das coordenadas do navio-draga. O posicionamento obtido diz respeito à cabeça ou rotor que desloca os sedimentos do leito.

3. Contudo, a observação directa nas manilhas de repulsão foi acompanhada por um sistema, sempre activo, de vídeo-vigilância de alta definição. As imagens vídeo da zona de dejecção/repulsão ficaram gravadas para posterior estudo e análise. 4. Caso se identifiquem vestígios arqueológicos (restos de madeiras pertencentes, presumivelmente, navios/embarcações, cerâmicas e outros) procederse-á a uma ou várias campanhas de mergulho para salvaguardar as possíveis evidências e a sua conservação para futuros estudos. 5. O acompanhamento arqueológico de dragagens será realizado, ininterruptamente, durante as 24 horas diárias. Para este efeito existirão três turnos diários de oito (8) horas repartidos por três arqueólogos/técnicos. Esta orgânica permitiu uma constante observação e controlo da situação dos dragados, repulsão de sedimentos e identificação/coordenação GPS dos vestígios arqueológicos. 6. O contacto directo com o navio-draga permitiu obter, no momento, as coordenadas absolutas de qualquer ponto. O navio-draga: Trata-se de uma draga hidráulica de construção holandesa designada como SLIDERICH 34 (foto 2a), pertença do consórcio Van Oord. É uma draga hidráulica de corte e sucção com uma cabeça de corte ou rotor aspirador com lâminas. A sucção é realizada por meio de um tipo de bocal de aspiração. É com o recurso a jactos de água que o material é desagregado e levado com a água para os tubos de sucção. Este tipo de navios-draga dispõe de um rotor aspirador o qual é equipado com conjuntos de lâminas de corte para desagregar os materiais e sedimentos dragados. O movimento do navio-draga propriamente dito descreve trajectórias em arco para permitir uma dinâmica mais eficaz de trabalho.

Foto 2a

Os dragados são transportados por uma manga flutuante até ao local de dejecção. Existe, no entanto, no interior do complexo de sucção, um filtro que impede

que alguns elementos de dimensões consideráveis (madeira, pedras & outros) cheguem até à zona de dejecção/zona de dragados. O navio-draga Sliderich 34 possui uma potência total instalada de 4.884 KW, uma força de corte de 552 KW e uma profundidade máxima de dragagem de 21metros. Os tubos de sucção possuem um diâmetro máximo de 800 mm.

3. Duração dos trabalhos de campo

4. Condição do sítio intervencionado antes de iniciados os trabalhos O acompanhamento arqueológico de dragagens da Bacia de Manobra do Terminal de Granéis sólidos do Porto de Aveiro foi realizado entre os dias 6 de Janeiro e 28 de Abril de 2006 (primeira fase ou fase das areias). O sítio intervencionado encontra-se localizado na Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, Distrito de Aveiro. A Gafanha da Nazaré é uma freguesia do concelho de Ílhavo (primeiro foral de Ílhavo outorgado por D. Dinis, a 13 de Outubro de 1296) com 15 km2 aprox. Os dados históricos e as investigações feitas apontam para uma ocupação mais acentuada da região das Gafanhas a partir do século XVII. Assim, já no século XVIII, em 1758, apresentava-se como sendo uma povoação com 14 vizinhos ou fogos e 140 pessoas de sacramento. De maneira crescente, durante o século XIX, a região das Gafanhas tornou-se mais populosa devido à emigração de populações vindas dos concelhos de Mira e Vagos. Inicialmente a Gafanha da Nazaré pertencia à freguesia e paróquia de vagos e só em 21 de Março de 1835 passaria a depender, religiosamente, de Ílhavo. Em 31 de Dezembro de 1853 passaria então a pertencer civilmente ao concelho de Ílhavo. Um dos elementos principais no âmbito da dinamização e da própria evolução da região é a Ria de Aveiro. A Ria de Aveiro estende-se, aproximadamente, pelo interior, por 45 km desde Ovar até Mira e apresenta uma largura máxima de 11 km. Numa abordagem simplista a Ria de Aveiro é uma formação hidrográfica derivada do recuo do mar e a formação de cordões litorais. Trata-se então de uma laguna formada a partir do século XV / XVI. A nível hidrográfico, a Ria de Aveiro representa, na sua totalidade, 11000 hectares dos quais 6000 se encontram permanentemente alagados. A formação de quatro canais principais permitiu, em várias épocas, movimentações comerciais diversas. A única comunicação da Ria de Aveiro com o Mar é feita através de um canal que corta o cordão litoral (Barra de S. Jacinto) e que permite, por sua vez, o acesso ao Porto de Aveiro. Localização Geográfica da Área de estudo (coordenadas geográficas recolhidas)

Localização administrativa (Aveiro & Ilhávo)

Ortofotomapa n.º 986

Relativamente à área específica afectada pelas dragagens (foto 3a) trata-se de uma zona composta por uma camada de areia (depósito de dragados recentes) e um nível de turfa compactada, identificada em percursos realizados durante o início dos trabalhos. Esta afirmação assenta na observação directa realizada no local. A camada de areia, segundo informações locais, data dos anos 70/80 do século XX. Ao que parece, esta área foi o local escolhido para o depósito de sedimentos de uma dragagem anterior. A camada de turfa evidencia-se como um horizonte mais antigo. Até ao momento foi impossível determinar qualquer confirmação métrica para a elaboração de um perfil razoável da zona a afectar. Realizou-se, no entanto, uma fotografia de um dos locais da zona a ser dragada que permite ter uma noção parcial do tipo de horizontes presentes (foto 4a).

Foto 3a

Informações transmitidas pelo Centro Nacional de Arqueologia Náutica de Subaquática permitiram concluir que, em local próximo à área afectada pelo presente projecto foram detectados restos de um navio / embarcação, datada do século XV – XVII; RAVG ou Aveiro G. Geologicamente, trata-se de uma área que assenta sobre os arenitos e argilas do senoniano, à beira da transição entre a mancha cretácea e os terrenos modernos do litoral. Os vestígios arqueológicos mais relevantes na zona da Ria de Aveiro descobertos e localizados no interior da laguna são a Ria de Aveiro A, Ria de Aveiro B, Ria de Aveiro C, Ria de Aveiro D, Ria de Aveiro E, Ria de Aveiro F e Ria de Aveiro G. Todos eles atestam uma forte presença marítima de Aveiro na economia medieval/moderna portuguesa.

Carta Militar de Portugal 1:25000 / Localização do sítio.

Foto 4a - Corte estratigráfico parcial da zona afectada e foto

A foto 4a (Esquema redesenhado a partir da publicação CNANS, fig. 36 (RODRIGO, 2002) e fotografia da zona a dragar) ilustra de maneira simples a realidade sedimentar da zona a afectar pelos trabalhos de dragagens.

5. Descrição da estratégia da intervenção O acompanhamento arqueológico da Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro, seguidamente designada por BMTGSPA, estava programado para ter início no dia 2 de Janeiro de 2006. No entanto, devido a questões práticas, os trabalhos de campo só tiveram início no dia 6 de Janeiro de 2006, data do início das dragagens. As áreas de actuação da equipa de arqueologia são três: A zona dos dragados, o navio-draga e as instalações de Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS) no Concelho de Ílhavo, Distrito de Aveiro. No âmbito do projecto de arqueologia (acompanhamento arqueológico) foi necessário estabelecer um programa de logística para toda a equipa de arqueologia, para o efeito, no dia 4 de Janeiro de 2006 procedeu-se a uma visita à zona dos dragados e à embarcação que seria utilizada para efeitos de dragagens (navio-draga). Esta deslocação permitiu estabelecer critérios para calendarizar e organizar os trabalhos de maneira a obter os melhores resultados. No dia 5 de Janeiro de 2006 os membros da equipa de arqueologia procederam a uma acção de formação em Higiene e Segurança no Trabalho (PPS), leccionada pelo comandante Andrade Santos (Administração do Porto de Aveiro), na sede da APA, seguida de uma visita aos locais de trabalho. Os trabalhos de dragagem decorrem, ininterruptamente, durante 24h. Assim, a organização das equipas e dos turnos tem como base horários de trabalho de 8h. para cada equipa, em sistema de rotatividade de turnos de semana para semana. Formouse assim uma equipa de três arqueólogos para os dias de semana e três arqueólogos para os fins-de-semana. O acompanhamento arqueológico realizado teve um carácter presencial. Isto é, durante os períodos de dragagens esteve sempre assegurada a presença de um ou mais arqueólogos, dependendo das frentes de obra, até à conclusão dos trabalhos.

Fig.1

O sitema de vídeo vigilância (fig.1) permaneceu, na medida das possibilidades (problemas de alimentação eléctrica, situações complexas no que toca à segurança no

trabalho, taludes de difícil acesso, etc.), sempre em funcionamento e o sinal de vídeo foi recolhido e armazenado no centro de controlo localizado nas instalações do CNANS (Armazém 48 do Porto de Pesca Costeira, Gafanha da Nazaré, Ílhavo). A identificação de quaisquer elementos de valor histórico / arqueológico, no âmbito das dragagens, foi rigorosamente avaliada não só por toda a equipa de arqueologia como também por elementos do CNANS (Miguel Aleluia). Este facto permitiu garantir a médio e longo prazo uma maior concentração de esforços no âmbito da salvaguarda do património identificado. Todos os vestígios considerados relevantes foram coordenados por GPS num trabalho conjunto da equipa de arqueologia e o consórcio DRAVO S.A (Navio-draga).

6. Descrição dos trabalhos de campo realizados Como já foi referido em parágrafos anteriores os trabalhos de acompanhamento tiveram início no dia 6 de Janeiro de 2006, pelas 12h. No início dos trabalhos foram organizadas equipas de dois ou três arqueólogos numa fase de adaptação a qual durou aproximadamente cinco a seis dias. O programa de dragagens estabelecido pelo dono de obra (APA – Administração do Porto de Aveiro) implicou uma primeira fase (Fase A) de dragagens que iria até ao 4/5 Metros de profundidade e uma segunda fase (Fase B) que iria até aos 12 metros (a partir do dia 12 de Março de 2006 aprox.) e a consequente regularização do leito da bacia de manobra. Tendo em conta que a fase mais crítica parecia ser a fase B devido a que a profundidade afectaria alguns lodos pertencentes a possíveis paleocanais, locais de depósito prováveis de embarcações medievais e modernas, o cuidado, nesta fase, foi redobrado. Os trabalhos de dragagens e o consequente acompanhamento arqueológico foram realizados em função dos critérios organizativos e dos planos de dragagens do dono de obra (APA) e do consórcio DRAVO S.A. As movimentações do navio-draga foram sempre acompanhados pelos arqueólogos no terreno e pelo arqueólogo responsável pela vídeo-vigilância (arqueólogo coordenador). Na sequência do acompanhamento arqueológico de obra foram identificados e recolhidos vários elementos de interesse arqueológico. No entanto, após uma avaliação mais cuidada, do conjunto de elementos, sobretudo madeiras, foram seleccionados os que efectivamente apresentavam características relevantes. A seguir apresenta-se um quadro com os elementos recolhidos, as coordenadas, a data da recolha e algumas observações pertinentes:

Na sequência do aparecimento de cada uma das peças optou-se por manter a continuidade do plano de dragagens, isto é, não proceder à solicitação da paralisação das dragagens devido ao facto de se tratarem, na maior parte dos casos, de peças isoladas e dispersas. Atendendo a que algumas das peças apresentavam elementos de relativa importância, ou seja, fragmentos de cavernas, peças com entalhe para possíveis quilhas, orifícios destinados a cavilhas de madeira, etc., a atenção, na fase da identificação o cuidado e a dinâmica de alerta manifestou-se redobrada. Os trabalhos foram inteiramente acompanhados pela delegação regional do CNANS em Aveiro, na pessoa de Miguel Aleluia e, numa primeira fase, Ricardo Rodrigo, ambos funcionários do Centro de Arqueologia Náutica e Subaquática. Contrariamente ao esperado a maior parte dos vestígios arqueológicos foram identificados na fase A do plano de dragagens. Isto é, na fase de menor profundidade atingida. No entanto e como se pode verificar pelo índice de profundidade obtido em cada uma das peças identificadas, a batimetria das dragagens ilustra que, na maior parte dos casos, os 4/5 metros de profundidade relativos à fase A não foram absolutamente respeitados. Este facto deriva, presumivelmente, da dificuldade em controlar a cota atingida pelo rotor da draga ou das próprias irregularidades do leito da bacia.

Os antecedentes do sítio (Bacia de manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro) e as informações transmitidas pelo Centro de Arqueologia Náutica e Subaquática relativamente ao sítio Ria de Aveiro G ou RAVG e RAVF (fig. 2) permitiram elaborar um plano de zonas ou áreas de risco dentro da bacia de manobra, tanto a nível batimétrico como a nível espacial. O sítio RAVG (fig. 3) foi identificado, mais ou menos à cota de -11 metros de profundidade no âmbito de dragagens anteriores (2004).

Fig. 2 – Ria de Aveiro G (localização aproximada dos principais vestígios)

Fig. 3 – Ria de Aveiro F

A zona de dejecção identificada na figura 4 apresentou, ao longo de todo o trabalho, condições de operacionalidade várias. Os períodos de acompanhamento nocturnos assumiram-se um tanto problemáticos. Os trabalhos de acompanhamento dos turnos da noite ficaram prejudicados sobretudo devido à fraca iluminação. No entanto, o sistema de monitorização dispunha de um modo de visão nocturna que, em alguns casos específicos, permeou a visibilidade e a orientação do arqueólogo de campo. As dificuldades sentidas também dizem respeito ao mau tempo (precipitações elevadas) que, devido aos condicionalismos do sistema de vigilância, ou seja, as gotículas na semiesfera protectora da lente, dificultava a operacionalidade do sistema. Nos casos específicos referidos o arqueólogo procedeu sempre que possível a uma avaliação redobrada da situação. Nos em que se verificaram, por alteração dos planos de dragagens, mais do que uma frente de dejecção a equipa de arqueologia e os turnos foram alterados. Por cada manilha de dejecção esteve sempre presente um arqueólogo. No decorrer da obra esta situação verificou-se no período compreendido entre o dia 2 e o dia 5 de Fevereiro de 2006.

Fig. 4

O quadro seguinte ilustra, de maneira sucinta, as fases mais importantes na organização da equipa:

No dia 27 de Fevereiro de 2006 como consequência da identificação de um elevado número de fragmentos de madeira na zona de dejecção procedeu-se, com o auxílio do CNANS, a uma verificação com o recurso a um sonar de varrimento lateral de um conjunto de pontos coordenados (fig.5) os quais correspondiam, aproximadamente, aos vestígios de madeira recolhidos. Para efeitos de verificação foi solicitado a Administração do Porto de Aveiro que informasse o consorcio DRAVO S.A. que as verificações iriam ser realizadas na área das dragagens. Por motivos de segurança o navio-draga teria de ser informado da entrada na zona de dragagens (Bacia de manobra) da embarcação ARIANE, do CNANS. Após as verificações realizadas nenhum dos pontos nem as suas proximidades evidenciaram quaisquer relevâncias. As imagens de sonar não mostraram elementos significativos e os trabalhos de dragagens continuaram como tinha sido programado.

Na sequência destas verificações procedeu-se também a um conjunto de verificações realizadas na zona do sítio RAVG, devido ao facto de os trabalhos de dragagens virem a afectar esta e outras ares próximas nos dias seguintes. Após as verificações por mergulho, realizadas por Miguel Aleluia e a equipa de mergulho, nada se assinalou de relevante. Assim, no dia 17 de Março ficou estabelecido em acta de reunião de obra que os trabalhos de dragagens poderiam continuar naquela zona.

Fig. 5 – Pontos para verificação

Os trabalhos de dragagens, em termos volumétricos, ilustram-se no seguinte quadro. Desde o início dos trabalhos, no dia 6 de Janeiro de 2006, até à conclusão dos mesmos a componente volumétrica de areias e alguns lodos dragadas foi de 4,55 milhões de metros2.

ACTAS DE REUNIÕES DE OBRA

7. Resultados obtidos e descrição de materiais arqueológicos

As dragagens efectuadas no âmbito do presente relatório puseram a descoberto alguns elementos importantes de cariz histórico / arqueológico. A Ria de Aveiro transformou-se, ao longo de toda a sua existência, num local de depósito constante de materiais arqueológicos. A diversidade de acontecimentos históricos e os condicionalismos geográficos que tornaram a Ria de Aveiro e os sues principais canais alvos do interesse fizeram com que a mesma se tornasse, como evidenciam os vestígios arqueológicos identificados até à data, local de depósito de impostantes vestígio arqueológicos. Os materiais recolhidos durante os trabalhos de acompanhamento arqueológico resumem-se a oito peças. No entanto, como já foi referido anteriormente neste relatório, recolheram-se no local da dejecção um outro conjunto de elementos, sobretudo madeiras, que, após análises realizadas com o auxílio do CNANS (Miguel Aleluia), não se tratava de nenhum elemento relevente. Passamos a fazer uma descrição pormenorizada de cada um dos vestígios recolhidos e juntamos à mesma algumas informações específicas de cariz contextual e arqueográfico.

AADTGSPA / 1: (Fig. 1_A) Trata-se de um fragmento de madeira de carvalho alongado com vestígios de arqueamento (formação de um arco de aproximadamente 50º). A peça apresenta dois orifícios ainda visíveis de 23 a 24,5 mm. Os orifícios presumivelmente pertencem a locais de colocação de cavilhas de madeira. Esta afirmação assenta no facto de num dos orifícios ainda permanecer presente, na altura da recolha, uma das cavilhas de madeira (fig.6).

Fig. 6

O arqueamento da peça e a disposição dos orifícios fazem antever que a peça pode corresponder a um fragmento de caverna ou braço de caverna. No entanto, as diminutas dimensões da peça e o estado de conservação da mesma não permitem chegar a uma conclusão definitiva.

A peça apresenta uma largura máxima de 49,08 com e uma espessura máxima, na zona mesial, de 9,56 cm. O contexto da recolha (zona anteriormente dragada) e o não aparecimento de mais elementos significativos associados à peça fazem antever tratar-se de um objecto isolado, aparentemente, produto de dragagens anteriores. No entanto, trata-se de um elemento de navio, possivelmente, uma embarcação de cronologia medieval/moderna como atestam as cavilhas de madeira, utilizadas em época medieval/moderna. Trabalhos anteriores realizados pelo CNANS ilustram esta realidade.

As características específicas do local da recolha, os danos sofridos pela peça no âmbito das dragagens e os condicionalismos do trabalho em si não permitiram tirar mais conclusões sobre esta peça. No entanto, o número de vestígios identificados permite concluir tratar-se de um local (Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro) de importância arqueológica.

AADTGSPA / 2: (Fig. 1_B) Trata-se de um fragmento de madeira, presumivelmente carvalho, ligeiramente alongado e estreito sem arqueamento. A peça destaca-se pela presença de três semiconcavidades alongadas pertencentes a orifícios de cavilhas de madeira (fig.7).

Fig. 7

A peça apresenta 3 orifícios distanciados numa média de 10 cm e com uma circunferência com 26 a 27 mm de diâmetro. Não se trata de uma caverna ou de um braço de caverna devido ao facto de a peça não apresentar nenhuma evidência de arqueamento. No entanto, o estado de conservação da mesma e as suas dimensões não permite garantir completamente esta afirmação. O fragmento de madeira apresenta uma altura máxima de 11,83 cm, uma largura máxima de 52,75 cm e uma espessura média de 9,3 cm. O fragmento de madeira foi identificado e localizado por coordenadas GPS aproximadamente no centro da bacia de manobra.

Numa primeira abordagem metodológica e pelas evidências presentes no fragmento podemos considerar fortes probabilidades de se tratar de um fragmento de quilha ou sobrequilha. No entanto, as especificidades da peça, o tempo de execução da obra e do presente relatório não permitem estudos mais avançados sobre este fragmento. AADTGSPA / 3: (Fig. 1_C) O fragmento AADTGSPA / 3 apresenta-se como um dos mais afectados pelos trabalhos de dragagens. Apresenta três orifícios destinados à colocação de cavilhas de madeira, em dos quais ainda se encontra uma cavilha presente (fig.8). O diâmetro dos orifícios vais desde os 11mm, os 24mm e os 20 mm (fig. )

Fig. 8

A peça apresenta uma Largura máxima de 55, 82 cm, uma altura de 9,2 cm e uma espessura média de 8,3 cm. O distanciamento entre cavilhas ronda os 150 mm. Optou-se por não retirar as cavilhas de madeira põe motivos de conservação e para posterior estudo. A peça foi identificada muito próxima do sítio do achado identificado com a referência AADTGSPA / 1, à profundidade de 12,42 m

O fragmento encontra-se seccionado mais ou menos na parte mesial mas ainda conserva evidências suficientes para o considerar um elemento em consideração no âmbito de futuras investigações. As dimensões e o estado degradado da peça não permitem mais do que uma avaliação métrica e contextual.

AADTGSPA / 4: (Fig. 1_D) Trata-se de um fragmento de caverna com entalhe para a colocação da quilha e dois orifícios nas extremidades destinados à colocação de cavilhas de madeira. É a peça mais bem conservada e a que apresenta indícios evidentes de ter pertencido a um navio de cronologia moderna. O fragmento de caverna simples apresenta uma largura máxima de 57, 19 cm, uma espessura média de 11 cm e uma altura de 19,82 cm. Os orifícios referidos no parágrafo anterior apresentam um diâmetro de 17 mm e 27 mm cada e formam um ângulo entre os alinhamentos de cada um de 32º. O entalhe para a colocação da quilha apresenta uma altura de 66 mm e uma largura de 52 mm (fig. 9). Também foi possível determinar o ângulo formado pelo arqueamento da caverna e o mesmo é de 80 º. O fragmento de caverna, cujo suporte é carvalho, manifesta-se como sendo uma peça relativamente importante no âmbito da arquitectura naval portuguesa. Apesar das

suas dimensões reduzidas será possível, com estudos mais avançados e que não se enquadram no âmbito e definições do presente relatório.

Fig. 9 – vista parcial da zona inferior da caverna AADTGSPA / 4

O fragmento em estudo foi identificado mais ou menos no na zona central da bacia de manobra, muito próximo dos fragmentos AADTGSPA / 6 e AADTGSPA / 5. A cota no momento da recolha é de -12,18 metros.

AADTGSPA / 5: (Fig. 1_E) Trata-se de uma peça disforme, tal vez a mais disforme de todo o conjunto. Identificada e recolhida a 9 de Fevereiro de 2006, a peça apresenta dois orifícios para colocação de cavilhas de madeira (fig. 10) com um afastamento aproximado de 35,82 cm. Cada um dos orifícios apresenta um diâmetro que vais entre os 33 e 18, mm. A

altura máxima do fragmento é de 16,91 cm e a largura máxima é de 66,78 cm. As medições realizadas ainda forneceram um ângulo formado por um ligeiro arco de 56º. Este ângulo não deve ser considerado como fundamental devido ao estado de conservação da peça e a dificuldade em avaliar a veracidade desta medição. Fica sim assente que se trata de uma informação resultante de um processo metodológico única e exclusivamente.

Fig. 10

A peça AADTGSPA / 5 apresenta um perímetro alongado e esguio. A proximidade relativamente a outras peças é evidente (ver quadro de coordenadas), no entanto, na sequência da identificação realizada não se observaram mais vestígios associados. Este facto leva a crer que pode tratar-se de um achado isolado, produto de trabalhos anteriores de dragagens ou de depósitos realizados em alturas recuadas.

AADTGSPA / 6: (Fig. 1_F) Os trabalhos de dragagens puseram a descoberto alguns vestígios importantes, no entanto, este conjunto de achados carece de elementos suficientemente definidos para caracterizar morfológica e tipologicamente as peças. Até agora temos um único fragmento de caverna (AADTGSPA / 4). Contudo, a peça AADTGSPA / 6 que aqui descrevemos apresenta um possível entalhe para a colocação da quilha (fig. 11). Trata-se de um fragmento de madeira (carvalho) alongado com dois orifícios muito deformados destinados a cavilhas de madeira. A disposição dos orifícios dista um do outro de aproximadamente 30 cm e o diâmetro médio de aproximadamente 39 mm. A largura máxima da peça é de 53,9 cm. As medições realizadas deixaram antever um ângulo formado pelo ligeiro arco da peça de 40º. Como já foi referido este e outros ângulos não podem ser considerados relevantes para a arqueografia da peça devido às condições de conservação e à própria dimensão da peça. Verificou-se ainda que um dos orifícios conserva a cavilha de madeira correspondente. Procedeu-se à preservação da cavilha in situ relativamente à peça por motivos de conservação e para posterior estudo. Como aconteceu com vestígios anteriores AADTGSPA / 3, AADTGSPA / 5 e AADTGSPA / 1 as cavilhas de madeira permanecem nas respectivas peças.

Fig.11 – AADTGSPA / 6

AADTGSPA / 7: (Fig. 1_G) Trata-se de um fragmento de Madeira com aproximadamente 46 cm de largura e com um único orifício para colocação de cavilha de madeira (fig. 12). É uma peça de configuração simples e cujos elementos são insuficientes para realizar uma catalogação tipológica segura. A peça apresenta uma altura máxima de 8,5 cm o único orifício de cavilha de madeira apresenta forma cilíndrica e um diâmetro de 20 mm. O fragmento apresenta um ângulo de 23º A peça foi identificada, por coordenadas GPS, no centro da bacia de manobra, muito próxima das peças AADTGSPA / 4, AADTGSPA / 5 e AADTGSPA / 2.

Fig.12 – Orifício p/ cavilha de madeira

AADTGSPA / 8: (Fig. 1_J) Trata-se de um fragmento de madeira cujas especificidades determinam, da mesma maneira que os anteriores, uma importância relevante no presente relatório, produto dos trabalhos de acompanhamento arqueológico realizados na Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro.

O fragmento apresenta um nível de desgaste e destruição elevado, no entanto, foi possível retirar algumas informações importantes. A peça apresenta um único orifício para colocação de cavilha de madeira (fig. 13) cujo diâmetro aproximado é de 17 mm. O orifício localiza-se numa das extremidades da peça, afastado 13 cm do que parece ser um entalhe para colocação de quilha. O fragmento apresenta um arco muito ligeiro que ronda os 9º. A largura máxima da peça é de 40,3 cm e a altura de 9,7 cm. Na zona mesial da peça a espessura ronda os 8,5 cm. Trata-se de um fragmento, possivelmente de uma caverna, localizado na extremidade Oeste da Bacia de Manobra, à cota de -11,9 metros e foi recolhido durante os trabalhos de dragagem de areias.O fragmento ainda conserva um cavilha de madeira como ilustra a (fig. 13).

Fig. 13

8. Conclusões preliminares Os trabalhos de Dragagens realizados no âmbito do presente relatório puseram a descoberto 8 peças arqueológicas no que toca à arqueologia naval portuguesa ou, a nível mais geral, arqueologia subaquática. O conjunto apresenta características específicas já referidas na avaliação e descrição individual, no entanto, a totalidade dos achados foi identificada num dos piores empreendimentos para garantir a sua conservação. A dragagem da Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos foi, como é de esperar, altamente destrutiva. Contudo, graças à vontade de todas as partes envolvidas, especificamente a Administração do Porto de Aveiro, conseguiu-se criar um cenário muito satisfatório para os trabalhos de acompanhamento e como consequência para a identificação e salvaguarda do máximo de vestígios arqueológicos possível. Os achados identificados não são suficientes para realizar um trabalho estatisticamente objectivo, não são suficientes para evidenciar provas concretas e científicas da realidade histórico-marítima no âmbito da laguna de Aveiro e tampouco são suficientes para ilustrar a realidade histórico-naval portuguesa. No entanto, são sim suficientes para organizar um contributo no âmbito das investigações nesta área. São também suficientes para garantir que o espaço hoje em dia pertencente, administrativamente, à APA (Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro) foram, no passado, locais de passagem de navios e embarcações dos quais hoje sabemos muito pouco. De entre as peças identificadas contam-se 6 possíveis fragmentos de caverna (AADTGSPA / 1, AADTGSPA / 4, AADTGSPA / 5, AADTGSPA / 6, AADTGSPA / 7e AADTGSPA / 8) todos com orifícios para colocação de cavilhas de madeira. O estado de conservação da maior parte dos achados não permite garantir esta afirmação, no entanto, o arco formado em todas elas evidencia esta possível realidade. Trata-se de fragmentos de madeira, sobretudo carvalho, que apresentam fortes inícios de terem pertencido a algum tipo de embarcação nalguns casos tradicional. As datas absolutas ou mesmo relativas para cada uma destas peças manifestam-se de difícil acesso devido a vários factores que enumeramos a seguir: 1. Impossibilidade financeira para realizar datações pelo método do radiocarbono. 2. Problemática ainda presente nas condições específicas no âmbito de datações pelo método do radiocarbono para objectos e artefactos recolhidos em ambientes de aluvião, bacias sedimentares, leitos e meios húmidos e subaquáticos sujeitos a grandes alterações climáticas e eólicas, como parece ser o caso. 3. Fraca qualidade e quantidade de achados relevantes e insuficiência de contextos arqueológicos seguros. 4. No que toca a cronologias relativas a análise das peças não permite avaliar com rigor a sequência tipológica devido a factores como a pequena dimensão dos achados identificados e a falta de elementos (estudos realizados) de comparação ainda disponíveis.

O acompanhamento arqueológico de dragagens realizado permitiu criar algumas bases para a realização deste tipo de trabalho. Trata-se de um trabalho desgastante e contínuo cujo sucesso assenta na boa organização da equipa e na capacidade individual de cada um dos membros.

Bibliografia

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IMAGENS, PLANTAS E OUTROS ANEXOS

Planta geral do sítio, com indicação dos achados identificados

Planta geral do sítio com localização dos vestígios identificados

Mapas gerais do sítio e das zonas intervencionadas, ilustrando as diferentes fases de trabalho

Área dragada durante o mês de Janeiro de 2006

Área dragada durante o mês de Fevereiro de 2006

Área dragada durante o mês de Março de 2006

Área dragada durante o mês de Abril de 2006

Desenho de materiais arqueológicos

Fig. 1_A

Fig. 1_B

Fig. 1_C

Fig. 1_D

Fig. 1_E

Fig. 1_F

Fig. 1_G

Fig. 1_J

Relação dos horários

Fotografias das várias fases do trabalho

Foto 1 – Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (Ílhavo,Aveiro)

Foto 2 - Visita de reconhecimento ao interior da draga Slidrich 34

Foto 3 – Monitor no interior da draga SLIDERICH 34, para captação de coordenadas GPS

Foto 4 – Embarcação de transporte para acesso à draga (DRAVO S.A.)

Foto 5 - SLIDERICH 34

Foto 6 – Manilhas de repulsão/dejecção

Foto 7 – Manilha de Dejecção durante os trabalhos

Foto 8 – Pormenor da manilha

Foto 9 – Manilha de repulsão ilustrando a força que se exerce durante as descargas

Foto 10 – Acompanhamento arqueológico de obra

Foto 11 – Trabalhos de acompanhamento nocturnos

Foto 12 – cabos de sustentação do rotor e da broca (SLIDERICH 34)

Foto 13 – Trabalhos de acompanhamento durante os turnos da noite

Foto 14 – Instalação do sistema de vídeo-vigilância na viatura Nissan Patrol

Foto 15 – Instalação da câmara de vídeo vigilância

Foto 16 – Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos e draga SLIDERICH 34

Foto 17 – Viatura Nissan Patrol com câmara Instalada

Foto 18 – interior da viatura e comandos de controlo para orientação da câmara de vídeo-vigilância

Foto 19 – Pormenor do rotor e da broca (SLIDERICH 34)

Foto 20 – Trabalhos de acompanhamento nocturnos

Foto 21 – Fragmento de caverna recolhido (AADTGSPA / 6)

Foto 21 – Trabalhos de reparação da broca (SLIDERICH 34)

Fotografias de materiais arqueológicos

AADTGSPA / 1

AADTGSPA / 2

AADTGSPA / 3

AADTGSPA / 4

AADTGSPA / 5

AADTGSPA / 6

AADTGSPA / 7

AADTGSPA / 8

Previsão do programa ulterior de trabalhos no caso de relatórios de progresso. O presente relatório diz respeito aos trabalhos de acompanhamento arqueológico de dragagens da Bacia de Manobra do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro. No entanto, a dragagem total da área prevista não foi realizada. Fica a falta uma estreita faixa a Este da bacia que por motivos técnicos (Draga inapropriada para dragagens de lodos) não se realizou. Até à conclusão do presente relatório não fomos informados da data em que se irão retomar os trabalhos. Contudo, a fase inicial encontra-se concluída e os resultados obtidos dizem respeito única e exclusivamente a esta. O contacto entre a equipa de arqueologia e a Administração do Porto de Aveiro permanece aberto. Aguarda-se então informações relativas a este assunto por parte da Administração do Porto de Aveiro como dono de obra.

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