Adir Botelho – Um Professor-Artista da Escola de Belas Artes

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Notas

Retirado do resumo biográfico contido no calendário da UFRJ de 2007 dedicado ao Mural da Terra.
Informação que me foi cedida pelo próprio professor Adir Botelho em conversa informal.
Retirado do texto biográfico contido no calendário da UFRJ de 2007 dedicado ao Mural da Terra.
Informação que me foi cedida pelo próprio professor Adir Botelho em conversa informal, o qual acrescentou que na mesma época, 1951/1952, ingressou em mais um curso novo da ENBA: Arte da Publicidade e do Livro com o professor Valdomiro Gonçalves Christino, e numa disciplina também nova: Arte Decorativa com o professor Quirino Campofiorito.
MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES, Rio de Janeiro. Adir Botelho: xilogravuras. Apres. de Alcídio Mafra de Souza. Textos de Adir Botelho e Alex Gama. 1988. 24 p., il. (catálogo de exposição)
FUNDAÇÃO RIO. Gravura no Brasil: anos 60. Apres. Gerardo Mello Mourão. Texto de Adir Botelho e 26 gravadores. 1974. 32 p. il. (catálogo de exposição)
UNGER, Edyla Mangabeira. O Atelier de gravura da Escola Nacional de Belas Artes. O Globo. Rio de Janeiro, 31 de ago. 1966. Artes Plásticas, p. 5.
Informação que me foi cedida pelo próprio professor Adir Botelho em conversa informal, considerando o fato apenas como uma das características naturais da EBA na época em que nela fora aluno.
JUNIOR, José Maria dos Reis. Goeldi. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 43.
LUZ, Angela Ancora da in BOTELHO, Adir. Canudos: xilogravuras, Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes: Universidade Federal do Rio de janeiro, 2002, p. 8.
BOTELHO, Adir. Raimundo Cela pioneiro da gravura no Brasil. In ESTRIGAS, Nilo de Brito Firmeza (Org.). Raimundo Cela (1890-1954). Rio de Janeiro: Pinakotheke,2009.
LUZ, Angela Ancora da. In Teatro da gravura no Brasil (obra ainda a ser editada).
MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES, Rio de Janeiro. Adir Botelho: xilogravuras. Apres. de Alcídio Mafra de Souza. Textos de Adir Botelho e Alex Gama. 1988. 24 p., il. (catálogo de exposição)
CUNHA, 1902 apud LUZ, 2002 p. 8.
Id. p. 157.
BOTELHO, Adir. Canudos xilogravuras. Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes: Universidade Federal do Rio de janeiro, 2002, p. 9-10.
HERKENHOFF, Paulo. In BOTELHO, Adir. Canudos: agonia e morte de Antonio Conselheiro. Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006, p. 29-30.
LUZ, Angela Ancora da. In BOTELHO, Adir. Canudos: xilogravuras, Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes: Universidade Federal do Rio de janeiro, 2002, p. 10.
TEIXEIRA, Aloísio. In BOTELHO, Adir. Canudos: agonia e morte de Antonio Conselheiro. Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006, p. 7
LUZ, Angela Ancora da. In op. cit., p. 21-22
HERKENHOFF, Paulo. In op. cit.,p. 30.
CARVALHO, Mirian. In op. cit.,p.34
BOTELHO, Adir. In op. cit., p. 52

O Autor

Ricardo Antonio Barbosa Pereira

Pintor, ceramista e xilogravador graduado em Pintura na EBA/UFRJ; Mestre em Artes Visuais (História e Crítica da Arte) – PPGAV – EBA/UFRJ; Professor Assistente do Curso de pintura da EBA/UFRJ.

Adir Botelho – Um Professor-Artista da Escola de Belas Artes
Ricardo Antonio Barbosa Pereira






IL. 1 BOTELHO, Adir. Canudos, xilogravura, 37,5 X 50,5 cm, 1985.
IL. 1 BOTELHO, Adir. Canudos, xilogravura, 37,5 X 50,5 cm, 1985.



A história da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro é conhecida por todos nós que dela somos membros e, acredito, que por grande parte dos demais agentes culturais externos a ela em nosso país – alunos de outras escolas superiores, artistas, professores, críticos, historiadores, curadores, etc. – que lidam a fundo com cultura artística em seu dia-a-dia. Por esta tradicionalíssima instituição de ensino, desde sua fundação como Escola Real de Artes, Ciências e Ofícios, através de Decreto-Lei de D. João VI de 1816, têm passado grandes nomes que, como professores e artistas, deixam marca importante não só no meio acadêmico, mas também na cultura e arte nacionais. Em alguns casos estas duas carreiras estão tão intimamente interligadas que, quando alguém quer definir melhor determinados membros do seu quadro docente, tem dificuldade em separá-las, apontando qual das duas seria a mais importante para descrever a pessoa em questão. Mas esta separação, diga-se de passagem, não é fundamental. Contudo, por uma questão de maior clareza e equanimidade em minhas colocações, é o que buscarei realizar aqui, apenas por um breve momento, nestas notas biográficas a respeito do professor-artista Adir Botelho.
Nascido em 1932, sua relação com a arte se iniciou bem cedo, quando "ainda muito jovem descobriu o prazer da representação gráfica vendo seu irmão mais velho desenhar". Durante o ginásio, cursado no São Bento, já freqüentava o Liceu de Artes e Ofícios, sendo aluno das aulas de desenho. Naquela época, década de 40, o prédio do Liceu (demolido para dar lugar ao atual prédio da Caixa Cultural) ficava a poucos metros da então Escola Nacional de Belas Artes (onde hoje funciona o Museu Nacional de Belas Artes), sendo visitada com entusiasmo pelo garoto Adir que, contudo, não se sentia ainda preparado para nela estudar, preferindo aguardar o momento certo para fazer o vestibular. Desta forma, só em 1949 finalmente ingressa, aos 18 anos, no tradicional curso de Pintura da ENBA, também "ligando-se desde cedo à redação e diagramação de jornais e revistas [tendo trabalhado] nos jornais Tribuna da Imprensa, O Globo, Shoping News, e no Instituto Nacional do Livro".
Porém, ao saber que seria aberto na ENBA um curso de gravura com a duração de dois anos (que atualmente seria considerado um curso de extensão), Adir Botelho foi o primeiro aluno a nele se inscrever, antes mesmo de concluir o seu bacharelado em Pintura. Isto ocorreu "em 1951, quando a Congregação da Escola, em 13/11/1950, aprovou a indicação de Raimundo Brandão Cela para a regência da cadeira de Gravura de Talho-Doce, Água-Forte e Xilografia." Começava aí a sua longa ligação com a gravura que, suplantando seu interesse inicial pela pintura, o tornou um dos mais importantes gravadores brasileiros da segunda metade do século XX:

Participei do Salão, creio que em 55, 56, com gravura em madeira e não parei mais e todas as vezes, e sempre, nunca mais expus em pintura, em nenhuma mostra, por menor que fosse, nem do Rio, nem de fora. Sempre fiz questão de participar de todo e qualquer evento, sempre e tão somente, com gravura em madeira. Coisa que faço até hoje..."

A partir deste momento seu nome fica também indissociável do ensino da gravura na ENBA. Em 1953, com apenas 20 anos, torna-se auxiliar de Cela, após os 2 anos de estudos requeridos pelo curso, assumindo pouco depois a responsabilidade pela cadeira durante o internamento daquele mestre por motivos de saúde. Com a morte de Cela em 1954, Oswaldo Goeldi assumiu a regência da cadeira, tornando-se Adir também seu auxiliar e discípulo durante 6 anos, até que, com o falecimento deste segundo mestre em 1961, vê-se efetivado como professor do atelier de gravura da ENBA por 51 anos ininterruptos, até sua aposentadoria compulsória.
Sob sua orientação, após o impulso inicial dado por Cela e Goeldi, o atelier de Gravura se tornou um dos setores mais produtivos da ENBA (tornada EBA depois de 1965), recebendo tanto alunos regularmente matriculados quanto "ouvintes" que, atraídos pela dinâmica imprimida por seu jovem professor, iam ali buscar aprendizado e desenvolver suas linguagens em plena efervescência político-cultural dos anos 60. Já em 1966, apenas 5 anos depois de ter assumido a regência do atelier de gravura, é publicado um elogioso artigo no jornal O Globo (na mesma página em que se fala de um evento muito importante para as artes brasileiras, a exposição Opinião 66) intitulado O ATELIER DE GRAVURA DA ESCOLA NACIONAL DE BELAS ARTES, o qual, devido a sua importância para a história desta escola e do seu curso de Gravura, reproduzirei na íntegra:

Foi fundado há quinze anos o "atelier" de gravura da Escola nacional de Belas- Artes, onde Goeldi lecionou durante muito tempo. Agora, é Adir Botelho que tem a seu cargo ensinar as várias técnicas de gravura em metal e madeira, aos alunos ali matriculados, cujo número é, em média, de cinqüenta e cinco. Eles não precisam pertencer a ENBA, nem seguir horários rígidos. Entram e saem quando querem, trazendo seu próprio material. O que impressiona logo quem visita o "atelier" é o espírito de cooperação entre o mestre e os alunos e a maneira porque estes consultam uns aos outros – trocando sugestões – comparando experiências. As provas estendidas no chão são criticadas em comum. Adir Botelho é consultado com freqüência indicando, aqui, o motivo pelo qual não foi possível obter o efeito desejado, sugerindo, ali, a solução mais indicada, ajudando uns e outros a encontrar os seus próprios caminhos. São muitos os artistas, já hoje consagrados, que por ali passaram. A maior parte deles permanece fiel à gravura, porém, mesmo os que enveredaram por outros caminhos, como Antonio Dias, e Gerchman, por exemplo, devem, em parte, à técnica difícil da gravura sua disciplina artística. Os alunos encontram ali, um ambiente tão propício ao trabalho e uma orientação tão válida que freqüentam o "atelier" durante largo espaço de tempo – alguns até dez anos. Por várias vezes, trabalhos por eles executados vêm figurando em coletivas aqui e no estrangeiro. Agora mesmo, Adir Botelho já selecionou dez que participam da Bienal de Córdoba. Outras exposições de gravura executadas por alunos do "atelier" da ENBA foram realizadas no estrangeiro – uma, no Uruguai, ainda sob a orientação de Goeldi, outra, no Paraguai, com Livio Abramo. Uns encontram, na gravura em madeira, a modalidade mais adequada as suas concepções. Há outros para os quais a gravura em metal fornece os elementos que melhor se adaptam à sua linguagem pictórica. Muitos trabalham quase um ano em preto em branco antes de serem solicitados ao uso da cor. Todos consideram que as exigências apresentadas por uma técnica árdua são amplamente compensadas pela satisfação que encontram no trabalho, pelas perspectivas que este lhes oferece, e pela disciplina artística obtida através dele. E há, sobretudo, o momento decisivo – que é mais esperado – o que compensa plenamente as longas horas – os longos dias – os longos anos de trabalho: o momento da prova. Agora a atividade do "atelier" ainda é maior do que de costume. É que, a 5 de setembro, vai ser realizada a grande feira de gravura dos alunos: cem trabalhos, ao todo, cujo preço não ultrapassará a casa dos vinte mil cruzeiros. A qualidade dos trabalhos reunidos demonstrará o que vem realizando, graças ao que aprenderam no "atelier" de gravura da Escola Nacional de Belas Artes, e à cooperação de todos os que ali trabalham, os alunos de Adir Botelho.

Pelo que se depreende da leitura deste artigo, podemos perceber o quanto o processo de ensino levado a cabo por Adir Botelho se diferenciava da tradicional forma de ensino da maioria dos professores com os quais estudara durante sua graduação em Pintura. Aqueles, sempre muito formais, mantinham certa distância de seus alunos, os quais não tinham muita liberdade para proporem exercícios diferentes daqueles estipulados pelo mestre. Da mesma maneira, não havia muito intercâmbio interno, sendo difícil, fora do ambiente das salas, um aluno pedir opiniões sobre seus trabalhos a professores de outras disciplinas que encontrassem pelos corredores da EBA. Uma das exceções ficou por conta do próprio Goeldi, cujo método de ensino vem descrito, por ele mesmo, desta forma:

Não sou propriamente um professor, mas sim um orientador. Há uma parte técnica em toda manifestação artística que deve ser ensinada por quem tem mais experiência; mas a parte da criação é puramente interior e querer guiá-la ou dar-lhe orientação seria mutilar a personalidade do artista. Faço assim não só com as crianças da Escolinha [de Arte de Augusto Rodrigues], mas também com os alunos da Escola Nacional de Belas Artes. Cada um deve seguir as suas próprias tendências, sem se apegar a escolas e grupos.

Esta maneira de Goeldi entender seu trabalho como professor – totalmente modesto e não invasivo - foi herdada por seu discípulo Adir que, como vimos no artigo do Globo, sempre a colocava em prática durante suas aulas e avaliações. Fui testemunha disto, pois pude me beneficiar dela quando, por meu turno, freqüentei a Oficina de Gravura como aluno do curso de Pintura, pelos idos de 1985. Naquela época o atelier de gravura não mais estava no tradicional ambiente do antigo prédio da ENBA, no centro do Rio, mas numa grande sala térrea, nos fundos de um longo corredor do prédio da Reitoria da UFRJ, construído na Ilha do Fundão, para o qual a Escola fora transferida na segunda metade da década de 70, onde funciona até hoje. Mas lá ainda se formava a mesma roda de alunos a discutirem as gravuras uns dos outros sob os olhares atentos do próprio professor Adir Botelho e dos professores Marcos Varela e Kazuo Hia. O clima era sempre bastante descontraído e cooperativo, de estimulo a troca de idéias e experiências, entrando o professor Adir, sempre no momento certo, para instigar nos alunos a reflexão sobre o que estes haviam criado durante as aulas do semestre e a vontade de sempre se superarem. Às vezes, quando necessário para dar uma "cutucada", colocava um toque de ironia na sua fala, mas sempre respeitosamente, com atenção, objetividade e profunda clareza nas observações. Muitas vezes também pude vê-lo solicitar opiniões (de quantos estivessem no atelier, ou que, de improviso, entrassem naquele momento), sobre um determinado resultado obtido por alguém, visando sempre colher nestas respostas um apoio (obtendo, às vezes, até discordâncias) sobre sua própria opinião relativa àquele trabalho em discussão. Ou a insistir com outro aluno que estivesse mais inseguro dos seus resultados para que nunca desistisse do trabalho, que tentasse de novo quantas vezes fossem necessárias até atingir o resultado esperado; ou ainda para que os alunos nunca desvalorizassem suas próprias criações, guardando mesmo o mais simples estudo para consultas comparativas futuras, ainda que fosse apenas para "mostrar aos seus netos"; que experimentassem este ou aquele método para solucionar um problema técnico, etc.
Além disso, esta troca de opiniões por ele sempre muito estimulada, que se aplicava, inclusive, a seu próprio trabalho de xilogravador, mais uma vez pude presenciar quando, recentemente (em maio de 2011), estive no mesmo atelier da EBA. Neste dia, durante um encontro que havíamos ali marcado para uma conversa sobre meu projeto de mestrado, o professor Adir, mostrando sobre uma mesa de trabalho várias opções de capas por ele criadas para um dos seus livros mais recentes, ainda a ser lançado, pedia a todos, alunos e professores presentes, que opinassem, comentassem e escolhessem aquelas que considerassem as melhores, ajudando-o em sua decisão. Também dei meu palpite e fiquei feliz por ter podido de alguma forma contribuir com aquela obra. Relato isto porque vejo nesta atitude uma prova da natural modéstia do professor Adir, jamais deixada de lado apesar do seu grande talento, saber e inúmeras láureas alcançadas em sua longa e profícua carreira. É por estes e outros motivos que a ex-diretora da EBA, professora Angela Ancora da Luz, tendo sido também aluna de Adir Botelho, ao apresentar a série Canudos, editada em livro pela EBA/UFRJ em 2002, assim se refere ao seu antigo mestre:

Assim como há uma caligrafia própria para cada xilogravador, que nos leva facilmente a perceber que o traço de Adir não pode ser confundido com o de Goeldi, na mesma relação de identidade entre autor e obra, encontramos também as marcas do mestre sobre o aluno. Observo, então, a importância de Adir na formação de tantos gravadores formados pela Escola de Belas Artes. Hoje o corpo docente do ateliê de gravura da EBA é composto por professores que foram seus discípulos, ou seja, não apenas alunos, mas seguidores. Cada um com sua identidade e sua inclinação técnica dentro da gravura, numa fraternidade rara de acontecer no mundo contemporâneo em que vivemos.

Além de professor e Coordenador do Curso de Gravura, Adir Botelho assumiu a importante função de Coordenador do Departamento Artes Base. E sob sua coordenação o atelier de gravura passou por uma grande reformulação em 1969, vindo a se tornar, em 1970, o atuante curso de graduação que conhecemos. Na atualidade o Curso de Gravura da EBA tem como professores Marcos Varela, Kazuo Hia e Pedro Sanchez, seguindo firme a trilha aberta lá nos anos 50 por Cela, continuada por Goeldi e solidificada por Adir Botelho. Agora, estando aposentado como Professor Adjunto, o mestre dedica-se a escrever tanto sobre sua própria produção quanto a respeito da imensa produção gráfica brasileira. Como ensaísta escreveu Raimundo Cela pioneiro da gravura no Brasil para o livro Raimundo Cela (1890-1954). Sobre sua própria obra produziu Canudos xilogravuras e Canudos: agonia e morte de Antonio Conselheiro (ambas editadas pela EBA/UFRJ em 2002 e 2006), estando em fase de produção um trabalho a respeito das outras 3 séries de suas xilogravuras (Caldeirão, Pedra Bonita e Catumbi), conjuntamente intituladas Adir Botelho: xilogravuras. Sobre a obra de Goeldi está praticamente finalizado o livro Romance de Goeldi, contendo comentários em forma de ensaios e contos sobre desenhos e gravuras do seu antigo professor. E sobre a história da gravura brasileira, também em fase final de produção, termina Teatro da Gravura no Brasil, um diálogo teatral sobre a história da nossa gravura, mas contendo inúmeras referências a gravadores estrangeiros e à arte em geral. Na apresentação desta obra, a professora Angela Ancora afirma que:

Adir Botelho nos contempla com mais uma de suas obras, desta vez trazendo uma contribuição que nos permite compreender a história da gravura brasileira em profundidade, com informações que só encontramos neste texto o que, a priori, já o torna uma referência para artistas e pesquisadores interessados nos assunto. Contudo, se a significação deste trabalho não motivasse o leitor por seu próprio objeto, "Teatro da Gravura no Brasil" é uma grande encenação em tempo atual, cuja ação é brasileira. É o drama, como ação que imita os comportamentos humanos. [...] Ao tomar o drama como ferramenta com o qual vai gravar a sua história do teatro, Adir escolhe o método dialético para desenvolver a narrativa.

Completando toda esta grande produção de livros, dá os retoques finais em Adir Botelho: estudos a bico de pena e carvão sobre a obra de Guimarães Rosa. Quando lançadas, dado o profundo conhecimento de seu autor sobre o tema, com certeza tais obras enriquecerão muito o acervo atual da literatura sobre a arte brasileira.
Para concluir esta parte sobre o Adir professor, menciono agora a obra Mural da Terra, um projeto de dimensões gigantescas que começou a tomar concretude, a se tornar conhecido, quando do lançamento do calendário da UFRJ de 2007, no qual foram estampadas as várias seções desta riquíssima e feliz criação pictórica. Faço esta menção aqui, ainda ao tratar da carreira docente de Adir Botelho, porque se trata de uma idéia que envolve a participação dos alunos da EBA, os quais, sob a orientação do mestre, executarão o referido mural em pastilhas de vidrotil. Portanto, é um importante projeto acadêmico que traz a tona o primeiro Adir - o Adir pintor - que após décadas expressando-se graficamente em preto e branco, subitamente reaparece numa explosão de cores e texturas dignas dos mais renomados muralistas do século XX, no mesmo pé de igualdade com os mestres mexicanos e com o próprio Portinari. Quando estiver realizado, o mural cobrirá toda a empena sudeste do prédio da Faculdade de Letras da UFRJ com o variadíssimo universo do folclore brasileiro, visto através da linguagem expressionista do professor, xilogravador e pintor Adir Botelho. Vejamos sobre este projeto um trecho da apresentação redigida pelo gabinete do reitor, que consta do referido calendário:

Serão ao todo onze magníficos painéis, concebidos como um mosaico de minúsculas pastilhas de vidro, estilizando narrativas e personagens que informam nossa literatura oral e habitam o imaginário popular. Bruxas, pajés, bichos estranhos, fantasmas de escravos, curupiras, boiúnas e lobisomens se entrecruzam na obra do artista que, em luzes e sombras, cores e texturas que nos são muito próprias, acaba por nos dar um amoroso testemunho do seu apego às coisas do Brasil. Anima-a, também, a profunda convicção de que a universidade, a casa dos saberes eruditos, não pode, sobretudo em um país como o nosso, que almeja oferecer oportunidades culturais e educacionais contemporâneas a contingentes cada vez mais numerosos, descartar modos diversos de ver e compreender o real. Nas palavras do próprio artista: "Nenhum saber possui maior espaço de estudo e aproximação humana do que o conhecimento das tradições de um povo, expressas em suas lendas, crenças populares, canções e costumes. Elas, como diz Câmara Cascudo, folclorista brasileiro, 'vêm carregadas na confidência arrebatada, ressuscitando todas as glórias gerais e domésticas'. Ao concluir o projeto Mural da Terra, compreendi que as histórias de um Brasil perdido estão aí, que elas existem. O verdadeiro poder dele, no entanto, não reside no simples fato de conter histórias contadas pelos pajés ou pelas mães que amavam repetir aos filhos as recordações da tribo, mas o de compreender o alcance da educação através da arte e da estética."

Diante de tanta energia e profusa manifestação de criatividade aos 79 anos, só posso afirmar, sem medo de estar exagerando, que a aposentadoria do professor Adir é uma das mais ativas e produtivas, dentre professores e artistas, de que tenho notícia nestes meus 30 anos de relacionamento com a EBA.

Adir, o xilogravador e desenhista
Mas falando agora sobre sua carreira artística como xilogravador, ela foi construída paralelamente às suas atividades de professor, designer de decoração carnavalesca para as avenidas do Rio de Janeiro (pela qual o artista Adir Botelho também é bastante lembrado), diagramador e ilustrador, tendo seu trabalho xilográfico sido premiado em eventos nacionais e internacionais de grande importância. Recebeu críticas e comentários de nomes de peso no campo das artes e tem sua obra representada em acervos como os do MASP, Itaú Cultural, Museu Nacional de Belas Artes, Biblioteca Nacional e MAM do Rio de Janeiro. Seu currículo completo tomaria muito espaço do número pequeno de páginas de que disponho para escrever, no entanto posso citar, entre os muitos eventos de que participou e prêmios que recebeu, os seguintes: expositor na V, VI, VII, VIII e IX Bienais de São Paulo; expositor no Salão Nacional de Arte Moderna, de 1954 a 1972 (Prêmios de Isenção de Júri e Viagem ao País, em 1958 e 1959); Salão de Arte Moderna do Paraná, 1962, (Prêmio de Melhor Gravador Nacional) etc. Como afirmei, a lista é longa...
E dentre as suas séries de xilogravuras, a mais conhecida é Canudos, já citada acima, composta por 120 xilogravuras e realizada em 20 anos de trabalho sem interrupção (1978 a 1998). Baseada na Guerra de Canudos, descrita na imortal obra de Euclides da Cunha, Os Sertões, estas gravuras são estilisticamente associadas ao Expressionismo, contudo com evidente preocupação com uma profunda pesquisa da forma, aliada a uma técnica derivada, em parte, dos meios pictóricos, os quais o artista domina completamente. Mas passo a palavra mais uma vez à professora Angela, que descreve desta maneira a série:

A série Canudos, na gravura de Adir Botelho é, na acepção da palavra uma verdadeira campanha, tanto em sua extensão como na seqüência de operações que registra dos sertões de nossa terra. [...] é composta de 120 xilogravuras realizadas entre 1978 e 1998. Percebemos a obra como uma estrutura completa e que deve ser vista enquanto totalidade. Cada parte tem uma função no todo. Adir constrói uma gestalt para nos colocar em contato com aqueles extraordinários patrícios dos quais, separados por uma coordenada histórica – o tempo, somos, segundo Euclides da Cunha, mal unidos pelo solo em parte desconhecido. O artista nos obriga a refluir para o passado e ir ao encontro dessa gente que, ..."carregando bacamartes, garruchas, espingardas, pistolas e facões; de cartucheira à cinta e gorro à cabeça, na atitude de quem vai à guerra são os heróis anônimos de todos os tempos onde injustiças sociais, a miséria e a fome contrapõem, à debilidade dos corpos, a força da resistência até o limite extremo. A luta, o desconhecimento ilógico da rendição, o poder da vida atravessando a condição da morte aparecem nos registros comuns de uma humanidade debilitada mas não vencida.

Portanto, a série Canudos é uma tradução muito pessoal daquilo que Euclides da Cunha narra sobre os horrores daquela guerra que vitimou milhares de pessoas, tanto sertanejos, quanto soldados, revelando toda a insensatez que pode tomar conta da mente humana quando esta se vê diante de situações de grave discórdia. Mas é também uma poderosa manifestação de criatividade, pois mescla várias tendências estilísticas que vão surgindo no transcorrer da elaboração das gravuras, numa busca contínua pela forma mais original e, ao mesmo tempo, mais condizente com o desejo do artista de expressar o que sente perante aquilo que ocorreu em Canudos.
E todas estas tendências são manifestas de maneiras diferentes na construção das imagens, alternando linhas grossas com texturas mais densas, linhas finas e grossas contra fundos inteiramente brancos ou, ainda, efeitos de características claramente pictóricas, derivadas do seu processo de lançamento do desenho sobre a prancha com a utilização de nanquim a pincel, gerando manchas que são, muitas vezes, criteriosamente respeitadas pelo corte afiado das goivas. É um pouco do pintor - que jamais foi esquecido - presente na obra do xilogravador (embora este tenha sempre mantido em sua produção uma linguagem gráfica totalmente original e independente). Mas tais efeitos pictóricos também são alcançados por processos puramente gráficos; é o caso da sobreposição de duas ou mais matrizes, procedimento normalmente utilizado quando o gravador quer acrescentar cor a seus trabalhos (para cada cor utiliza-se uma matriz diferente). Só que Adir Botelho, ao invés da cor, cria texturas que, cruzadas pela sobreposição, valorizam determinados setores da gravura ou criam sutis efeitos de sombra e luz. Diante da ampla riqueza visual alcançada por esta técnica, podemos ter também uma clara idéia de que além do trabalho criativo, um grande esforço físico e largo tempo despendido foram necessários para a execução de cada matriz, principalmente se levarmos em conta que todas as suas xilogravuras foram realizadas sobre tábuas de grande formato (mediam em média 50 X 40 cm, enquanto as matrizes de Goeldi, por exemplo, ficavam, em média, abaixo de 20 X 15 cm), sempre de canela, uma das madeiras mais duras que existem
Porém, outras pesquisas formais por uma linguagem sempre mais intensa podem ser vistas no decorrer da série Canudos. Nelas se percebe a influência de outros gravadores brasileiros e até, em alguns momentos, do mexicano Posada. Inclusive a cultura popular brasileira, através da xilogravura de cordel, também exerce sua influência nestes trabalhos, não só no tipo de abordagem das cenas da Guerra de Canudos como também estilisticamente. Paulo Herkenhoff se manifesta com muita lucidez sobre este tópico ao afirmar:

Nesse ponto, é necessário indicar que Adir Botelho encontra, como proveito possível, a sabedoria comunicacional do cordel. A modéstia técnica das capas da xilo não perturbam sua responsabilidade de produzir índices do imaginário. Para Botelho – há uma certa redução das figuras humanas em sua Canudos – o cordel é o anúncio, por vezes epifânico, do fato extraordinário. Essa crença no potencial de comunicação da tecnologia simples da madeira gravada é a política da linguagem. A xilo, que historicamente é a narrativa popular do Nordeste, da Bahia ao Pará, parece estar na matriz semiológica da série. Para Adir Botelho, era necessário recuperar a história e inventar um modo consistente de sua escritura. O que é relato se converte, sob o corte de Botelho, em história. Sendo tudo isto artes visuais, cada expectador é deixado na iminência de convocação como testemunha ocular da história recalcada.

Mas retomando o grande interesse de Adir pela forma, por uma elaboração da figura e da composição que seja capaz de não só sustentar todo o drama de Canudos, mas que tenha valor em si mesma, no seu contexto puro de elemento visual belo e digno de interesse, cabe aqui registrarmos mais um trecho do texto de apresentação da professora Angela, no qual ela se volta para este tema:

Observa-se, na série, a preocupação formativista do artista. Há uma intencionalidade que se manifesta na estrita vontade de "formar", onde o pensamento e a ação intervêm na forma. Esta se apresenta com duas soluções. Uma, como carimbo, recortada do fundo, onde ela própria se tornará o suporte das inserções do artista. Outra, dissimulada, deixando que o testemunho da prancha de madeira se visualize nos limites retangulares. É neste espaço que as imagens são registradas, não havendo destaque para a figura e fundo. Tudo torna-se forma.

Passando agora ao outro livro do xilogravador Adir Botelho, editado pela EBA/UFRJ, Canudos: agonia e morte de Antonio Conselheiro, vemos como o interesse do artista se volta para outro material que como veículo para expressão artística é um dos mais simples, mas que contem em si um potencial muito vasto de tratamentos plásticos – o carvão. Com este, talvez, mais antigo instrumento do desenhista, através do qual o gráfico e o pictórico se harmonizam sem se anularem, mantendo cada um sua energia própria, é recriada a face de Antonio Conselheiro em seu ultramístico ambiente sertanejo, cercado por um cortejo de beatas, vaqueiros, jagunços, sertanejos, anjos, demônios, monstros e animais de toda espécie, incluindo até girafas e elefantes. Sua linguagem expressionista, já extremamente poderosa na técnica da xilogravura, aqui se expande ainda mais, ora mergulhando fundo no reino das sombras, ora desmaterializando as figuras pela ação da mais sutil transparência gráfica. Neste universo, seus habitantes em contínua agitação histérica, possuídos pela palavra mágica do Conselheiro, tornam-se tanto criaturas densas, porém famelicamente frágeis, com sua viscosa carne macilenta e seus sujos ossos aparentes, quanto figuras lineares tão diáfanas como almas penadas.
Ao olharmos para estas criações, somos inapelavelmente transportados para o interior deste mundo estranhíssimo de Canudos e, num certo sentido, nos sentimos até acariciados pela brandura com que a figura de Antonio Conselheiro é tocada, em alguns momentos, por seus seguidores fanatizados; brandura esta plenamente expressa na maciez dos esfumados propiciados pela magistral técnica de Adir no manuseio do carvão. Mas em outras ocasiões somos atingidos pelo horror da morte violenta em meio à guerra e ao desespero, onde monstruosos seres armados com paus, fuzis e facas, corpos muitas vezes constituídos apenas de ossos chacoalhantes, ou mistura de homens com animais, parecem sair das trevas do inferno para nos carregarem à força para seu mundo de pesadelo. Enfim, não há como escapar a este torvelinho de sensações e sentimentos que nos transporta freneticamente de um ponto a outro, através das sombras e da luz, pelo seio, pela alma, pelo extraordinário sentimento místico do povo de Canudos sempre guiado pelo seu inigualável e irresistível profeta. Mas leiamos algumas palavras dos comentaristas da obra sobre estes impressionantes desenhos a carvão:

Mas a força da expressão poética e plástica que transpira de Canudos – Agonia e Morte de Antonio Conselheiro – certamente constituirá novo marco na bibliografia sobre a figura de Antonio Conselheiro, ao reunir matéria histórica e arte em um nível de qualidade difícil de ser superado.

A estética expressionista, marcada pelo individualismo subjetivo de seus artistas, se alimenta do sentimento da crise, de agonia, de ação e de heroísmo. O homem se re-humaniza na procura de um elemento fundamental: o próprio homem. Por tal razão o artista expressionista é um reformador que sonha provocar a humanidade para acordá-la de seu sonho letárgico. Como salvador do mundo, ele escolhe seus temas e constrói o homem, procurando torná-lo melhor, pela dor, pela solidão e pela generosa doação da vida, como na saga de Antônio Conselheiro, salvador e vítima, lendário e real, morto, mas vivente, em sua eterna agonia. [...] Como se fôssemos atingidos pela descarga de um fio de alta tensão, somos exauridos, catarticamente, de nossas próprias emoções e nos defrontamos com o trágico. A evidência do herói então se manifesta para autenticar toda a dramaturgia do artista. Ali está o Antônio Conselheiro criado por Adir, que confere ao herói traços próprios, a ponto de nos permitir identificá-lo ao longo da série de desenhos a carvão. [...] À medida que nossos olhos se habituam, conseguimos ver no carvão, a multiplicidade de elementos que compõem a morte do herói. Animais simbólicos se misturam a homens; figuras cheias se contrapõem a desenhos mais lineares, abertos, como se fossem deixados sem preenchimento para a evidência do traço e o inacabado da agonia. As soluções não se repetem. Em algumas obras, as fantasmagorias nos fazem pensar em Ensor; em outras, a tensão romântica e as distorções da forma nos colocam frente a frente com um novo Goya, tão forte, tão macabro e tão seguro na técnica como o primeiro. As figuras de terror se mesclam a outras mais simbólicas. De repente, percebemos elefantes, girafas, cavalos, junto a homens, numa estanha romaria onde todos procuram universalizar o mesmo sentimento.

Noutra série relacionada a Canudos, Adir Botelho trabalha o conflito através do desenho. As técnicas proliferam ou se contaminam. Riscos, traços, linhas, manchas – os signos reunidos através de procedimentos e cargas matéricas diversificadas, se acumulam como carga pulsional. Não se trata aqui de levantar o eu expressionista de Adir Botelho, mas de compreender a necessidade de expressividade nas figuras desta tragédia-fábula. O ar sombrio, a obscuridade em que se passam certos momentos do drama, o lócus de onde extrair a memória – tudo converge para uma demanda de expressão. Se a xilogravura é o mecanismo de relato da história, o desenho se propõe por suas texturas psicológicas.

Escolhida a técnica do Desenho, a matéria originária e ativa destas obras é o carvão. Matéria da queima – substância noturna – da qual Adir extraiu a imagística da agonia e morte do messias de Canudos. Optando por uma visão trágica para retirar do carvão história e lenda do nosso profeta-sertanejo, Adir Botelho dá sentido próprio ao expressionismo, interpretando-o como modo de emergência da verdade estética e estofo plástico visceral das imagens, registrando em carne, osso e sangue a tragédia de Antônio Conselheiro, numa poética da terra-raiz do vegetal transformado em carvão – concentrando-se na simbologia do solo de papel, seguindo as andanças desse profeta do sertão da Bahia. Nessa perspectiva expressionista, Adir define procedimentos gráficos singulares, dando qualidades hápticas ao desenho sem reduzi-lo a traços e riscos. Com procedimentos técnicos implícitos à poética da matéria, o artista amplia o campo da arte de desenhar, diluindo, dilatando, espraiando riscos, e dando-lhes qualidades visuais e táteis como contigüidade e expansão, qualidades que o transformam em manchas, sombras, áreas de granulosidade, entre meandros e nervuras de carvão. Em virtude da peculiar densidade material, o carvão cedeu – às mãos do artista – suas entranhas e pele, para criar a saga da Agonia e Morte de Antônio Conselheiro, nestes passos da paixão em campo de papel.

E nas palavras do próprio Adir Botelho:

O engrandecimento dos fatos dramáticos que deram origem a este trabalho, a fatalidade, o desfecho da guerra de Canudos, enfim, todos os elementos que constituem a tragédia ocorrida no sertão brasileiro correspondem a palpitantes interrogações e são, por excelência, criação estética. O ensaio Canudos – Agonia e Morte de Antonio Conselheiro é uma produção visual puramente espiritual, intuitiva, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à possibilidade de criar e recriar sonhos e fantasias. O projeto em questão consiste numa seqüência de desenhos a carvão sobre papel, um sistema de produção de imagens com uma longa e extraordinária história. O carvão permite considerar simultaneamente o caráter do modelo, a sua expressão humana, a qualidade da luz que o rodeia, a sua ambiência e tudo aquilo que só o desenho pode exprimir [MATISSE, Henri – Escritos e reflexões sobre arte. Textos e notas estabelecidos por Dominique Fourcale. Trad. Maria Teresa Tendeiro. Ed. Ulisséia,p. 150].

Quero encerrar estas breves notas biográficas trazendo mais 2 imagens retiradas de Canudos; é pouco diante de tão vasta produção, contudo é o que é possível colocar dentro do espaço de que disponho.
Aproveito para também dizer da minha imensa admiração não só pela importante obra do excelente artista plástico e do ótimo professor, mas também pela grande figura humana que é Adir Botelho, do qual desde nosso primeiro contato, quando fui seu aluno na Gravura I, pude auferir não só conhecimentos que muito me tem sido úteis, como nele perceber toda a sua imensa paciência e generosidade em ministrá-los. Com certeza para mim (e certamente que para muitas outras pessoas também) Adir será sempre um exemplo de ser humano, professor e artista a ser seguido, inspirando-me continuamente no trilhar da minha própria senda como artista e professor.

















IL. 2 BOTELHO, Adir. Jagunços, xilogravura, 52 X 34,5 cm, 1985.
IL. 2 BOTELHO, Adir. Jagunços, xilogravura, 52 X 34,5 cm, 1985.









































IL. 3 BOTELHO, Adir. Caminho de Canudos, xilogravura, 40,5 X 51,5 cm, 1986.
IL. 3 BOTELHO, Adir. Caminho de Canudos, xilogravura, 40,5 X 51,5 cm, 1986.




















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