Advérbios: considerações sobre sua natureza, estrutura interna e distribuição sintática

December 8, 2017 | Autor: V. Nóbrega | Categoria: Minimalist Syntax, Adverbs, Distributed Morphology, Minimalismo, Adverbios, Morfologia Distribuída
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  XI Encontro do CELSUL Universidade Federal da Fronteira Sul – Outubro/2014

   

A DVÉRBIOS considerações sobre sua natureza, estrutura interna e distribuição sintática Marcus Vinicius Lunguinho (UnB) Vitor Augusto Nóbrega (USP)1        

Introdução   § Os advérbios constituem uma classe de palavras cujas propriedades morfossintáticas a tornam um rico campo de estudos à medida que suscitam questões complexas sobre a exata definição dos membros dessa classe, suas reais propriedades flexionais e derivacionais, sua natureza morfossintática e como essas palavras entram na derivação sintática. §

Objetivo da apresentação: Apresentar os primeiros resultados de um projeto que visa contribuir com o debate existente na literatura sobre a sintaxe dos advérbios, fornecendo um tratamento através de um modelo não-lexicalista de gramática, a Morfologia Distribuída (cf. Halle & Marantz 1993; Embick & Noyer, 2007).

§

Objeto de estudo: Advérbios de tempo do Português Brasileiro (ontem, hoje, amanhã).

§

Questões de pesquisa u Como podemos definir um advérbio na gramática? v Qual é a estrutura interna de um advérbio? w Que mecanismo é responsável pela introdução dos advérbios na derivação?

§

Organização da apresentação Seção 1: Discussão sobre a natureza dos advérbios Seção 2: Motivação para uma estrutura sintática para advérbios (de tempo) Seção 3: Proposta de inserção dos advérbios na derivação

1. Sobre a natureza categorial dos advérbios § Não há consenso na literatura sobre a assunção de que os advérbios figurem como um primitivo categorial independente. § Essa inconsistência categorial ficou mais acentuada a partir da definição das categorias lexicais com base nos traços mínimos [+N] e [+V] (cf. Chomsky 1981)2. § O debate sobre quais devem ser as categorias lexicais (e que antecede a classificação em traços) exclui os advérbios desse rol, e, comumente, atrela-os a outras categorias: ou a preposições ou a adjetivos. 1.1 Advérbios como preposições § Nessa proposta, os advérbios (ou, pelo menos, um conjunto deles) são tratados como preposições transitivas ou intransitivas, associando-os à combinação de traços [-N, -V].

1

O autor agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico o financiamento concedido à sua pesquisa (processo 160605/2014-8). 2

Para uma revisão completa da literatura sobre o assunto, ver Rauh (2010). 1  

Advérbios: considerações sobre sua natureza, estrutura interna e distribuição sintática Marcus Vinicius Lunguinho - UnB Vitor Augusto Nóbrega - USP

§

Argumentos a) Advérbios que ocorrem em posição final na sentença são facilmente interpretados como intransitivos (e.g., John ran downstairs); b) Muitos advérbios comportam-se como preposições (e.g., down the stairs); c) Muitos advérbios estão morfologicamente associados a preposições; d) Advérbios podem exigir um complemento: (1) a. Ele irá ao congresso independentemente [de auxílio]. b. Similarmente [ao que aconteceu em São Paulo]...

§

Problema: é difícil encaixar “advérbios adjetivais” (e.g., rápido, lento) dentro dessa categoria (cf. Jackendoff 1972:63).

1.2 Advérbios como adjetivos § Tendo em mente os advérbios que não selecionam argumentos (e.g., os advérbios adjetivais), aventouse a hipótese de que os advérbios deveriam ser tratados como adjetivos, devido ao seu caráter opcional/modificacional. §

Argumentos a) APs e APs adverbiais: advérbios derivados de adjetivos (e.g., rapidamente, independentemente) deveriam ser classificados como membros da categoria A e sua distribuição superficial estaria condicionada à variedade de posições sintáticas (e.g., Emonds 1976:12): (2) a. Ele pensa [ADVP mais rapidamente do que eu]. b. Seu cérebro é [AP mais rápido do que o meu]. b) Um segundo fator distribucional está associado ao fato de que, enquanto APs recebem Caso, APs adverbiais não recebem Caso.

§

Problema: a correlação estrutural nem sempre é feliz (e.g., atual vs. atualmente).

1.3 Em favor de uma categoria independente § Jackendoff (1972) é quem vai endossar a existência de uma categoria lexical adverbial independente. §

Argumentos: a) Paralelismo: advérbios realizam, no domínio verbal, a mesma função desempenhada pelos adjetivos no domínio nominal3. Em termos distribucionais, advérbios superficializam-se entre o sujeito e o verbo, enquanto os adjetivos se superficializam entre o determinante e o nome (pelo menos, no inglês): (3) a. John merely said the truth. ‘John meramente disse a verdade.’ b. The mere truth. ‘A mera verdade.’

3

(Delfitto 2000:18)

É importante mencionar, no entanto, que advérbios não estão restritos à modificação no domínio verbal, visto que eles podem modificar adjetivos (e.g., muito bonito) e advérbios (e.g., muito rapidamente). 2  

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b) Invariabilidade morfológica: advérbios são categorias que apresentam invariabilidade flexional quando comparados ao adjetivo: (4) a. Adjetivos: lind(o/a)(s), atua(is), verdadeir(o/a)(s). b. Advérbios: *lindamente(s), *atualmente(s), *ontem(s). §

A presença de um morfema realizado fonologicamente responsável pelo comportamento morfossintático do advérbio é uma evidência adicional para a cisão entre advérbios e adjetivos: (5) a. (PB): -ment(e), e.g.: linda-mente; b. (IN): -ly, e.g.: beautiful-ly ‘lindamente’; c. (HO): -(e)lijk, -(e)lings, -gewijs, -erwijs, -halve, -iter, -tjes, -waarts, -weg, e.g.: recent-elijk ‘recentemente’ (derivado de um adjetivo) groep-s-gewijs ‘em grupo’ (derivado de um nome)4

§

Compostos também fornecem evidências para a assunção de que o advérbio é uma categoria gramatical independente. Compostos V-N adverbais, por exemplo, são endocêntricos sintaticamente, e, consequentemente, projetam o núcleo verbal durante a derivação. Sendo assim, é necessária a presença de um núcleo capaz de fornecer informação adverbial a essa estrutura, visto que verbos não detêm função adverbial per se. (6) a. (correre) a perdifiato correr a perde-folêgo ‘correr para a vida’ (do inglês run for one’s life) b. (crier) a tué-tête gritar a mata-cabeça ‘gritar no topo da voz’ c. (pagar) a tocateja pagar a toca-telha ‘pagar à vista’

(Italiano) (Francês) (Espanhol) (Magni 2010:7)

§

Problema 1: há que se explicar a falta de comutação categorial a partir de advérbio lexical, ou seja, por que advérbios lexicais tendem a não permitir alteração categorial facilmente? (7) a. [ontemADV] b. [logoADV] c. [sempreADV]

§

(i) [o dia de ontemN] (i) *[o logo da vidaN] (i) [para todo sempreN]

(ii) *[onte-arV]/ *[ont-iz-arV] (ii) *[log-arV]/*[log-u-iz-arV] (ii) *[sempr(e)-ar]/

Problema 2: embora encontremos morfemas formadores de advérbios translinguisticamente, esses morfemas, aparentemente, não são responsáveis por determinar a variedade dos tipos semânticos dos advérbios. Assim sendo, onde está codificada a variedade semântica dos advérbios? Essa informação estaria contida na raiz? (8) a. Modo(ato de fala): franca-mente b. Modo(avaliativo): infeliz-mente c. Modal(possibilidade): possivel-mente d. Aspectual(durativo): breve-mente

4

Dados retirados de Diepeveen (2012). 3  

Advérbios: considerações sobre sua natureza, estrutura interna e distribuição sintática Marcus Vinicius Lunguinho - UnB Vitor Augusto Nóbrega - USP

e. Temporal(anterior): recente-mente Conclusão parcial Assumimos que há um núcleo categorial adverbial independente, e, em termos formais, seu comportamento particular será evidenciado pela configuração de traços gramaticais presente em seu núcleo categorizador, diferentemente da configuração de traços presente em outros núcleos categoriais. 2. A estrutura sintática dos advérbios (de tempo) § Embora a discussão sobre a independência lexical dos advérbios seja um assunto controverso, é inegável a presença de uma estrutura interna nessas unidades lexicais, a qual é frequentemente negligenciada pela literatura. §

Classificação morfológica dos advérbios: - Advérbios lexicais: constituem uma unidade lexical simples, comumente relacionada morfologicamente a adjetivos (e.g., rápido, lento), nomes (e.g., ontem, amanhã), preposições (e.g., embora), e, em alguns casos, determinantes (e.g., aqui, lá). - Advérbios derivados: advérbios derivados de adjetivos e nomes (considerando-se os dados do holandês) através de sufixação (e.g., provavelmente, recent-elijk ‘recentemente’); - Adverbiais: sintagmas de variadas categorias que realizam a função de advérbios (e.g., PPs, às 15 horas; daquele jeito).

§

Retomando os advérbios lexicais de tempo, admitimos, de início, que sua estrutura interna é derivada sintaticamente, através da categorização de uma raiz sintática.

§

Assumimos com Nóbrega (2014) que os núcleos categorizadores caracterizam-se como feixes de traços gramaticais retirados de um subconjunto de traços fornecidos pela Lista 1, os quais são responsáveis por determinar o comportamento sintático de uma raiz no espaço computacional.

§

A questão que se coloca, portanto, é a seguinte: quais são os traços gramaticais que compõem um categorizador adverbial?

§

Traço de borda Nóbrega (2014) argumenta que a raiz deve conter um traço de borda R a fim de possibilitar sua concatenação (i.e., via set-Merge) a um núcleo categorizador, visto que a raiz é invisível no espaço computacional per se (uma vez que ela é definida como uma unidade destituída de traços gramaticais). Desse modo, a raiz será manipulada pelo componente sintático apenas se estiver concatenada a um feixe de traços gramaticais (i.e., a um categorizador). (9) Hipótese do Primeiro Merge (Nóbrega 2014:140) Toda raiz contém um traço de borda R não-interpretável não-valorado [uR: __] que poderá ser valorado apenas por um traço de borda R interpretável e valorado como v, n ou a. Consequentemente, o categorizador adverbial deve conter um traço de borda R interpretável e valorado como adv. Assim, a hipótese em (9) passa, a partir de agora, a incluir adv como um dos valores do traço de borda R, tal como ilustrado em (10) e (11):

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(10) Traço de borda [R] [R] v

n

a

adv

(11) Categorização de uma raiz ei iR:v, n, a, ou adv √uR:___

§

Traço de tempo Além do traço de borda R, o categorizador adverbial poderá conter um traço de tempo T valorado, levando-se em consideração os advérbios temporais sob análise: (12) a. *Ontem eu apresento um trabalho no CELSUL. b. Ontem eu apresentei um trabalho no CELSUL. c. *Ontem eu apresentarei um trabalho no CELSUL.

§

Traço de classe Adicionalmente, podemos admitir, em consonância com Harris (1991), que os advérbios carregam um morfema de classe, o qual é responsável por garantir sua boa formação fonológica (e que está dissociado da informação de gênero). (13) a. dentr-o b. fuer-a

§

Traço de tempo (categorização de estruturas sentenciais) Um traço adicional de tempo T deve ser acrescido a esse núcleo categorizador a fim de permitir a concatenação de um núcleo categorizador acima de um sintagma verbal, para, então, formar um composto V-N, tal como aqueles em (6).

§

Em resumo, o conjunto de traços possíveis de compor o feixe de traços do categorizador adverbial está listado em (14): (14) Conjunto dos traços possíveis dos categorizadores adverbiais (adv) a. Traço de borda R interpretado e valorado como adv [uR: adv] b. Traço de tempo T interpretável e valorado [iT: past] c. Traço de classe C não-interpretável e valorado [uC: 1]5 d. Traço de tempo T não-interpretável e valorado [uT: val]

5

O traço de classe uC pode ter os seguintes valores: 1, 2, 3 e 4, e cada um desses valores corresponde a inserção de uma vogal temática específica, a saber /o/, /a/, /e/ e ∅, respectivamente, em consonância com o trabalho de Alcântara (2003, 2010). 5  

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§

Há uma diferença considerável de traços gramaticais se comparado ao conjunto de traços dos categorizadores adjetivais sugerido em Nóbrega (2014:147): (15) Conjunto de traços possíveis dos categorizadores adjetivais (a) a) Traço de borda R interpretado e valorado como a [uR: a] b) Traços φ não-interpretáveis não-valorados [uφ: __] c) Traço de v não-interpretável não-valorado [uv: __] d) Traço de tempo T não-interpretável valorado [uT: val]

§

Problema: advérbios que tomam argumento: como garantir a seleção de seus argumentos através dos traços presentes em seu categorizador? Qual seria o traço responsável pela seleção?

3. Implementando a proposta: advérbios na derivação § Há várias propostas dentro da gramática gerativa para explicar a distribuição dos advérbios, sendo as duas principais: advérbios como especificadores e advérbios como adjuntos. 3.1 Advérbios como especificadores § Há uma relação de um-para-um entre a posição (especificadores) e a interpretação dos advérbios. Advérbios correspondem a especificadores únicos de projeções funcionais distribuídas universalmente de modo cartográfico (cf. Alexiadou 1997, Cinque 1999, Laenzlinger 1998, 2004). §

A abordagem de advérbios como especificadores está preocupada, diretamente, com a distribuição superficial desses elementos, forçando a sintaxe a conter um conjunto extenso de especificadores para dar conta da ordem linear.

(16) a. Moodspeechact > Moodevaluative> Moodevidential> Modepistemic> Tpast> Tfuture> Mod(ir)realis > Modnecessity> Modpossibility> Modvolitional> Modobligation> Modability/permision> Asphabitual> Asprepetitive> Aspfrequentative> Aspcelerative> Tanterior (...) (Laenzlinger 2004:210) §

Problemas a) Pouca atenção às questões de escopo resultantes da concatenação de um advérbio à estrutura; b) Abordagem pouco falseável. Nos casos em que um advérbio pode ocupar mais de uma posição linear, há um subterfúgio de alargar a possibilidade de concatenação desse advérbio a mais de uma posição ou alterar a concatenação (dita universal) de sua projeção funcional (cf. Laenzlinger 2004). c) Por que a sintaxe estaria diretamente preocupada em derivar a ordem linear “correta” dos advérbios? Ordem linear e outros arranjos estruturais devem estar fora da jurisdição da sintaxe (cf. Chomsky 2013).

3.2 Advérbios como adjuntos Advérbios como adjuntos: adjuntos são concatenados à estrutura sintática através de uma operação de adjunção (Haider 2000, Ernst 2002, Frey, 2000). §

A abordagem de advérbios como adjuntos sugere que há possíveis posições para os advérbios com relação à seleção lexical e regras semânticas independentes.

§

Cabe mencionar que, contrariamente à abordagem de especificadores, a abordagem de adjunção prioriza as relações de escopo de um determinado advérbio, o que serve como argumento para caracterizá-la como uma abordagem que prioriza o papel semântico na sintaxe dos advérbios. 6  

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§

Além disso, um dos principais pontos a favor dessa análise (além de explicar diretamente as relações de escopo dos advérbios – algo problemático para a abordagem de especificadores) é o fato de que advérbios com alta variabilidade de posições na ordem linear são vistos como decorrentes do caráter menos direcional da adjunção.

(17) a. (Stupidly,) they (stupidly) have (studpidly) been (stupidly) buying hog futures (, stupidly). (Ernst 2002:2) b. (Evidently) Horacio (evidently) lost his mind (*evidently) (, evidently). (Jackendoff 1972:50) §

Neste trabalho, investimos na abordagem de adjunção, visto que a hierarquia de especificadores da segunda abordagem, além de engessar a concatenação de adjuntos à estrutura, não permite facilmente a liberdade de concatenação dessas unidades, tal como se vê em (16).

3.3 Nossa proposta § Assumimos, portanto, que os advérbios são estrutura complexas concatenadas na estrutura sintática como adjuntos. Mas, como são concatenados? §

Seleção vs. Adjunção via uma tipologia da operação Merge (Chomsky 2000, 2004): (18) a. set-Merge

b. pair-Merge

input: α, β

input: α, β

output: {α, {α, β}} 2 α β

output: {α , } 2 α β

§

Late Adjunction (Lebeaux 1991, Stepanov 2001): modificadores (adjuntos) são concatenados tardiamente à estrutura sintática, como uma operação de última hora, a qual ocorre no momento de transferência da estrutura para as interfaces (resultado do fato de que os adjuntos não selecionados, e concatenam-se sem a valoração de um traço).

§

Alternativa para a adjunção: assumindo um sistema de derivação paralela para a formação de palavras no espaço computacional (cf. Nóbrega 2014:160-163), admitimos que, caso um núcleo complexo – depois de formado – não contenha um traço capaz de satisfazer as exigências de seleção de outro núcleo dentro do espaço computacional, ele irá se concatenar à estrutura na forma de um pair-Merge.

(19)

3 g √ONTEM iR: adv uR:___ uT: past uC: 4

(20) a. N = {nA1, nB1, √A1, √B1} b. N’ = {nA1, nB1, √A0, √B1} K = √A c. N’’ = {nA0, nB1, √A0, √B1} K= √A L = nA d. N’’ = {nA0, nB1, √A0, √B1} M = [√A nA] 7  

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e. N’’’= {nA0, nB1, √A0, √B0} M = [√A nA] O = √B f. N’’’= {nA0, nB0, √A0, √B0} M = [√A nA] O = √B P = nB g. N’’’= {nA0, nB0, √A0, √B0} M = [√A nA] Q = [√B nB] h. N’’’’= {nA0, nB0, √A0, √B0} U = Problemas para essa proposta: agenda para trabalho futuro: Problema 1: Paradoxo de Pesetsky (1995): relações de escopo e de ligação de pronomes revelam que os advérbios se comportam como se fossem argumentos e não como adjuntos. (21) a. He gives the book to them in the garden on each others birthday. b. He [[gives the book to themi] in the garden] on eachi others birthday] c. He [gives the book to themi [in the garden [on eachi others birthday]] Problema 2: Restrições de combinação: que mecanismo é responsável pela correta combinação dos advérbios de tempo especificamente com o traço de tempo do TP (tempo morfológico da sentença) e/ou com o tempo referencial/discursivo? (22) a. Hoje eu apresento um trabalho no CELSUL. b. Hoje eu apresentei um trabalho no CELSUL. c. Hoje eu apresentarei um trabalho no CELSUL. (23) a. Amanhã eu apresento um trabalho no CELSUL. b. *Amanhã eu apresentei um trabalho no CELSUL. c. Amanhã eu apresentarei um trabalho no CELSUL. (24) a. *Ontem eu apresento um trabalho no CELSUL. b. Ontem eu apresentei um trabalho no CELSUL. c. *Ontem eu apresentarei um trabalho no CELSUL. Os contrastes acima mostram que advérbios de tempo precisam ser compatíveis com a especificação de tempo codificado na morfologia verbal: (25) a. hoje b. amanhã c. ontem

T[PRESENTE] P T[PRESENTE] * T[PRESENTE] P

T[PASSADO] * T[PASSADO] P T[PASSADO] P

T[FUTURO] T[FUTURO] * T[FUTURO] P P

Questão: como capturar essa compatibilidade? Soluções possíveis e problemas a) Agree Questão: como se dá Agree entre traços interpretáveis? 8  

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b) Seleção temporal Questão: que tipo de seleção é essa que envolve adjuntos? essa seleção seria um tipo de s-seleção? c) Matching em LF Questão: é necessário saber como se dão as operações em LF. Se LF nada mais é do que uma continuação do procedimento computacional iniciado com a inserção dos traços e raízes, porque deve haver um ponto em que traços interpretáveis interagem na derivação? Que consequências isso tem para todos os demais traços interpretáveis que se acham na derivação? Referências bibliográficas ALCÂNTARA, C. da C. As classes formais do português e sua constituição: um estudo a luz da teoria da Morfologia Distribuída. 2003. Tese (Doutorado em Letras) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. ______. As Classes Formais do Português Brasileiro. Letras de Hoje, v. 45, n. 1, 2010, p. 5-15. ALEXIADOU, A. Adverb Placement: A Case Study in Antisymmetric Syntax. Amsterdam: John Benjamins, 1997. CHOMSKY, N. Lectures on Government and Binding. Dordrecht: Foris, 1981. ______. Minimalist Inquiries: The Framework. In: MARTIN, R.; MICHAELS, D.; URIAGEREKA, J. Step by Step: Essays on Minimalist Syntax in Honor to Howard Lasnik. Cambridge, MA: MIT Press, 2000, p. 89-155. ______. Beyond Explanation Adequacy. In: BELLETTI, A. (ed.) Structures and Beyond. Oxford: Oxford University Press, 2004, p. 104-131. ______. Problems of Projection. Lingua, v. 130, 2013, p. 33-49. CINQUE, G. Adverbs and Functional Heads: A Cross-Linguistic Perspective. Oxford: Oxford University Press, 1999. DELFITTO, D. Adverbs and the Syntax/Semantics Interface. Rivista di Linguistica, v. 12, n. 1, 2000, p. 13-53. DIEPEVEEN, A. Modifying Words: Dutch adverbial morphology in contrast. 2012. Tese (Doutorado em Linguística) – Freie Universität Berlin, Berlim, 2012. EMBICK, D.; NOYER, R. Distributed Morphology and the Syntax/Morphology Interface. In: RAMCHAND, G.; REISS, C. (ed.) The Oxford Handbook of Linguistic Interfaces. Oxford: Oxford University Press, 2007, p. 289-324. EMONDS, J. A Transformational Approach to English Syntax. Dordrecht: Foris, 1976. FREY, W. Syntactic requirements on adverbs. In FABRICIUS-HANSER, C.; LANGAND, E.; MAIENBORN, C. (eds.) Approaching the Grammar of Adjuncts (ZASPIL17). Berlim: ZAS, 2000, p. 107-134. HALLE, M.; MARANTZ, A. Distributed Morphology and the pieces of inflection. In: HALE, K.; KEYSER, S. J. (eds.) The view from Building 20. Cambridge, MA: MIT Press, 1993, p. 111-176. HAIDER, H. Adverb placement – Convergence of structure and licesing. Theoretical Linguistics, v. 26, 2000, p. 95-134. HARRIS, J. W. The exponence of gender in Spanish. Linguistic Inquiry, v. 22, 1991, p. 27-62. JACKENDOFF, R. Semantic Interpretation in Generative Grammar. Cambridge, MA: MIT Press, 1972. LAENZLINGER, C. Comparative Studies in Word Order Variation: Adverbs, Pronouns and Clause Structure in Romance and Germanic. Amsterdam: John Benjamins, 1998. ______. A feature-based theory of adverb syntax. In: AUSTIN, J.; ENGELBERG, S.; RAUH, G. (eds.) Adverbials: The interplay between meaning, context and syntactic structure. Amsterdam: John Benjamins, 2004, p. 205-252. 9  

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