AFETO COMO TOM DE CONVERSAÇÃO ONLINE: ESTUDO DE CASO SOBRE A ABORDAGEM UTILIZADA NA FAN PAGE DA “PREFS” DE CURITIBA

Share Embed


Descrição do Produto

AFETO COMO TOM DE CONVERSAÇÃO ONLINE: ESTUDO DE CASO SOBRE A ABORDAGEM UTILIZADA NA FAN PAGE DA “PREFS” DE CURITIBA1

Tayra Aleixo2 RESUMO O artigo busca discutir a abordagem utilizada na fan page que representa a prefeitura de Curitiba. Levantam-se questões acerca das interações online entre a instituição política e os internautas que consomem os conteúdos postados pela mesma em seu perfil do Facebook, e como esta articulação pode beneficiar ambos. Para efeito de pesquisa, o artigo apresenta uma entrevista feita com o gestor de comunicação que implantou a estratégia, bem como considera algumas notícias em portais online que relataram o alcance de visibilidade e empatia que a página alcançou, chegando ao patamar de página com maior nível de interação online em comparação às demais capitais brasileiras. O referencial articula argumentos para verificar se tal visibilidade pode ser revertida, em alguma medida, em cidadania. Não obstante, verifica os preceitos que balizam a estratégia de relacionamento online da instituição política em questão, bem como o papel dos memes neste processo. Palavras-chave: Afeto. Comunicação Política. Elemento pessoal.

1. INTRODUÇÃO

Imbricações entre afeto e política são pertinentes à medida que saber o que as pessoas pensam, bem como o que afeta suas escolhas políticas, é essencial para a democracia (GONZÁLEZ-BAILÓN, BANCHS e KALTENBRUNNER, 2012). Estudos localizam o afeto na política de diferentes maneiras, como por exemplo: a disposição da população de atribuir responsabilidade aos acontecimentos políticos ao governo vigente (GONZÁLEZ-BAILÓN, BANCHS e KALTENBRUNNER, 2012); as possíveis semelhanças entre figura política e celebridade, como no estudo que atribui ganhos da

1

Trabalho inscrito para o GT Comunicação e Política, do VII Encontro de Pesquisa

em Comunicação – ENPECOM. 2

Mestranda do PPG em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, pesquisadora

vinculada

ao

Grupo

[email protected].

de

Pesquisa

Teorias

e

Processos

da

Comunicação,

visibilidade midiática do ator Arnold Schwarzenegger para o político austro-americano que ele se tornou (BABCOCK e WHITEHOUSE, 2005); possibilidade de analisar grande quantidade de notícias a partir de identificação de palavras-chave ou frases-chave que carregam conteúdo afetivo, e seu alcance (YOUNG e SOROKA, 2012); ou até mesmo as mudanças de critérios de julgamentos dominantes da população acerca do que é pertinente, ou mesmo de responsabilidade da mídia em relatar, aspectos da vida privada dos políticos (WOJDYNSKI e RIFFE, 2011). De acordo com Riffe (2003) e Babcock e Whitehouse (2005), a aceitação da exposição de informações pessoais variam de acordo com o tempo no cenário norte-americano. É provável que isto aconteça também em outros lugares. Mudam, portanto, não somente a predisposição das mídias em propagar estas notícias, como também o julgamento das pessoas sobre a responsabilidade da imprensa de reportar tais acontecimentos. A opinião pública a respeito da relevância de conhecer tais situações pessoais dos líderes políticos, bem como sua demanda, representa um dos fatores cambiantes quando se tratam de afeto, política e mídia. No tocante ao julgamento de notícias de cunho pessoal, existem enquadramentos culturais que constroem imagens na cabeça das pessoas e formam opiniões sobre outras pessoas ou instituições que sequer tiveram contato direto (WEBER, 2004). Esta inclinação para julgamentos também faz parte do não-racional, do afeto (SODRÉ, 2015). O presente artigo elege a perspectiva sobre o uso da pessoalidade na conversação online que a Prefeitura de Curitiba propõe no Facebook, localizando o elemento pessoal no tom adotado pela equipe de mídias sociais ao tratar assuntos de interesse público na fan page da “prefs” (apelido utilizado pelos internautas que seguem o perfil da prefeitura curitibana). Através de levantamento de notícias acerca do perfil, bem como entrevista junto ao diretor de marketing da prefeitura, busca-se saber como o elemento pessoal promove a interação e o engajamento em termos de “democracia digital”.

2. DEMOCRACIA DIGITAL E O PRÍNCIPE ELETRÔNICO

O que se entende por “democracia” pressupõe o controle compartilhado do governo com o povo, no qual o segundo influencia as decisões do primeiro. A partir disso, questionam-se os melhores parâmetros e limites podem ser praticados numa democracia. Em outras palavras, o “quanto de democracia”, afirma Beetham (1993, p. 55) “é desejável ou praticável, e como ela pode ser realizada numa forma institucional sustentável”.

Gomes (2011) chama de democracia digital a ampliação do campo de discussão político das pessoas a partir de aparatos tecnológicos. Em outras palavras, é o próprio emprego de dispositivos (smartphones, ipads, computadores, etc.), aplicativos (programas) e ferramentas (sites, fóruns, redes sociais, etc.) voltados para a política. Para Guzzi (2010) existe um potencial acerca dessa democracia digital, com ganhos em termos de participação cidadã num espaço não mais virtual, mas sim com possibilidades interativas reais que podem promover ganhos democráticos. No que tange a democracia online no Brasil, segundo a SECOM, apenas 25% das pessoas entrevistadas buscaram o contato com o governo através da internet nos últimos 12 meses, sejam por e-mail, formulários eletrônicos, chats, redes sociais, fóruns de discussão ou de consultas públicas (BRASIL, 2014). Segundo Sampaio (2011), salvo as diferenças de linhas argumentativas entre deliberacionistas e participacionistas, e sem confundir as noções em discussão, entender as novas formas de participação e deliberação online é importante no sentido de contribuir para o entendimento, construção e consolidação de uma nova fase da comunicação política, agraciada pela possibilidade de interação livres de espaço e tempo: “As modalidades que os intercâmbios afetivos adquirem nos espaços informáticos constituem novos desafios para o estudo das relações sociais e pessoais.” (DELARBRE, 2009, p. 87). Habermas (1997) entendia que deveriam existir certos requisitos para atividade de deliberação. Uma delas seria a racionalidade do argumento, ou seja, se você quer pleitear alguma coisa, seu discurso de convencimento deve ser pautado por motivos e argumentações racionais válidas, possíveis de serem reconhecidas por todos os envolvidos. Entretanto, a vida pessoal e o lado emocional não podem ser dissociados da rotina profissional ou cidadã do ser humano, como apontou Sodré (2015) ao indicar que sempre haverá motivações pessoais envolvidas em questões tanto políticas quanto profissionais (esferas estas que eram tentativamente separadas do âmbito privado/pessoal até muito recentemente). Muniz Sodré (2006) resgata a figura do príncipe de Hobbes, argumentando que o afeto sempre fez parte da aproximação entre o líder frente os liderados. Já para Ianni (2001), depois do príncipe hobbemasiano, Gramsci apresentou o príncipe moderno, caracterizado por um único indivíduo que passava a assumir a face dos partidos políticos. O autor propõe que atualmente a figura do príncipe estende-se para internet numa tentativa de criar, e ser ele mesmo, uma nova forma de ágora pública. O desafio do debate atual é delimitar a abrangência deste “novo” príncipe e seu impacto na vida de pessoas e organizações.

3. ATORES POLÍTICOS COMO PESSOAS OU INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E A FORMAÇÃO DA CREDIBILIDADE

Figuras públicas são passíveis de curiosidade, julgamentos e expectativas. A partir da captação de informações vinculadas à pessoalidade, pessoas podem formar opiniões embasadas no julgamento dos critérios de princípios (ética) destes, mesmo sem contato direto com tais figuras. No caso, a noção de figuras públicas engloba tanto sujeitos quanto instituições, os quais devem competir o tempo todo por espaços públicos, votos e boa vontade, colocando-os como atores ou mesmo personagens que dramatizam ações para angariar visibilidade e promover sua própria imagem (WEBER, 2004). Neste trabalho, figuras políticas são entendidas como figuras públicas que exercem cargos públicos de representação política. De acordo com a idéia de ética de Aristóteles (1984), o caráter e a moral fazem parte do repertório, formado ao longo da vida, que pautará as escolhas das pessoas. A liberdade de escolha está intimamente ligada à ética. Ou seja, a ética termina quando a lei começa, uma vez que a lei é soberana e não permite escolhas. Portanto, um candidato que tem um caso extraconjugal revelado, atinge uma noção moral ligada à família, ou uso de drogas ilícitas também poderá influenciar na formação da imagem e confiança das pessoas acerca da figura pública em questão. Atividades ilegais e abuso de poder sobre o mercado também são causas que atingem a credibilidade de instituições, seja ela pública, privada ou sem fins lucrativos. Percebe-se a relação entre os costumes e as escolhas das figuras políticas para formação de sua imagem frente opinião pública. Mas a ética não pode ser compreendida “como mero saber dos costumes ou da moral, tal como se confundem os campos a partir da tradução latina (mos, moris)” (SODRÉ, 2006: 133). Ou seja, o termo engloba histórico pessoal, autoridade e outros sentidos que se modificam constantemente. Enfim, não estendendo o tema por não ser foco deste artigo, e voltando a atenção para efeito de julgamento da imagem de agentes políticos, pessoas podem comparar o que é dito no discurso em detrimento do caráter que emerge nas ações pessoais dos políticos ou pelas escolhas feitas pela administração de uma empresa, por exemplo. Ou ainda, o que postam na internet e o que é feito na prática.

4. POTENCIAL INTERATIVO DO CIDADÃO NA INTERNET

Existe várias motivações que fazem os políticos resistirem à abertura do diálogo com as pessoas na internet. Por exemplo, hoje a disseminação da informação pode ser feita através do compartilhamento online nas diversas redes sociais existentes, dando corpo à conversação online e sendo republicada a cada novo acesso (RECUERO, 2012). E justamente esta falta de controle sobre os conteúdos correntes na internet representa uma dessas razões, sendo a mediação dos conteúdos uma opção que acarretaria problemas ainda mais delicados, pela possibilidade de remeter censura (STROMER-GALLEY, 2013). Em oposto, alguns autores defendem que a moderação de conteúdo auxilia na qualidade do debate político online, evitando a monopolização da fala. Para tanto, algumas estratégias são utilizadas, como a imposição de um tempo mínimo entre um comentário e outro, ou mesmo a colocação de um mediador que vá atrair àqueles menos participativos para o debate, e balancear os argumentos da discussão (DAVIS, 2005; JANSSEN e KIES, 2005; WILHELM, 2000). Outra razão que os políticos podem julgar difícil de contornar na internet é a necessidade de posicionamento ao dar respostas aos usuários da rede. Esta ação poderia impedir a ambigüidade necessária no discurso político contemporâneo (STROMER, GALLEY, 2013). Por outro lado, identidades é uma noção desvanecida neste cenário, não sendo estável e estar atrelada à subjetividade, no caso entendida como parte do afeto neste artigo. Em outras palavras, hoje existe “um farto catálogo de identidades descartáveis que cada um pode escolher e emular: é possível copiá-las, usá-las e logo descartá-las para substituí-las por outras mais novas e reluzentes” (SIBILA, 2008, p.241-242). A resistência não é unilateral, vinda somente dos políticos, mas também existem eventuais limitações da participação democrática no Brasil que poderiam comprometer o potencial de participação cidadã na rede. Tais resistências podem estar relacionadas com a falta de conhecimento político, em dimensões estruturais e circunstanciais, por parte do eleitorado, assim como a dificuldade de debates na esfera civil, de oportunidades de participação em grupos de pressão e instituições democráticas, além da falta de comunicação da esfera civil com seus representantes, em termos de cobrança de explicações e prestação de contas (BUCY E GREGSON, 2000; MIGUEL, 2008; GOMES, 2005). De acordo com Coutinho (2000), não há melhor conceito que expressa a democracia se não a própria noção de cidadania. Esta noção, por sua vez, representa a conquista da capacidade de elevar as possibilidades de realização humana a partir da apropriação de bens socialmente comuns, considerando o contexto histórico vigente. Não mais como antes, aonde a cidadania pressupunha um espaço compartilhado, hoje ela incorpora a noção de

desterritorialização, ou seja, “a cidadania não está baseada na participação em um espaço físico comum. Nem as intervenções humanas têm a ‘presença’ como condição” (BUSTAMANTE, 2010, p. 21). Para atingir algum ganho de cidadania a partir de interações online, o engajamento seria peça fundamental. Para o compartilhamento de informações voluntárias potenciais na rede, que aumentam o alcance do conteúdo postado: “a participação do usuário é hoje um motor e um capital valioso” (BRUNO, 2013: 127). Reforçando tal ideia, Aquino, Marques e Miola (2014, p. 03) ressaltam: “saber de um acontecimento, ou de uma opinião, por meio de um amigo que comentou algo publicado por uma determinada personalidade política pode ter tanta credibilidade (ou até mais) do que ler o material produzido pela assessoria parlamentar”. Ou seja, quanto mais seguidores, maior será o grau potencial de influência do agente político no ambiente online, uma vez que a mensagem não somente pode chegar direto àqueles que acompanham as atualizações do mesmo, como também o alcance da mensagem é exponencial sob a lógica de compartilhamento na rede, podendo atingir usuários que não estão inscritos, ou que não recebem, a princípio, o conteúdo postado (AQUINO, MARQUES e MIOLA, 2014).

5. A EMPATIA E O AFETO NA POLÍTICA ONLINE: NOVAS POSSIBILIDADES DE ABORDAGEM

Desde que Goebbles entendeu que o pathos poderia ser utilizado para canalizar ou instruir os julgamentos de multidões, falar sobre estratégias afetivas tornou-se pertinente no campo político (MARTINO, 2007). Estas estratégias são chamadas de “estratégias sensíveis” na obra de Muniz Sodré (2006), e consiste em reconhecer o “sentir” como potencial formador de opinião e tomador de decisão por parte do eleitorado. Corroborando com a pertinência sobre o afeto dentro do discurso político, a emoção é considerada o vetor mais importante acerca da ação humana (FRIDJA, KUIPERS & TERSCHURE, 1989; SODRÉ, 2015). Ela pode se manifestar a partir de reações de expressão, reações fisiológicas, ou, comportamento de enfrentamento. Não obstante, existem duas abordagens mais utilizadas para levantar o elemento emocional dentro da política: uma faceta da personalidade ou uma reação a partir de circunstâncias externas (CARLSON & HATFIELD, 1991). Existe uma estreita relação entre emoção e comportamento, segundo Fung, Namkoong e Schuefele (2012). A quantidade de emoção direcionada para o candidato em época de

eleição é positiva em termos de participação na campanha. Entretanto, as pessoas não apóiam seus candidatos apenas quando se identificam com eles, mas pode demonstrar apoio apenas como gesto de oposição. Tem-se, então, não uma situação de empatia com o candidato em si, mas com o candidato rival, e que no caso, não é necessariamente positiva (FUNG, NAMKOONG e SCHUEFELE, 2012). Assim, apreender o afeto não é complexo somente em épocas de eleições, cuja identificação de motivações diferentes que justificariam a escolha do voto, isso seria classificar o afeto, e este é uma faculdade de nível individual, difícil de ser rotulada e mensurada (CARLSON & HATFIELD, 1991). Ainda sobre o campo afetivo, a empatia é um componente primordial para conquistar eleitores. Um político interage com crianças em épocas de campanha eleitoral, o que é muito próximo do que um chimpanzé faz quando quer chegar à liderança do grupo. Quando um primata dessa espécie está na disputa, ele precisa angariar a atenção do grupo no qual vive, portanto brincam com filhotes e agradam as mães do bando. Fora de “campanha”, estes chimpanzés não se comportam da mesma maneira. O mesmo fenômeno acontece com a espécie humana. Portanto, a empatia é passível de observação em diversas espécies, não somente nos humanos, sendo essa tanto positiva quanto negativa (WAAL, 2010), com potencial de elevar a aceitação de agentes políticos em épocas de eleições. Tal empatia pode ser observada nas novas abordagens lançadas por figuras políticas na internet. No ambiente conectado há a possibilidade de mapear as preferências dos usuários a partir dos cookies, dando tijolos para construção de conteúdos políticos potencialmente atrativos. Entretanto, esta forma de ranquear os sites tende expor pontos de vistas hegemônicos, o que vai contra a ideia de que a internet é democrática. Mas há o modelo de recomendação que demonstra maiores ganhos do que no ranqueamento geral das notícias e sites (MUTZ e YOUNG, 2011). Esta face recomendativa de conteúdo online vai de encontro à idéia de que as pessoas tendem a levar mais em conta opiniões de amigos, colegas e parentes, do que de pessoas que não estão dentro do seu círculo de conhecidos (SODRÉ, 1991). E na internet, o que pode ser entendido como “dentro do círculo de conhecidos” é potencialmente maior (MUTZ e YOUNG, 2011). Um estudo do Pew Internet and American Life Proyect, concluiu em 2006: “A internet respalda as redes sociais”, ou seja, os espaços de conversação online reafirmam amizades que os usuários tem off line, mas abrem também possibilidade de conhecerem novas pessoas que não conhecem, e talvez nunca conhecerão, pessoalmente (DELARBRE, 2009).

Uma possibilidade de estudo sobre afeto e política, é acerca do tom pessoal na linguagem que atores políticos utilizam para expor conteúdos de utilidade pública na rede. O modo como digitam as mensagens e compõem as imagens postadas carregam um tom de proximidade com os followers (usuários que curtiram a fan page), estabelecendo um contato mais próximo com as pessoas. Em entrevista com Marcos Giovanella diz que as redes sociais na internet foram criadas pra pessoas e são feitas por pessoas, então a abordagem de uma instituição deve ser mais próxima possível do que uma pessoa faria. Além disso, o relacionamento é requisito para aproximação de qualquer marca do público conectado. Sem o relacionamento, sem fazer coisas que uma pessoa “faz”, uma instituição não poderia angariar tanto interação ou visibilidade, reconhecendo essas como “meras intrusas” (palavras do próprio entrevistado) na rede.

6. A NOÇÃO DE DISPOSITIVO E SUA FUNÇÃO ESTRATÉGICA PARA UTILIZAÇÃO DE MEMES

O processo de comunicação depende de matrizes interacionais e práticas compartilhadas que influenciam a maneira como a interação avança. Entende-se por dispositivo, portanto, propriamente "tais matrizes - culturalmente disponíveis no ambiente social (e em constante reelaboração e invenção)" (BRAGA, 2011, p. 5). Ainda, segundo Agamben (2009), que interpreta a noção de dispositivo a partir de Foucalt, este é se não a própria “rede” estabelecida entre elementos como: discursos, instituições, leis, medidas de segurança, proposições filosóficas etc. Além disso, o dispositivo sempre terá uma função estratégica e inscrição numa relação de poder. A internet não pode ser excluída da análise do dispositivo contemporâneo, uma vez que pode carregar elementos de tal “rede”. A figura da Capivara foi criada pelo jornalista Álvaro Borba, hoje responsável pela gestão de mídias sociais da prefeitura. Desde o início, a idéia era transformar o personagem num projeto social. E dado o sucesso deste meme na página da prefeitura no Facebook, eles puderam construir este case de assistência social. Um meme possui como característica sua mutabilidade (RECUERO, 2006). Desde sua criação, a Capivara já foi apresentada de inúmeras formas na rede, tanto em postagens da própria prefeitura, quanto nos comentários de usuários que postam imagens de capivaras em diversas situações.

A longevidade de um meme depende do quão pertinente e incorporado ao caldo cultural está (RECUERO, 2006). No caso dessa mascote não-oficial, sua retenção pode ser atribuída à relevância que esta figura ganhou ao promover projetos sociais do Instituto PróCidadania de Curitiba. A finalidade do meme da Capivara para a “prefs” (apelido que os internautas usam para referir-se à prefeitura de Curitiba) era apontar a descontinuidade da linguagem no perfil da instituição, sinalizando a quebra da anterior para dar espaço à nova linguagem que Marcos Giovanella e sua equipe pretendiam implantar em 2013. Conforme aponta Recuero (2006), a utilização de memes está ligada não somente ao foco de elevar o número de interações, como também construir uma reputação, estreitando laços e conquistando novos. Em nível de engajamento, pode-se dizer que, dentre outros produtos criados por essa equipe, a disseminação de conteúdo relevante ganha visibilidade a partir da utilização de memes. A “prefs” não economiza em memes, sendo essa uma das características que levaram a página do Facebook ser a mais acessada em comparação aos perfis das demais capitais brasileiras. Há referências de filmes populares entre o público jovem, como “Harry Potter” por exemplo, até frases famosas no ambiente online, personagens de seriados famosos (“Game of Thrones”, por exemplo) ou desenhos consagrados (“Dragon Ball Z”, por exemplo). Essa linguagem empregada no perfil do Facebook da prefeitura curitibana recebe muitas críticas pela falta de seriedade por se tratar de uma instituição política. Entretanto, existem ganhos em termos de agilidade na resposta de setores públicos a partir das interações e atendimento realizado pela Internet. Ou seja, a burocracia acaba sendo influenciada pelo ritmo da internet no caso de Curitiba, pois os setores acabam recebendo questionamentos online das pessoas e estas esperam por respostas imediatas (CASTRO, 2013).

7. POSSIBILIDADES A PARTIR DO GANHO DE VISIBILIDADE OBTIDO NO PERFIL DA “PREFS”

Informações disponibilizadas na internet já são pensadas de maneira diferente do que se fossem lançadas na TV ou mídia impressa. As pessoas que buscam informações políticas online sabem disso (GOMES, 2011). A partir desta idéia, novas formas de abordar assuntos políticos tem surgido na rede, como é o caso da Prefeitura de Curitiba ao tratar o conteúdo postado no Facebook de maneira inusitada, levando-a a ser reconhecida como a mais acessada pelas internautas em relação aos perfis das demais capitais brasileiras (CASTRO, 2013).

Em 2013, Marcos Giovanella recebeu o convite para tomar frente da gestão da marca da prefeitura na internet. Ele é publicitário formado pela PUC-PR, com MBA em direção estratégica. Com sua equipe formada, Marcos desenvolveu vários artifícios para apontar a interrupção da linguagem de antes e a implantação da nova linguagem que eles estavam pretendendo (Facebook, Twitter). A equipe criou o meme da capivara, um tipo de mascote não-oficial que mais tarde seria um dos produtos mais vendidos na loja do Instituto PróCidadania de Curitiba, que tem suas arrecadações voltadas integralmente para projetos sociais da cidade. O Instituto Pró-Cidadania pode contar com o auxílio de uma marca criada e promovida nas mídias sociais pela prefeitura, impactando nos fins assistenciais, educacionais, beneficentes e culturais que tal organização sem fins lucrativos promove na cidade desde 1984. Hoje, quem acessa a homepage do Instituto Pró-Cidadania de Curitiba, pode descobrir endereços da loja “Leve Curitiba” e adquirir produtos que remetem à cultura da cidade e sua história, dentre eles os mais vendidos são os produtos da capivara. Toda renda obtida com a venda dos produtos é revertida para projetos sociais promovidos pelo próprio instituto na própria cidade. Álvaro Borba – criador da mascote - veio integrar a equipe mais tarde, assumindo depois o cargo de Marcos para que este fosse nomeado diretor de marketing da prefeitura de Curitiba. Marcos ainda acompanha de perto o desenvolvimento estratégico da internet e pôde contribuir para este trabalho contando a história da implantação e os elementos que mais contribuirão para angariar interação e visibilidade pra cidade através da internet. Hoje, muitas pessoas visitam Curitiba por que conhecem a página da cidade no Facebook. Assim como o turismo, várias causas acabaram sendo abraçadas ao longo do caminho pela equipe de mídias sociais da prefeitura, indicando a complementaridade que a internet tem frente aos demais veículos e mesmo com a vida política não mediada. O foco da prefeitura na internet sempre foi o relacionamento. Em 2013, ao receber o briefing da prefeitura em 2013, o objetivo expresso era aproximar a instituição das pessoas, afastando-a da face fria e distante que tinha até então. Para tanto, Marcos acredita que pra acontecer essa aproximação, o relacionamento teria que ser o foco. Ao procurar referências bem sucedidas de perfis políticos, Giovanella não encontrou nada no Brasil e foi buscar fora, adaptando tendências internacionais para trabalhar a imagem da cidade na internet. Em termos de conteúdo, apesar da linguagem mais solta com tom pessoal, assuntos relacionados à própria cidade e a pauta vigente são sempre amarrados nas postagens (CASTRO, 2013).

Muitas pessoas criticam a linguagem pessoal que é utilizada no perfil, mas grande parte dessas pessoas mudam de idéia ao ter uma demanda atendida através da fan page. Marcos conta que o maior trabalho deles é de atendimento aos munícipes, não somente através do Facebook, mas também com outras ferramentas online, e isto valida a possibilidade de ter um diálogo mais próximo na rede. Do contrário, na segunda “brincadeirinha” que eles fizessem, as pessoas já não aceitaria o tom pessoal empregado, ou seja, uma vez que não tivesse o viés de interagir dialogicamente com essas pessoas, estas não teriam tolerância com o perfil. A métrica que baliza o sucesso da página é de fato o engajamento, ao voltar sua atenção para o número de pessoas que interagem ao invés do número de seguidores em si (CASTRO, 2013). Mas não são somente as brincadeiras que ganham o engajamento dos internautas na página da “prefs”, a página promove campanhas de interesse público e faz intermédio de audiências públicas, integrando as pessoas online ao debate (PINHONI, 2014). A cultura política contemporânea, segundo Gomes (2005), abriga a crença de que práticas políticas civis não possuem efetividade sobre o poder público, ou seja, não há relação de causa e efeito ao exercer a democracia. Em contrapartida, este trabalho de relacionamento combinado com atendimento da prefeitura de Curitiba, corrobora a idéia de que o debate online dá a sensação que a contribuição de cada participante é valiosa (HYDE-CLARKE, 2013). Sobre as diferenças entre políticos e instituições políticas, Marcos acredita que trabalhar o elemento pessoal sendo um indivíduo é muito mais fácil do que sendo uma organização. Para ele, trabalhar a imagem da pessoa na internet deveria obedecer ao critério da veracidade das informações. Portanto, não seria possível ser uma pessoa na vida real e outra na internet, isto não seria possível a menos que seja criado um personagem, e ainda sim, pessoas saberiam quando você está mentindo e quando não. E mesmo tratando-se de uma instituição política, Marcos diz que a transparência é fundamental. Nas palavras de Giovanella, “a transparência ela é compulsória hoje”. Essa transparência com assuntos pessoais pode ser alcançada com auxílio da avidez do público contemporâneo de “bisbilhotar e consumir vidas alheias” (SIBILA, 2008, p. 78). Ela tem potencial de atrair atenção quanto mais for “verdadeira, autêntica, realmente vivenciada por essa personalidade” (SIBILA, 2008, p. 224) Esta narração com tom pessoal, pode ainda contribuir com ganhos de visibilidade ao carregar uma autobiografia que se revela única ao tratar do “eu”: “[...] o eu de cada um de nós é uma entidade complexa e vacilante. Uma unidade ilusória construída na linguagem, a partir

do fluxo caótico e múltiplo de cada experiência individual” (SIBILA, 2008, p. 31). “Mas se o eu é uma ficção gramatical, um centro de gravidade narrativa, um eixo móvel e instável onde convergem todos os relatos de si, também é inegável que se trata de um tipo muito especial de ficção“ (idem). E se “pessoas desconhecidas costumam acompanhar com fruição o relato minucioso de uma vida qualquer, com todas suas peripécias registradas por seu protagonista enquanto vão ocorrendo” (SIBILA, 2008, p. 70), a vida de um político pode receber ainda mais atenção.

8. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

A democracia digital no Brasil está apenas engatinhando. Em comparação com páginas de outras capitais, Curitiba está na frente em termos de número de seguidores, e principalmente de interações, superando São Paulo e Rio de Janeiro, que possuem maior número de habitantes do que Curitiba (PINHONI, 2014). Apesar de Giovanella reconhecer que sem liberdade vinda do prefeito Gustavo Fruet (PDT) a página não poderia ter criado novas abordagens para tratar política (SANTOS, 2014), é importante ressaltar que a fan page é desvinculada da página do prefeito, evitando qualquer tipo de associação partidária com a imagem da cidade. Em entrevista, Marcos deixa claro que o prefeito tem suas páginas sob administração de sua própria assessoria e nada tem a ver com a equipe que trata das páginas da prefeitura. Apesar de algumas críticas sobre o humor na linguagem utilizada ou sobre a alocação de recursos para outras demandas da cidade que não uma área de mídias sociais (CASTRO, 2013), a maior interação de pessoas com a Prefeitura de Curitiba pode sim promover ganhos em termos de cidadania, uma vez sendo o atendimento das demandas recebidas o foco da presença da instituição na internet. Este diálogo promove também a agilidade da burocracia interna dessa instituição, uma vez que as pessoas estão exigindo respostas na internet e os setores devem reportar evolução nos processos, conforme ressaltou um dos membros da equipe, Claudio Castro (CASTRO, 2013). O que vai contra a ideia de que a internet demanda resultados imediatos impossíveis de serem obtidos, tornando-a inócua (JOSGRILBERG, 2010). Para reforçar a idéia acima, a própria figura da capivara reverte orçamento para projetos sociais da cidade. Ou seja, o relacionamento é possível, a aproximação de órgãos públicos pode promover a participação das pessoas nas questões políticas do município, estado ou federação.

Além disso, conforme explana Giovanella na entrevista, se as pessoas procurassem cobrar maior responsividade dos governantes, seja pela internet ou não, estes estariam impelidos a ouvir. Ele conta um caso recente do governo do estado em relação aos professores: a pressão popular fez o governo recuar algumas vezes, impedindo-o de seguir em frente com o que estava propondo fazer. Não obstante, as pessoas podem oferecer resistências somente por se tratar de política, conforme aponta Marcos. Portanto, ao iniciar o trabalho de mídias sociais em Curitiba, ele já tinha em mente que não agradaria todo mundo, mas faria o possível para ajustar o perfil de acordo com demandas pertinentes. E é isso que eles fazem, tentam mudar alguns pontos para agradar mais um ou outro, mas não tiram o foco da grande maioria que apóiam a nova abordagem que eles criaram para atrair a participação das pessoas em assuntos políticos ou mesmo em divulgar informações de utilidade pública. O estudo não trouxe dados empíricos para o debate, e nem contemplou as motivações pelas quais os veículos midiáticos tradicionais reportam notícias carregadas de elemento pessoal, tampouco discutiu as motivações da audiência em consumir tais conteúdos. Um novo artigo poderia levantar os programas televisivos, blogues políticos, programas de rádio, e outros, que tratam a política e em qual medida eles relatam situações da vida pessoal dos representantes eleitos, não deixando de indicar a proposta de cada programa/site.

9. REFERÊNCIAS

AGAMBEN, G. O que é um dispositivo? In: ___ O que é o contemporâneo? Chapecó: Argos, 2009. AQUINO, J.; MARQUES, F.; MIOLA, E. Parlamentares, representação política e redes sociais digitais: perfis de uso do Twitter na Câmara dos Deputados. Opinião Pública, Campinas, vol. 20, nº 2, Agosto, 2014, p. 178-203. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1984. BABCOCK, William; WHITEHOUSE, Virginia. Celebrity as a postmodern phemomenon, ethical crisis for democracy, and media nightmare. Journal of Mass Media Ethics, 20 (2&3), 2005, pp. 176-191. BEETHAM, David. Liberal democracy and the limits of democratization. IN: David Held (ed.) Prospects of democracy. Stanford: Stamford University Press, 1993, p. 55.

BRAGA, José Luiz. Dispositivos interacionais. IN: XX Encontro da Compós – Grupo de Trabalho Epistemologia da Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 14 a 17 de Junho de 2011. Brasil. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira de mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. – Brasília: Secom, 2014. BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013. BUCY, E. P.; GREGSON, K. S. Media participation: A legitimizing mechanism of mass democracy. New Media & Society, 3 (3), 2000, p. 357-380. BUSTAMANTE, Javier. Poder comunicativo, ecossistemas digitais e cidadania digital. IN: SILVEIRA, Segio A. (org.). Cidadania e redes digitais = Citizenship and digital networks. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil: Maracá – Educação e Tecnologias, 2010. CARLSON, J. C.; & HATFIELD, E. Psychology of emotion. Orlando, FL: Holt, Rinehart and Winston, 1991. CASTRO, Fernando. Prefeitura brinca com capivaras e nome de Curitiba nas redes sociais. Portal G1 < http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2013/11/prefeitura-brinca-comcapivaras-e-nome-de-curitiba-nas-redes-sociais.html> Publicado em 13/11/2013 às 07h, atualizado em 13/11/2013 às 13:12h. Acesso em 08/06/2015 `as 15:05h. COUTINHO, C. N. Notas sobre cidadania e modernidade. IN: Contra a corrente – ensaios sobre democracia e socialismo. Cortez, 2000, pp. 50. DAVIS, Richard. Politics online: blogs, chatrooms and discussion groups in american democracy. New York: Routledge, 2005. DELARBRE, Raúl Trejo. Internet como expressão e extensão do espaço público. MATRIZes, ano 2, nº 2, primeiro semestre de 2009, pp. 71-92. FRIDJA, Nico H.; KUIPERS, Peter; TER SCHURE, Elisabeth. Relations among emotion, appraisal, and emotional action readiness. Journal of Personality and Social Psychology, vol. 57 (2), Aug 1989, pp. 212-228. FUNG, Timothy K. F; NAMKOONG, Kang; SCHEUFELE, A. Dietram. The politics of emotion: news media attention, emotional responses, and participations during the 2004 U. S. presidential election. Mass Communication and Society, 15, 2012, pp. 25-45. GOMES, Wilson. A democracia digital e o problema da participação civil na decisão política. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Comunicação e Política”, do Encontro da Compós em 2005. GOMES, Wilson. Participação política online: questões e hipóteses de trabalho. IN: GOMES, Wilson; MAIA, Rousiley C. M.; MARQUES, Francisco P. J. A. (orgs.) Internet e participação política no Brasil. Porto Alegre: Sulina, 2011, pp. 19-46.

GONZÁLEZ-BAILÓN, Sandra; BANCHS, Rafael E.; e KALTENBRUNNER, Andreas. Emotions, public opinion, and U.S. Presidential Approval Rates: a 5-year analysis of online political discussions. Human Communication Research, 38, 2012, pp. 121-143. GUZZI, Drica. Web e participação: a democracia no século XXI. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. HABERMAS, Jurgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. HYDE-CLARKE, Nathalie. Facebook and public debate: an informal learning tool for the youth. Journal of African Media Studies, vol. 5, nº 2, 2013, pp. 131-148. IANNI, Octavio. O príncipe eletrônico. Cuestiones constitucionales: revista mexicana de derecho constitucional, Nº. 4, 2001, 25 págs. JANSSEN, Davy; KIES, Raphael. Online forums and deliberative democracy. Acta Politica, Basingstoke, n. 40, 2005, pp. 317-335. JOSGRILBERG, Fabio B. A opção radical pela comunicação na cidade. IN: SILVEIRA, Segio A. (org.). Cidadania e redes digitais = Citizenship and digital networks. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil: Maracá – Educação e Tecnologias, 2010. MARTINO, Luís Mauro Sá. A estética da propaganda política em Goebbels: um estudo sobre a produção da publicidade a partir de seus Diários. Comunicação&Política, v. 25, n° 2, p. 035-053, 2007. MIGUEL, Luis Felipe. A mídia e o declínio da confiança na política. Sociologias, Porto Alegre, ano 10, nº 19, jan./jun. 2008, p. 250-273. MIGUEL, Luis Felipe. O representante como protetor: incursões na representação política “vista de baixo”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 27, nº 79, junho/2012, pp.3147. MUTZ, Diana C.; YOUNG, Lori. Communication and public opinion: plus ça change? Public Opinion Quartely, vol. 75, nº 5, 2011, pp. 1018-1044. PINHONI, Marina. Curitiba é hoje cidade mais engraçada do Brasil. Portal EXAME < http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/curitiba-e-hoje-cidade-mais-engracada-do-brasilveja-razao.> Publicado em 24/04/2014 às 10h. Acesso em 08/06/2015 às 15:22h. RECUERO, Raquel. A conversação em rede: comunicação mediada pelo computador e redes sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2012. RECUERO, Raquel. Memes e dinâmicas sociais em weblogs: informação, capital social e interação em redes sociais na internet. Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 15, jul-dez 2006, pp.1-16. RIFFE, Daniel. Public opinion about news coverage of leaders private lives. Journal of Mass Media Ethics, 18 (2), 2003, pp. 98-110.

SAMPAIO, Rafael C. Quão deliberativas são discussões na rede? Um modelo de apreensão da deliberação online. IN: GOMES, Wilson; MAIA, Rousiley C. M.; MARQUES, Francisco P. J. A. (orgs.) Internet e participação política no Brasil. Porto Alegre: Sulina, 2011, pp. 197-230. SANTOS, Fábio. Prefeitura de Curitiba usa humor no Facebook e ganha fãs. Portal Terra < http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/prefeitura-de-curitiba-usa-humor-no-facebook-eganha-fas,1042b5ae60a65410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html> Publicado em 16/04/2014 às 07:36h. Acesso em 08/06/2015 às 15:32h. SIBILA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. SODRÉ, Muniz. A comunicação eletrônica é epistemóloga. Revista Parágrafo. JAN./JUN.2015, V. 1, N. 3, 2015. ____________. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. ____________. O Brasil simulado e o real: ensaio sobre o quotidiano nacional. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1991. STROMER-GALLEY, Jennifer. Interação on-line e por que os candidatos a evitam. IN: MARQUES, Francisco P. J. A.; SAMPAIO, Rafael C.; AGGIO, Camilo. Do clique à urna: internet, redes sociais e eleições no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2013. WAAL, Frans de. A era da empatia: lições da natureza para uma sociedade mais gentil. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. WEBER, Maria Helena. Imagem Pública. In: Antonio Albino Canelas Rubim. (Org.). Comunicação e Política: Conceitos e Abordagens. 1 ed. Salvador, 2004, v. C741, p. 259-308. WILHELM, Antony G. Democracy in the digital age: challenges to political life in cyberspace. New York: Routledge, 2000. WOJDYNSKI, Bartosz W.; RIFFE, Daniel. What kind of media, and when? Public opinion about press coverage of politicians’ private lives. Journal of Mass Media Ethics, 26, 2011, pp. 206-223. YOUNG, Lori; SOROKA, Stuart. Affective news: the automated coding of sentiment in political texts. Political Communication, 29, 2012, pp. 205-231.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.