\"Aldeias de Reguengo (do Fetal) nos finais século XVIII\", in «Notícias de Fátima», 23 de janeiro de 2015.

September 4, 2017 | Autor: V. Rosa da Silva | Categoria: Diocesis history - Leiria-Fátima, Batalha, Leiria, Reguengo Do Fetal, Autores Do Distrito De Leiria
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Sociedade

Não sou Charlie!

Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2015

Aldeias de Reguengo (do Fetal) nos finais século XVIII Vasco Jorge Rosa da Silva

Jorge Perfeito

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. Entendamo-nos desde já. Os atentados em Paris são de uma barbaridade verdadeiramente inqualificável e mesmo indesculpável. Como tal devem ser veementemente condenados e devidamente sancionados pela ordem jurídica internacional, dos estados e das nações. Contudo, não sou Charlie, e passo a explicar-me. Defendo o estado laico e a forma republicana de governo, e com isso, os três grandes princípios que estiveram na base do Iluminismo e da revolução francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Sou por isso, a favor da liberdade de imprensa em todas as suas vertentes, da liberdade de criar, de criticar e satirizar tudo e todos, e absolutamente contra qualquer tipo de censura. Defendo igualmente a liberdade de culto religioso, político, ou ideológico, e bem assim, a liberdade de não professar nenhuma religião, nem nenhuma ideologia. Mas isso sou eu que o digo, fruto da educação que tive, alicerçada nos fortes princípios civilizacionais judaico-cristãos, de uma sociedade democrática e pluralista, porventura até demasiado permissiva no que toca a assuntos com este nível de sensibilidade. Conheço relativamente bem a linha editorial do semanário Charlie e quem eram e são os seus desenhadores, legatários do inconformismo anárquico do Maio de 68, e compreendo o que fazem, mas tenho de entender que não é assim com toda a gente, e que a liberdade também tem limites, ou melhor, pode sofrer algumas limitações, em determinados casos e circunstâncias. Se isso é plausível por razões de estado, e está contemplado nas nossas constituições, logicamente que deverá valer para outras questões igualmente sensíveis. É precisamente por causa disso que digo que não sou Charlie, e não embarco na vaga populista, demagógica e retaliatória a que tendencialmente se assiste e traz consigo uma igual perigosidade, porque pode transformar-se em outra forma de fundamentalismo, e exclui o mais puro bom senso, que sempre deve imperar.

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. Mas o que se passa desperta-nos inquietações, e merece-nos atenção e reflexão. Verifica-se cada vez mais que está manifestamente em crise o mais ambicioso projecto político e civilizacional do início deste século. Falo da Europa, claro está, e da consolidação de tudo o que se construiu até aqui, bem como da sua evolução futura. O multiculturalismo, multirracial e multiétnico, que deveria ser a nossa maior riqueza, a tanto querida unidade na diversidade, parece ser cada vez mais distante e utópica. Paulatinamente, a Europa e os seus governos vão perdendo influência e sucumbindo. O projecto social europeu é praticamente inexistente e há muito que claudicou em detrimento de projectos de matriz exclusivamente económicos e financeiros, tributários de uma centralização quase tão anti-democráticas, como as velhas nomenclaturas estalinistas que durante tantos anos se criticaram e combateram. A política já não é o que era, porque a realidade mudou e os partidos parecem não se ter apercebido disso e ficaram quaisquer referências ideológicas. Tudo isto faz com que os estados e os governos se fragilizem, e os cidadãos fiquem à mercê destes nefastos e condenáveis acontecimentos. Novos paradigmas se solicitam e se vislumbram no horizonte imediato, aparecendo felizmente cada vez mais. Hoje fico-me por aqui, não estou nos meus melhores dias. Vamos lá a ver o que nos dizem os gregos nas eleições deste próximo Domingo. Até prá semana.

Pedrome, 16 de Janeiro de 2015

N

a última trintena de setecentos, Reguengo (do Fetal), extensa paróquia rural situada no sector noroeste do designado Maciço Calcário Estremenho, caracterizavase pela existência de inúmeras aldeias e casais dispersos por todo o território, como se pode verificar no mais senecto livro de registo de baptismos da freguesia, que se encontra, actualmente, no Arquivo Distrital de Leiria (ADL). Tais povoados correspondem, na quase totalidade, a lugares que ainda permanecem. Por outro lado, os microtopónimos de fins do século XVIII não tiveram, no geral, alterações significativas, facto que permite ao investigador fazê-los corresponder, com facilidade, às aldeias que se encontram, hoje, dispersas pelas freguesias de Reguengo do Fetal e São Mamede (desanexada em 1916). Assim, na fonte supramencionada detectaram-se os nomes próprios que se seguem e que foram transcritos, alguns, conforme o pároco deixou registado à época, tendo em consideração as normas gerais paleográficas. Além da citação dos topónimos, optou-se por incluir, entre parêntesis curvos, os anos em que os mesmos surgem pela primeira vez no dito códice [ordem onomástica]: Alcaidaria (1781); Arangões (1775), «Arangoins» (1778) e «Arangons» (1776); «Barreira da Agoa» (1776); Cabeço da Velha (1785); Cabeço do Vodo (1788); Casal dos Lobos; «Cazais» (1776); «Cazal de Ordem» (1795); «Cazal da Torre» (1778); «Cazal Velho» (1777); «Cazal do Vieira» (1792); Chainça (1777) e «Chainsa» (1777); «Cham do Perro» (1777); Covão da Carvalha (1777); Covão do Espinheiro (1776); «Crespoz» (1791); Demó (1790); Garruchas (1775); Gateira (1777); Lagoa Ruiva (1778); Lapa Furada (1776); «Milharissas» (1775); «Moita Dero» (1777); Moita do Martinho (1777) e Mouta do Martinho (1776); «Montinhozo» (1777); Mouta Longa (1775); «Pero Gracia» (1775); Perulhal (1777); Perulheira (1775); «Pia d’ Urso» (1776); Piqueiral (1777); «Pixigueiro» (1775); Reguengo (1775); Rio Seco (1777); «Posas» (1783); «Seleiro» (1788); Torre (1775); Torrinhas (1777); «Val da Quebrada» (1778); «Val do Sobreiro» (1784); «Val do Soredeo» e «Val do Sorodeo» (1784); «Valle das Barreiras» (1777); «Valle da Quebrada» (1776); e «Valle da Setta» (1787). O livro de registo de baptismos foi seleccionado por ser extremamente preciso na informação sobre o número e o nome das povoações de Reguengo (do Fetal), ao contrário da respectiva memória paroquial, datada de 1758, redigida pelo clérigo Manuel Silva, que menciona sobretudo os lugares da actual freguesia de Reguengo do Fetal, isto é, sem o território de São Mamede. No diploma setecentista lê-se: «A parochia está dentro deste lugar. Consta deste e dos lugares do Val do Magro, Possas, Torre da Magueixa, Piqueiral, Torrinhas, Alcaydaria, Rio Sequo chamado Perro, Guarruchas, Perulhal, Cazal da Torre, Arangões, Mouta Longa, Val da Quebrada [...]». Sobre a serra, o religioso é omisso no que se refere às povoações existentes, referindo, tão-só, que havia «[...] muntos cazais da serra de Santo Mamede». Bibliografia: ADL - «Registo de Baptismos de Reguengo do Fetal (1775-1817)», cota: IV-29-C-49. TT - Luís Cardoso, «Dicionário Geográfico», vol. 31, n.º 51, pp. 293-300.

Restaurante Floresta

Hoje há conversa com Isabel Graça, Samuel Mota e João Vieira O Restaurante Floresta recebe hoje, dia 23, pelas 19 horas, a iniciativa “As Conversas”, onde Isabel Graça falará sobre a “Arte do Vime”. O encontro contará ainda com a presença de Samuel Mota e João Vieira. O conceituado chefe de cozinha abordará o tema “Novos chefes – cozinha como um show e o seu recente mediatismo”, enquanto João Vieira falará sobre “Cogumelos – um novo paradi­gma alimentar”. As “Conversas” são uma série de encontros informais que dão a conhecer projectos e ideias. Decorrem sempre às sextas-feiras, às 19h, em Fátima ou Leiria. Nestes encontros estão presentes três oradores. Cada um conversará durante trinta minutos. O diálogo flui de forma natural e informal, convidando à interacção descomprometida e genuína. A entrada é livre.

Notícias de Fátima

Notícias de Fátima, 23 de Janeiro de 2015 Rua Dr. António Justiniano da Luz Preto nº 31- Edif. Conde Ferreira Loja 6 2490-552 OURÉM Tel.: 249 545 607 - Fax 249 545 592 EXTRACTO CERTIFICO, para fins de publicação e em conformidade com o seu original, que por escritura de Justificação lavrada neste Cartório, no dia vinte e dois de Janeiro de dois mil e quinze, de folhas cento e catorze a folhas cento e quinze verso do respectivo Livro de Notas para Escrituras Diversas número DUZENTOS E VINTE E QUATRO, Jorge Pipa Braz, solteiro, maior, natural da freguesia de Casal dos Bernardos, concelho de Ourém, residente na Rua Vale da Trombeta, nº 9, Salgueira de Baixo, Rio de Couros e Casal dos Bernardos, Ourém, que outorga qualidade de procurador de Rosária Rosa Pipa, NIF 203.621.913 e marido Manuel Luis do Paço Rocha, NIF 262.586.495, casados sob o regime imperativo da separação de bens, naturais ela da freguesia de Freixianda, concelho de Ourém e ele da freguesia de Vila Punhe, concelho de Viana do Castelo, residentes na Rua Vale da Trombeta, nº 29, Salgueira de Baixo, Rio de Couros e Casal dos Bernardos, Ourém, declarou: Que, os seus representados são com exclusão de outrem donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio rústico, terra de semeadura com oliveiras e pinhal, uma construção rural, atravessado pela estrada, duas serventias e uma regueira, com a área de dez mil trezentos e trinta e um metros quadrados, sito em Vale da Trombeta, limite de Salgueira de Baixo, freguesia de Rio de Couros e Casal dos Bernardos, concelho de Ourém, a confrontar do norte com Joaquim da Silva Pipa e Maria Celeste Rosa Pipa, do sul com Agostinho da Silva Pipa e António Oliveira Henriques, do nascente com Manuel da Silva Vinagre e António de Oliveira Henriques e do poente com estrada, inscrito na matriz sob o artigo 20279 da freguesia de Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, anterior artigo 18627 da freguesia de Freixianda, com o valor patrimonial de € 1,61 e a que atribuem valor igual ao patrimonial. O prédio situa-se na extinta freguesia de Casal dos Bernardos. Que o indicado prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Ourém e veio à posse dos seus representados por doação verbal feita por Manuel Simões Pipa e mulher Maria Rosa, residentes que foram em Salgueira de Baixo, Casal dos Bernardos, Ourém, em quinze de Janeiro de mil novecentos e setenta e três, sem que dela ficassem a dispor de título suficiente e formal que lhes permita fazer o respectivo registo. Que, os seus representados possuem o indicado prédio em nome próprio, há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram, sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente das freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos, Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, lugares e freguesias vizinhas, traduzida em actos materiais de fruição, conservação e defesa, nomeadamente usufruindo dos seus rendimentos, cultivando e recolhendo os respectivos frutos, limpando-o de mato, pagando os respectivos impostos e contribuições, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo, por isso, uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, pelo que adquiriram o dito prédio por USUCAPIÃO. Cartório Notarial de Ourém, a cargo da Notária Alexandra Heleno Ferreira, vinte e dois de Janeiro de dois mil e quinze. A Colaboradora autorizada pela Notária em 02/01/2012, Cláudia Vieira Arrabaça, nº260/4. Conta nº . Emitido recibo

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