Algumas questões sobre a privacidade no trabalho

May 19, 2017 | Autor: D. Borges de Amorim | Categoria: Business Administration
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DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração (FAE), Especialista em Gestão de Negócios (ULBRA), Consultoria e Planejamento Empresarial (UCAM) e pós-graduando pós graduando em Planejamento Empresarial e Finanças (FAVENI) [email protected] Artigo publicado em 22 de dezembro de 2016 http://negociosecarreiras.com.br/

Algumas questões sobre a privacidade no trabalho trabalho O direito à privacidade no trabalho é uma questão muito importante. Há um latente conflito de interesses: de um lado, o poder do empregador; de outro, o direito individual do trabalhador. Ou seja, atualmente, existe um paradigma por entre os direitos dos funcionários uncionários que querem privacidade e os interesses das empresas que exigem conhecer mais sobre seus funcionários. Diante deste paradigma, surge uma questão: é correto invadir a privacidade dos funcionários a qualquer custo para garantir o uso adequado dos recursos organizacionais? É sabido que as tecnologias estão em todo lugar, inclusive no ambiente de trabalho. Muitas empresas contam com essas tecnologias para realizar o monitoramento sobre as atividades exercidas por cada um de seus funcionários. Esses sistemas, sistemas, tal como o sistema SAP, controlam as atividades de cada colaborador, discriminando sua produtividade em algum monitor de TV, geralmente situado no centro de algum setor produtivo. Cada funcionário é caracterizado por um número, que é a sua identificação. identif Cada um desses “números” encontra-se se organizado em forma de escore que define sua posição em relação aos demais colaboradores. Detalhe: qualquer pessoa da empresa tem acesso a essas informações. Segundo Stair & Reynolds (2011), uma recente pesquisa revelou que 78% das empresas monitoram seus funcionários no trabalho, de uma forma ou de outra. De acordo com outro estudo recente, quase um terço das empresas demitiram um funcionário por violar as políticas de e-mail e corporativo Estatísticas como corporativo. essa aumentam as preocupações dos funcionários. Outros exemplos recorrentes apontam que o "trabalho" propriamente dito não se restringe à carga horária estabelecida pela empresa que o trabalhador precisa cumprir. E embora oss funcionários cumpram sua jornada laboral, eles continuam sendo monitorados pelo empregador após o expediente. Como? Através de GPS e PDAs. Não obstante, seus "sonos sonos" são monitorados pelos empregadores. Isso pode parecer absurdo, mas é a realidade de muitos muitos contratos existentes. E quando tais termos não estão inclusos em contrato, empregadores diversos não hesitam em agir pela "margem", sem o menor pudor. Não bastasse os funcionários serem monitorados de perto pela tecnologia computacional, computacional eles são mantidos os sob vigília constante por seus supervisores. Em suas estações de trabalho são vigiados através de softwares remotos que captam absolutamente tudo o que os colaboradores fazem durante o expediente, inclusive o que deixam de fazer, pois o "sistema" rastreia rastreia suas ações diante de toques no teclado, monitora comandos executados e calcula, até, o número de vezes que cada indivíduo deixa de produzir. Não será essa situação desumana demais? Segundo Baltzan & Phillips (2012), está crescendo entre os funcionários a preocupação de que infrações em relação às políticas das empresas, mesmo acidentais, venham a ser motivo para ação disciplinar. Por exemplo, erros de endereçamento de websites podem levar os funcionários a acessarem sites falsos, ocasionando desde situações ões como "perda de tempo" até situações de tentativas de "golpe e riscos à segurança da informação". Nomes similares podem levar ao engano, por isso é importantíssimo identificar com clareza a extensão ex que está sendo utilizada: .gov, .org, .com, etc. Grandee parte das situações de riscos à segurança da informação poderiam ser evitadas considerando esse detalhe. Portanto, paradigmas relativos à privacidade no trabalho ou mesmo o direito à privacidade individual permeiam os mais diversos contratos sociais e gestões organizacionais modernas. Se de um lado há a preocupação de garantir o direito à privacidade individual, do outro, há a contínua necessidade de garantir a adequada gestão de riscos. Então, cada vez mais o monitoramento do funcionário não é uma simples simp questão de escolha; torna-se se uma obrigação da empresa para garantir o adequado uso u dos recursos organizacionais e da adequada manutenção de sua política de gestão de riscos. Agora, é preciso encontrar o verdadeiro e necessário equilíbrio entre direitos e deveres. Que a empresa precisa se resguardar, nenhum problema. Porém isso não a credencia à invadir a vida alheia a qualquer custo e ferir o direito à privacidade individual, o qual é caracterizado como um direito fundamental dos indivíduos.

CRARS 047932

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