ALGUNS IMPACTOS SOBRE A FAUNA SILVESTRE NA FLONA DE IPANEMA E AS MEDIDAS SUGERIDAS PARA A SUA MITIGAÇÃO

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ALGUNS IMPACTOS SOBRE A FAUNA SILVESTRE NA FLONA DE IPANEMA E AS MEDIDAS
SUGERIDAS PARA A SUA MITIGAÇÃO

Márcio QUARANTA[1], Luciano Bonatti REGALADO[2] & Sandra Regina
TARCITANO[3]



A Floresta Nacional de Ipanema ocupa uma área de 5.069,73 hectares (mais de
dois mil em setores de proteção permanente), abrange parte dos municípios
de Iperó, Araçoiaba da Serra e Capela do Alto, e contém um mosaico
vegetacional com destaque para a floresta estacional semidecidual (Mata
Atlântica), que cobre a maior parte do morro do Araçoiaba, fragmentos de
Cerrado e Banhados. Sua fauna silvestre de vertebrados, que no início do
século XIX contava pelo menos com 343 espécies de aves e 70 de mamíferos
(segundo Natterer), compreende hoje 235 espécies de aves, 52 de mamíferos,
18 de répteis, 15 de anfíbios e 42 de peixes, cerca de 23,2% das espécies
de vertebrados do estado de São Paulo, entre as quais vinte e uma constam
na lista estadual da fauna presumivelmente ameaçada ou ameaçada de extinção
(exemplos: a urutu, o urubu rei, o caboclinho frade, o pavó, a jaguatirica,
a suçuarana, o lobo guará, o tamanduá bandeira). A história do local
registra uma sequência de impactos ambientais, promovidos por atividades de
mineração e siderurgia, e incêndios florestais, que reduziram sua cobertura
vegetal, tendência atualmente revertida; na unidade de conservação e em seu
entorno ocorrem atropelamentos de animais (serpentes, teiú, quati, tatus,
irara, veado catingueiro) e a caça predatória; pássaros e colibris chocam-
se com os vidros do prédio da administração; a população do entorno
abandona, dentro da FLONA, gatos e cães domésticos que podem predar
filhotes de veado e outras espécies de pequeno porte, transmitir doenças
aos animais silvestres e destes adquiri-las; o caramujo gigante africano,
espécie exótica invasora, prolifera nas vilas do entorno; cavalos e gado
bovino de sítios vizinhos e do assentamento do MST costumam invadir a
unidade de conservação e contaminá-la com carrapatos, que infestam pessoas,
e sementes de plantas exóticas; o território ocupado pelo cachorro do mato
encolheu com a passagem do gasoduto Bolívia-Brasil. Várias medidas podem
contribuir para minimizar esses impactos: elaborar e colocar em prática
regras para os moradores da vila São João de Ipanema manterem animais
domésticos, e estabelecer punições a quem não as obedecer; aplicar um
projeto de educação ambiental para prevenir a soltura de cães e gatos
dentro da FLONA; colocar figuras de predadores de aves pequenas (por
exemplo, gaviões) nas vidraças do prédio da administração; dificultar, com
o emprego de lombadas e/ou valetas, o tráfego de veículos em alta
velocidade pela estrada de terra que cruza a FLONA; fiscalizar
constantemente os aceiros e demais vias internas da unidade de conservação;
controlar as espécies vegetais invasoras; promover pesquisas sobre a
diversidade da fauna silvestre de Ipanema (em parceria com outras
instituições) e propor diversas estratégias para otimizar a sua
preservação.
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[1] Biólogo, Educador Ambiental e Mestre em Educação. Analista Ambiental
- FLONA de Ipanema/ICMBio. [email protected]
[2] Biólogo, Mestre e Doutor em Engenharia Ambiental. Analista Ambiental
- FLONA de Ipanema/ICMBio. [email protected]
[3] Jornalista e Educadora Ambiental. Analista Administrativa - FLONA de
Ipanema/ICMBio. [email protected]
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