Almanaque O Encanto das Trovas - Tomo VI - vol. 1 - Rio de Janeiro

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O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 1

SUMÁRIO Renato Alves (Rio de Janeiro) ...................................................................... 3 Rodolpho Abbud (Nova Friburgo) [1926 – 2013] ........................................... 7 Elisabeth Souza Cruz (Nova Friburgo) ........................................................11 Roberto Pinheiro Acruche (São Francisco de Itabapoana)............................15 Maria Madalena Ferreira (Magé) .................................................................19 José Maria Machado de Araújo (Rio de Janeiro) [1922 – 2004] ....................23 Gilson Faustino Maia (Petrópolis) ...............................................................27 Josafá Sobreira da Silva (Rio de Janeiro) ....................................................31 Sérgio Bernardo (Rio de Janeiro) ................................................................35

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 2

Renato Alves

1 Agradeço a quem quiser-me como eu sou, como um irmão... Não é na cor da epiderme que se vê meu coração!

2 A leitura é um refrigério, o livro me envolve e abraça; é drama, é sonho, é mistério... É mais do que isso: é uma graça! 3 A pulga e o “pulgo” a brigar… Foi enorme a confusão! A pulga deixou o lar e… foi morar noutro cão! 4 Beleza de mais efeito que este colar de rainha não tens aí sobre o peito... Dentro dele é que se aninha! 5 Contemplando este cenário que avisto dos coqueirais, no barquinho solitário eu navego com meus ais!

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6 Da água, a grave escassez não se mede pela escala, e sim pela insensatez de não sabermos usá-la! 7 Deus o fez à Sua imagem, mas ele não se conforma e tenta uma reciclagem esculpindo a própria forma. 8 Eu peço a Deus que a Esperança nunca venha a ter um fim, que sempre alimente a criança que mora dentro de mim! 9 Fiz da vida um Carnaval, mas terminei num impasse: - A máscara do irreal grudou-se na minha face!

10 Há trinta anos, a Informática penetrou em nossos lares e impôs mudança dramática nas relações familiares. 11 Modere sua gastança, de nada vale o exagero!... Onde falta temperança, sempre sobra destempero. 12 Nas fotos amareladas sobre uma cômoda antiga, há doces cenas passadas onde a saudade se abriga. 13 No caminho sem atalhos que leva ao teu coração, feri meus pés nos cascalhos que espalhaste pelo chão.

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14 No seco botão da rosa que me deste em tenra idade, vejo a ponte afetuosa que me conduz à saudade. 15 Numa constante de mágoas há uma vertente escondida por onde correm as águas dos prantos de minha vida! 16 Para o tempo de repente, se nós, juntos, de mãos dadas, olhando o futuro à frente, sonhamos novas jornadas... 17 Pé sobre a bola de couro e fé num melhor destino... Há sempre um grande tesouro nos projetos de um menino.

18 Por trás daquela cortina que embaça a minha visão, tua silhueta me ensina como é dura a tentação!... 19 Pra assegurar o casório e não ter sonho frustrado, leve seu noivo ao cartório de mordaça e acorrentado! 20 Primavera enche de flores os campos e os corações... Nos sorrisos põe mais cores, nas almas, mais emoções! 21 Quando a feia se “embeleza”, mas o resultado é trágico, diz o espelho, que se preza: – Ela pensa que sou mágico!…

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22 Quando a humana insensatez dissemina a poluição, para ter sol outra vez, só com imaginação… 23 Quando o Amazonas reflete a floresta e o céu de anil, de imediato nos remete à bandeira do Brasil. 24 Quando o amor é inconsequente, nas mais tórridas paixões, pode fundir-se a corrente que liga os dois corações! 25 Quem não tem medo da morte, quem nunca faz nada em vão, quem, antes de tudo é um forte... Este é o homem do sertão!

26 Sobre um tapete de flores desliza o trem da saudade, levando a bordo os amores que vivi na mocidade! 27 Trovador que espalha o sonho que lhe mora na alma inquieta, confessa ao mundo, risonho, a bênção que é ser poeta! 28 Tudo na vida tem preço e prazo de validade... Quando tu vais, não te esqueço: – pago teu preço em Saudade! 29 “Vitamina está na casca!” - de um comilão eu ouvi. E quase que ele se enrasca ao comer abacaxi!...

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Rodolpho Abbud

1 A mulher do sapateiro que vive ao som do martelo, bate sola o ano inteiro, pondo o esposo no chinelo!

2 Ao hospício conduziu a mulher para internar... Feito o exame, ela saiu, e ele teve que ficar!… 3 Aproveita, criançada, o tempo, alegre, ligeiro, que da a uma simples calçada dimensões do mundo inteiro! 4 Chove lá fora... e as goteiras, como em soluços de dor, vão demarcando as fronteiras de nossos sonhos de amor... 5 De que vale tanto empenho neste meu sonho frustrado, se nas vitórias que eu tenho tu nunca estás ao meu lado ? !...

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6 Em problemas envolvida, por um beco se meteu, que não tinha nem saída, e, mesmo assim, se perdeu! … 7 Este amor que me persegue e me rouba a paz e a calma, embora tudo me negue, é tudo que eu tenho na alma!... 8 Foram tais os meus pesares, quando, em silencio, partiste, que, afinal, se tu voltares, talvez me tornes mais triste... 9 Foste embora... e, amargamente, até hoje ainda não sei por que não me sai da mente o beijo que não te dei !...

10 Ideal ! pensando nele, esta lembrança me ocorre ... - se a gente vive por ele, também por ele se morre!... 11 Minha mágoa e desencanto foi ver, no adeus, indeciso, eu, disfarçando meu pranto... tu, disfarçando um sorriso!... 12 Nas lojas sempre envolvido, não tem crédito jamais... - ou por ser desconhecido, ou conhecido demais !... 13 Não quero ser "fofoqueiro" e zango com quem disser, que em casa do Zé carteiro quem "dá as cartas" é a mulher!

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14 Não sendo um homem moderno, meu pecado e insensatez foi jurar amor eterno e amar somente uma vez!… 15 Na solidão que me embala vejo, em meu triste viver, que até o relógio da sala já se cansou de bater... 16 Neste amor que nos convence a não pensar no depois, o amanhã, que a Deus pertence, também pertence a nós dois! 17 Nordeste. a porteira- range no sertão, abandonada... - e a solidão vem e tange a saudade, pela estrada!...

18 Nosso amor, tristonho, eu vejo, vai morrendo, passo a passo, no gelo de cada beijo, no frio de cada abraço! 19 Numa oferenda infinita que a vida inteira consome, minha oração mais bonita é sussurrar o teu nome !. 20 O teu regresso, aguardado com promessas de perdão, teve sombras de pecado e luzes de redenção! 21 Para um jantar convidada por nudistas assumidos, “pagou mico” indo pelada, pois todos foram vestidos!...

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22 Passei muita noite insone, ante a voz, macia e bela... - Quase quebro o telefone quando vejo a cara dela! 23 Se a solidão me tortura e um frio tédio me invade, dói muito mais a amargura que me traz tua saudade!… 24 Sua vida é um livro aberto... nada esconde - é muito franco ... - mas sendo um sujeito esperto deixa muita folha em branco!… 25 Tu não vens... e o meu tormento, na angústia da espera vã, é sofrer cada momento desse infinito amanhã...

26 Um beijo apenas, de leve, trocado a medo, querida... - como pode a união tão breve nos prender por toda a vida?! 27 Vamos brincar de mãos dadas, crianças pretas e brancas!... O sol de nossas calçadas não tem porteiras nem trancas! 28 Vivemos naquele instante toda a ventura de amar, mas não vivi o bastante para o amor que posso dar!... 29 Vivendo à sua maneira eles fogem da miséria!... - na rua, ele faz a feira... - em casa, ela faz a féria!...

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Elisabeth Souza Cruz

1 A minha ideia não míngua, e eu lhe mando “plantar fava”, pois compondo um trava língua, minha própria língua trava!

2 A minha luz se consagre nos momentos de tristeza… Não peço a Deus um milagre… peço apenas… fortaleza! 3 Bebo lembranças em tragos, ao ponto da embriaguez, para curar os estragos que a tua ausência me fez! 4 Cabelo é um negócio louco... Há divergências fatais: - Na cabeça, um fio é pouco; mas... na sopa... ele é demais!!! 5 Com duplo sentido, a “dança” é palavra que marcou: – nem sempre quem dança, cansa… mas quem se cansa… dançou!

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6 Declarar-me não me atrevo, com palavras mais ousadas... E assim os versos que escrevo são propostas camufladas!... 7 Em nosso amor conflitante as dimensões são iguais: - tanto faz, longe ou distante, é sempre longe demais! 8 Essa renúncia inimiga que diz não, se eu quero sim, é uma voz fazendo intriga quando responde por mim! 9 É surpresa repetida, surpresa mesmo... e bendigo cada instante em minha vida me repetindo contigo!

10 Eu não me prendo à verdade e à razão sempre me imponho, porque toda a realidade antes de tudo foi sonho! 11 Eu não temo o breu da estrada se a tristeza não transponho, porque há sempre uma alvorada na alegria do meu sonho! 12 Eu também tô quase nessa e em loja de raridade, se eu entro, saio depressa pois pareço antiguidade! 13 Falando num bom petisco, quem não se arrisca, não prova, como é bom correr o risco de preparar uma trova!!!

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14 Feito internauta voraz, tu clicas minha paixão, e eu não sou sequer capaz de deletar a intenção! 15 Minha saudade é um desvio que a solidão me propõe para fugir do vazio que a tua ausência me impõe! 16 Na angústia que me consome neste amor de insanidade, a minha pressa tem nome e ela se chama…saudade! 17 Não quero fama nem glória, dispenso os bens de valor, para ter na minha história o prêmio do teu amor!

18 Nem mesmo a ilusão remenda, com seus fios de saudade, os velhos sonhos de renda que eu teci na mocidade! 19 No desfile à fantasia, de um carnaval de ilusão, a saudade é a alegoria que enfeita meu coração! 20 Nosso amor chegou no estágio de pouca briga e... eu pressinto que esse marasmo é presságio de amor... que está quase extinto! 21 Num recanto bem singelo, sem luxo ou bens de valor, meu rancho vira um castelo quando reina o teu amor!

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22 O meu vizinho se poupa já que o cansaço é normal… Quando fala: “Tira a roupa!”, tira a roupa do varal! 23 O trânsito interrompido, muitas frutas pelo chão… E o bebum, ao ser punido: -“Foi batida de limão!” 24 Pula o muro o Ricardão, fura a calça na passagem... E o furo, na confusão, foi furo de reportagem! 25 Quando o orgulho é o timoneiro das viagens da paixão, qualquer que seja o roteiro, não encontra a direção!

26 Saudade, velho retrós, guarda os fios, dia a dia… Quando quer soltar a voz, desenrola a nostalgia! 27 Se não pode ser de verdade esse amor mais que tardio, que seja felicidade na ilusão de um desvario! 28 “Sopre a velinha , sem dó!” e, na festinha animada, sopraram tanto a vovó que ela ficou resfriada! 29 Vivo em constante conflito entre o delírio e a razão: - Meu sonho alcança o infinito, meus pés... tropeçam no chão!

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Roberto Pinheiro Acruche

1 A alvorada, em seus traços, me trouxe nova esperança de ter de novo em meus braços quem não me sai da lembrança.

2 Arteiro, ágil e risonho… Era assim, na mocidade! Hoje cansado e tristonho, só leva o peso da idade. 3 Assisto com emoção, sob a luz dos candeeiros, nas noites do meu sertão ao cantar dos violeiros. 4 A tristeza em minha casa está num quarto vazio: – de dia a saudade abrasa, à noite mata de frio. 5 Dos instantes devotados a cada luta vencida, todos estão retratados no painel da minha vida.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 15

6 Enquanto estás a sorrir… Evitas o que aborrece. Tristeza pode existir, mas delas, você se esquece! 7 Eu bebi para esquecer, esqueci porque bebi, agora quero saber o que será que esqueci? 8 Eu nunca vivi uma guerra! Jamais vivi uma tragédia! Se a dor no meu peito encerra… Será que a vida é comédia? 9 Foi no banco de uma praça, no tempo da bela idade, que encontrei cheia de graça quem agora é só saudade.

10 Jurou-me que voltaria… Eu juro, muito esperei! Outra vez você mentiu… Outra vez acreditei. 11 Mágico é teu esplendor, outono da minha vida. Beijo a sorte, vivo o amor… Ironizando a partida. 12 Meu coração bate forte ao chegar sua mensagem. Que bom se tivesse a sorte: – Vê-la chegar da viagem. 13 Na madrugada, tristonho, sem sono o jovem medita, pois a vida é um grande sonho… feliz quem nele acredita.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 16

14 Na semeadura errada você cultivou espinho, mas hoje, em triste jornada, anda descalço e sozinho. 15 Nas rimas quanta saudade, de tão triste até chorei, és uma grande verdade… Tão pouca vida te dei. 16 O sonho do trovador é fazer trova perfeita; – não consegui ser o autor, mas consegui vê-la feita! 17 O tamanho do meu sonho não se mede em comprimento, mas nos versos que componho na medida do lamento…

18 Palpite não é dinheiro, mas se fosse eu estava bem… Pois o que há de palpiteiro, só me enchendo, como tem! 19 Por momento passageiro foste trocar os teus sonhos. Vive agora o tempo inteiro dias vazios, tristonhos… 20 Posso reclamar de tudo… Direito que me convém! Mas fico todo “sisudo” quando reclamas também. 21 Quando chove reclamamos e se não chove também. Se a chuva traz certos danos, outros têm quando não vem.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 17

22 Quando te amei de verdade, jamais eu pensei: – “por certo”, que tu serias saudade e o meu coração… “deserto”! 23 Sabiá da minha terra, por que vem cantar aqui? Não sabe seu canto encerra saudades de onde vivi?… 24 Se eu pudesse voltar à infância, nem que fosse por um dia, abraçaria a inocência… nunca mais a soltaria. 25 Se o hoje é cheio de dor não pense que a vida é vã… enquanto existir amor, sustente a fé no amanhã!!!

26 Sou um rio nesta vida e você meu belo mar; tento lhe adoçar, querida, você só faz me salgar!… 27 Trabalho que nem “saúva”, para ganhar o meu pão, pois, lá do céu, só cai chuva e, às vezes, um avião… 28 Trabalhou por longo tempo nos muitos anos vividos… e traz agora o lamento nos seus ombros doloridos. 29 Uns me chamam de poeta… Já outros, de Trovador! Eu só sei que a minha meta, é escrever com muito amor.

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Maria Madalena Ferreira

1 A gente não dá valor... E a vida cobra, em verdade, por um instante de amor, muitas horas de saudade...

2 Algumas gotas de orvalho e o sol da manhã radiosa fazem de um simples cascalho uma pedra preciosa! 3 Após a noite chuvosa, chora, triste, o Beija-flor, ao contemplar sua Rosa... – despetalada e sem cor!... 4 Cansado, triste e carente, meu coração é um mendigo, buscando uma alma indulgente que lhe conceda um abrigo. 5 - Cartas de amor! - andorinhas riscando os céus, em vai-vem... cruzando as saudades minhas com as saudades de alguém!...

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 19

6 Desculpe, Amor, se me atraso na volta ao lar... Acontece que eu me perco, olhando o ocaso, enquanto o sol adormece!!! 7 Desde já, meu filho, aprenda que a vida é feito as aranhas: – disfarça em teias de renda seus intentos e artimanhas! 8 Dos amores infelizes não guardo mágoa. - Em verdade, se deixaram cicatrizes... também deixaram saudade. 9 Eis o que resta, hoje em dia, do que eu fui (triste verdade...): – um "fusquinha" de alegria e um 'caminhão" de saudade!

10 Embora o dia me açoite com seus barulhos brutais, lá no silêncio da noite... a solidão bate mais!... 11 Falassem os arvoredos... e o mundo iria corar ante os milhões de segredos que o vento deixa, ao passar!... 12 Felicidade! – Eu te estudo e não decifro a “charada”: – Uns – infelizes com tudo… – Outros – felizes sem nada!!! 13 Moro sozinha... porém, solidão não é castigo! - Se não falo com ninguém... meu rádio fala comigo.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 20

14 Na caneca... o bom "verdinho"! Caldo verde... sobre a mesa! Pão à farta! E o meu ranchinho é uma "casa portuguesa"! 15 Não fales mal da ilusão! Mede as palavras que dizes! - As ilusões são o pão das almas dos infelizes! 16 Meu barco – velho e sem lastro – não sobe nem mansos rios!... - Murcha a vela... entorta o mastro... (E eu, na rede... “a ver navios”...) 17 Nenhum ourives se atreve a imitar - nem de arremedo as filigranas de neve dos galhos nus do arvoredo!

18 No meu peito há tanta mágoa que não seria surpresa se uma simples gota d’água eclodisse em correnteza! 19 Olho a praça abandonada e me ponho a imaginar uma saudade sentada sem ter com quem conversar!... 20 Perco a conta das pegadas dos sonhos que vão passando, nas eternas madrugadas em que fico te esperando! 21 Quem quiser ter livre acesso ao peito de um sonhador basta trazer como ingresso um bilhetinho de amor!

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 21

22 Quisera ser um mecenas, Mas, sem dinheiro ou valia, serei "defensor", apenas, dos Amantes da Poesia!… 23 Razão de minha altivez; meu orgulho mais profundo: - Ouvir falar "português" nos quatro cantos do mundo! 24 Recebo a idade com calma, para evitar que o desgosto ponha rugas em minha alma, como já pôs no meu rosto! 25 Sou um "bígamo" perfeito! Mas... não me inveje! Em verdade, são parceiras no meu leito a solidão e a saudade!...

26 Triste e só, no meu fadário, amargando a tua ausência, sou um banco solitário numa praça em decadência!... 27 Vives só me provocando! Depois eu é que me enrasco! - Vou mesmo acabar virando... “espeto” do teu churrasco! 28 Volta o barco... e o pescador - após a noite em vigília exibe, em gestos de amor, o sustento da família! 29 Zune o vento – na janela... Zumbe a abelha – no jardim... Zarpa a nau – rumo à procela... – Zomba a saudade... de mim!...

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Jose Maria Machado de Araujo

1 A cruz que às costas tu levas pesa mais que a minha cruz: – é que eu ponho luz nas trevas e tu, pões trevas na luz.

2 Ante as sandálias furadas que entre cascalhos gastei, não culpo o chão das estradas, mas os maus passos que dei. 3 Ao entrar no quarto, exclama o marido abrindo a goela: - Vem ver, mulher, meu pijama fugindo pela janela! 4 Ao pôr-lhe a esmola no prato pergunto ao surdo, baixinho: - És mesmo surdo de fato? E ele: – Surdinho, surdinho! 5 A verdade nunca escondas, planta, na vida, só o Bem. O mar, que faz tantas ondas, não faz onda com ninguém!

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 23

6 Cruzei o mar ao teu lado como se minha tu fosses. - Agora, do mar salgado, só tenho lembranças doces. 7 Diz a esposa, ar desolado, ao ver viajar o marido: - se estiver muito ocupado, escreva um cheque, querido! 8 – "Ela voltará, descansa", a esperança me dizia... E eu não via que a esperança por piedade me mentia... 9 Em conflitos e bonanças nossos destinos se traçam: – nós somos duas crianças que brigam depois se abraçam!

10 Eu conheci a tristeza ao ver, nas praias do norte, o mar a uns dar riqueza e dar a outros a morte! 11 É uma loura de lascar minha secretária Elisa! Só não sabe trabalhar... mas eu pergunto: e precisa??? 12 Fui à praia, onde brinquei tantas vezes, no passado... Ao regressar, reparei que o mar ficou mais salgado!… 13 Lentamente cai a tarde... E o medo da solidão vai fazendo com que eu guarde as tardes no coração.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 24

14 Meu destino é navegar, e sou feliz nessa lida: - Antes perder-me no mar, do que perder-me na vida! 15 Nascemos irmãos comuns... Mas, a ambição e os engodos puseram nas mãos de alguns o mundo que era de todos! 16 Nós somos dois infelizes por divergências banais... O amor, só ganha raízes se houver desejos iguais... 17 Noutros tempos, mar sombrio, tive dias tão risonhos, que se estivesses vazio podia encher-te de sonhos!…

18 O careca Zé Ribeiro, tão distraído é da cuca que chega a ir ao barbeiro para cortar ... a peruca! 19 O pé esquerdo do infeliz, de chulé parece feito... Culpada é a mãe, que lhe diz: – Me lave esse pé direito!… 20 – O que é um "Clone", professor? – pergunta o aluno educado. E o mestre, com bom humor: - É um gêmeo falsificado! 21 Os que devastam as matas por prazer de devastar, vão chorar quando as Cascatas não puderem mais chorar! ...

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22 Pode o homem ser tacanho, pode ser grande e perfeito, que o seu mundo é do tamanho do mundo que tem no peito. 23 Quanto pão, quanto agasalho, ao suor estou devendo! Sangue branco do trabalho em minha pele escorrendo!... 24 Quer falando mal ou bem, no telefone, a Rosinha mostra que a língua que tem é mais comprida que a linha... 25 Se és poeta e pretendes vê-las, em busca de inspiração, procura-as entre as estrelas, musas não pisam no chão!...

26 Seria a vida mais doce, para os meus sonhos sem fim, se o mundo, em que eu giro, fosse o mundo que gira em mim. 27 Sofreu vexame a Dondoca na liderança de goela, quando outra entrou na fofoca e falou mais do que ela!... 28 Tenho, em Brasília, um vizinho que lembra os bebês saudáveis. Só dorme em redes de linho e usa "fraudes" descartáveis!... 29 Velha rua esburacada, o nosso sonho foi falso: - tu nunca foste calçada e eu continuo descalço...

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Gilson Faustino Maia

1 A ecologia é ciência hoje muito comentada. Busca o fim da violência aos seres vivos, mais nada!

2 A lua vive distante. Não chega perto porque não quer olhar seu semblante e a luz que vem de você. 3 A temperança eu conheço por virtude necessária. Seja na infância o começo, como tarefa diária. 4 Cintura fina, eu sabia, é de tanto trabalhar! Não frequenta academia, não tem tempo pra malhar. 5 Depois de uma certa idade, querendo a vida entender, vi que a mente da saudade pode o passado esquecer.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 27

6 Desde o berço à sepultura caminharei sem temor, conduzindo esta ventura: – ter nascido trovador. 7 Eu não sei se é por maldade, porém é um fato frequente chega um tempo em que a saudade também se afasta da gente. 8 Falar de amor, eis o tema, no céu, na terra, no mar, na boate, no cinema, onde eu puder te encontrar. 9 Fui ao doutor outro dia, não me pergunte por quê. Olhou a radiografia, só viu, lá dentro, você.

10 Maria pula a fogueira, mas cai, nas brasas, sentada. Eis o fim da brincadeira: – a parte de trás queimada. 11 Meus versos, quanta alegria trazem ao meu coração. À custa da poesia é que eu suporto a traição. 12 Na vida a gente imagina tudo poder suplantar. Olho os seus olhos, menina, já começo a fraquejar. 13 Não é o mesmo que outrora, mas vale a pena emendar. Com amor que a gente adora, vale reconciliar.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 28

14 Não sonhei quando dormia, sempre sonhei acordado. Quando o seu barco partia, sonhava estar ao seu lado. 15 O leito ficou quebrado pela dupla pesadona: – um cinquentão assanhado nos braços da cinquentona. 16 O céu brilha? Que alegria! Brilha, também, certo olhar que lembrarei noite e dia até quando Deus deixar. 17 Petrópolis, que beleza! Que lugar encantador! Já, assim, dizia a nobreza, na corte do imperador.

18 Olha, amor, à minha mesa, veneno e licor de vida. Ou morro em minha tristeza, ou vivo por ti, querida. 19 O sol nasceu, alegria! Que bom que a chuva parou! Vou secar a poesia que a tempestade molhou. 20 Quando eu era bem criança, as mãos limpas de aprendiz transportavam esperança de ser, um dia, feliz. 21 Quem parte deixa saudade. Quem fica sofre demais. Buscai a conformidade. Desesperança? Jamais.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 29

22 Saudade é coisa que passa quando está pronto o caixão. Oprime, destrói, amassa, arrebenta o coração. 23 Se a gente, por vil destino, perde, na vida, o que tem, mais tarde, por dom divino, perde a memória também! 24 Sem adorno ou distinção, melodia ou aquarela, mas vinda do coração, é a trova que eu fiz pra ela. 25 Sofri e chorei baixinho, fui te esquecendo, meu bem, quando eu vi que o teu carinho desembarcou do meu trem.

26 Tendo um passado tristonho, desde os tempos de criança, mostro o meu rosto risonho, movido pela esperança. 27 Vamos buscar união, paz, amor, fraternidade, sem encolher nossa mão ao querer felicidade. 28 Vejo, em minha fantasia, que a sombra só diz verdade, quando, à luz da poesia, volto à minha mocidade. 29 Vem chegando o trem de ferro entre os canteiros floridos. Nele, você, se eu não erro, vem pôr fim aos meus gemidos.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 30

Josafa Sobreira da Silva

1 A deturpação dos fatos é tão comum entre a gente, que a corrente de boatos passou a ser voz corrente!

2 Anote e depois confira, visando seu próprio bem: – meia-verdade é mentira, verdade-e-meia também! 3 Ao despedir-me de ti, sujeito a carências novas, compenso a paz que eu perdi, buscando alento nas trovas! 4 Ao homem muito ciumento há um dilema que aperreia: – ou esquece o casamento, ou casa com mulher feia! 5 A saudade é uma corrente! Só agora percebi, livre de ti, finalmente, e, afinal, mais preso a ti!...

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 31

6 Casamento de verdade, pouca gente ainda procura: – querem ter a propriedade sem pagar pela escritura! 7 Como trabalha o rapaz! Mas não invejo esse estilo: - na cama, tudo o que faz é só tirar um cochilo… 8 Da chuva não corro mais! Não pago esse mico, ó gente: – correr dos pingos de trás pra me molhar nos da frente? 9 Deixaste a casa vazia, mas há um retrato na sala; e é dessa fotografia que o teu silêncio me fala!

10 Deus construiu, no horizonte, onde ninguém pode ver, uma belíssima ponte que a gente cruza... ao morrer. 11 Dúvida é sempre clareza! E aqui vai a explicação: - quem duvida tem certeza de que está em confusão! 12 Essa azul coloração das araras a voar coloriu meu coração e não sei como apagar!... 13 Há um piano na cabana que espera, de tampo aberto, expor, à perícia humana, seu recital encoberto!

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 32

14 Meu consolo, na tristeza, quando, no peito, a agasalho, é o pranto da natureza, nas gotas tristes do orvalho. 15 Minha máscara de austero, que eu usei com tanto gosto, sabe o quanto eu não a quero, mas passou a ser meu rosto! 16 Namorar em rua clara? Nunca fiz essa loucura! Quem tem vergonha na cara só namora em rua escura. 17 Numa euforia tremenda, além de qualquer limite, ouvi o riso da agenda ao registrar teu convite!

18 Nunca consigo a proeza de uma bola no buraco! Será defeito da mesa ou defeito do meu taco? 19 O comilão não se esquenta na fila pra ver seu peso: – ou diz que a balança aumenta, ou fica atrás de um obeso... 20 O meu prêmio, ao fim do dia, é um sorriso na janela de onde os lábios da alegria beijam os meus, antes dela! 21 Quando vovó faz faxina, vovô teme o seu capricho, pois ela tudo examina: – Não tem uso? Vai pro lixo!

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22 Quem entra ali pra jogar ingressa um tanto cabreiro... Há uma placa no lugar: – “Buraco? Só a dinheiro!” 23 Se, aos gritos, me manifesto, já perdi a discussão, pois quem grita num protesto já mostra não ter razão! 24 Se há barragens no percurso, aprende a lição do rio que, em paz, retoma o seu curso após saudável desvio! 25 Só agora eu percebi a ganância do coveiro: – tem buraco por aí que é uma mina de dinheiro!

26 Sobre as águas refletidos, nuvens...matas...céu de anil... tudo evoca aos meus sentidos a bandeira do Brasil! 27 Sou velho metido a moço e ainda levo à loucura! Se me diz: – “Morda o pescoço!", cravo nela a dentadura! 28 Surpreso por teu aceno, com timidez e apetite, eu, tolo, me achei pequeno para aceitar teu convite! 29 Traz a injustiça a discórdia, mas a justiça me assusta: – À luz da misericórdia, nunca vi justiça justa!

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Sérgio Bernardo

1 Ao meter no basculante seus cem quilos de ousadia, que sufoco o do assaltante: – não entrava... nem saía!

2 Ao ver, com creme vermelho, da esposa o rosto emplastado, teve impressão o Botelho de que entrou no inferno errado! 3 A Rainha, em sua ira, quer presa a velha condessa, porque, à noite, o Rei não tira a "coroa" da cabeça! 4 Baiano, ele odeia pressa, E avisa, ao se machucar: – Se tiver de pôr "compressa", que seja bem devagar!!! 5 Celular eu não tolero desde um pré-pago que eu tinha, que tocou “Mamãe eu quero...” no velório da vizinha!

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6 Chega gritando o anãozinho no velório do Jacó... Pede alguém: – Fala baixinho! E ele diz: – Baixinho é a vó !!! 7 Chegam antes do café... E a comadre, num sussurro: – Visita que vem a pé quase sempre “amarra o burro”! 8 Foram tantos namorados com mãos lascivas demais, que hoje ela é um banco de dados só de impressões digitais! 9 Grita a roceira, ao olhar seu filhinho na balança : – Doutor, só vim consultar... Não vim vender a criança!

10 Na campa do tal rapaz que no batuque era um bamba, em vez de por: "Aqui jaz"... alguém gravou: "Aqui samba"… 11 Na festa de caridade, Zé, com cara de tragédia, tirando a média de idade, foi parar na Idade Média! 12 Na porteira passa o dia e a quem passa ele se queixa: – Eu, por mim, trabalharia... a preguiça é que não deixa! 13 No churrasco, um pelo branco... E o freguês, desconfiado: – Acho que o “boi” desse espeto já “miou” no meu telhado!!!

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14 No portão, seu “Love” a agarra... E a mãe a põe na berlinda: – Tão cedinho e já na farra? Diz ela: – Já, não... Ainda!!! 15 O elevador não fechava; e, irritada, uma roceira quis saber onde ficava a "tramela" da "porteira"!!! 16 O Pacote é bom, Batista? – Pra mim é, pois dá dinheiro... – Ah, o amigo é economista? – Não, senhor... sou pipoqueiro! 17 O Zé segue o enterro... E ao ver seu rosto, um verme diz, sério: – Quando esse "troço" morrer, eu fujo do cemitério!...

18 Pelo guarda não multada por dirigir velozmente, exclama a moça, espantada – Meu Deus, que guarda imprudente. 19 Piada foi quando o Augusto entrou no armário, apressado, e quase morreu de susto quando alguém disse: - Ocupado! 20 Pra falar sozinho, a esmo, o louco quis inovar, telefonando a si mesmo do orelhão pro celular!... 21 Quando um cão grã-fino olhou sua cadela, de esguelha, meu cão pulguento ficou "com a pulga atrás da orelha"!

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22 Quis remédio contra insônia, mas, sem óculos, não viu que abria o vidro de amônia... Aí, sim, que não dormiu!!! 23 Se entre os monstros, algum dia, fosse eleito um presidente, o fantasma venceria, pois só ele é "transparente"! 24 – Seu filho pôs brinco, Elisa – Que é que tem ? É moda usar! – Não tem nada... Mas precisa pulseira, anel e colar ? 25 – Subiu na vida o Fernando. – Ficou rico? - indaga o Lima. – Não, senhor Está morando seis barracos, morro acima !!!

26 Tem um cacoete vulgar indo à reza, tal senhora: – na pressa de comungar, já vai com a língua de fora! 27 Uma ironia que arrasa quem vê perto a despedida: – Sobram relógios na casa, mas falta tempo na vida. 28 Vovó fez rir a torcida, e a gincana quase "fura": – Quando a maçã foi mordida, levou junto a dentadura! 29 Vovó se afoga ... e, no cais, com vovô tentando a cura, o boca a boca foi mais dentadura a dentadura.

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NOTA As trovas foram obtidas em livros, boletins de trovas, jornais, trovas enviadas pelos trovadores e em alguns sites, como www.falandodetrova.com , www.poesiasemtrovas.blogspot.com.br , www.singrandohorizontes.blogspot.com.br Biblioteca J. G. de Araújo Jorge, as Mensagens Poéticas enviadas pelo falecido trovador potiguar Ademar Macedo, etc. Montagem da Capa da Revista sobre imagem obtida na internet, não foi encontrada a autoria. Caso perceba uma trova errada, seja por razões várias, por favor, en tre em contato com [email protected], para que possamos corrigir a tempo ou fazer uma errata no próximo número. Esta revista não pode ser comercializada em hipótese alguma, sem autorização de seus autores ou representantes legais. Pode ser copiado, desde que se coloque o autor das trovas, caso contrário pode ser caracterizado como crime e ser enquadrado nas sanções legais. Respeite os direitos do autor. O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – Estado do Rio de Janeiro – vol. 1 ......... Página | 39

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