América Central: a última fronteira ibero-americana para Televisão Digital

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IV Encontro Nacional da Ulepicc-Brasil – Rio de Janeiro/RJ – 9 a 11/10/2012

América Central: a última fronteira ibero-americana para Televisão Digital1 Pedro Santoro Zambon2 Vivianne Lindsay Cardoso3 Juliano Ferreira Sousa4

Resumo: Nos últimos dez anos diversos países de origem ibero-americana começaram seu processo de implementação da televisão digital. Passando processo decisório do modelo a ser adotado – entre DVB, ATSC e ISDB – vários desafios são enfrentados para a transição tecnológica plena se realizar. Diante deste cenário, sob o contexto ibero-americano, a América Central surge como um dos últimos locais onde este processo se encontra no estágio embrionário e, por consequência, ainda se observam diversos joguetes políticos e pressões regionais na relação entre a implementação do sistema versus o modelo econômico e tecnológico desejado pelo país. Deste modo o artigo expõe o processo de grande parte dos países deste continente, evidenciando as relações por detrás dos processos decisórios deflagrados.

Palavras-chave: Televisão Digital, Políticas Públicas, América Central

Abstract: Over the past decade several Iberoamerican countries began its process of implementation of digital television. Passing the decision making model to be adopted - including DVB, ATSC and ISDB – they are facing various challenges for technology transition fully realize. Given this scenario, under the IberoAmerican context, Central America emerges as one of the last places where this process is in the embryonic stage and therefore still observed many political pawns and regional pressures on the relationship between the implementation of the system versus the desired technological and economic model for the country. Thus the article presents the case of most countries of this continent, showing the relationships behind the decision processes triggered.

Keywords: Digital Television, Public Policies, Central America

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Trabalho apresentado no GT1 – Políticas de Comunicação, IV Encontro Nacional da ULEPICC-Br.

Pedro Santoro Zambon é aluno de graduação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho ([email protected]) 3 Vivianne Lindsay Carsoso possui graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2000) e é mestre em Comunicação na Unesp - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho ([email protected]) 4 Juliano Ferreira Souza é possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho(2011). ([email protected])

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Principalmente nos últimos dez anos, diversos países de origem ibero-americana divulgaram o início da implantação da Televisão Digital em seu território. A escolha do modelo a ser adotado - seja o europeu Digital Video Broadcasting (DVB), o sistema norte-americano Advanced Televisión System Committee (ATSC) ou o nipo-brasileiro Integrated Services Digital Broadcasing (ISDB-T) - sempre varia a partir por fatores econômicos, políticos e culturais que serão envolvidos nesse processo. Diante disso analisamos o cenário da América Central como a última fronteira no processo decisório para a implementação da televisão digital dentro da Ibero-América, dado o fato de que os países deste continente foram os últimos a chegar a uma definição e observando o embate de força entre os interessados nos três modelos para que eles fossem aplicados. Deste modo, analisou-se em que contexto estão se realizando tais decisões, quais os avanços empregados e quais as forças e influências políticas que pressionam as diferentes políticas públicas adotadas em cada um dos principais países. Para se extrair uma ampliação da visão crítica sobre o contexto da implantação da televisão digital, analisam-se oito países da região que vivem realidades socioeconômicas diferentes e processos de transição tecnológica em estágios heterogêneos. Apesar dos estudos produções acadêmicas locais ainda serem escassos pelo processo embrionário em que a transição se encontra, buscou-se nela a fonte primordial para a análise, compreendendo também como fundamentais as bases teóricas da Economia Política da Comunicação como guias para a análise crítica desse processo. Além de um levantamento de publicações em periódicos, anais de congressos, dissertações e livros publicados online nos países analisados, foi de fundamental importância o uso de notícias e artigos jornalísticos locais e internacionais na internet que complementassem as informações que a academia ainda não se prontificou a analisar. O desafio de colocar em pauta a televisão digital em países cuja digitalização ainda caminha lentamente foi um desafio, que esbarra em questões sobre concentração de mídia e monopólio, influencias regionais econômicas dos Estados Unidos, pressão política regional do Brasil na tentativa de expandir o seu modelo no mercado local da América Latina e disputas econômicas regionais. Tal constituição, no entanto, reflete uma situação em que as discussões sobre a televisão digital ainda tangenciam somente

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ponderações sobre o processo decisório da relação entre o modelo de TDT (Televisão Digital Terrestre) escolhido e as influências exercidas por países centrais interessados em expandir suas fronteiras comerciais, sem deixar de notar em como as parcerias com esses países vão promover e viabilizar tal digitalização. E para além dessas influências, é necessário se notarem as relações entre os países envolvidos, e como a escolhas os influenciam mutuamente – inclusive na questão de cooperações locais e como relações políticas atribuladas entre alguns vizinhos podem explicar a adoção de modelos distintos. Fator inegável para todos os países da América Central e Caribe – com exceção de Cuba – é a profunda influência e dependência econômica e, por consequência, política, dos EUA na região. Em números, temos por exemplo um cenário da República Dominicana, onde 87,3% do fluxo de exportações e 60,5% das importações são realizadas com os Estados Unidos. Na tabela abaixo, podemos conferir a porcentagem da economia desses países que está comprometida em relações com os EUA. Os dados dão do Banco Mundial referentes à 20085. Tabela 1: Relação econômica América Central X EUA País

Exportações aos EUA

Importações aos EUA

República Dominicana

87,3%

60,5%

El Salvador

66%

43,4%

Guatemala

41,2%

34,3%

Honduras

34,7%

40,5%

Nicarágua

31,1%

22,5%

Tais relações comerciais ajudam a explicar o porque alguns países adotaram quase que automaticamente o modelo norte-americano para a sua TV Digital. O primeiro e mais explícito dos exemplos é o Estado Livre Associado de Porto Rico, que é 5

Dados adquiridos em: http://data.worldbank.org/

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literalmente uma colônia dos Estados Unidos, sendo um país incorporado e cujos habitantes possuem cidadania estadunidense. O que diferencia Porto Rico de um estado americano qualquer, no entanto, é que Porto Rico pertence aos Estados Unidos, mas não faz parte deles – possuindo assim um governo com autonomia fiscal e tributária. Tal situação política acabou por condicionar Porto Rico a uma subordinação políticotecnológico na questão da TV Digital, considerando que a implementação da TDT se deu de maneira integrada a digitalização de outros territórios americanos não continentais como o Havaí. Para além de Porto Rico, e sua adoção automática do ATSC, surgiram países que teoricamente tem autonomia para escolher o modelo a ser adotado mas que acabaram por ceder às pressões não só de economia absolutamente dependente dos EUA, como também a sua uma influencia cultural já arraigada em suas populações, como é o caso da República Dominicana, El Salvador, Honduras e Guatemaça. O primeiro país a definir o modelo estadunidense como aquele a ser adotado foi Honduras, em janeiro de 2007 em um anúncio da Comisión Nacional de Telecomunicaciones (CONATEL). O presidente da Conatel, Rassel Tomé, comentou na época que um dos principais motivos de Honduras ter optado pelo modelo estadunidense é a grande quantidade de compatriotas que vivem naquele país e importam de lá aparatos televisivos já compatíveis com o ATSC (LA TRIBUNA, 25/09/2007). O anúncio precoce evidencia também o curto processo de estudo sobre outros standards a serem adotados, agilizando assim o início da implementação da tecnologia no país cuja previsão de encerramento é para 2023, ou seja, um período de 15 anos de preparação para o apagão analógico. O segundo país a definir o modelo ATSC foi El Salvador em 22 de Abril de 2009 com base em um relatório emitido pela Comisión Técnica Regional de Telecomunicaciones en Centroamérica (COMTELCA), definindo seu apagão analógico para 31 de dezembro de 2018. A justificativa pela escolha do modelo seguiu o mesmo raciocínio explicitado no caso de Honduras. O gerente de telecomunicações da Superintendencia General de Electricidad y Telecomunicaciones (SIGET), Saúl Vásquez, assumiu que além da questão tecnológica, o motivo principal da escolha pelo modelo a grande quantidade de salvadorenhos que vivem nos Estados Unidos – segundo

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estimativas cerca de 2,5 milhões de compatriotas, um número bastante elevado para um país com população de 7 milhões de habitantes (EL NACIONAL, 16/02/2009). Já a República Dominicana veio de um processo mais complexo. Ele começou efetivamente em 2006, mediante a “Resolución 003-06” do Instituto Dominicano das Telecomunicações (Indotel) que gerou uma comissão para o estudo da implementação da TV Digital no país. A questão intensificou-se quando José Rafael Vargas, presidente do Indotel, anunciou a agenda para a preparação dessa mudança da televisão analógica para a digital, pouco depois da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) estabelecer uma data limite para o apagão analógico americano. Foi assim que teve início a jornada para a escolha do modelo a ser adotado pelo país, por meio de testes centralizados principalmente no canal estatal televisivo da CERTV (Corporacion Estatal de Radio y Television), definido os parâmetros de estudo entre os modelos americano (ATSC), europeu (DVB-T) e o brasileiro (ISDB-T). Com a chegada do apagão analógico americano em Junho de 2009 surge então uma preocupação latente de parte da população dominicana que captava o sinal americano do país – algo que assegurou-se mesmo após o apagão, segundo Vargas (LISTÍN, 19/06/2009). Tal situação, no entanto, refletia uma realidade que acabou por influir de maneira categórica no processo decisório dominicano: a cultura da sua população em consumir e captar programação estadunidense. Estima-se, por exemplo, que em Junho de 2009, quando o modelo ainda não havia sido decidido, já haviam 300 mil televisores de alta definição que tinham sistema de captação ATSC integrado (DIÁRIO LIBRE, 10/06/2010). Mesmo com todos os indicativos começarem apontando para uma escolha pelo modelo americano, houve uma repercussão em relação aos estudos sobre os demais modelos, inclusive com a criação de um Espacio Interactivo Sobre la TV y Radio Digital en la República Dominicana6, promovido pela Comisión Nacional para la Sociedad de la Información y el Conocimiento (CNSIC) e pela Indotel. Tais discussões deram origem, inclusive, em Maio de 2009, a um importante Taller Internacional de Radio y Televisión Digital en la República Dominicana onde vários especialistas internacionais dos principais standards discutiram a questão da implementação da Televisão e Rádio digitais no país. E após um total de três congressos e várias visitas de 6

http://indotel-tvdigital.blogspot.com/

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comissões à Europa, Estados Unidos e Brasil, surge uma definição. Em Agosto de 2010 decide-se oficialmente pelo modelo americano ATSC, mediante ao Decreto 407-10, emitido pelo presidente Leonel Fernandéz. Segundo o decreto, ficou estabelecido também o apagão analógico para setembro de 2015, ou seja, mesmo sendo o último dos países citados a adotar o modelo, foi o que estabeleceu o prazo mais recente - apenas cinco anos para a transição do analógico para digital. Os desafios para a substituição de todos os transmissões e aparelhos em um período tão curto ainda é uma das grandes dúvidas que se ficam em relação a TV Digital dominicana. A proximidade e sincronia com o mercado americano, no entanto, mostra que a natural escolha pelo modelo ATSC pode facilitar esse processo. Mas dentre os que adotaram o sistema, aquele cujo processo foi mais tortuoso foi a Guatemala. Ainda que tenha sido citada a adoção do sistema brasileiro como mais provável, houve um grande atraso em relação ao processo decisório, que revela uma série de questões sobre as características do monopólio da televisão guatemalteca nas mãos do grupo Albavisión, do magnata mexicano Ángel González. Ele é dono de quatro emissoras guatemaltecas (canais 3, 7,11 e 13) das nove existentes, além de sustentar um império midiático na América Latina. For someone who shuns the limelight, doesn’t give interviews, doesn’t want his picture taken and protects his privacy with zeal, Remigio Angel Gonzalez y Gonzalez, is surprisingly, an open book. The Mexican-born, Miami, Florida resident is president and owner of Albavision, a Miami-based group that controls 26 TV stations in 10 Latin American countries, 21 of which it owns while the rest are affiliated for programming. Albavision also controls 82 radio stations (25 of which are owned and operated) and 40 movie theaters (Cine Alba) in Guatemala and Costa Rica.(SERAFINI, 2010)

O grande motivo por detrás desse atraso nas decisões está, segundo Orellana (2010), no fato de ser uma “ampliação no espectro de possibilidades”, ou seja, a capacidade tecnológica digital que gera a abertura de espaço para vários novos canais televisivos, que ofereceriam uma ameaça ao monopólio construído por González. Y en Guatemala, aunque haya algunos que digan lo contrario, existe un monopolio de la televisión que impide el surgimiento de canales alternativos que, en las mismas condiciones y circunstancias que los canales de González, permitan una competencia real y leal que contribuya a democratizar los medios y democratizar al país. Hoy, en su plan de “Gran Señor de la Televisión”, el

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mexicano se permite recibir en su residencia de Miami cada cierto tiempo la visita de políticos mediocres que le suplican espacios en sus canales, a cambio de lo cual ofrecen continuar con el estado de cosas vigente si llegar al poder. (ORELLANA, 2010)

Independentemente dessa condição política que atravanca o processo da TDT na Guatemala, a expansão das fronteiras do modelo nipo-brasileiro de TV Digital, o ISDBT, acabou por tentar quebrar essa forte influencia monopolista interna com o oferecimento de apoio econômico para a implementação da tecnologia no país. Este apoio incluiria ainda “cooperación técnica y tecnológica, sobre todo informaciones del marco regulatorio, planeamiento del espectro radioeléctrico, acceso al sistema para la ejecución y apoyo logístico para la creación de contenidos digitales. Además de cooperación académica y capacitación de recursos humanos y cooperación institucional.” (LA PRENSA LIBRE, 04/05/2011). Em outubro de 2010 uma comissão brasileira esteve na Guatemala apresentando especificações sobre o modelo. No mesmo ano, o presidente guatemalteco Alvaro Colom esteve no Japão, em visita oficial para fechar um acordo de empréstimo de US$120 milhões de dólares para regularizar estradas das regiões mais pobres. Na ocasião, também foi apresentado o standard ISDB-T para que Colom pudesse estudar o modelo em que se pensa seriamente, segundo as palavras do próprio presidente, a possibilidade de adotá-lo. (LA PRENSA LIBRE, 22/10/2010). Apesar dos avanços, não forçaram definições quanto o modelo ou a data do apagão analógico. As definições surgiram de outra pressão, interna, baseada na influencia do grupo de Angel Gonzaléz que implementou em sua rede Albavisión a tecnologia do modelo ATSC, importada dos EUA. (TVTECHNOLOGY, 07/03/2008). A conclusão do processo que já havia se iniciado em 2006 com a transmissão pioneira na América Central do sinal digital com o padrão americano da abertura da Copa do Mundo da Alemanha. (TELESÍNTESE, 15/06/2006). Por fim, apesar da tentativa de parceria com o Brasil, prevaleceu a vontade do empresariado de mídia local. Cajas destaca, entretanto, que a TDT na Guatemala pode fazer com que “En un futuro no muy lejano habrá que incorporar la Televisión Digital Terrestre lo que dealguna forma supone un momento oportuno para corregir el monopolio de la televisión.” (CAJAS, 2011). Mas isso só será possível, quando houver um movimento em torno das políticas públicas em relação ao processo de

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implementação da TV Digital, sendo que a escolha do modelo baseada nas pressões internas de uma mídia monopolista não trabalham para promover alguma evolução neste sentido. El territorio nacional tiene permitido el uso de estas seis frecuencias de televisión en VHF; no ocurre lo mismo con la incorporación de sistemas de tecnología más avanzados como la televisión por cable y la televisión digital terrestre que funcionan de manera más libre y que por ello requieren de uma legislación más estricta. (CAJAS, 2010)

Dentre os países da América Central e apesar de todas as influências econômicas e políticas que historicamente são constatadas na relação com os Estados Unidos, verificam-se duas exceções que, por diversos motivos, acabam por ceder a influências diferenciadas, como a referência regional do Brasil e a expansão do standard SBTVD-T (versão brasileira do modelo japonês ISDB-T). Desde 2003, quando o atual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o decreto nº 4.901 que decidiu pelo SBTVD-T, o país e seus líderes, em especial na Casa Civil e junto ao Fórum SBTVD, começaram a lutar pela adoção deste mesmo padrão digital (ISDB-T) em toda a América Latina. Expandir o modelo de televisão digital brasileiro é mais do que aumentar as relações comerciais e sociais com os países vizinhos, ou simplesmente intensificar a troca de conteúdos audiovisuais criando identidade e linguagem latino-americana. É, na verdade, uma alternativa para se criar um mercado inédito à indústria cultural e tecnológica brasileira, que poderá deixar de ser importadora, passando a também exportá-la (CARVALHO, XAVIER, CLETO, IKEDA, 2010)

O primeiro país a adotar este modelo foi a Costa Rica, de maneira tardia. Os debates sobre tecnologias digitais em território costarriquenho só se iniciaram no século XXI. Existe uma dificuldade nítida da expansão de algumas realidades midiáticas nas relações sociais do país. Como exemplo disso, Monge e Chacón (2002) e Monge e Hewitt (2004) apontam a existência da chamada brecha digital em território costarriquenho e consideram como fundamental que os esforços sejam feitos justamente no sentido de ser superada essa realidade.

La brecha digital, es decir, el acceso diferenciado que tienen las personas a las TICs, así como las diferencias en la habilidad para usar tales tecnologías, el

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empleo actual que le dan a éstas y en el impacto que el uso tiene sobre el bienestar, sigue siendo un gran desafío para la Costa Rica del siglo XXI. Esta brecha se sigue mostrando con claridad entre los hogares de diferentes zonas geográficas, de disímiles rangos de ingreso y de diversos niveles de educación. (...)En el caso particular de la Internet, cabe resaltar que el poco incremento en la cobertura para los hogares costarricenses, de tan sólo 1,8 puntos porcentuales por año, implica que, de mantenerse el status quo, será necesario esperar 45 años más para alcanzar una cobertura total (es decir, del 100 por ciento) en este importante servicio (MONGE; HEWITT, 2004).

Foi somente em 2009 que foi criada pelo governo (Ministério da Presidência e o Ministério do Ambiente e das Telecomunicações) uma comissão mista para estudar e testar os modelos existentes de televisão digital (ATSC, DVB-T e ISDB-T). A partir disso a comissão apontou o padrão nipo-brasileiro como melhor escolha.

Comissão Especial, formada por especialistas da Universidade do País, recomendaram ao Poder Executivo da Costa Rica, a adoção do SBTVD, como o melhor padrão para o desenvolvimento da tecnologia digital no país.A indicação tem um 'sabor' especial porque a Costa Rica é ligada economicamente aos Estados Unidos, dono do padrão ATSC. (...) O anúncio formal deverá ser feito no dia 8 de maio, por meio, do presidente Oscar Arias Sánchez, antes da posse da nova presidente, Laura Cinchilla. O relatório da Comissão Especial Mista sobre TV Digital indica o ISDB como o melhor padrão para a Costa Rica porque ' ele é mais robusto tecnicamente e é o mais adequado para o melhor uso do espectro. “Também proporciona o desenvolvimento de futuras plataformas de interatividade e melhor custo benefício na questão potência e cobertura”, segundo reporta o portal Next TV Latam (PORTAL CONVERGÊNCIA DIGITAL, 2010) .

Após esses testes e, em certo momento, uma inclinação pelo modelo europeu , definiu-se o sistema ISDB-T pela “Desde una perspectiva social, las bondades técnicas del estándar japonés-brasileño, permitirán una mejor cobertura y la inclusión de comunidades hasta ahora excluidas de la televisión abierta”, afirma o Informe de Recomendação ao Governo Federal publicado no dia 29 de abril de 2010. (PORTAL LA NACIÓN, 26/05/2010). Aunque no estaba obligado a seguir la recomendación, el entonces presidente Óscar Arias, su ministro de la Presidencia, Rodrigo Arias, y su ministro de Ambiente, Energía y Telecomunicaciones, Jorge Rodríguez, firmaron el decreto N.º 36009 MP-Minaet, el cual establece el ISDB-Tb como estándar de TV digital para Costa Rica. Arias firmó el decreto el mismo día de la presentación del informe y este apareció publicado ayer en La Gaceta. (PORTAL LA NACIÓN, 26/05/2010).

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O sistema brasileiro, que já foi aceito por 87,6% dos países da América do Sul, também acabou por atrair a Nicarágua, principalmente após a visita do presidente nicaraguano Daniel Ortega ao brasileiro Luís Inácio Lula da Silva em Brasília em Julho de 2010. Na ocasião, o tema sobre a adoção do modelo nipo-brasileiro foi considerado como parte dos acordos bilaterais estabelecidos. Antes disso, os estudos em relação aos modelos ainda considerava algumas dúvidas em relação a adoção do ATSC. Segundo o porta-voz do governo de Nicarágua “La idea de firmar con Brasil este acuerdo responde a que la tecnología que ocupa este país es japonesa, la cual está ampliamente introducida en nuestro país, por lo que la adaptación sería mucho más sencilla”. Já segundo declarações do diretor do Instituto de Telecomunicaciones y Correos, Orlando Castillo, além do acordo representar maiores vantagens tecnológicas em relação aos demais standards, há um acordo que prevê a exportação de caixas conversoras a um menor custo, facilitando o processo de implementação no país. (EL NUEVO DIÁRIO, 18/08/2010) Já segundo Hijalmar Ruiz Tückler, consultor internacional sobre Tecnologias da Comunicação e Informação e ex-diretor do Instituto Nicaragüense de Telecomunicaciones y Correos, a Nicarágua está pronta para encarar os desafios de implementaçãoda TDT no país Las redes de televisión abierta en Nicaragua son relativamente pequeñas, y por tanto, la sustitución de tecnología, aun cuando se realizará en un período de varios años (quizás a un horizonte de 10 años) no será traumática. Será bastante natural, algo similar a cuando se introdujo la televisión a colores en Nicaragua.(EL NUEVO DIÁRIO, 23/08/2010). O último dos cenários encontrados quando se fala em TV Digital na América Central é a figura apresentada por Panamá. Dos países da América Central, ele foi o único que optou pelo modelo europeu e atualmente é um dos mais avançados na implementação da tecnologia. O anúncio pelo modelo DVB-T foi feito em 10 de Dezembro de 2009, no mesmo ano em que a vizinha Colômbia começou a transição no país. (PANAMÁ AMÉRICA, 26/05/2009) A presença de um país de referência na região faz com que o Panamá não esteja isolado em relação aos países, já que apenas a Colômbia, além do Panamá, adotaram o modelo europeu. Portanto, são as relações comerciais locais que vão garantir a sustentabilidade do modelo, cuja migração começou no país em setembro de 2011, com a transição das emissões dos canais locais

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para a tecnologia digital. (PANAMÁ AMÉRICA, 14/09/2011). O apagão analógico ficou para 2020, mas pode ser atrasado em dois anos.

Sin embargo, resaltó, que si se llega a comprobar que el 95% de la población ya cuenta con televisores que contengan la tecnología DVB-T o las cajillas decodificadoras de la señal, se podría hacer el cambio en unos seis años. Admitió que lo que deben hacer ahora es divulgar más la información para que la gente compre los televisores o los decodificadores. (PANAMÁ AMÉRICA, 14/09/2011). Mapa 1.0 – Mapa dos modelos adotados na América Central

Diante deste panorama de diversos cenários do processo de implementação da televisão digital nos países descritos, levantam-se algumas conclusões sobre o que influencia na decisão do modelo a ser adotado e de que maneira as relações regionais interferem nesta decisão. De fato tem que se ressaltar o processo embrionário de todos os países citados que, independente de suas peculiaridades, ainda estão há quase uma década das conclusões da digitalização do sinal e vão surgir vários desafios ainda não encontrados, no que se refere a distribuição, infraestrutura, mudança de programação e luta contra o monopólio. Sob esta concepção de que a região ainda está em fase inicial de implementação, surge a ressalva de que a academia local também carece de bibliografia. Deste modo, para se abstrair um panorama sobre televisão digital na América Central, depende-se muito de artigos da mídia local e internacional sobre o assunto. Mesmo no mídia, ainda revela-se a escassez de informações atualizadas e aprofundadas sobre o caso, o que provocou a necessidade de um trabalho minucioso de procura por fontes online que pudessem suprir tal lacuna.

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Independente do estágio em que se encontra a migração tecnológica, través da análise do processo decisório pode-se afirmar que a influencia regional estadunidense ainda surge como um dos fatores mais fortes na região. Além disso, processos monopolistas da mídia, personificado principalmente pelo empresário Angel Gonzales, e outras questões econômicas locais, podem vir a impedir a consequente democratização com o advento da televisão digital. Outra consideração que surge através da análise é a de que o Brasil, por meio de políticas de incentivo e ofertas de parceria na implementação, surge como uma nova força regional importante, capaz até mesmo de quebrar as influencias regionais estadunidenses na decisão pelo modelo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARC NOTÍCIAS. El Salvador decide por el estándar ATSC en TV digital.AMARC. 12/05/2009. Disponível em: http://legislaciones.item.org.uy/index?q=node/969 CARVALHO, Juliano Mauricio de; FREITAS, F; IKEDA, P.; SILVA, M. Televisão Digital no Brasil: notas para um debate regulatório. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, XXXI, 2008, Natal. CAJAS, L. GÉNESIS Y EVOLUCIÓN DE LA TELEVISIÓN EN GUATEMALA. Razón y Palabra, n. 72, 2010. CAJAS, L. La pluralidad informativa en la TV de Guatemala. Razón y palabra, n. 78, p. 42, 2011. GAMARRO, Uriás. Brasil ofrece apoyo al adoptar model. Prensa Libre. 04/05/2011. Disponível em: http://www.prensalibre.com/economia/Brasil-ofrece-apoyo-adoptarmodelo_0_474552551.html

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