Análise: Ainda é cedo para se aventurar

May 24, 2017 | Autor: J. Gonçalves de C... | Categoria: Habitação
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6A / Domingo, 5 de fevereiro de 2017

ECONOMIA & NEGÓCIOS

São José do Rio Preto /

DIÁRIO DA REGIÃO

BOA HORA PARA COMPRAR A CASA PRÓPRIA Imóveis à venda registram queda de até 18% nos preços no último ano em Rio Preto; vendedor está aberto a receber ofertas do comprador, que incluem descontos no valor, pagamento parcelado e até troca no negócio Liza Mirella [email protected]

momento é bom para quem precisa comprar a casa própria. É que os preços dos imóveis residenciais em Rio Preto registraram uma queda entre 15% e 18% no último ano. A razão para a redução foi o próprio comportamento do mercado, que estava inflado de gente querendo vender e pouca gente disposta a comprar. “Já está havendo uma mudança. Os plantões de venda recebem pessoas interessadas em ver, em negociar, não está mais parado como antes”, explica Alessandro Nadruz, diretor da regional do Sindicato da Habitação (Secovi) em Rio Preto. A redução em Rio Preto foi superior ao índice observado no restante do País, de 8,93% de acordo com o índice FipeZap divulgado na semana passada. Segundo Nadruz, essa redução local é gradativa e atingiu primeiro os imóveis que estavam fora do preço do que o mercado considera plausível. “O vendedor está mais aberto também, parcelando a compra, dando desconto, reduzindo o preço e até aceitando troca”, afirma. A deflação atingiu principalmente os imóveis mais antigos. Já os lançamentos, que são os que acabaram de ser construídos, tiveram uma redução de cerca de 10% para os preços à vista. “É importante para as empresas não ter estoques e manter o fluxo de caixa. E os descontos colaboram para

O

que isso ocorra”, explica Joaquim Ribeiro, presidente da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci). Segundo Ribeiro, o momento é excelente para comprar, pois o vendedor está muito receptivo às ofertas. Entretanto, afirma que não houve queda nos valores dos imóveis prontos, apenas a manutenção. Os preços estão acessíveis e os prazos de pagamento mais dilatados, além de possibilidades de descontos e até permutas. E para quem compra a hora é de pechinchar, principalmente se tiver dinheiro para fazer o negócio. “O vendedor tem aceitado até veículos no negócio, bem como financiamentos. E chega mesmo a oferecer pequenos descontos, que, em média, giram em torno de 6%”, afirma. Por conta desse cenário mais atrativo para o comprador, o mercado já começa a se movimentar. E a procura maior está faixa de R$ 200 mil a R$ 300 mil, incluindo os imóveis abrangidos pelo programa Minha Casa Minha Vida. Na imobiliária Redentora, segundo Ribeiro, janeiro registrou um aumento na procura de cerca de 30%, de pessoas que estavam adiando a compra do imóvel em função dos desarranjos e instabilidade econômica. “Essa demanda represada constitui um forte potencial de mercado num momento de acomodação de preços, como agora, pois o imóvel continua sendo moeda forte em termos de investimento, uma vez que a valorização é constante”, afirma. Para o proprietário da imobi-

À primeira vista, a redução de 18% do valor dos imóveis em Rio Preto gera uma certa expectativa sobre se é ou não a hora de comprar imóveis. Na minha opinião, levando em consideração que estamos falando de alguém que vai comprar imóvel para morar e não para investir ou especular, ainda é cedo para se aventurar, por três motivos. O primeiro motivo é óbvio: os imóveis não estão 18% mais baratos. Eles estão 18% menos caros. Não podemos esquecer que a especulação imobiliária nas médias e grandes cidades ultrapassou fácil os 100%, chegando no caso das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a mais de 200% se comparados os preços de 2008 e 2014. Então há margem para preços menores. O segundo motivo, não

Para fazer girar O construtor Ilídio Marcos da Silva, de Rio Preto, conta que teve de baixar um pouco os preços dos imóveis que constrói para acompanhar o mercado. Para fazer girar a roda da economia, reduziu entre 10% e 20% os valores. Ele conta também que o perfil do comprador, atualmente, é de pessoas que optam não por pagar o valor integral do imóvel, mas que assumem o restante da dívida, dessa forma, conseguem diluir mais facilmente o valor das parcelas no orçamento mensal. “A possibilidade de passar a dívida facilita a compra. No ano passado, todas as casas que vendi foram dessa forma”. Entre as casas que estão prontas ou sendo construídas para vender, Silva afirma que uma, no condomínio Figueiras 2, de 180 metros, três suítes, closet, entre outras dependências, está custando R$ 370 mil, mais o que falta para quitar a casa, em torno de R$ 140 mil, o que significa parcelas de R$ 650. Em outro bairro, no Ary Attab 2, uma casa com 110 metros de construção está saindo por R$ 215 mil quitada ou R$ 145 mil, mais cerca de R$ 70 mil em parcelas mensais. “Vender um imóvel quitado hoje é mais complicado”, afirma.

Queda da taxa Selic anima o setor As três reduções consecutivas da taxa Selic, atualmente em 13% ao ano, começam a animar o mercado, inclusive o imobiliário e melhoram as perspectivas para 2017. É que os juros mais baixos sinalizam uma retomada da atividade econômica, com investimentos. A Selic está no menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. O indicador é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, que fechou 2016 em 6,29%, de acordo com o IBGE.

Para Alessandro Nadruz, diretor do Secovi em Rio Preto, a redução da Selic impacta positivamente entre muitas outras razões porque ajuda a baixar os juros dos financiamentos imobiliários. “Vemos essa decisão do governo de baixar a Selic com bons olhos, aumenta a confiança do mercado”, afirma. Segundo Joaquim Ribeiro, o declínio da inflação, perto da meta de 4,5% - aliada à redução da Selic, são sinais alentadores para a econo-

mia. Entre outros benefícios, a inflação menor estimula aplicações na poupança, o que significa forte estímulo à construção civil, já que 65% do saldo é direcionado a financiamentos imobiliários pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). “Na esteira da redução desses índices, haverá aumento de demanda e de financiamento, o que é muito promissor, embora se preveja que a economia venha a engrenar a partir da metade (LM). do ano.”

Quem dita as regras agora é o comprador

análise

Ainda é cedo para se aventurar

liária Magnum, José Carlos Figueira, o investimento em imóveis está atrativo porque outros tipos de aplicações financeiras não estão tão atrativas e, quantos aos preços, ele observa não uma queda, mas uma decisão do vendedor de não aumentar os valores. “O vendedor diminuiu sua lucratividade para atender à demanda do mercado, que é pouca”, afirma.

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tão óbvio, é que nada sugere que a economia brasileira melhore em 2017. Em que pese alguns arautos do otimismo midiático, nenhum dado estrutural da macroeconomia indica que haja melhoras consideráveis em termos de crescimento econômico e, especialmente do nível geral de empregos em 2017. Por fim, os juros dos financiamentos cobrados para habitação são impeditivos para parte significativa da população com demanda reprimida em imóveis. Considero que existe uma queda de braço em curso na qual, de um lado está quem quer comprar casa e de outro o que comprou para vender, tendo o governo como juiz. Se o possível comprador resistir, de duas uma: ou os preços caem mais, reduzindo essa valorização extraordinária (e irreal) dos últimos anos, ou o governo vai ter que facilitar as condições de crédito. Torçamos para que sejam as duas. ■ Joelson Gonçalves de Carvalho, professor de economia

Diferentemente de anos atrás - época do boom imobiliário - quando quem estipulava as regras de como seriam as tratativas do negócio era o vendedor, agora o grande momento é do comprador. Quem afirma é Ricardo Shimana, diretor da Franquia Imóveis. “O comprador está sabendo aproveitar como nunca sua chance de comprar muito bem, com descontos, prazos e outras facilidades para o pagamento do imóvel adquirido”. Segundo ele, a redução de preços, em alguns casos chega a superar os 20%, em função da adequação dos valores que vinham sendo praticados devido ao boom e à facilidade de compra por meio dos financiamentos, motivos que levaram à uma crescente e desordenada valorização. “Temos observado uma melhora gradativa na procura e consequentemente na compra dos imóveis tanto na planta quanto prontos, na faixa entre R$ 170 e R$ 350 mil, e principalmente os imóveis de até R$ 210 mil que se enquadram no Minha Casa Minha Vida”, disse. Eliana Cegarra, diretora da Cegarra habitação, confirma o início da procura de interessa-

Temos observado uma melhora gradativa na procura e consequentemente na compra dos imóveis tanto na planta quanto prontos

Ricardo Shimana, diretor da Franquia Imóveis

Eliana Cegarra afirma que procura de interessados cresceu dos, especialmente de quem busca financiamento, mas inda o comprador enfrenta dificuldade para obter recursos para a entrada e também documentos. “Para aqueles que possuem um saldo de FGTS significativo, tem dado melhor resultado, pois a en-

trada pode ser paga com o fundo”, afirma. Ela observou que apenas os imóveis usados de maior valor têm registrado gradativamente uma queda nos preços, em torno de 10% a 15%, em função de muita oferta e pouca

procura. “As pessoas têm preferido a modalidade de terreno e construção, pois escolhem onde querem morar, além do modelo. Também porque fica mais em conta do que um imóvel pronto. Em média de 20 a 30%” diz. (LM)

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DIÁRIO DA REGIÃO / São José do Rio Preto

Domingo, 5 de fevereiro de 2017 / 7A

Johnny Torres 2/2/2017

como se preparar para a compra

O construtor Ilídio Marcos da Silva conta que teve de baixar um pouco os preços para acompanhar o mercado

■ Um bom negócio é comprar à vista, para não haver custos com juros e ainda a possibilidade de obter um desconto ■ É preciso ficar atento aos gastos extras, com taxas bancárias, de cartório, além de custos com mudança, condomínio e até mobília nova. Esse é um dos principais cuidados para não se endividar ■ Outra opção para compra, em caso não de não haver urgência em se mudar e algum investimento mensal, é o consórcio. O consumidor paga menos e, se tiver sorte, pode ser contemplado com a casa mais cedo no sorteio ou ainda dar lance nos leilões ■ O financiamento é uma das opções mais procuradas. Nesse caso, é preciso se atentar ao gasto mensal. E é fundamental que a dívida seja honrada mensalmente. Os juros ao longo do contrato podem significar o pagamento de duas ou até três casas ■ Se a pessoa paga aluguel, o financiamento pode ser uma ótima alternativa, já que a pessoa deixa de pagar esse valor sem retorno para pagar a prestação de algo que será seu ■ Se a pessoa não paga aluguel, uma ótima alternativa é guardar o valor da prestação do financiamento, em qualquer tipo de investimento conservador, e assim, em sete ou oito anos, poderá comprar a casa à vista e não pagar juros. É preciso entender que o dinheiro aplicado rende juros, enquanto que, no financiamento, se paga juros Fonte - Reinaldo Domingos, educador financeiro

Guilherme Baffi/Arquivo

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Menos problemas, mais lucratividade

Planejamento evita autuações e melhora desempenho da produção Divulgação

O vendedor está mais aberto também, parcelando a compra, dando desconto, reduzindo o preço e até aceitando troca

Essa demanda represada constitui um forte potencial de mercado num momento de acomodação de preços, como agora

Alessandro Nadruz, diretor do Secovi

Joaquim Ribeiro, presidente da Fenaci

É preciso cuidado antes de comprar Quem vai comprar uma casa precisa estar muito atento ao negócio. Um investimento de alto valor, por um período tão longo de compromisso precisa ser muito planejado para não terminar em dor de cabeça. A primeira análise a ser feita é sobre o pagamento, se à vista, por consórcio ou financiamento. Depois de decidido o meio de pagamento, é hora de se preocupar com a documentação do imóvel, como escritura, averbação, se não há pendências como falta de pagamento de Imposto Predial, Territorial e Urbano (IPTU), por exemplo. Essa é uma fase extremamente importante, quando é necessário obter cerca de dez certidões, do proprietário e do imóvel. “O comprador também precisa ver se o vendedor tem algum tipo de protesto ou execução”, orienta Alessandro Nadruz, diretor do Secovi em Rio Preto.

Quando à estrutura do imóvel, é importante verificar suas condições, se existe algum tipo de avaria, rachaduras. Agora, se o imóvel de interesse é para uso comercial, é fundamental procurar a Prefeitura para saber se no local é permitido abrir um comércio, por exemplo. “Muitas vezes a pessoa compra, mas não sabe que naquela localidade não é permitido montar um comércio”, diz. A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) alerta que o consumidor não deve comprometer mais do que 30% dos seus rendimentos familiares mensais com dívidas, o que inclui a prestação da casa. Além disso, é preciso deixar claro quem vai pagar a comissão do corretor – se houver – quem compra ou quem vende o imóvel.

Se a compra é de imóveis adquiridos de construtoras ou incorporadoras, o comprador precisa fazer uma proposta, na hora. É preciso ficar atento a todos os detalhes da oferta, negociando, se necessário for, cada item. Vale ainda pesquisar o histórico e a reputação da imobiliária, construtora ou incorporadora. Outra dica é visitar a região onde está o imóvel, para ver se é barulhenta, se tem infraestrutura, se há estrutura comercial e de serviços próxima. É importante ainda ter uma reserva financeira para arcar com despesas de contrato, ou mesmo escritura, bem como despesas para mudança de imóvel. No caso de imóveis novos, eles quase sempre são entregues sem o piso nos quartos e sala, bem como sem os (LM) lustres e cortinas.

O engenheiro Abdoral Carvalho: além de atender a legislação, ações de planejamento eliminam fatores de risco e melhora a produtividade A correta implantação das determinações de normas legais pode não apenas evitar problemas com autoridades, multas e outras complicações que provocam prejuízos, mas também promover práticas que ampliam a produtividade e lucratividade. É o que explica o engenheiro Abdoral Milaré de Carvalho, proprietário da AMC Engenharia Industrial especialista em engenharia mecânica e de segurança do trabalho. Ele conta que muitos empresários resistem a investir na implantação das normas em suas empresas porque acham mais caro do que é na realidade e que não vai trazer benefício algum. “Mas isso não é verdade”, diz. A permanência de máquinas e equipamentos sem proteção adequada nas linhas de produção e em outros espaços da empresa, por exemplo, pode expor o empregador a autuações que vão desde multas à lacração do equipamento ou mesmo do local onde as atividades são realizadas. Pode também causar acidentes que redundem em ferimentos em colaboradores e outras pessoas e graves prejuízos com a perda de matérias-primas e instalações. É o caso da Norma Regulamentadora nº 12 (NR 12), do Ministério do Trabalho, intitulada Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. O documento define, entre outras coisas, medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Abdoral Carvalho explica que é preciso identificar os perigos e quais os riscos implicados para que se evite a ocorrência de acidentes. Apesar da NR 12 trazer os parâmetros gerais de como promover a segurança em máquinas e equipamentos, é necessário realizar um planejamento caso a caso para que os resultados sejam eficazes. A grande vantagem é que, além de evitar acidentes, com as consequentes interrupções de pro-

dução, perdas de material, ferimentos, afastamento de pessoal e outros prejuízos, a ação faz com que o colaborador trabalhe com muito menos estresse, ganhando agilidade no trabalho e proporcionando ganhos de produtividade. De modo geral, as empresas que também realizam o transporte e o armazenamento de produtos devem estar atentas às disposições da NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Além de combater os riscos inerentes às operações, a criação de uma sistemática bem planejada pode encurtar processos, eliminar perdas e até agilizar o manuseio das mercadorias, ampliando assim lucratividade. Já a NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações é aplicável em dezenas de empresas que possuem estes equipamentos. A falta de manutenção e erros na operação podem causar prejuízos que vão da perda de eficiência a explosões. “O nível inadequado de água em uma caldeira, por exemplo, pode ocasionar a formação e uma quantidade de vapor acima da capacidade da caldeira, causando seu rompimento”, comentou. Outras duas normas que merecem muita atenção dos empregadores são as NRs 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados e 35 - Trabalho em Altura. Os documentos tratam de situações que oferecem graves riscos aos colaboradores e, portanto, a falta de ações preventivas eficientes podem provocar acidentes. O engenheiro Abdoral Carvalho é especialista em normas técnicas em segurança do trabalho, inspeções de equipamentos, otimização de processos produtivos e treinamentos. Para conhecer melhor a AMC Engenharia Industrial e os serviços que oferece, acesse o site www.amcengenhariaindustrial.com.

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