Análise Cerâmica do Sítio Lago Rico e sua Comparação com a Cerâmica do Sítio Cangas I – Compreensão da Relação Entre Contextos Culturais
Daniela Dias Ortega Acadêmica de Arqueologia PUC Goiás Bolsista PIBIC/CNPq de Iniciação Científica
[email protected] Profª Drª Rosiclér Theodoro da Silva Arqueóloga Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia/IGPA PUC Goiás
[email protected] Vigência do plano de trabalho: agosto de 2013 a julho de 2014
Análise Cerâmica do Sítio Lago Rico e sua Comparação com a Cerâmica do Sítio Cangas I – Compreensão da Relação Entre Contextos Culturais
INTRODUÇÃO • Análise dos vestígios cerâmicos. • “Escavação do sítio arqueológico Lago Rico, interflúvio dos rios Araguaia e Peixe, Nova Crixás/Goiás”, coordenado pelo Prof. Dr. Julio Cezar Rubin de Rubin (Rubin et al. 2012), com apoio financeiro da FAPEG. • Hipótese do projeto maior, na qual há a possibilidade de que o sítio arqueológico Lago Rico seja uma aldeia principal, relacionada ao sítio Cangas I, um lugar de ocupação temporária (Marcos, 2011¹).
¹ MARCOS, S. D. F. Área de captação de recursos do sítio arqueológico Cangas I, Aruanã, Goiás. Monografia do curso de Arqueologia. Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2011.
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MATERIAIS E MÉTODOS • Levantamento procedimentos cerâmica.
bibliográfico de análise
sobre os laboratorial
• Realizou-se a análise laboratorial de uma pequena amostragem do material cerâmico do sítio Cangas I, correspondente à quadrícula 1C.
• Levantamento dos vestígios culturais resgatados e analisados por Pereira (2010)¹ no sítio arqueológico Cangas I, acondicionado no laboratório de arqueologia do IGPA/PUC Goiás.
¹ PEREIRA, T. M. G. Complementação da análise da cerâmica da sondagem S2 do Sitio Cangas I, Aruanã –Goiás. Relatório final de iniciação científica. Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2010.
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MATERIAIS E MÉTODOS • A escavação arqueológica do sítio Lago Rico iniciou-se em julho deste ano. • A portaria (Processo nº. 01516.000596/2014-12) do IPHAN para a autorização da escavação arqueológica do sítio Lago Rico foi publicada em Diário da União no dia 7 de abril de 2014. As atividades de campo foram realizadas do dia 8 ao dia 22 de julho deste ano, devido à disponibilidade dos alunos e professores participantes, por tratar-se de uma pesquisa de cunho acadêmico. • Em campo: identificação, registro e coleta de material cerâmico em superfície no solo. Escavação de uma área de 25m² pela técnica de decapagem.
• Agosto deste ano: atividades em laboratório com o material cerâmico escavado.
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MATERIAIS E MÉTODOS
• Orton et al. (1997) afirma que primeiramente, a higienizacão do material consiste na limpeza, com água, e secagem dos fragmentos cerâmicos. • Entretanto, realizou-se antes da higienização, a coleta de amostras dos sedimentos contido sobre a superfície dos fragmentos cerâmicos, possibilitando que sejam enviados para análise laboratorial posterior, à identificação de fitólitos e amidos. • Coletou-se oito amostras de sedimentos. Materiais: 8 escovas de dentes, bisturi, sacos plásticos pequenos, fita adesiva, escala para o registro fotográfico e etiquetas de identificação.
F. Realização da coleta de sedimentos dos fragmentos cerâmicos.
ORTON, Clive; TYERS, Paul; VINCE, Alan; BARCELÓ, Rocío (trad); BARCELÓ, Juan A. (trad). La Cerámica en Arqueología. Barcelona: Crítica, 1997.
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MATERIAIS E MÉTODOS • Limpeza do material arqueológico cerâmico. Materiais: água, bandejas, peneiras e escovinhas de dentes.
• Antes de iniciar-se a análise da cerâmica arqueológica, de acordo com Orton et al. (1997), é necessária a realização de um registro inicial do material, que consiste em marcá-lo, numerando-o, com o código do sítio e o contexto em que foi encontrado. • Análise laboratorial. Elaboração da ficha de análise. Materiais: lupa binocular, luminária, paquímetro, alicate. F. Limpeza do material arqueológico cerâmico no laboratório de arqueologia do IGPA/PUC Goiás.
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• Sítio Cangas I. Confecção de tabela, com os setores e os níveis de profundidade dos vestígios. Juntamente com uma foto da área de escavação, pôde-se compreender a distribuição espacial do material arqueológico.
RESULTADOS
F. IGPA. Área de escavação do sítio Cangas I, com representação das linhas de quadriculamento da área escavada.
Tabela 1. Representação dos níveis em que foram encontrados materiais arqueológicos cerâmicos, dentre outros, nas quadrículas escavadas no sítio Cangas I.
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RESULTADOS
• Análise da cerâmica do Sítio Cangas I. Realizada por Pereira (2010) em 1.184 fragmentos, 43% do total. • Realizamos a análise da cerâmica da quadrícula 1C. • É semelhante ao que já havia sido analisado por Pereira (2010). Apresentando: tecnologia de manufatura roletada, tratamento de superfície alisado, fuligem, e como antiplásticos grãos de quartzo, hematita, e cariapé A e B (antiplástico vegetal).
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RESULTADOS
CLASSES
A análise cerâmica do Sítio Lago Rico
• Total de 1151 fragmentos numerados.
PRATO BASE BORDA6% 3% 4%
• Há 5 camadas de decapagem.
PAREDE BORDA
• Material de superfície. • Foram analisados os fragmentos das 3 primeiras camadas de decapagem até o momento.
BASE
PAREDE 87%
PRATO
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RESULTADOS A análise cerâmica do Sítio Lago Rico
TECNOLOGIA DE MANUFATURA
antiplásticos CARIAPÉ A 10% CARVÃO 4% CARIAPÉ B 5%
MICA/FELDSPA TO 10% ESPÍCULAS 29%
NÃO IDENTIFICA ROLETADA DA 52% 47% MODELADA 1%
ROLETADA MODELADA
HEMATITA 3%
GRÃOS DE QUARTZO ANGULOSOS 39%
CARIAPÉ A CARIAPÉ B GRÃOS DE QUARTZO ANGULOSOS HEMATITA ESPÍCULAS MICA/FELDSPATO
NÃO IDENTIFICADA
CARVÃO
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RESULTADOS
queima
A análise cerâmica do Sítio Lago Rico Sem núcleo, cor uniforme variando do laranja tijolo ao amarelo Sem núcleo, cor uniforme variando do cinza-claro ao pardo Com núcleo central escuro e camada interna e externa claras Com núcleo, cor variando de cinza-escuro ao preto
Camada clara na parede externa e camada escura na interna Camada clara na parede interna e camada escura na externa
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RESULTADOS A análise cerâmica do Sítio Lago Rico
TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE
Erodida Externamente 19% Erodida Internamente 16%
Alisado Internamente 32%
Alisado Internamente Alisado Externamente
Alisado Externamente 33%
Erodida Internamente
Erodida Externamente
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DISCUSSÃO
• A cerâmica do sítio Cangas I foi relacionada por Pereira (2010) com a cerâmica atual dos Karajá de Aruaña, tomando como base o trabalho de Wüst (1975)¹, importante fonte etnográfica sobre esse grupo.
• Dessa forma, a cerâmica do sítio Cangas I apresentaria características da Tradição Uru, Fase Aruaña. • De acordo com Prous (1992), a cerâmica dessa tradição “[...] nunca apresenta elementos de decoração, a não ser apêndices [...]. Todos os tipos, portanto, são ‘simples’, diferenciados pelo antiplástico: fibras, espículas vegetais, areia fina ou grossa, mica” (PROUS, 1992, p. 360).
¹WÜST, Irmhild. A Cerâmica Karajá de Aruaña. Anuário de Divulgação Científica, vol. 2, p.95-165.
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DISCUSSÃO Sítio Cangas I e Sítio Lago Rico • Queima. Apresentam os seis tipos de queima, e em maior quantidade do cinza claro ao pardo. •
Antiplástico. Apresentam espícula, cariapé A e B, mineral, carvão.
•
Fuligem externa e interna.
• Ambos os sítios apresentam ocorrência (pelo menos uma) de decoração ponteada e pintura preta. Predominância de ausência de decoração. • O sítio Cangas I localiza-se à margem de um grande rio (Araguaia), e o sítio Lago Rico à margem do seu afluente, rio do Peixe, evidenciando um aspecto distinto de escolha cultural.
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• Esta pesquisa continua, buscando também traçar paralelos com demais sítios dessa região. Sendo estes apenas dados preliminares, porém necessários para o andamento dos estudos do projeto geral e demais abordagens sobre o sítio. •
Plano de trabalho PIBIC/CNPq “A Contribuição da Análise Cerâmica do Sítio Lago Rico Para a Sua Contextualização e Comparação com Outros Contextos Culturais” 2014/2 e 2015/1. AGRADECIMENTOS
Profª Drª Rosiclér Theodoro da Silva Prof. Dr. Júlio Cezar Rubin de Rubin Profª Maria do Socorro Sales Barbosa de Farias Profª Maira Barberi Prof. Alfredo Palau Profª Ludimília Melo Vaz
