Análise Crítica

May 23, 2017 | Autor: Gessy Araújo | Categoria: English
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Análise Crítica
O documentário é um convite ao debate sobre a sociedade brasileira e a construção de um novo mundo. Discute as consequências da globalização para as pessoas que vivem em países do terceiro mundo, em especial, as comunidades carentes. O desfecho do filme se dá através de uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos.
Partindo da atual importância da imagem para o homem do nosso século, o documentário segue uma linha credencial entre documentos, entrevistas e exposições no estilo jornalístico com narração de alguns atores. De um alcance bem amplo por ser constituído comercialmente, o documentário toca em pontos delicados de nosso tempo, usando de linguagem acessível e não se retrai em explicar certos conceitos essenciais para entender a sequência, como no caso da definição do que foi o consenso de Washington, logo nos primeiros minutos de filme. Muita coisa, no entanto fica nas mãos dos expectadores para pesquisá-los posteriormente.
A tentativa de privatização da água potável em Cochabamba, Bolívia em 2000 e o 3º Fórum Mundial da Água em Kioto, Japão em 2003, foram eventos que chamaram a atenção do mundo para os efeitos da globalização frente à sociedade capitalista na qual estamos inseridos. Em meio à crise financeira, tem-se o crescimento crônico do desemprego e da fome. É o que chamamos de segundo efeito da globalização, ou globalização da perversidade, em que a pobreza é vista com naturalidade.
Contudo, os grupos que são massacrados e postos à margem deste processo desenfreado de desenvolvimento global ganham força com seus movimentos e buscam reverter a ordem imposta. A África e a América Latina são os gigantes despertando para os problemas que lhe são causados, e que são promovidos pelos grandes investidores de mercado que ambicionam ganhar espaços para depois explorá-los.
Milton Santos deixa evidente que estas ações não são promovidas unicamente pelo Estado, e afirma que: "As fontes criadoras de diferenças e desigualdades são mais fortes que as ações do Estado. Para isto, é necessário um Estado socializante." Não há somente um Estado socializante a ser construído, há também uma sociedade e Milton Santos afirma que esta sociedade na qual vivemos ainda é um ensaio, da que está por vir.
Os não-cidadãos que formam a população brasileira são convidados a ver um mundo que a mídia não mostra. Do lado de cá, o mundo globalizado passa a ter as suas primeiras cores desbotadas. Uma semente de inquietação é plantada assim que o filme termina.

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