Análise da Marca Harry Potter sob a ótica da Cultura da Convergência
Descrição do Produto
FACULDADE NOVO MILÊNIO CAROLINE SOUZA GONÇALVES ANÁLISE DA MARCA HARRY POTTER SOB A ÓTICA DA CULTURA DE CONVERGÊNCIA VILA VELHA/ES 2015
FACULDADE NOVO MILÊNIO CAROLINE SOUZA GONÇALVES
ANÁLISE DA MARCA HARRY POTTER SOB A ÓTICA DA CULTURA DE CONVERGÊNCIA
Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso, apresentado como requisito essencial à obtenção de grau de Bacharelado em Publicidade e Propaganda da Faculdade Novo Milênio.
Orientador Prof. Msc. Felipe M. Tessarolo
VILA VELHA/ES 2015
CAROLINE SOUZA GONÇALVES ANÁLISE DA MARCA HARRY POTTER SOB A ÓTICA DA CULTURA DE CONVERGÊNCIA
Aprovado em ____/____/____
___________________________________________ Orientador Prof. Msc. Felipe Maciel Tessarolo
___________________________________________ 1ª Examinador Prof. Msc. Roger Cordeiro De Seta
___________________________________________ 2ª Examinador (a) Prof.(a). Dra. Cláudia Borba
Dedico esse manuscrito aos meus pais, irmãos e amigos que durante toda minha caminhada estiveram sempre ao meu lado, solícitos e compreensivo.
AGRADECIMENTOS
Mais uma jornada em meu caminhar chega ao fim e com isso agradeço sempre em primeiro lugar a Deus que durante todos os meus dias me abençoa e guia por qual o melhor caminho que devo seguir. Agradeço também especialmente a minha mãe Gilcinea Gonçalves e ao meu padrasto Pedro Mosquine que durante todo o período em que estive trabalhando nessa pesquisa colaboraram para que o meu tempo e minha concentração fossem usados da maneira mais adequada possível, pelas palavras de incentivos, pelo ombro amigo e pelos puxões de orelha nos momentos em que achei que nada daria certo. Não posso esquecer de agradecer ao meu pet Rony que em toda sua inocência canina também me apoio em meus momentos de criação, estando apenas deitado ao meu lado me proporcionando uma doce companhia, suportou meu estresse e mesmo assim continuou me dando amor. Sou grata ao carinho e compreensão do meu pai Hugo, sua esposa Renilda, meus irmãos Hugo, Sávio e Matheus Teodoro que entenderam minha ausência durante os dias de elaboração dessa pesquisa e me apoiaram cada um do seu jeito. Nesse momento especial não poderia deixar de agradecer também as minhas amigas Clarissa Frason, Karoliny Silva e Karoline Farias que foram minhas companheira de luta, loucuras e risadas durante os 3 anos e meio de curso, agradeço pela paciência de me ouvir falar sobre convergência e Harry Potter incessantemente. Agradeço ao meu orientador Felipe Tessarolo que aguentou a minha ansiedade em ver tudo pronto logo, por responder todas as minhas perguntas com paciência e pelas dicas que me ajudaram muito.
Por fim, mas não menos importante gostaria de agradecer aqui aos meus professores que em cada palavra e gesto me incentivaram. Ao Roger agradeço cada abraço apertado, ao Alessandro cada beijo paterno na face, e ao Gustavo os sorrisos e palavras sinceras. Obrigada a todos! Sempre me lembrarei desse período com carinho, saudades e amor no meu coração.
Epígrafe “A tarefa não é tanto ver o que ninguém viu ainda, mas pensar o que ninguém pensou sobre algo que todos veem.” Arthur Schopenhauer
RESUMO Através de pesquisa descritiva e coleta de dados secundários, estudamos o paralelo entre a Cultura da Convergência e a marca Harry Potter, entendendo os conceitos e a importância fundamental de alguns elementos do marketing como: produto, marca, o mix de marketing e a comunicação integrada em um todo. O foco central dessa monografia é compreender a teoria da Cultura da Convergência e os principais conceitos existentes dentro dos elementos de marketing agregados a marca Harry Potter. Analisando a seriedade da narrativa transmídia e a transformação midiática na construção da marca nas mais variadas plataformas. Para conhecimento foram revelados os conceitos que de alguma forma auxiliaram a marca Harry Potter a alcançar o público além dos livros, apresentando o conteúdo existente na série da autora JK Rowling, as inspirações que a levaram a produzir a narrativa fictícia, o que realmente é a marca Harry Potter e os elementos que a compuseram nessa evolução e transformação midiática.
Palavras-chave: Convergência, Transmídia, Marca, Harry Potter.
ABSTRACT
Through descriptive research and secondary data collection, we study the parallels between the Convergence Culture and the Harry Potter brand, understanding the concepts and the fundamental importance of some marketing elements as: product, brand, marketing mix and integrated communication all in one. The central focus of this monograph is to understand the theory of Culture Convergence and the main existing concepts within marketing aggregates elements Harry Potter brand. Analyzing the seriousness of transmedia storytelling and the media transformation in brand building in different platform. For knowledge were revealed concepts that somehow helped the Harry Potter brand to reach the public beyond books, presenting the content in the series JK Rowling, the inspirations that led her to produce a fictional narrative, what really is the harry potter brand and the elements that compose this evolution and mediatic transformation. Keywords: Convergence, Transmedia, Brand, Harry Potter.
LISTA DE TABELAS Tabela 1: As Variáveis dos 4 Ps no Mix de Marketing ..................................... 19 Tabela 2: Funções da Comunicação .............................................................. 23 Tabela 3: O sistema de Comunicação de Marketing ....................................... 25
LISTA DE FIGURAS Figura 1: Página Facebook Tim ....................................................................... 30 Figura 2: Página Facebook Natura .................................................................. 31 Figura 3: Site Wikipédia ................................................................................... 32 Figura 4: Edição Conteúdo Wikipédia ............................................................. 33 Figura 5: Site Novela Geração Brasil ………………………………...……...….. 35 Figura 6: Concurso Geração Brasil ................................................................. 36 Figura 7: Aplicativo Geração Brasil ................................................................. 37 Figura 8: Oceanic Airlines Lost ....................................................................... 40 Figura 9: Ação Promocional – Cartão de Embarque Vôo 815 Lost ................. 41 Figura 10: Dove – Beleza Real - Retrato de Melinda ...................................... 45 Figura 11: Capas Livros Harry Potter pelo Mundo .......................................... 53 Figura 12: Escritora J.K. Rowling .................................................................... 55 Figura 13: Livros e Filmes Lançados Cronologia – Série Harry Potter ............ 60 Figura 14: Roupa Quadribol Harry Potter, Site Warne Bros Shopping ………. 61 Figura 15: Caderno tema Hogwarts, Site Warne Bros Shopping .................... 62 Figura 16: Capa 1ª edição Inglesa livro Harry Potter e a Pedra Filosofal ....... 64 Figura 17: Capa 1ª edição Inglesa livro Harry Potter e a Câmara Secreta ..... 66 Figura 18: Capa 1ª edição Inglesa livro Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban ............................................................................................................ 68 Figura 19: Capa 1ª edição Inglesa livro Garry Potter e o Cálice de Fogo ...... 69 Figura 20: Capa 1ª edição Inglesa livro Harry Potter e a Ordem da Fênix ..... 71 Figura 21: Capa 1ª edição Inglesa livro Harry Potter e o Enigma do Príncipe ............................................................................................................. 72 Figura 22: Capa 1ª edição Inglesa livro Harry Potter e as Relíquias da Morte ................................................................................................................. 74 Figura 23: O hipogrifo, filme Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban ........... 76 Figura 24: Prof. Trelawney filme Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban ..... 77 Figura 25: Site Divulgação Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 ...... 78 Figura 26: Sobre Site Pottermore .................................................................... 79 Figura 27: Cadastro Pottemore ....................................................................... 80 Figura 28: Compra de Materiais Bruxos Pottermore ....................................... 80
Figura 29: Chapéu Seletor Pottermore ............................................................ 81 Figura 30: Enciclopédia online Harry Potter .................................................... 82 Figura 31: Site Potterish .................................................................................. 83 Figura 32: Premiação JK. Rowling ao Potterish .............................................. 83 Figura 33: Site Fanfiction.net ........................................................................... 85 Figura 34: Site Floreios e Borrões Versão 1 .................................................... 86 Figura 35: Site Floreios e Borrões Versão 2 .................................................... 87 Figura 36: Fórum Potterforums ........................................................................ 88 Figura 37: Fóruns e RPG Harry Potter ………………………...………………… 89 Figura 38: Cosplay Hermione, Harry e Rony ………………...…………………. 90 Figura 39: Evento Nimbus 2003 – EUA ........................................................... 91 Figura 40: Evento The Witching Hour – EUA …………………………………… 91 Figura 41: Primeiro evento Um dia em Hogwarts ............................................ 92 Figura 42: Cronograma Segundo Evento um dia em Hogwarts ...................... 93 Figura 43: The Wizarding Word of Harry Potter – Orlando …………...………. 94 Figura 44: Atores Parque Temático Harry Potter ............................................ 95 Figura 45: Varinhas no Olivaras – Parque Temático Harry Potter .................. 96 Figura 46: Loja dentro do Parque Harry Potter ................................................ 97 Figura 47: Loja e funcionário dentro do Parque Harry Potter .......................... 98 Figura 48: Dragão no Telhado Gringots – Parque Harry Potter ...................... 99
LISTA DE SIGLAS DCAT - Defesa Contra Arte das Trevas EUA - Estados Unidos da América FBI - Federal Bureau of Investigation OBE - Ordem do Império Britânico
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 15 2 MARKETING E MARCA ............................................................................ 18 2.1 DEFINIÇÃO DE MARKETING ............................................................ 18 2.1.1 Mix de Marketing e Os 4Ps ..................................................... 18 2.2 DEFINIÇÃO DE PRODUTO .............................................................. 20 2.3 DEFINIÇÃO DE MARCA ................................................................... 21 2.4 DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO DE MARKETING ......................... 22
3 CONVERGÊNCIA ...................................................................................... 27 3.1 CIBERCULTURA ................................................................................ 27 3.2 CONVERGÊNCIA MÍDIÁTICA ............................................................ 28 3.3 TRANSFORMAÇÕES MIDIÁTICAS .................................................... 33 3.4 ESTRATÉGIAS DE CULTURA E CONVERGÊNCIA .......................... 38 3.4.1 NarrativaTransmídia .................................................................. 38 3.4.2 Storytelling ................................................................................ 42 3.5 CONSTRUÇÃO TRANSMÍDIA DE MARCA ....................................... 45 4 HARRY POTTER SUA INSERÇÃO NO MERCADO ................................. 49 4.1 LIVROS, O INÍCIO DE TUDO ............................................................. 49 4.2 JOANNE KATHLEEN ROWLING ....................................................... 55 4.3 A MARCA HARRY POTTER .............................................................. 59
5 CONVERGÊNCIA APLICADA A MARCA HARRY POTTER .................... 64 5.1 LIVROS ................................................................................................ 64 5.1.1 Harry Potter e a Pedra Filosofal .............................................. 64 5.1.2 Harry Potter e a Câmara Secreta ............................................. 66 5.1.3 Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban ............................... 67
5.1.4 Harry Potter e o Cálice de Fogo .............................................. 69 5.1.5 Harry Potter e a Ordem da Fênix ............................................. 70 5.1.6 Harry Potter e o Enigma do Príncipe ...................................... 72 5.1.7 Harry Potter e as Relíquias da Morte ...................................... 73 5.2 FILMES ............................................................................................... 75 5.3 PLATAFORMAS ONLINE ................................................................... 78 5.3.1 Site …………………………………………………………………… 78 5.3.2 Fan Site …………………………………………………………….. 81 5.3.3 Fan Fic ……………………………………………………………… 84 5.3.4 Foruns …………………………………………………….…….…. 87 5.4 EVENTO/ CONGRESSOS ................................................................. 89 5.5 PARQUE TEMÁTICO .......................................................................... 94 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 100 6.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 103 APÊNDICE ...................................................................................................... 107
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1. Introdução A inclusão de uma nova tecnologia provoca transformações no processo de produção e divulgação de uma marca. Em tempo de constante mudança dos meios, a transição midiática, também conhecida como convergência midiática, cresce e auxilia na distribuição, consumo e aproximação do público com o produto, o serviço e a marca. A convergência midiática pode ser observada nos mais variados jeitos, como o profissional, o cultural, organizacional, de conteúdos e por último, mas não menos importante, o tecnológico. Conforme a comunicação se apropria de atos comunicacionais do público ou fazem uso de novas práticas de coleta, de edição e de distribuição de conteúdos, a transmídia utiliza essa ferramenta com maestria sabendo então como plantar e colher seus frutos. Uma grande marca como Harry Potter, deixou de ser apenas um livro e alcançou os mais variados públicos também utilizando esse método crescente. Sendo assim, levantou-se uma questão: Quais foram as plataformas e estratégias de convergência utilizadas na evolução da marca Harry Potter que colaboraram para o seu desenvolvimento midiático? A partir dessa pergunta temos como objetivo geral da monografia analisar as plataformas midiáticas que foram utilizadas para a evolução da marca Harry Potter. Para essa identificação e análise, os objetivos específicos são conceituar marca, identificar quais são as principais estratégias de convergência existentes, analisar como são utilizadas nas plataformas transmídia, apresentar as principais plataformas midiáticas nas quais a marca está presente e discutir quais foram as estratégias de convergência usadas nelas para a evolução de Harry Potter. E desta forma, descobrir como o público foi alcançado nos mais variados tipos de mídia após o lançamento dos livros. Justifica-se a produção deste trabalho devido a relevância que o universo de Harry Potter adquiriu para o público que cresceu junto com ele, extrapolando as fronteiras do universo literário e tornando-se um ícone da cultura pop contemporânea.
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O estudo é importante para se ter conhecimento da proporção que um trabalho baseado em uma boa estratégia de narrativa transmídia pode alcançar, trazendo benefícios duradouros e evidentes para produtos e marcas. Uma nova porta está aberta e um caminho de estudos e análises se inicia. Mais dados e informações sobre esses novos passos nos meios midiáticos serão revelados para conhecimento acadêmico. Dados secundários e referências bibliográfica retiradas de artigos, sites e livros acadêmicos da área foram as metodologias selecionadas como as mais adequadas para a execução dessa pesquisa acadêmica. Foi feita também uma pesquisa exploratória para identificar o problema base do tema proposto e sua possível solução. Segundo Malhotra, (2003, p. 106) “[...] a pesquisa exploratória é significativa em qualquer situação da qual o pesquisador não disponha do entendimento suficiente para prosseguir com o projeto de pesquisa. A pesquisa exploratória é caracterizada por flexibilidade e versatilidade com respeito aos métodos”. Os dados coletados fundamentaram os conceitos apresentados e discutidos para esclarecer as estratégias de convergências usadas para a evolução da marca Harry Potter além dos livros. Com a vertente qualitativa tem-se o propósito de avaliar as principais variações de plataformas nas quais a marca do bruxinho está presente, segundo McDaniel;; Gates (2003;; p.121) “não existe maneira melhor do que a pesquisa qualitativa para compreender a fundo as motivações e os sentimentos dos consumidores”. Por termos a marca Harry Potter como foco da pesquisa sob a ótica da cultura de convergência, identificamos este estudo de caso como único e diferenciado. De acordo com Yin (2001, p.62), entendemos que esse tipo de trabalho serve: Para confirmar, contestar ou entender teoria, deve existir um caso único, que satisfaça todas as condições para se testar a teoria. O caso único pode então, ser utilizado para se determinar se as proporções de uma teoria são corretas ou se algum outro conjunto alternativo de explanações pode ser mais relevante. (YIN;; 2001, p. 62)
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A técnica de coleta de dados para essa pesquisa foi a bibliografia, pois de acordo com Gil (2010, p.29), “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fator de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela poderia pesquisar diretamente” apoiada da pesquisa documental que também segundo Gil (2010) é utilizada fortemente pelas ciências sociais, valendo-se de documentos de registro elaborados para diversas finalidades que acrescentam de algum modo para o tema escolhido. A unidade de estudo está na análise de cinco plataformas midiáticas nas quais a marca Harry Potter se faz presente e nelas, foram identificadas a utilização da técnica de convergência para evolução da marca. As plataformas usadas para análise encontram-se especificadas no apêndice 2 da página 109. Interpretação de dados é a técnica de análise usada para conclusão da pesquisa, de acordo com Gil, (2010, p.113) ela “[...] consiste, fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos, quer sejam derivados de teoria, quer sejam estudos realizados anteriormente.” Em um primeiro momento foi realizada a coleta de dados para identificar todas as plataformas online e off-line nas quais a marca Harry Potter está presente. Logo em seguida, separou- se apenas as plataformas nas quais foram utilizadas estratégias de convergência que colaboraram com a evolução da marca ativamente. E finalmente, foram identificadas as estratégias usadas para explicar como elas funcionaram. Seguindo os conceitos dos autores, apresentam-se os caminhos e tipos de pesquisas selecionadas e reunidas as mais adequadas. São elas que nos trazem resultados após a coleta de informações e agrupamento de dados, permitindo identificar quais estratégias de convergência existentes nas plataformas utilizadas contribuíram na evolução da marca Harry Potter.
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2. Marketing e Marca 2.1 - Definição de Marketing: Fala-se hoje sobre as estratégias de Marketing existentes nas grandes empresas e marcas de sucesso. Apesar de muito se falar sobre o assunto, torna-se necessário conceituar o Marketing. Nota-se que definir e esclarecer o que é Marketing é de fundamental importância para o desenvolvimento e desenrolar deste estudo. Segundo Kotler;; Armstrong (2003, p. 03) “A função do marketing, mais do que qualquer outra nos negócios, é lidar com os clientes. Entender, criar, comunicar e proporcionar ao cliente valor e satisfação”. Os autores ainda exemplificam dizendo que “[...] marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de beneficio.” Kotler;; Armstrong (2003;; Pag. 03) Com base nas argumentações dos autores, conclui-se então que marketing é o conjunto de estratégias usadas para entregar valor ao cliente, permitindo maiores possibilidades de venda e fazendo com que o consumidor reconheça uma necessidade ou crie o desejo de consumo. Boone;; Kurtz (1998, p. 06) complementam a definição, afirmando que marketing é “o desempenho de atividades comerciais que direcionam o fluxo de bens e serviços do produto ao consumidor ou usuário”. Já faz tempo que o marketing é usado para persuadir e orientar o público-alvo em questões comerciais. Cobra (1997) usa como exemplo a serpente, um animal rastejante que já no jardim do Éden usou o marketing para vender a maçã para Eva, mostrando a ela que possuía a necessidade daquela fruta e só a satisfaria se a consumisse, fazendo aflorar na mulher o desejo. 2.1.1 - Mix de Marketing e Os 4Ps: Segundo Kotler (2000, p. 37) “o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos [...]” é conhecido como Composto ou Mix de Marketing e esta estratégia tem por base quatro funções básicas fundamentais, que são: produto, ponto, preço e promoção, que juntos formam os 4Ps.
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Cobra sintetiza produto, ponto, preço e promoção como: Produto: Um produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atender às necessidades e desejos de seus consumidores-alvos. Ponto: A escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal de distribuição. Preço: O preço pode ser considerado: posto na fabrica;; posto no cliente;; atacadista, varejista ou distribuidor;; líquido com desconto ou bruto sem desconto;; desconto por quantidade, por condição de pagamento etc. Promoção: O composto promocional do produto ou serviço compreende a publicidade, as relações públicas, a promoção de venda, a venda pessoal e o merchandising. (COBRA, 1997, p. 28- 29)
O composto ou mix de marketing se torna importante para construir e exercer influência nos meios comerciais e também sobre os consumidores finais. TABELA 1 AS VARIÁVEIS DOS 4 PS NO MIX DE MARKETING
Fonte: Administração de Marketing - Philip Kotler (2000)
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2.2 - Definição de Produto: Como mencionado no tópico anterior sobre o Marketing, a maçã nas mãos da serpente foi um produto vendido a Eva que o consumiu na esperança de satisfazer sua necessidade. Segundo Boone;; Kurtz (1998, p. 250) o produto é “um agregado de atributos físicos, simbólicos e de serviço, concebidos para aumentar a satisfação desejada pelo consumidor.” Já Kotler e Armstrong (2003, p. 204) completam o conceito, dizendo que produto é “algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e para satisfazer um desejo ou uma necessidade”. Vale lembrar que o produto vai além de bens físicos e palpáveis. Isso fica claro quando Kotler;; Armstrong (2003, p. 204) afirmam que “[...] os serviços financeiros online de Chales Schwab e os conselhos de seu médico de família são - todos são produtos.” Ou seja, um serviço que nos é oferecido e por fim acaba atendendo uma necessidade que possuímos, se torna um produto proposto. Cobra acredita que produtos e serviços possuem métodos específicos para serem consumidos com maior eficácia, além de atender o desejo e as necessidades do consumidor alvo, ainda devem ter: a) Qualidade e padronização – em termos de características, desempenhos e acabamentos. b) Modelos e tamanhos – que atendam às expectativas e necessidades. c) Configuração – a apresentação do produto em termos de apresentação física, embalagem, marca e serviços. (COBRA, 1997, p. 28)
De modo geral, produtos e serviços estão juntos em uma mesma constante, ambos pré-dispostos a atender com seus atributos as necessidades dos consumidores, proporcionando satisfação. Esta é resultante de uma identificação determinada por uma marca, seja ela emocional ou apenas visual.
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2.3 - Definição de Marca: Para entendermos um pouco mais sobre marca, Cobra (1997, p. 206) afirma que “a marca faz parte do composto de produtos e é um fator predominante na adaptação do produto ou do serviço”. Marca, uma das variantes dentro do composto de marketing, não pode deixar de identificar-se como um elemento importante. [...] marca é um nome, termo, sinal símbolo ou desenho – ou uma combinação desses elementos – que identificam o fabricante ou vendedor de um produto ou um serviço. (KOTLER;; ARMSTRONG, 2003, p. 212).
Portanto, a marca serve como um fator predominante na identificação de empresas e produtos. As marcas comerciais, de acordo com a evolução de algumas leis, acabam adquirindo direito exclusivo e vitalício sobre o uso de seus nomes. Cobra, (1997) define uma série de atributos fundamentais que devem ser seguidos na construção de uma boa marca. 1. Compreensão por parte dos consumidores em geral, sem margens de dúvidas e se possível curta. 2. Eufonia, facilidade de se pronunciar, soletrar e de ler. 3. Expressividade, reconhecimento e memorização fáceis. 4. Associação de imagem do produto. 5. Eficácia para a publicidade, sendo adaptável a qualquer veículo ou meio de divulgação. 6. Desvinculação de tempo ou de época, para não ficar ultrapassada. 7. Adaptabilidade às necessidades de embalagem ou rotulagem. 8. Disponibilidade para uso (que não seja usada por outra firma). 9. Ausência de conotações obscenas, ofensivas ou negativas, sendo, ou contrário, sugestiva. 10. Pronuncia em todas as línguas (para produtos destinados a exportação). (COBRA, 1997, p. 206).
O empenho na elaboração da marca é válido e proporciona que ela deixe de ser apenas uma ferramenta de marketing. Agora em novo âmbito, como uma fonte estratégica, a marca começa a ter garantias futuras para uma organização que com
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elas passa a ter uma identidade, deixa de ser apenas um instrumento responsável por vendas tornando-se algo maior. Pinho afirma: Marca passa a significar não apenas um produto ou serviço, mas incorpora um conjunto de valores e atributos tangíveis e intangíveis relevantes para o consumidor e que contribuem para diferenciá-la daquelas que lhe são similares. Assim ao adquirir um produto, o consumidor não compra apenas um bem, mas todo o conjunto de valores e atributos da marca. (PINHO, 1996, p. 43)
A lealdade é o alvo de todas as firmas para com seus produtos e serviços, significando a proteção contra a concorrência. O conhecimento e entendimento do nome da marca e de seus símbolos pode levar o consumidor a escolhê-la de imediato ao contrário de um concorrente desconhecido, surgindo assim Top of Heart1. 2.4 - Definição de Comunicação de Marketing: Atualmente, quando nos deparamos com as mais variadas marcas nas prateleiras de uma loja, qual é a probabilidade de um consumidor ver um produto e comprá-lo sem nem ao menos ter ouvido falar nele antes? A comunicação de marketing usa vários métodos para que a atratividade de uma marca chegue ao conhecimento e aflore o desejo do consumidor. É o meio pelo qual as empresas buscam lembrar e informar o público-alvo sobre os produtos, serviços e marcas que vendem. 1
Top of Heart - é uma pesquisa da área de marketing que visa identificar as marcas, de um determinado local, que estão no coração do consumidor.
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TABELA 2 FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO Fonte: Princípios de Marketing – KOTLER;; ARMSTRONG (2003)
Segundo Kotler;; Armstrong (2003, p. 363) a comunicação de marketing “consiste em uma composição de instrumentos de comunicação como propaganda, venda pessoal, promoções de venda, relações públicas e marketing direto [...]”. De forma sábia, Kotler e Armstrong definem essas cinco importantes ferramentas como: Propaganda: qualquer forma paga de apresentação e promoção não pessoal de ideia, bens ou serviços por um patrocinador independente. Venda pessoal: apresentação pessoal feita pela força de vendas da empresa com propósito de efetuar vendas e de desenvolver relacionamentos com os clientes. Promoção de Vendas: Incentivos de curto prazo para estimular a compra ou a venda de um produto ou serviço. Relações Públicas: desenvolvimento de boas relações com os diversos públicos da empresa pela obtenção de publicidade favorável, construção de uma boa imagem corporativa e administração ou impedimento da disseminação de boatos, histórias ou eventos desfavoráveis à empresa. Marketing Direto: contatos diretos com consumidores individuais cuidadosamente definidos como alvos com o objetivo de obter respostas imediatas e cultivar relacionamentos duradouros, fazendo uso telefônico, do correio, do fax, do e-mail, da internet e de outras ferramentas para se comunicar diretamente com consumidores específicos. (KOTLER;; ARMSTRONG, 2003, P. 363).
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Kotler e Armstrong completam estas definições, relatando que cada uma dessas categorias possui ferramentas específicas de trabalho: [...] a propaganda inclui anúncios impresso, transmissões eletrônicas, outdoors, e outras formas. Entre as vendas pessoais estão apresentações de venda, feiras comerciais e programas de incentivo. As promoções de venda incluem display em ponto-de-venda, prêmios, descontos, cupons brindes e demonstrações. O marketing direto inclui catálogos, telemarketing, fax, quiosques, internet e outros. (KOTLER;; ARMSTRONG, 2003, P. 363)
O sistema composto por essas categorias possui uma organização e etapas que vão muito além desses cinco elementos. Vale ressaltar que o valor do produto, a cor de sua embalagem e também as lojas que vendem esta determinada marca comunicam algo ao consumidor. “O marketing moderno exige mais do que desenvolver bons produtos, colocá-los à disposição dos consumidores-alvos e definir preços atrativos” (KOTLER;; ARMSTRONG, 1998, p. 318). Compreende-se que as empresas modernas não podem apenas se comunicar com seus clientes-alvo, pois é de fundamental importância que haja diálogo com seus intermediários, consumidores e diversos públicos, gerando assim a propaganda boca a boca e um maior feedback desses outros grupos para a empresa/marca.
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TABELA 3 O SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DE MARKETING
Fonte: Princípios de Marketing – KOTLER;; ARMSTRONG (1998)
A questão é: Como fazer uma comunicação usando propaganda efetiva? Cobra então, responde: Uma campanha de propaganda consiste em uma análise das situações de marketing e de comunicações, com finalidade de provocar ruidosa decisão estratégica que possa ser conduzida através de anúncios comerciais nas várias mídias disponíveis. (COBRA, 1997, p. 361)
Kotler e Armstrong (1998) afirmam que a identificação do público-alvo é de suma importância e saber identificá-lo é fundamental. Quando o consumidor é identificado, encontram-se possíveis compradores ou usuários já atuantes que influenciarão de maneira forte sobre quais os métodos ideais para o comunicador escolher como, onde, quando e para quem deverá dizer. O próximo passo então será selecionar os canais/mídias de comunicação que serão utilizados. Há dois tipos principais de canais de comunicação, os pessoais e os impessoais:
26 Nos canais de comunicação pessoais duas ou mais pessoas comunicam- se diretamente, face a face, por telefone ou mesmo pelo correio. Os canais de comunicação pessoal são eficientes por que permitem um contato direto e pronto feedback. Canais de comunicação impessoal é a mídia que transmite mensagens sem contato pessoal ou feedback;; incluem as principais mídias, atmosferas ou eventos. A principal mídia é composta pela imprensa (jornal, revista, mala direta), teledifusão e radiodifusão (rádios, televisão), e mídia visual (outdoor, cartazes, posters). (KOTLER;; ARMSTRONG, 1998, p. 321)
Isto nos leva a um importante ponto deste projeto, onde estudaremos como os canais de comunicações impessoais tradicionais se misturam com os novos meios e interagem uns com os outros. Além disso, mostraremos como as marcas fazem para se estruturar nessas novas plataformas.
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3. Convergência 3.1 – Cibercultura: Derivada da cultura produzida pela sociedade, a cibercultura é muito mais que apenas a consequência eminente da interação das pessoas, umas com as outras, através das plataformas de mídia digital. Souza acredita que a cibercultura: É muito mais do que troca de informações. O processo comunicacional utiliza-se de recursos como códigos tecnológicos e científicos para que possa ocorrer a interação cultural e social. Por meio desse procedimento o ser humano tem condições de expressar ideias e sentimentos, manejar a emissão e recepção de conhecimentos, organizar-se e se manter em contato com o mundo. (SOUZA et al. 2010, p.02)
Antes do surgimento do computador e de suas plataformas de comunicação, o acesso a informações era restrito a livros e as mídias convencionais como televisão, rádio e jornais. A adaptação das pessoas com esses canais online estruturou o que hoje chamamos de cibercultura. Um conjunto de práticas sociais de combinações regem essa nova cultura, constituindo em três leis que, juntas, são conhecidas como remixagem, que unidas se tornam responsáveis pela base da cibercultura remix segundo Lemos (2005). Pode tudo na internet A primeira lei seria a liberação do pólo da emissão. As diversas manifestações socioculturais contemporâneas mostram que o que está em jogo com o excesso e a circulação virótica de informação nada mais é do que a emergência de vozes e discursos, anteriormente reprimidos pela edição da informação pelos mass media. Aqui a máxima é “tem de tudo na internet”, “pode tudo na internet”. O computador é a rede A segunda lei é a do “tudo em rede”. Aqui a máxima é “a rede está em todos os lugares”, ou como dizia a publicidade da “Sun System”, “o verdadeiro computador é a rede”. Chamamos essa segunda lei de princípio de conectividade generalizada. Esta começa com a transformação do PC (computador pessoal, início da microinformática em 1970) em CC (computador coletivo, com o surgimento da internet e sua popularização nos anos 80 e 90), e o atual CC móvel (computador coletivo móvel, a era da ubiquidade e da computação pervasiva desse início de século XXI com a explosão dos celulares e das redes Wi-Fi). Tudo comunica e tudo está em rede: pessoas, máquinas, objetos, monumentos, cidades. Tudo muda mas nem tanto A terceira seria a lei da reconfiguração. Aqui a máxima é “tudo muda, mas nem tanto”. Devemos evitar a lógica da substituição ou do aniquilamento já
28 que, em várias expressões da cibercultura, trata-se de reconfigurar práticas, modalidades midiáticas, espaços, sem a substituição de seus respectivos antecedentes. O que chamamos aqui de reconfiguração encontra eco na idéia de “remediação” (remediation) de Bolter e Grusin (Bolter e Grusin, 2002). A idéia de reconfiguração vai, entretanto, além da remediação de um meio sobre o outro (por exemplo o cinema nos jogos eletrônicos e vice- versa). Por reconfiguração compreendemos a idéia de remediação mas também a de modificação das estruturas sociais, das instituições e das práticas comunicacionais.. (LEMOS;; 2005, p. 02-03)
Entendemos que a Cibercultura é a evolução da adaptação na comunicação em âmbito social e tecnológico. No campo onde as informação são mais acessíveis, a onipresença através da rede é concreta. O fluxo da mudança em atualização de conteúdos e plataformas nessa área torna-se algo fundamental e de extrema importância. Nessa cultura estabelecida as pessoas têm o poder e uma maior necessidade de enviar informações e alterá-las depois que o conteúdo já está disponível no ambiente digital. 3.2 – Convergência Midiática: A escolha da mídia ideal para que uma marca possa ser bem divulgada e tenha grande sucesso no mercado ainda é algo incerto quando não se tem um público definido. A evolução dos meios é latente e a forma de comunicar anda atrelada a ela. Portanto, planejar sempre será um ponto importante neste processo. Um plano de mídia bem elaborado está no fato de que neste as programações são consequências de uma série de premissas anteriores. Essas premissas mostram o cenário atual do produto, delineiam os objetivos, encaminham as decisões e propõem as ações, tornando por base as ideias anteriores para justificar as seguintes, permitindo assim alinhavar um raciocínio linear e coerente para o plano como um todo. (VERONEZZI, 2009, p. 241).
No significado literal da palavra, muitas são as formas que definem a convergência, no entanto a que melhor se encaixa e exemplifica nosso tema é quando Michaelis (1998, p.579) diz que a convergência é a “direção comum para um mesmo ponto.”.
29 Agregada a isso, a convergência midiática comporta-se então como uma das
vertentes do plano de mídia em um trabalho pertinente de múltiplas plataformas. Jenkins (2009) diz que cultura de convergência refere-se: Ao fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. Convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem está falando e do que imaginam está falando. (JENKINS, 2009, p. 29)
Com isso, importantes conceitos são trabalhados com mais intensidade nos meios de comunicação convergentes. A cultura participativa e a inteligência coletiva são alguns deles.
Sobre cultura participativa, Jenkins (2009) explica que nas plataformas transmídia o cliente consumidor passa a ser um anunciante, que divulgando suas experiências e gostos por um produto, acaba estreitando os laços com uma marca e chama a atenção dos consumidores potenciais para o produto em questão. Atualmente este tipo de atividade é muito vista e utilizada nos meios de comunicação com foco nas redes sociais. Marcas são exaltadas ou até mesmo ofendidas com esse tipo de propaganda espontânea partida do cliente. “A Convergência também ocorre quando as pessoas assumem o controle das mídias” (JENKINS, 2009, p. 45). Nas figuras 1 e 2 das páginas 30 e 31 vemos exemplos da teoria de Jenkins postos em prática em uma das plataformas midiáticas mais citadas e trabalhadas hoje, o Facebook. A seguir temos dois extremos, o negativo e o positivo. No caso da companhia telefônica TIM, a insatisfação do cliente é relatada com relação a suas experiências com a operadora telefônica, o que pode repercutir contra a imagem da empresa quando mais clientes curtem, comentam e compartilham a imagem nesta rede social.
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FIGURA 1 PÁGINA FACEBOOK TIM
Fonte: https://www.facebook.com/TimReclamacoes acesso em 17 de Out. 2014
No outro lado temos a Natura, onde o cliente acaba ficando tão satisfeito com o que foi consumido que acaba, de maneira espontânea, fazendo propaganda positiva do produto. Isso gera elogios não só do consumidor responsável pelo início da exposição positiva da marca, mas também por outros adeptos desta ideia. Assim, a marca e o produto ficam com uma boa imagem diante do público que já é cliente e também aos possíveis novos compradores.
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FIGURA 2 PÁGINA FACEBOOK NATURA
Fonte: https://www.facebook.com/natura.br?fref=ts acesso em 12 de Out. 2014
A inteligência coletiva ainda é usada de modo recreativo. Para Jenkins (2009) mesmo sendo uma alternativa midiática promissora, ainda caminha-se no aprendizado para a utilização desta plataforma dentro das interações diárias na era da convergência, “[...] uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências [...]” (LÉVY, 1998, p. 28). Entende-se que nenhum ser humano é possuidor de todo o conhecimento do mundo e por conta disso, sempre se está em processo de aprendizagem e conhecimento compartilhado. Nos aspectos transmídia, quando se fala acerca de inteligência coletiva, entende-se que ela permite aumentar o conteúdo dos participantes do grupo, somando conhecimentos que beneficiam a todos. O site wikipedia é um exemplo disso.
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Para Jenkins (2009, p. 56) “A inteligência coletiva refere-se a essa capacidade das comunidades virtuais de alavancar a expertise combinada de seus membros. O que não podemos saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer coletivamente”. Cavalcanti;; Nepomuceno (2007, p. 36) completam a definição por meio de seus pontos de vista: [...] cada clique com o mouse ou o teclado é uma decisão, passível de ser registrada e aproveitada por determinado sistema que a organiza e permite que os outros se beneficiem do rastro deixado por quem veio antes. (CAVALCANTI;; NEPOMUCENO, 2007, p. 36)
A inteligência coletiva seria então uma forma do homem pensar e compartilhar seus conhecimentos e estratégias com outras pessoas, utilizando recursos mecânicos como, por exemplo, a internet. Nela, os próprios usuários é que produzem o conteúdo e através da interatividade, se beneficiam de todo o conhecimento criado e compartilhado. FIGURA 3 SITE WIKIPÉDIA
Fonte:http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comunica%C3%A7%C3%A3o&veaction=edit&vesecti on=3 acesso em 14 de Mar. 2015
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FIGURA 4 EDIÇÃO CONTEÚDO WIKIPÉDIA
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Publicidade acesso em 14 de Mar. 2015
Com a evolução cultural dentro do ciberespaço, as mídias tradicionais como televisão, rádio e jornais se viram sentenciadas a migrar para essa nova plataforma operacional de comunicação apresentada pela internet dos computadores, smartfones, TV digitais, etc. Um novo tipo de consumidor começa a surgir e a necessidade de uma nova abordagem é eminente. Agora não estamos apenas sugerindo novos produtos e marcas, começamos a interagir sobre esses fatores com um público muito mais exigente, atento e bem informado. 3.3 - Transformações Midiáticas: Antigamente passivos e receptivos a grande parte das informações oferecidas unicamente pelas mídias, os consumidores evoluíram. Hoje tornaram-se mais exigentes e totalmente comunicativos através das novas plataformas, dispostos a fornecer e procurar opiniões sejam elam quais forem, sobre produtos e marcas.
34 A convergência exige que as empresas de mídia repensem antigas suposições sobre o que significa consumir mídias, suposições que moldam tanto decisões de programação quanto de marketing. (JENKINS, 2009, p. 47).
Com a grande interação das plataformas midiáticas, o consumidor hoje tem um poder de comunicação maior, mais ativo e participativo, se tornando comum compartilhar mais informações. Segundo Siebra: A convergência permite que um mesmo conteúdo circule por diversos canais e envolve uma transformação tanto na forma de produzir como de consumir os meios de comunicação. (SIEBRA et al, 2011, p. 07)
Este tipo de transformação tem atingido os grandes meios de comunicação. Uma das maiores redes, a Rede Globo, se viu obrigada a participar dessa transformação Midiática. “A Rede Globo começou a apostar em novas tecnologias e convergência de mídias já na década de noventa, e por isto está na dianteira de outras emissoras de televisão brasileiras.” (CHACUR, 2008, p. 17) Com a evolução das mídias, a Rede Globo não pode continuar segmentada em relação a sua audiência. A necessidade de aderir às novas plataformas midiáticas e se popularizar nesses meios se tornou uma abordagem estratégica logo executada. No ano de 2000 foi criado o portal Globo.com que trazia toda a gama de conteúdos já ofertados pela Central Globo de Jornalismo como arquivos de toda a programação da emissora. Junto com o portal, nasciam os sites das telenovelas, os blogs esportivos e o acesso a diversos vídeos de conteúdos que eram veiculados pela emissora na televisão. A ideia dessa convergência era ligar o internauta/telespectador. Chamadas para programas eram veiculadas no site, pretendiam instigar essa nova audiência que assiste televisão enquanto navega na internet. (SIEBRA;; et al, 2011, p. 07)
O Caso recente da Rede Globo que se enquadra na citação de Siebra et al, (2011), foi a novela Geração Brasil exibida no início de 2014. Durante o tempo que esteve no ar, a dramaturgia propôs ao público que participasse do programa interativo que
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era exibido dentro da telenovela. Com um concurso que levava o nome da trama, os personagens Manu e Davi movimentaram toda a narrativa ao lançar ao público o aplicativo Filma-e, ferramenta usada para criar e executar desafios feitos pela dupla durante os capítulos exibidos. Essa plataforma serviu durante algum tempo como um link direto da ilusão que proporcionava essa interação do telespectador com os protagonistas da história. FIGURA 5 SITE NOVELA GERAÇÃO BRASIL
Fonte: http://gshow.globo.com/novelas/geracao-brasil/index.html acesso em 14 de Mar.2015
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FIGURA 6 CONCURSO GERAÇÃO BRASIL
Fonte: http://gshow.globo.com/novelas/geracao-brasil/Concurso-Geracao-Brasil/index.html acesso em 14 de Mar.2015
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FIGURA 7 APLICATIVO GERAÇÃO BRASIL Fonte: http://gshow.globo.com/novelas/geracao-brasil/extras/noticia/2014/06/agora-quem-lanca-o- desafio-e-voce-envie-seu-video-e-continue-bombando-o-filma-e.html acesso em 14 de Mar.2015
Siebra (2011) diz que promover a convergência não é tão fácil quanto parece e concorda com Chacur quando afirma: [...] o processo de convergência não está sendo fácil, e a Globo percebeu a necessidade de parcerias na rede de computadores. A emissora começou a oferecer trechos de episódios do seriado Malhação por meio de um canal exclusivo do Google, usando o YouTube do Brasil. (CHACUR, 2008, p. 19)
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Assim como a Rede Globo, outras marcas também viram oportunidades nestas transformações das mídias. Grandes produtoras de filmes e séries utilizam esses meios para alavancar vendas e estreitar relacionamentos com seus fãs até hoje. Segundo Jenkins (2009, p. 43) a “[...] convergência das mídias é mais do que apenas uma mudança tecnológica. A convergência altera a relação entre tecnologia existente, indústrias, mercados, gêneros e públicos”, fazendo existir a necessidade de uma narrativa transmídia para cada plataforma utilizada.
3.4 - Estratégia da Cultura de Convergência 3.4.1- Narrativa Transmídia: Casualmente confundida com a estratégia de marketing, a transmídia surge com a chegada de dispositivos eletrônicos como smartphones, tablets, TV digital e outros. Passa a ser uma tipologia de narrativa pós-clássica estudada pela narrativa transmidiática. Em um dos capítulos de sua obra Cultura da Convergência, Jenkins (2009) foca na relação entre o filme Matrix e a narrativa transmídia. O autor diz que a experiência dos irmãos Wachowski se estende além das telas do cinema, constituindo uma narrativa transmidiática. Uma história transmidiática se desenrola através das múltiplas plataformas de mídia, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo. Na forma ideal de narrativa transmídia, cada meio faz o que faz de melhor – a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romances e quadrinhos;; seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões. Cada acesso à franquia deve ser autônomo, para que não seja necessário ver o filme para gostar do game, e vice-versa. Cada produto determinado é um ponto de acesso à franquia como um todo. (JENKINS, 2009 Pag. 138).
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Com base na conceituação proposta por Jenkins (2009), Alzamora;; Tárcia, (2012) definem narrativa transmídia como: [...] uma estrutura que se expande tanto em termos de linguagens (verbais, icônicas, textuais etc) quanto de mídias (televisão, rádio, celular, internet, jogos, quadrinhos etc). Uma característica importante deste tipo de narrativa, de acordo com este autor, é não se repetir ou simplesmente ser adaptada de uma mídia para outra. As histórias se complementam em cada suporte e devem fazer sentido isoladamente, conforme propõe Jenkins. O autor ressalta que o termo ainda gera muita confusão. (ALZAMORA;; TÁRCIA, 2012 ,p. 24)
Um exemplo não tão recente para ilustrar esse tipo de narrativa foi a série de TV Lost (2004), que motivou a criação de diversos sites e blogs em que fãs ainda hoje conversam, constroem teorias, discutem ideias e trocam informações. Também há discussões sofisticadas e enérgicas sobre o seriado, outras bastante criativas, e algumas até delirantes. Em matéria no O Globo, Jenkins, apud Porto (2014) cita: Lost tem todas as características que teríamos associado à televisão de nicho uma década atrás. É um programa complexo e que exige compromisso do telespectador. Lost desafia o conhecimento coletivo, com redes sociais de larga escala onde pessoas dividem seu conhecimento, comparam notas e tentam desvendar os mistérios da ilha. Elas acompanham Lost com podcasts, sites, projetos wiki, jogos de realidade alternativa e inúmeras outras plataformas. Lost é a TV pensada fora da 2 caixa. (JENKINS, apud PORTO, 2014)
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Fonte:http://oglobo.globo.com/cultura/megazine/henry-jenkins-lost-a-televisao-pensada-fora-da- caixa-3002865#ixzz3GcyqPN64 - acesso em 19 de Out. de 2014
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FIGURA 8 OCEANIC AIRLINES LOST Fonte:http://lost.wikia.com/wiki/OceanicAir.com?file=Oceanic_Air_.JPG acesso em 1 de Out. 2014
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FIGURA 9 AÇÃO PROMOCIONAL - CARTÃO DE EMBARQUE VOO 815 LOST
Fonte: http://pipocamoderna.virgula.uol.com.br/axn-da-passagens-para-o-voo-815-da-oceanic/25537 acesso em 1 de Out. 2014
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Com tudo, acredita-se que a narrativa transmídia é elaborada para tirar o melhor do que cada plataforma midiática tem para oferecer, sendo uma estratégia criada pra um retorno positivo nos meios para o seu criador. O exemplo da série Lost não deixa esse fator passar despercebido e o sucesso nas variadas plataformas ocorreu graças a estratégia existente por trás desse tipo de narrativa, o que não é muito diferente no Storytelling. 3.4.2 - Storytelling: Pouco conhecida, porém bastante aplicada, essa é uma estratégia que está no mercado para remodelar o conceito de comunicação nas diferentes plataformas de mídia. Talvez por isso, ainda seja motivo de tanto alvoroço para os que ainda não a conhecem. Segundo Massarolo, Storytelling Transmídia é: Um objeto de estudo recente e praticamente inédito no âmbito acadêmico e o seu estatuto no campo da comunicação encontra-se cercado de ambiguidades e a designação de seus termos tem sido alvo de intensos debates. (MASSAROLO, 2013, p. 341)
Vindo do inglês Story = História e telling = contar, a arte de contar história surge desde os tempos mais antigos, quando os guerreiros narradores contavam suas histórias sobre embates travados durante guerra para conquistar mulheres, comidas, terrenos e autoestima. Hoje ela funciona como uma forte estratégia transmídia. Massarolo explica que: O storytelling transmídia permite tanto o desdobramento de um produto nas diferentes mídias quanto a criação de franquias de conteúdo (marcas). Na perspectiva dos produtores transmídia, os mundos de histórias construídos como uma narrativa canônica (storyworld), são dotados de organicidade e suas partes são distribuídas pelas diversas mídias. Nesse processo, os produtos licenciados por uma franquia de mídia são dispersos sistematicamente através de múltiplos canais de distribuição (pontos de venda). (MASSAROLO, 2013, p. 342)
Consideramos então que esse tipo de estratégia midiática é tão importante quanto uma de marketing tradicional, pois o storytelling é projetado para trabalhar com o emocional do consumidor.
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Segundo Robert Mckee (2013), em entrevista ao HSM Management, há vários motivos para o storytelling provocar o emocional do consumidor. Quando perguntado se storytelling pode fazer com que funcionários, clientes e pessoas voltem a confiar em uma marca ou empresa ele responde: “Tudo depende de quem conta a história. Se esse narrador é honesto e quer usar a história para motivar os outros a fazer alguma coisa honesta, sim” (MCKEE, 2013, p. 87). Em poucas palavras, ele explica que é preciso coragem para contar sobre os pontos ruins existentes na história. Diz ainda que tudo o que fazemos para vencer essa barreira é necessário para uma proximidade do narrador com o público em questão, que controlará a confiança e conquistará a audiência. Essa atitude do narrador passa a percepção de integridade. “O storytelling é o modo mais eficaz de captar a atenção das pessoas, agitá-las emocionalmente e satisfazê-las com uma conclusão que as motiva a agir” (MCKEE, 2013, p. 88). Segundo Mckee (2013) uma boa história unificada a uma boa estratégia midiática faz a diferença. Ela vende mais, mexe com o emocional do consumidor e até muda as ideias e escolhas de marcas e serviços. [...] o storytelling transmídia pressupõe que a visão das histórias fabuladas nas diferentes plataformas de mídia é uma ação que se completa somente com a participação das audiências. (MASSAROLO, 2013, p. 344).
Massarolo (2013) cita também que os textos transmidiáticos são construídos com lacunas. Justamente esses espaços permitem a integração do público consumidor passando a existir a pista migratória, onde vários caminhos de narrativas são marcados por esses autores. A construção estratégica de lacunas cria uma dinâmica dentro da narrativa que leva o usuário a se envolver com a história, enquanto a fabulação preenche de sentidos as lacunas da narrativa, num processo de construção de mundos de histórias. (MASSAROLO, 2013, p. 344)
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Esse tipo modelo de narrativa, baseado na autoria compartilhada, permite interagir com o storytelling e criar laços emocionais com a obra ainda em execução. As empresas utilizam-se dessas estratégias para divulgar e construir suas marcas nas plataformas transmídia. Exemplo disso é a campanha da Dove intitulada “Beleza Real”3 cujo o storytelling foi pensado, estruturado e aplicado para humanizar a marca diante da percepção de seu público-alvo, o feminino. A principal peça da campanha foi um vídeo institucional com narrativa de documentário. Nele os mais variados tipos de mulheres eram entrevistadas e induzidas a fazer uma descrição de como se viam. Do outro lado, pessoas que elas haviam acabado de conhecer também eram entrevistadas e faziam a descrição segundo sua percepção. Após todo o processo, eram criados dois retratos falados por um profissional do FBI (Federal Bureau of Investigation), um com o detalhamento da própria pessoa e outro, conforme a descrição da outra participante. Quando o material é apresentado a candidata, deixa a própria surpresa ao mostrar que sua aparência narrada por outra pessoa é excepcionalmente melhor que a de seu próprio julgamento. Dove então propõe que a beleza real de uma mulher é maior que sua percepção crítica. Cada ser humano possui sua própria beleza e Dove consegue enxergar todas elas.
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Il0nz0LHbcM acesso em 24 Mar. 2015
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FIGURA 10 DOVE - BELEZA REAL - RETRATO DE MELINDA
Fonte: http://www.adnews.com.br/internet/video-publicitario-da-dove-e-mais-visto-de-todos-os-tempos acesso em 25 de Mar. 2015
Produzir sonhos e torná-los acessíveis são fatores imprescindíveis no mercado da comunicação. Projetada para trabalhar o emocional do consumidor, o método de storytelling estreita laços e cria afinidades que facilitam na identificação e receptividade da mensagem. A arte de criar histórias através de uma narrativa planejada possibilita a construção da identidade de uma marca, fortalecendo a imagem da instituição, tornando-a mais humana e próxima de seu público-alvo. 3.5 - Construção Transmídia de Marca: Hoje diversas marcas são criadas e em todo momento disputam a atenção do público em questão. As plataformas transmídia têm se tornado grandes auxiliadoras na fixação destas empresas, produtos e serviços nos meios de comunicação atuais. A imagem de uma marca não está relacionada unicamente ao seu nome, logomarca ou ao design adotado em suas comunicações visuais, mas a
46 todas as experiências que o consumidor é envolvido em seu relacionamento com a marca. Estas experiências estendem-se a todos os pontos de contato entre os consumidores e a marca em questão, desde propagandas, compras em lojas físicas, contato via serviço de atendimento ao cliente até comentários de amigos e conhecidos. A imagem que os clientes constroem de uma marca, construída com base em suas experiências pessoais, não reflete necessariamente a identidade que a marca assume perante o mercado. (BODRUK;; LOPES, 2011, p. 05)
Sabemos que os consumidores do século XXI são pessoas participativas e dispostas a fornecer informações, sejam positivas ou não. Também é possível perceber que a cultura participativa e a inteligência coletiva permitem essas condições, onde a estrutura de uma marca passa a ser baseada no relacionamento dela com o consumidor. Bodruk e Lopes (2011) acreditam que os consumidores do século XXI estão menos suscetíveis a propagandas oferecidas por métodos convencionais, já que a utilização desses meios surge de forma massiva e abusiva. Vaz (2008) comprova a teoria de Bodruk e Lopes (2011) dizendo: A pura e simples propaganda vem perdendo sua força pelo seu uso abusivo e em excesso. Muitos consumidores a percebem como uma tentativa da empresa nos convencer de que determinado produto é o ideal para nossas necessidades, mesmo que não seja. (VAZ, 2008, p. 245)
Os consumidores fogem então desses meios, procurando alternativas mais abrangentes e claras referentes à avaliação de um produto/marca qualquer. Acredita-se então na franqueza e honestidade do consumidor exercendo cultura participativa no ato de avaliar um produto/marca em si. Quanto mais valor é agregado por esses a uma marca, maior é o valor que estará disposto a pagar por ela. Vaz (2008, p. 249) afirma “que as pessoas acreditam cada vez mais nas opiniões de outros consumidores comuns do que em propagandas”. Bodruk;; Lopes (2011) opinam sobre o tema dizendo: As interações com os consumidores por meio das mídias sociais como sites de redes sociais, blogs e fóruns, aumentam a visibilidade da marca, evidenciando características que agregam valor a esta. Além da interação
47 direta com os consumidores, a postagem de artigos, matérias, vídeos e entrevistas de conteúdos relacionados à marca cooperam para a criação de valor e construção da personalidade da marca. (BODRUK;; LOPES, 2011, p. 06 - 07).
Graças à acessibilidade das redes e mídias sociais, qualquer consumidor pode expressar suas experiências com produtos ou serviços existentes em seus perfis, sites ou blogs. A distribuição dessas informações colabora ativamente na construção positiva ou negativa de uma marca. Esse tipo de ação permite que o relacionamento marca versus consumidor seja monitorado através de imagens, mensagens e comentários postados, permitindo um feedback dessas empresas. As mídias de massa, apesar de seu grande poder de penetração, levando- se em conta a cobertura realizada pela televisão, por exemplo, não permitem este nível de interação, tendo em vista que o consumidor não consegue expressar um sentimento de aprovação ou crítica através de um meio analógico que não possibilita o feedback. Empresas que utilizam mídias tradicionais e mídias sociais em seu planejamento de comunicação tem uma maior chance de posicionar-se na mente do consumidor, uma vez que o relacionamento com a marca não fica limitado a uma única mídia, mas pode expandir-se nas demais de forma transmidiática. (BODRUK e LOPES, 2011, p. 07)
Agora os consumidores podem expor suas experiências com a marca através das plataformas midiáticas envolvidas no relacionamento com outros consumidores, permitindo que juntos comecem a construção de uma imagem para a instituição. Graças ao advento de novas tecnologias estas experiências podem ser combinadas. Um consumidor em poder de um smartphone, ou um tablet, pode, antes de realizar a compra de um produto em uma loja física, conferir informações sobre determinado produto em um artigo sobre novidades que tenha lido e lhe chamou a atenção. De igual forma, o acesso exclusivo ao camarote de uma marca por um consumidor que se relaciona com esta por meio de um site de rede social agrega valor à marca não só junto a este, mas junto a todos os consumidores impactados por esta ação. A estratégia transmidiática, como ferramenta de construção de marca, objetiva imergir os consumidores no universo sugestionado pelas empresas, oferecendo
48 múltiplos pontos de contato com a marca, aumentando sua visibilidade e identificação de valor. (BODRUK;; LOPES, 2011, p. 08)
Voltamos então para a narrativa transmídia e sua importância no ato do consumidor expressar suas experiências com as marcas nas plataformas midiáticas. O casamento das velhas com as novas mídias permite a relação do conhecer, experimentar e divulgar os verdadeiros valores de uma marca. Desta forma, a experiência não fica apenas “limitada” ao ato da compra do produto ou serviço no ponto de venda.
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4. Harry Potter e sua Inserção no Mercado 4.1 – Livros, início de Tudo: Em Londres, no dia 26 de Junho de 1997 com Harry Potter e a Pedra Filosofal, Joanne Kathleen Rowling iniciou o que seria um dos maiores fenômenos da literatura infantil. Em um manuscrito de 223 páginas a autora nos apresenta Harry Potter, um garoto órfão de 10 anos que vive infeliz no armário embaixo das escadas na casa dos seus tios trouxas4, os Dursley. Até que, repentinamente, ele recebe uma carta contendo um convite para ingressar em uma famosa escola especializada em formar jovens bruxos, intitulada Hogwarts. Inicialmente Harry é impedido de ler a carta por seu tio Válter, mas logo conhece Hagrid, o meio Gigante e guarda-caças da instituição bruxa, que chega em sua casa para levá-lo até a escola. Desde então Harry passa a conhecer os segredos ocultos em sua vida e um mundo mágico que jamais imaginara é apresentado a ele e aos leitores. O Sr. e a Sra. Dursley, da Rua dos Alfeneiros, nº. 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem. (ROWLING, 1997, p.07 )
Com essas palavras Rowling deu partida ao que seria o primeiro livro lançado da série e também a primeira mídia publicada. Uma brisa arrepiou as cercas bem cuidadas da Rua dos Alfeneiros, silenciosas e quietas sob o negror do céu, o último lugar do mundo em que alguém esperaria que acontecessem coisas espantosas. Harry Potter virou- se dentro dos cobertores sem acordar. Sua mãozinha agarrou a carta ao lado, mas ele continuou a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o
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Trouxas: do original Munggles, são pessoas sem magia. Essa foi a forma que Rowling achou de nos
dizer que os bruxos e seu mundo eram normais. Os Durleys eram trouxas pelo simples fato de não possuírem o dom da magia.
50 grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda. Ele não podia saber que neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas. — À Harry Potter, o menino que sobreviveu. (ROWLING, 1997, p. 18)
Esse trecho da literatura de Rowling nos relata a real importância do pequeno órfão para o mundo bruxo, até então uma incógnita para os leitores da época. Harry Potter, o menino que sobreviveu, passa a ser importante para o mundo de onde vinha e aclamado como um grande herói, título que o acompanhará por toda história. Grande parte da narrativa das sete obras de Rowling que compõem a série se passa na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde Harry e seus amigos vivem as suas maiores aventuras. Como todo herói, nosso protagonista tem seus dois leais amigos e confidentes Ronald Weasley e Hermione Granger. Eles o acompanham durante toda sua trajetória na luta contra Voldemort, o assassino de seus pais. Ronald Weasley: Melhor amigo de Harry Potter, esse personagem se torna tão importante quando o protagonista no decorrer da série literária. Ruivo, sardento e extremamente desengonçado, é um dos filhos mais jovens de Molly e Arthur Weasley. De uma família bruxa tradicional e pobre, acaba acostumado a dividir tudo o que tem com os 6 irmãos desde pequeno. Ronald é um dos responsáveis por mostrar ao bruxo órfão o valor de uma família e também o da verdadeira amizade. Weasley e Potter se conhecem na primeira viagem do bruxinho para Hogwarts. A porta da cabine se abriu e o ruivinho mais moço entrou [...] — Harry — disse o outro gêmeo —, nós já nos apresentamos? Fred e Jorge Weasley. E este é o Rony, nosso irmão. Vejo vocês mais tarde, então. — Tchau — disseram Harry e Rony. Os gêmeos fecharam a porta da cabine ao passar. — Você é Harry Potter mesmo? — Rony deixou escapar. Harry confirmou com a cabeça. (ROWLING, 1997, p. 75)
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Hermione Granger: Nascida de pais trouxas, a melhor amiga de Harry também é parte importante da história do bruxo. Filha de dentistas, Hermione acaba descobrindo que é uma bruxa assim que recebe a carta de Hogwarts. Sempre disponível a ajudar os amigos Weasley e Potter, possui gênio forte e inteligência incomum, fatos que acabam a transformando em a melhor bruxa de todos os tempos. Granger e Potter se conhecem na primeira viagem de trem de ambos para Hogwarts. — Ninguém viu um sapo? Neville perdeu o dele. Tinha um tom de voz mandão, os cabelos castanhos muito cheios e os dentes da frente meio grandes. [...] — Você tem certeza de que esse feitiço está certo? — perguntou a menina. — Bem, não é muito bom, né? Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém na família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, me disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só espero que seja suficiente, aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são? (ROWLING, 1997, p. 80)
Uma soma de personagens compuseram as narrativas da série Harry Potter no decorrer da história, cada qual com sua importância para cada momento da trama. Além dos fiéis amigos de Harry, encontramos também a grande família Weasley, os Dusleys, o desajeitado Neville, a sonhadora Luna, a linda Fluer e muitos outros personagens que não passam despercebidos na narrativa.
Assim que o trio de bruxos chega a Hogwarts é dividido pelo chapéu seletor em quatro casas: Grifinória, Corvinal, Soncerina e Lufa-lufa. Cada uma delas possui características específicas cujo os bruxos tendem a se identificar quando selecionados:
52 [...]Em que casa de Hogwarts deverão ficar. Quem sabe sua morada é a Grifinória, casa onde habitam os corações indômitos. Ousadia e sangue-frio e nobreza destacam os alunos da Grifinória dos demais. Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar, onde seus moradores são justos e leais, pacientes, sinceros, sem medo da dor. Ou será a velha e sábia Corvinal, a casa dos que têm a mente sempre alerta, onde os homens de grande espírito e saber sempre encontrarão companheiros seus iguais. Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa, e ali estejam seus verdadeiros amigos, homens de astúcia que usam quaisquer meios para atingir os fins que antes colimaram. (ROWLING, 1997, p. 89)
Harry e seus amigos logo são selecionados para a Grifinória, casa onde habitam os corações bravios, ousadia, sangue-frio e nobreza, características evidentes em nosso herói. Publicados de 1997 a 2007, os livros foram traduzidos para 69 idiomas e venderam mundialmente 400 milhões de exemplares. Segundo a edição 652 da revista Época, a saga do bruxo forma a série infanto-juvenil de livros mais vendida da história. (BABTISTA;; DOMINGOS, 2011, p. 06)
Cada livro da série relata um ano letivo da vida do jovem Potter, fazendo com
que a narrativa cresça e se desenvolva com seus personagens, revelando uma jornada de descobertas, magia, amor, cumplicidade, bravura e plena amizade. Os livros da autora Rowling alcançaram o mundo sendo traduzidos e publicados em mais de 50 países.
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FIGURA 11 CAPA LIVROS HARRY POTTER PELO MUNDO
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Fonte: http://minilua.com/capas-harry-potter-ao-redor-mundo/ acesso em 02 de Nov. 2014
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4.2 – Joanne Kathleen Rowling: Da pobreza a um império avaliado em cerca de 4 bilhões euros, Joanne Kathleen Rowling5, a autora da série Harry Potter, nasceu em 31 julho de 1965 na Inglaterra e cresceu em Chepstow. Foi educada na instituição Wyedean Comprehensive. Segundo o site oficial da autora: Jo deixou Chepstow para estudar na Exeter University, onde obteve um diploma de Francês e Línguas Clássicas;; seu curso incluiu um ano em Paris. Após a graduação, ela se mudou para Londres e trabalhou como pesquisadora da Anistia Internacional, entre outros empregos. 6 (JKROWLING;; 2014) .
FIGURA 12 ESCRITORA J.K. ROWLING
Fonte:http://www.jkrowling.com/uploads/images/jk-rowling-official-portrait.jpg acesso em 07 de Nov. 2014
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Neste trabalho temos dois nomes parecidos, o site da autora identificado como jkrowling, e a autora Joanne Kathleen Rowling, identificada como J.K. Rowling ou J.K. 6 Fonte:http://www.jkrowling.com/pt_BR/#/sobre-jk-rowling acesso em: 07 de nov. de 2014.
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Segundo jkrowling (2014), durante uma viagem de trem entre Manchester e King`s Cross em Londres, um imprevisto atraso ocasionou a inspiração para a criação da série Harry Potter. Em uma entrevista ao seu site oficial, a autora relatou como foi esse momento: Era 1990. Meu namorado na época e eu tínhamos decidido ir até Manchester juntos. Depois de ficar procurando por um apartamento um fim de semana, viajava sozinha de volta a Londres em um trem lotado e a ideia de Harry Potter simplesmente surgiu na minha cabeça. Eu vinha escrevendo quase continuamente desde os seis anos de idade, mas nunca tinha ficado tão entusiasmada com uma ideia antes. Para minha imensa frustração, não tinha uma caneta que funcionasse e era tímida demais para pedir a alguém uma emprestada... Eu não tinha uma caneta que funcionasse, mas eu acho que isso provavelmente foi uma coisa boa. Simplesmente fiquei sentada pensando por quatro horas (o trem estava atrasado), enquanto todos os detalhes borbulhavam em meu cérebro e esse menino magricela, com cabelos pretos, de óculos que não sabia que era um bruxo foi se tornando cada vez mais real para mim. Talvez, se eu tivesse abrandado as ideias para capturá-las no papel, eu poderia ter sufocado algumas delas (embora às vezes me pergunte, indolentemente, o quanto daquilo que imaginei naquela viagem eu havia esquecido quando realmente peguei na caneta para escrever). Comecei a escrever "A Pedra Filosofal" naquela mesma noite, embora aquelas primeiras páginas não tenham nenhuma semelhança com qualquer coisa no livro acabado. 7 (JKROWLING;; 2014)
Cinco anos foram o necessário para J.K. organizar os enredos de cada livro planejado, e só então começar a escrever o que seria Harry Potter e a Pedra Filosofal, seu primeiro livro da série. Segundo PotterRishi (2014) a inspiração para o bruxinho veio de Ian e Vikki Potter, vizinhos da autora quando ela ainda tinha 8 anos de idade. Os irmãos gostavam de se vestir de bruxos e fazer feitiços de mentirinha, não foi à toa que acabaram dando o seu sobrenome a Harry. Seus amigos Ronald e Hermione também possuíram fontes de inspiração. Ron foi baseado em Sean, um amigo da escritora que possuía 7
Fonte:http://www.jkrowling.com/pt_BR/#/linha-do-tempo/tudo-comecou-na-plataforma-9-3-4/ acesso em: 07 de Nov. 2014).
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um Ford Anglia, carro que aparece no segundo filme da série. Já Hermione é uma espécie da autorretrato da autora quando criança. A criatividade de Rowling foi incessante e vagou por territórios visitados ainda quando criança. Sua infância proporcionou lembranças que a ajudaram na composição de diversos deles. Embora J.K. tenha inventado a maioria dos nomes do universo de Harry Potter, pesquisou alguns no passado: aos 9 anos, sua família mudou-se para uma casa perto de um cemitério, que acabou sendo fonte de vários nomes. Dumbledore, por exemplo, era o termo usado no inglês antigo para a mamangava, um tipo de abelha. Snape, nome do professor de poções, é 8 o mesmo de um lugar da Inglaterra. (POTTERRISHI, 2014).
Após iniciar o livro J.K. mudou-se para o interior do norte de Portugal onde casou-se e teve sua primeira filha, Jéssica, a quem dedicou o primeiro, quinto e sétimo livro da série. Quando separou-se de seu marido, Rowling voltou para o Reino Unido e passou a morar em Edimburgo, local onde concluiu Harry Potter e a Pedra Filosofal. Neste momento, sua situação financeira chegou a baixos níveis. Divorciada, J.K. acabou tendo de viver graças a uma pensão semanal de valor equivalente a 300 reais, paga pelo governo escocês. Morava com a sua filha em um pequeno apartamento e quando a nenê caía no sono durante os passeios de carrinho, a autora aproveitava para entrar num café da cidade e redigia a história de Harry Potter em bloquinhos de papel. 9 (POTTERRISHI;; 2014) .
As dificuldades financeiras não impediram Rowling de escrever. Mesmo com impedimentos, certa dificuldade para criar sua filha e manter o bem estar de ambas, JK continuou escrevendo o que talvez seria sua salvação. “A inglesa deu com o
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Fonte: http://conteudo.potterish.com/curiosidades-e-uma-breve-biografia-sobre-jkrowling/ acesso em: 07 de Nov. 2014 9 Fonte: http://conteudo.potterish.com/curiosidades-e-uma-breve-biografia-sobre-jkrowling/ acesso em: 07 de Nov. 2014
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nariz na porta de 9 editoras, que recusaram os originais de seu primeiro livro por considerarem-no longo demais para crianças.” (POTTERRISHI;; 2014).10 Segundo o jkrowling (2014) o livro foi publicado pela primeira vem em junho de 1997 pela Bloomsbury Children’s Books. Porém não acreditando na credibilidade de um nome feminino na autoria de um livro inicialmente definido para jovens garotos, Joanne Kathleen Rowling passou então a usar o pseudônimo de J.K. Rowling. O segundo livro da série intitulado Harry Potter e a Câmara Secreta foi publicado em 1998 e chegou ao topo dos livros adultos mais vendidos apenas um mês após sua publicação. Em 1999 o terceiro livro de J.K. foi lançado com o nome de Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban, atingindo aclamação mundial e ficando quatro semanas seguidas no topo dos mais vendidos entre os livros adultos. Seus livros foram subsequentes lançados em 2000 Harry Potter e o Cálice de Fogo, 2003 Harry Potter e a Ordem da Fênix, 2005 Harry Potter e o Enigma do Príncipe e 2007 Harry Potter e as Relíquias da Morte. Todos eles quebraram recordes mundiais assim que lançados, motivando Rowling a escrever pequenos volumes ligados à principal história do bruxo. J.K.Rowling também escreveu dois pequenos volumes, que aparecem como livros escolares de Harry dentro dos romances. “Animais fantásticos e onde habitam” e “Quadribol através dos séculos” foram publicados em março de 2001 em prol do Comic Relief. Em dezembro de 2008, “Os Contos de Beedle, o Bardo” foi publicado em prol do Children’s High Level 11 Group (agora Lumos). (JKROWLING;; 2014).
Segundo o jkrowling (2014) a autora inglesa foi nomeada com a OBE (Ordem do Império Britânico) por serviços à literatura infantil, recebeu diversos prêmios e honrarias, incluindo o Prêmio Príncipe das Astúrias para a Concórdia, a Legião da
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Fonte: http://conteudo.potterish.com/curiosidades-e-uma-breve-biografia-sobre-jkrowling/ acesso em: 07 de Nov. 2014 11 Fonte: http://www.jkrowling.com/pt_BR/#/sobre-jk-rowling acesso em: 07 de Nov. 2014
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Honra da França, o Prêmio de Literatura Hans Christian Andersen e fez discursos de formatura na Universidade de Harvard, nos EUA (Estados Unidos da América). Apoia um grande número de causas beneficentes através de seu fundo beneficente Volant, e é a fundadora da Lumos, uma instituição de caridade que trabalha para transformar a vida das crianças desfavorecidas. 12 (JKROWLING;; 2014) .
Em 2012, atualmente disponível em 44 línguas, a autora publicou o seu primeiro romance para adultos intitulado Morte Súbita pela editora Nova Fronteira. J.K. Rowling também escreveu O Chamado do Cuco (Editora Rocco), seu primeiro romance policial com o pseudônimo de Robert Galbraith, que foi publicado em 2013 e também deve ser traduzido em 37 línguas. 13 (JKROWLING;; 2014).
Rowling afirmou em entrevista que o pseudônimo escolhido para o novo trabalho seria para desvincular seu sucesso como autora de qualquer futura obra e assim evitar a influência de Harry Potter sob a nova série “[...] queria trabalhar "sem exageros ou expectativas para receber um retorno totalmente verdadeiro em relação ao trabalho". (G1GLOBO;; 2014)14
Atualmente J.K. Rowling vive e mora em Edimburgo com o marido Neil Michael Murray e os três filhos Jéssica, David e Mackenzie. 4.3 - A Marca Harry Potter: Os livros juvenis acabaram se tornando um fenômeno mundial. Em 2000 a Warner Bros. adquiriu os direitos da série para então começar a produzir os filmes, automaticamente transformando-os em sucesso de bilheteria. 12
Fonte: http://www.jkrowling.com/pt_BR/#/sobre-jk-rowling acesso em: 07 de Nov. 2014 Fonte: http://www.jkrowling.com/pt_BR/#/sobre-jk-rowling acesso em: 07 de Nov. 2014 14 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2013/07/jk-rowling-confirma-segundo-livro-de-seu-alter-ego- robert-galbraith.html acesso em: 07 de Nov. 2014 13
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Os filmes lançados pela Warner Bros. viraram um forte meio de publicidade. Segundo Randazzo, apud Cardoso, (2007): A publicidade é o meio que permite que o anunciante entre na cabeça do consumidor para provar e estabelecer o posicionamento da marca transmitindo a sua mensagem diferenciadora (baseada no produto e/ou de ordem emotiva e psicológica). (RANDAZZO, apud CARDOSO, 2007)
FIGURA 13 LIVROS E FILMES LANÇADOS CRONOLOGIA - SÉRIE HARRY POTTER
Fonte: Internet http://pt.wikipedia.org/wiki/Harry_Potter_(s%C3%A9rie_de_filmes) acesso em 07 de Nov. 2014 Harry Potter não é apenas mais um livro, não é apenas mais uma história sobre bruxos, dragões e criaturas estranhas. Em um mercado tão seletivo quanto o editorial, Harry Potter vem como um expoente de uma tendência que já atingia outros mercados: a de tornar personagens da ficção, marcas passíveis de estampar e vender qualquer tipo de produto. E realmente vende. (CARDODO, 2007;; Pag. 11)
Segundo Kotler, apud Cardozo, (2007, p. 01);; “o comportamento do consumidor pode ser influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológico.” , nos fazendo entender que a marca Harry Potter atingiu uma fronteira além do comercial, os consumidores envolvidos começaram a estreitar laços pessoais e psicológicos
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com ela ao se identificarem com os personagens descritos na narrativa de Rowling e também dos rostos agora nos filmes. Reforçando o conceito de que “[...] a estrutura de uma marca deve atender 4 áreas básicas da percepção humana: física, funcional, emocional e espiritual.” (MARTINS, apud CARDOSO, 2007, p. 06 ). Essa relação emocional criada com a marca Harry Potter pelos consumidores proporcionou uma maior motivação de consumo, “a emoção atua na gênese do desejo.” (CARDOSO, 2007, p. 07). Harry Potter então, além de livros e filmes, alcançou um mercado muito além do dramaturgo: roupas, jogos de vídeo game, brinquedos e os mais variados itens de coleção foram lançados no mercado, todos atribuídos e casados à marca. Os agora fãs do bruxinho e também de sua marca (sem consciência talvez) a consumem. “O personagem transmite atitude e estilo. Suas características determinam uma ligação com o consumidor em função das características do produto que anunciam.” (CARDOSO, 2007, p. 07). FIGURA 14 ROUPA QUADRIBOL HARRY POTTER, SITE WARNER BROS. SHOPPING. Fonte:http://www.wbshop.com/product/harry+potter+triwizard+adult+long+sleeve+tshirt+hpbdhood01. do?sortby=ourPicks&refType=&from=fn acesso em 07 de Nov. 2014.
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FIGURA 15 CADERNO TEMA HOGWARTS, SITE WARNER BROS. SHOPPING
Fonte:http://www.wbshop.com/product/hogwarts+crest+notebook+hpezpjnhog.do?sortby=ourPicks&r efType=&from=fn acesso em 07 de Nov. 2014.
“[...] onde couber uma marca, lá está o bruxo com o raio à testa. A cada livro, milhões e bilhões são produzidos com merchandising. É preciso ler e comprar ao redor, diz a propaganda.” (CARDOSO, 2007;; p. 12) A oportunidade acompanhada da necessidade e associação de identificação do público com os personagens facilitam esse tipo de ação.
Segundo Stephen King apud Cardoso (2007, p. 13 -14) "Harry é o garoto que a maioria das crianças sente ser, perdido num mundo de adultos aos quais falta imaginação e que muitas vezes são desagradáveis, que não as compreendem nem estão interessados em compreendê-las". Esse elo emocional criado entre os fãs e o menino bruxo alvoroça o mercado que logo cria produtos para atender seus desejos e necessidade emocional que surgem. Cardoso, (2007) confirma a afirmação dizendo: A mente das pessoas percebe, simultaneamente, vários aspectos da imagem de uma marca: o conceito absoluto, o conceito funcional, o apelo ao ego e as emoções e os estados de espírito mais sutis. O poder da marca está em desenvolver a pureza e a consciência dos elementos sutis, que provocam no consumidor uma sensação de elevação no estado de espírito. A marca ganha valor aos seus olhos. (CARDOSO, 2007, p. 08)
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Holts completa dizendo que: Os profissionais de marketing gostam de ver nas marcas um fenômeno psicológico proveniente das percepções dos consumidores individuais. Entretanto, o que torna uma marca forte é a natureza coletiva dessas percepções;; as histórias, agora convencionais, passam a ser continuamente reforçadas porque são tidas por verdades nos contatos diários. Atuando como canais de auto-expressão, as marcas estão rodeadas de histórias que os consumidores acham fundamentais para a construção de suas identidades. Eles correm para marcas capazes de encarnar os ideais que admiram, marcas que os ajudem a expressar o que querem ser. As mais bem- sucedidas delas tornam-se marcas ícones. Integrando o panteão dos ícones culturais, essas marcas passam a expressar consensualmente valores particulares caros e alguns membros da sociedade. (HOLT, 2004, p. 19 - 20)
Segundo Cardoso (2007), a maioria das marcas de sucesso duradouro tem em geral uma posição e uma cultura de marca que vão além do produto físico. Elas procuram combinar os atributos do produto com os benefícios emocionais e psicológicos, e com Harry Potter não foi diferente.
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5. Convergência Aplicada a Marca Harry Potter. 5.1 Livros: Rowling planejou o enredo literário de seus livros da série Harry Potter por cinco anos. Quando escreveu cada um deles dedicou-se para trazer aos papéis e as vidas de seus leitores a retratação exata do que era apenas um sonho em sua mente. Atualmente os 7 livros da série lançados pela autora alcançaram cerca de 488 milhões de cópias vendidas pelo mundo. 5.1.1 Harry Potter e a Pedra Filosofal: Após ultrapassar algumas barreiras, a série se inicia com o lançamento do livro intitulado como Harry Potter e a Pedra Filosofal. Este teve sua primeira edição lançada em Londres no mês de junho de 1997 e em abril de 2000 no Brasil. Segundo a Abril (2015) “O livro bateu todos os recordes, alcançando 120 milhões de cópias vendidas nas mais diversas línguas”. FIGURA 16 CAPA 1ª EDIÇÃO INGLESA LIVRO HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL
Fonte: http://conteudo.potterish.com/harry-potter-e-a-pedra-filosofal/ acesso em 15 de Mai. 2015
No primeiro exemplar da série nos é apresentado Harry Potter. Prestes a completar seus 11 anos, o garoto é uma criança de cabelos negros bagunçados, vestes
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enormes para um corpo mirrado, óculos redondos de grau e uma cicatriz na testa cujo formato é um raio. Surpreendido pela descoberta de ser um bruxo e aliviado pela oportunidade de sair da casa dos tios maternos que após a morte de seus pais ocultaram sua real identidade, o criando e maltratando desde a primeira infância, Harry embarca em uma aventura por um mundo desconhecido quando convidado a ingressar na Escola de Magias de Bruxarias de Hogwarts. Em um novo mundo, o pequeno bruxo acaba conhecendo e fazendo uma forte amizade com Hermione Granger e Ronald Weasley, dois bruxos de sua idade que ingressam no mesmo ano e são selecionados para a casa Grifinória, a mesma do nosso protagonista. Em um ano de descobertas, Harry desvenda o real motivo da morte de seus pais, que foram assassinados para salvá-lo daquele que não se deve ser nomeado15, um bruxo maligno com o propósito de dominar o mundo onde viviam. Após 11 anos oculto Voldemort, o nosso vilão, tem o conhecimento de que a pedra a ressurreição, também intitulada como Pedra Filosofal, está guardada em Hogwarts e uma possibilidade de voltar e alcançar o poder é vista novamente. Harry tendo conhecimento da volta do assassino de seus pais é tomado pelo desejo de vingança e uma luta do bem contra o mal se inicia. Com a intenção de resgatar a pedra antes que o outro o faça, Harry e seus dois melhores amigos partem para uma busca que acaba no enfrentamento daquele que não deve ser nomeado. O garoto que sobreviveu16 nos porões do antigo colégio mostra que dessa vez o bem vence o mal. 15
Aquele que não deve ser nomeado: Termo usado pelos bruxos ao se referirem ao bruxo das trevas Voldemort, o termo Lord das Trevas ou apenas Lord Voldemort também é usado com frequência pelo bruxos . 16 Garoto que Sobreviveu: Termo usado pelos bruxos ao se referirem a Harry Potter que sobreviveu de um ataque das trevas ainda quando era um bebê.
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5.1.2 – Harry Potter e a Câmara Secreta: Lançado em julho de 1998 em Londres e em agosto de 2000 no Brasil, o segundo livro da série do pequeno bruxo segundo a Abril (2015), chegou a cerca de 77 milhões de cópias vendida pelo mundo. FIGURA 17 CAPA 1ª EDIÇÃO INGLESA DO LIVRO HARRY POTTER E A CÂMARA SECRETA
Fonte: http://galeria.potterish.com/displayimage.php?pos=-2517 acesso em 15 de Mai. 2015
Neste livro Harry está pronto para voltar a escola e ingressar em seu segundo ano letivo. Estranhando a ausência de notícias de Rony e Hermione, o garoto se sente abandonado por seus amigos até descobrir que um elfo doméstico era quem vinha interceptando suas correspondências. Com a intenção de impedi-lo de voltar ao castelo de Hogwarts, Dobby o elfo, alega que um grande mal estava solto nos arredores do lugar. Rony e seus irmãos gêmeos Fred e George roubam o carro enfeitiçado do pai para resgatar o garoto na casa dos tios. Assim, finalmente o bruxinho conhece a grande
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família de seu amigo, entre eles Gina Weasley, a caçula entre os irmãos, essa que sempre admirou o garoto que sobreviveu. De volta ao colégio coisas estranhas acontecem, um novo professor de Defesa Contra Artes das Trevas é apresentado e alunos começam a aparecer petrificados, concidentemente todos nascidos trouxas.17 Medo e suspeitas acometem as pessoas do lugar, até que Harry, auxiliado por Rony e Hermione, começa a investigar o real motivo das petrificações humanas. Uma câmara localizada nos porões do castelo de Hogwarts é descoberta assim que Hermione também se torna mais uma vítima do Basilsco18 que foi liberto quando um dos alunos abriu as portas do lugar. Quando finalmente encontra a câmara, Harry, mais uma vez, enfrenta Voldemort. Desta vez, o inimigo apresenta uma aparência mais jovem e é trazido de volta do mundo dos mortos por Gina Weasley, enfeitiçada pelo diário encantado do bruxo. Após uma luta com o Basilisco, que o tempo todo era comandado por aquele que não se deve ser nomeado através de seu poder de falar com as cobras, Harry o mata e destrói o diário derrotando Voldemort mais uma vez. 5.1.3 Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban: O terceiro livro da série foi lançado um ano após o anterior em Londres, durante julho de 1999 e no Brasil em dezembro de 2000. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, segundo a Abril (2015), vendeu cerca de 61 milhões de cópias pelo mundo. 17 18
Nascidos Trouxas: Bruxos que são filhos de dois pais trouxas ou que possuem um dos pais trouxas. Basilisco: Terrível serpente que é capaz de matar ou petrificar uma pessoa com um olhar.
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FIGURA 18 CAPA 1ª EDIÇÃO INGLESA LIVRO HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN
Fonte: http://galeria.potterish.com/displayimage.php?pos=-59300 acesso em 15 de Mai. 2015
O terceiro ano do colégio começa para Harry já com os rumores de que um dos principais aliados de Voldemort fugiu da maior e mais segura prisão do mundo bruxo, Azkaban.
No trem a caminho de Hogwarts, o bruxinho e seus amigos conhecem Remos Lupim, o novo professor de DCAT (Defesa Contra Arte das Trevas) que foi um dos melhores amigos de Thiago e Lilian Potter, pais de Harry. Antes de chegarem ao seu destino, ainda embarcados no trem são surpreendidos por dementadores19 que estão à procura de Sirius Black, o foragido de Azkaban, mas atacam o professor e os três bruxos quase os matando. No decorrer do ano Harry nota que Hermione anda estranha e ainda mais cheia de atividades acadêmicas que o normal. Além de ser seguido frequentemente por um cachorro negro, conhece o Hipogrifo20, condenado à morte e aprende um novo grande feitiço capaz de espantar os dementadores. Nervoso com o sumiço do rato 19 20
Dementadores: Guardiões da Prisão de Azkaban e também sugadores de felicidade e alma. Hipogripo: Criatura meio águia e meio cavalo
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de estimação Rony, Perebas, logo acusa o gato de Hermione de o ter matado aumentado as brigas rotineiras do casal. O trio então é levado até uma antiga casa enquanto busca pelo animal do ruivo. Lá descobrem que na verdade Perebas é um animago21a trabalho de Voldemort. Harry e seus amigos então são defendidos pelo cachorro negro que vem seguindo o bruxo e se revela na verdade ser Sirius Black, padrinho de Harry acusado injustamente de traição. 5.1.4 Harry Potter e o Cálice de Fogo: Lançado em julho de 2000 em Londres e em julho de 2001 no Brasil. Segundo a Abril (2015), o quarto livro da série intitulado como Harry Potter e o Cálice de Fogo vendeu cerca de 66 milhões de cópias pelo mundo. FIGURA 19 CAPA 1ª EDIÇÃO LIVRO HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO
Fonte: http://galeria.potterish.com/displayimage.php?pos=-59298 acesso em 15 de Mai. 2015
No quarto ano de Harry no colégio de magias e bruxarias, o castelo de Hogwarts será a sede do torneio tribruxo, um evento histórico onde os três colégios
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Animago: Bruxos capazes de se transformar em animais.
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participantes elegem um aluno seleto para participar de uma série de provas e escolher um único campeão da taça tribruxa. Mais uma vez mistérios rodeiam o colégio. Harry e Cedrigo Digory são selecionados para representar o colégio Hogwarts contra o famoso jogador de quadribol22 Vitor Krun, representante da Escola Bruxa Durmstrang e a linda Veela23 Fleur Delacour, que representa a Academia de Magia de Beauxbatons. Um novo professor de DCAT ajuda o bruxo com as tarefas difíceis do torneio, como enfrentar dragões e mergulhar com sereias. Um grande baile de inverno mexe com os hormônios do trio agora adolescente. O romance está no ar quando Rony fica com ciúmes por Hermione ir ao baile com o grande jogador Vitor Krun e nosso protagonista se descobre apaixonado por Cho Chang, uma bruxinha oriental já comprometida com Cedrico, oponente de Harry no torneio. Na última prova do torneio os quatro participantes enfrentam o labirinto vivo à procura da traça tribruxa. Nos últimos minutos da prova Digory é morto por um feitiço fatal. Então Harry descobre que na verdade a taça é um portal que o leva para Pedro Pettigrew, o animago que fingiu ser o rato de estimação de Rony durante anos. O sangue do garoto é usado para trazer Voldemort à vida após várias tentativas dos anos anteriores. Revela-se também que o professor que ajudou Harry durante o torneio é na verdade um traidor que tenta matá-lo, mas é impedido no último segundo por Dumbledore, diretor de Hogwarts e um dos defensores de Potter. 5.1.5 Harry Potter e a Ordem da Fênix: O quinto livro da série é lançado em Londres durante o mês de junho de 2003 e no Brasil durante o mês de novembro de 2003. De acordo com a Abril (2015), Harry Potter e a Ordem da Fênix teve cerca de 55 milhões de cópias vendidas no mundo. 22
Quadribol: uma combinação de rugby, futebol, críquete, polo, lacrosse e basquete, esporte bruxo jogado no ar sobre vassouras voadoras. 23 Veela: Bruxas com forte poder de encantamento sobre os homem bruxos ou não.
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FIGURA 20 CAPA 1ª EDIÇÃO INGLESA LIVRO HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX
Fonte: http://galeria.potterish.com/displayimage.php?pos=-59358 acesso em 15 de Mai. 2015
No quinto ano da série, Lord Voldemort volta ao mundo Bruxo. Harry é levado até a antiga Ordem da Fênix24, a qual seus pais fizeram parte junto com Sirius Black, o padrinho do rapaz. No Largo Grimmauld, antiga casa de Black e onde é a sede da Ordem, o bruxo reencontra seu padrinho, ainda um foragido da lei. Juntos com a família Weasley, Harrry permanece no local para seu própria segurança esperando o próximo passo a ser dado agora em tempos difíceis. Com a volta daquele que não deve ser nomeado, o alto poder bruxo elege em Hogwarts uma de suas funcionárias para fiscalizar de perto a segurança do lugar. Dolores Umbridge, com seu gosto excêntrico pela cor rosa e gatos, proíbe a utilização de magia no colégio após alguns acontecimentos. Estes colaboram para o afastamento do diretor Alvo Dumbledore e Umbridge é colocada em seu lugar. Harry e seus amigos identificam a necessidade de aprender e treinar magias já que o Lord das Trevas está solto e tentando dominar o mundo bruxo. Contra a ditadura da nova diretora, fundam um grupo de magia que eles nomeiam como Armada de Dumbledore. A dor frequente na cicatriz e alguns pesadelos que se iniciam com o 24
Ordem da Fênix: Organização criada por Dumbledore para enfrentar Voldemort.
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retorno de Voldemort incomodam o bruxinho. Durante uma noite, a visão do padrinho preso no Ministério da Magia pelo vilão faz com que o grupo da Armada vá até o local resgatá-lo. O que era para ser um resgate acaba sendo uma emboscada para o garoto e seus amigos. Harry e os outros se deparam com os comensais da morte de Voldemort e são resgatados pela Ordem da Fênix. Mas ao enfrentar os capangas do Lord das Trevas, perdem Sirius que é assassinado em combate. 5.1.6 Harry Potter e o Enigma do Príncipe: O sexto e penúltimo livro da série foi lançado em julho de 2005 em Londres e em novembro de 2005 no Brasil. De acordo com a Abril (2015) alcançou cerca de 65 milhões de cópias vendidas no mundo. FIGURA 21 CAPA 1ª EDIÇÃO LIVRO HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Fonte: http://galeria.potterish.com/displayimage.php?pos=-54721 acesso em 15 de Mai. 2015
Voldemort está cada dia mais forte e próximo de concretizar seus planos. Agora de volta a direção de Hogwarts, o bruxo Alvo Dumbledore começa a se preparar para a batalha final. Um novo professor de poções é selecionado, e Harry com sua fama, é
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usado pelo diretor para convencê-lo a assumir o cargo mediante aos perigos existentes no mundo bruxo. Harry e Rony decidem fazer as aulas do professor Horácio Slughorn de última hora e por isso, precisam de um livro que não está em sua lista de materiais. Graças a isso, o bruxo de testa rachada obtém em mão o livro do príncipe mestiço, um aluno que algum dia fora muito bom em poções, ainda mais genial que Hermione Granger. Com o auxílio desse livro, Harry consegue se destacar na matéria e chamar a atenção de Slughorn. Assim, é convidado para participar de seu grupo de alunos seleto, grupo esse que Voldemort fizera parte quando ainda era aluno de Hogwarts. Potter acabada incumbido por Dumbledore a se aproximar de Horário e graças a essa missão, o bruxo descobre o segredos das horcrux25 que aquele que não deve ser nomeado possui. Draco Malfoy, filho de um comensal da morte, anda estranho durante o ano, se esgueirando entre os corredores protegido pelo professor de DCAT Severus Snape. Coincide com esses episódios recorrentes atentados contra a vida o diretor do colégio. Em um deles, Ronald é envenenado e salvo por Harry devido aos conhecimentos do livro do príncipe mestiço. Após uma briga com o Malfoy, cujo garoto saiu extremamente ferido graças a um feitiço do livro que Harry tem carregado consigo durante o ano, o bruxo se desfaz do manuscrito e segue com Dumbledore em busca de uma das hocrux do Lord das Trevas. Mais tarde no mesmo dia quando retorna ao castelo, Harry encontra o lugar invadido por comensais e uma batalha de feitiços faz com que diretor da instituição morra.
5.1.7 Harry Potter e as Relíquias da Morte: O último e muito esperado livro da série teve seu lançamento em Londres no mês de julho de 2007 e logo depois, no Brasil durante o mês de novembro do mesmo ano. 25
Horcrux: Receptáculo o qual alguém oculta parte de sua alma, para que sobreviva de alguma forma após a sua morte
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Conforme a Abril (2015), o livro Harry Potter e as Relíquias da Morte teve cerca de 44 milhões de cópias vendidas no mundo. Somente nas primeiras 24 horas do lançamento, o livro vendeu 8,3 milhões de exemplares. FIGURA 22 CAPA 1ª EDIÇÃO INGLESA LIVRO HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Fonte: http://galeria.potterish.com/displayimage.php?pos=-54746 acesso em 15 de Mai. 2015
Após a morte de Dumbledore, a missão de encontrar as 7 horcrux espalhadas pelo mundo por Voldemort ficam para Harry, Rony e Hermione, que juntos embarcam em uma jornada para achá-las. O colégio por fim é dominado pelo poder das trevas e Severo Snape é o novo diretor de Hogwarts, que a cada dia fica mais sombria. Durante a jornada as batalhas são as mais diversas, como enfrentar dragões, feitiços da morte, tortura, fome, medo e ainda, o maior desafio de todos: enfrentar aqueles que mais amamos. As horcrux são encontradas e com cada uma delas, uma grande provocação vem atrelada. Amor e amizade são provados e Harry faz descobertas que fazem cair por terra todos os seus preconceitos em relação a Snape, um professor carrancudo que
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desde o primeiro ano persegue o bruxo. Na verdade, Severo o protegeu em segredo por sempre ter mantido amor e uma amizade verdadeira por sua mãe Lilian Potter. Após morrer e voltar a vida, Harry que também sempre fora uma horcrux involuntária do Lord das trevas, tem sua batalha final com o bruxo do mal. Ele consegue vencê- la quando o ultimo pedaço da alma do vilão é eliminada graças a ao seu amigo da Armada de Dumbledore, Neville Longbottom, que mata o animal de estimação de Voldermort, uma cobra chamada Nagini. Finalmente a paz volta ao mundo bruxo. Harry Potter e seus amigos se veem livres para seguir seus caminhos sem medo, tormentos ou dor. Anos se passam e o eterno bruxinho se casa com a filha caçula dos Weasleys com quem tem três filhos. Já Ronald e Hermione, mesmo brigando muito durante toda a história, acabam juntos e casados, pais de duas crianças. Voldemort agora se torna apenas mais uma história de como o mal no fim sempre é derrotado pelo bem. 5.2 Os Filmes: Assim que a Warnes Bros. adquiriu os direitos autorais das obras de J.K. no ano de 2000, o primeiro cuidado da autora foi com a transformação midiática do livro para o filme através da escolha do elenco que interpretaria os personagem que já existiam na mente dos leitores. Uma maratona iniciava-se e audições de elenco começavam nos colégios espalhados pela Grã-Betanha. Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, após uma série de testes com várias crianças, foram os três escolhidos pelo diretor Chris Columbus. J.K.Rowling supervisionou e autorizou os atores a interpretar o bruxinho Harry Potter e seus amigos, Hermione Granger e Ronald Weasley respectivamente. Durante todo o processo de escolha de elenco, Rowling fez questão que os atores separados para a seleção tivessem semelhanças significativas com as personagens que interpretariam. O desejo da autora era que quando o leitor visse o filme, tivesse a ilustração em tela do que provavelmente havia imaginado dos personagens na particularidade de sua leitura.
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Aos poucos com a observação e fiscalização da autora, o mundo mágico de Harry Potter foi surgindo e não estava mais apenas nas mentes dos leitores. Em 16 de novembro de 2001, no Reino Unido e Estados Unidos, e posteriormente, nos dias 23 e 30 de novembro do mesmo ano para o mundo, era lançado Harry Potter e a Pedra Filosofal. Este filme infanto juvenil repleto de aventuras, animais fantásticos e criaturas mágicas teve o cenário cuidadosamente elaborado para atingir as expectativas daqueles que já conheciam a temática literária do pequeno bruxo. Trotavam em direção aos garotos mais ou menos uma dezena dos bichos mais bizarros que Harry já vira na vida. Tinham os corpos, as pernas traseiras e as caudas de cavalo, mas as pernas dianteiras, as asas e a cabeça de uma coisa que lembrava águias gigantescas, com bicos cruéis cinza-metálico e enormes olhos laranja-vivo. As garras das pernas dianteiras tinham uns quinze centímetros de comprimento e um aspecto letal. Cada um dos bichos trazia uma grossa coleira de couro ao pescoço engatada em uma longa corrente, cujas pontas estavam presas nas imensas mãos de Hagrid, que entrou correndo no picadeiro atrás dos bichos. (Rowling;; 2000, p.87)
FIGURA 23 O HIPOGRIFO, FILME HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN
Fonte: https://az480170.vo.msecnd.net/debd7172-44dc-4681-b074d940a93cc4e1/img/prd/378c6763- a232-459a-9b26-81cadae045f5/l_hp3-fx-220.png acesso em 17 de Mai. 2015
77 A Profª. Sibila Trelawney saiu das sombras e, à luz da lareira, os garotos viram que era muito magra;; uns óculos imensos aumentavam seus olhos várias vezes, e ela vestia um xale diáfano, salpicado de lantejoulas. Em volta do pescoço fino, usava inúmeras correntes e colares de contas, e seus braços e mãos estavam cobertos de pulseiras e anéis. (Rowling;; 2000, p.87)
FIGURA 24 PROF. TRELAWNEY FILME HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN
Fonte: http://img1.wikia.nocookie.net/__cb20110716152328/harrypotter/images/3/3f/Pdahq1_(1).jpg acesso em 17 de Mai. 2015
De acordo com Mojo (2015) o filme alcançou a alta bilheteria de US$ 974.755.371 em âmbito mundial. Segundo The-numbers (2015) os filmes da série Harry Potter tornaram-se uma das maiores franquias do cinema na história com uma bilheteria total de US$7.745.512.272;; deixando para trás grandes ícones como as séries de James Bond e Star Wars. Assim como os livros, a série cinematográfica logo se tornou um fenômeno. Tudo devido ao cuidado na transformação midiática, tanto da autora quanto dos diretores, que acompanharam essa empreitada desde o início das produções dos filmes. Percebe-se que os longas metragens possuem elementos que são idênticos e indiscutíveis quando comparados aos livros.
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5.3 Plataformas Online 5.3.1 Sites: Com o lançamento do primeiro filme da série, a produtora Warner Bros. logo se preocupou com a divulgação online de sua produção. Por isso, trabalhou a marca nas plataformas do ciberespaço com um hotsite26 que ficou no ar até o início da divulgação do segundo filme. Hoje, 4 anos após o lançamento do último filme da série, ainda é possível encontrar o site promocional de Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 no ar.
FIGURA 25 SITE DIVULGAÇÃO HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 2
Fonte: http://harrypotter.pt.warnerbros.com/hp7b/#/home acesso em 17 de Mai. 2015
J.K. Rowling, após o lançamento dos filmes, foi outra que também investiu nas plataformas online para divulgação do mundo de faz de conta de Harry. Porém, para ela essa interação com o público foi mais pessoal e personificada. O site Pottermore27, elaborado pela autora, está no ar desde junho de 2011. 26
Hotsite: Site com tempo de vida útil determinado, com duração ligada a ação mercadológica, como lançamento de produtos, eventos, novas edições de produtos ou serviços. 27 Pottermore: https://www.pottermore.com
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FIGURA 26 SOBRE SITE POTTERMORE Fonte: https://www.pottermore.com/es/about acesso em 17 de Mai. 2015
Uma experiência real da autora sobre cultura participativa, o site Pottermore é onde os fãs e internautas adquirem a oportunidade de vivenciar um pouco desse mundo mágico. Simula-se como seria viver como um bruxo indo para Hogwarts com direito a compras de materiais escolares, escolha de varinha, animais de estimação e seleção das casas do colégio de magias e bruxarias.
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FIGURA 27 CADASTRO POTTEMORE Fonte: http://www.pottermore.com/es/great-hall acesso em 19 de Mai. 2015
FIGURA 28 COMPRA DE MATERIAIS BRUXOS POTTERMORE Fonte: http://www.pottermore.com/es/diagon-alle acesso em 19 de Mai. 2015
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FIGURA 29 CHAPÉU SELETOR POTTERMORE
Fonte: http://www.pottermore.com/es/common-room acesso em 19 de Mai. 2015
A intenção do site de J.K. Rowling, além de fazer com que os fãs da série se sintam parte do mundo de Harry, é também trazer novidades inéditas desse universo que ainda continua vido nessa e em outras plataformas. Assim acabam surgindo brechas para especulações e possíveis novas teorias para que os produtores de conteúdos insaciáveis, que admiram a história do bruxinho, possam continuar falando sobre essa narrativa.
5.3.2 Fã Site: Hoje muitas são as variações dos tipos de fãs sites espalhados no ciberespaço. Eles são ferramentas usadas para informação, interação e socialização. O Wiki/Daily_Prophet28 é uma entre varias ferramentas onde a teoria de inteligência coletiva é amplamente utilizada. Nessa plataforma internacional é feita a soma de conteúdos em relação a história do bruxo Potter, bem similar ao Wikipédia. Nessa 28 http://harrypotter.wikia.com
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enciclopédia online personalizada da série, os fãs possuem o poder de compartilhar conteúdos referentes à todos os pontos da narrativa de Harry Potter. FIGURA 30 ENCICLOPÉDIA ONLINE HARRY POTTER
Fonte: http://harrypotter.wikia.com acesso em 19 de Mai. 2015
Outro exemplo de plataforma dedicada a série é o site brasileiro Potterish. No ar desde 2002, esse é uma fonte brasileira de notícias sobre a série, onde encontramos informações referentes aos livros, filmes, atores e muito mais. Em 2006, foi aprovado pela própria Rowling como site fiel a marca Harry Potter .
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FIGURA 31 SITE POTTERISH
Fonte: http://potterish.com/ acesso em 19 de Mai. 2015
FIGURA 32 PREMIAÇÃO JK. ROWLING AO POTTERISH
Fonte: http://potterish.com/ acesso em 19 de Mai. 2015
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Além das duas plataformas citadas, diversas outras podem ser encontradas. São muitos canais midiáticos onde se trabalham as estratégias de inteligência coletiva e cultura participativa. • Mugglenet – Brasil : http://www.mugglenet.com/ • Magical Menagerie – EUA: http://magical-menagerie.com/ • Harry Potter Fan Zone – EUA: http://harrypotterfanzone.com/fan-site-award/ • Harry Potter Fans – EUA: http://www.harrypotterfans.com/ • The Leaky Cauldron - EUA http://www.the-leaky-cauldron.org/ • HP Lexicon –EUA: http://www.hp-lexicon.org/index-2.html • The HP Alliance – EUA: http://thehpalliance.org/ • Harry Potter Bloomsbury – Europa: http://harrypotter.bloomsbury.com/uk/ • Lumos – Hungria: http://www.lumos.hu/news.php • HP Club – Russia: http://hpclub.ru • Owl Post – Russia: http://www.owlpost.ru/ • Deptajem – Polônia: http://www.deptajem.pl/news.php Essas plataformas, espalhadas por todo mundo, são as que os fãs interagem criando conteúdo e compartilhando seus conhecimentos sobre a série. 5.3.3 FanFics: Já foram abordadas a cultura participativa e a inteligência coletiva, mas ainda não falamos dos maiores canais usado pelos fãs da série onde essas duas técnicas são usadas frequentemente. A fanfiction.net é um portal online internacional de fanfics29, onde hoje é possível encontrar milhares de história criadas por fãs não só de Harry Potter, mas também de muitos outros enredos. 29 Fanfic: É a abreviação do termo em inglês fanfiction, ou seja, "ficção criada por fãs", mas que também pode ser chamada de fic. Trata-se de contos ou romances escritos por terceiros, não fazendo parte do enredo oficial dos animes, séries, mangás, livros, filmes ou história em quadrinhos a que faz referência, ou uma história inventada por eles.
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FIGURA 33 SITE FANFICTION.NET
Fonte: https://www.fanfiction.net/book/Harry-Potter/ acesso em 22 de Mai. 2015
Nesse portal são encontradas histórias em vários idiomas, permitindo que o internauta seja autor ou apenas um leitor. A maioria das narrativas encontradas nesse tipo de plataforma são fiéis ao cenário publicado nos livros da autora J.K Rowling. Entretanto, também é muito comum encontrar contos alternativos variados de acordo com a criatividade do fã criador Um canal popular entre os fãs no Brasil é o site Floreios e Borrões30 que leva o nome de uma loja de livros existente dentro da narrativa de Rowling. Derivado do site Potterish, está há 12 anos no ar. Sua diferença para com o Fanfiction.net é que no Floreio e Borrões só é possível encontrar histórias da série Harry Potter. Embora o comportamento dos fãs dentro do site seja o mesmo, pode-se encontrar autores ou apenas leitores. 30
Floreio e Borrões: Livraria de livros mágicos localizada no Beco Diagonal da série Harry Potter
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FIGURA 34 SITE FLOREIOS E BORRÕES VERSÃO 1
Fonte: http://fanfic.potterish.com/index-old.php acesso em 22 de Mai. 2015
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FIGURA 35 SITE FLOREIOS E BORRÕES VERSÃO 2
Fonte: http://floreioseborroes.net/ acesso em 22 de Mai. 2015
Algumas fanfics são tão bem estruturadas que podem ser confundidas com a história original de Rowling. As plataformas onde podemos encontrar esse tipo de comunicação e estratégia latente são diversas e estão espalhadas pelo mundo inteiro, não limitando-se apenas as duas apresentadas. Hoje em dia é muito comum ver fãs utilizando-se desse tipo de ferramenta para se comunicar. 5.3.4 Fóruns: Desde o início dessa socialização nas plataformas online, os fóruns sempre foram muito importantes tanto para a marca quanto para os fãs da série. Nele, a cultura participativa e inteligência compartilhada estão presentes mais uma vez. Em cada momento em que um fã fazia o seu login31 para argumentar sobre algum fator do livro ou filme, eram utilizadas essa duas teorias. 31
Login: É o que te dar acesso a uma conta online, site ou jogo. Impedindo que outros usuários entrem nela.
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FIGURA 36 FÓRUM POTTERFORUMS
Fonte: http://www.potterforums.com/ acesso em 22 de Mai. 2015
Geralmente ligados por um tema, nessas plataformas os diálogos e indagações são em tempo real, permitindo que a imaginação do fã voe para territórios distintos. Reafirmando o tipo de comportamento do ser humano participante da cibercultura, ele agora deixa de ser um mero telespectador e passa a ser um gerador de conteúdo. Usualmente, após uma adaptação da plataforma que começou a esfriar mediante ao lançamento dos últimos livros e filmes nos quais todas as possíveis teorias eram respondidas, os fóruns começaram a ser utilizados com um novo fim. Os jogos interativos de RPG32, onde mais uma vez os internautas acabam adquirindo personalidade e hábitos fora de seu costume, se tornaram locais de fantasia e socialização nessa plataforma reformulada. 32
RPG: Da sigla inglesa de Role-Playing Game, que em português significa jogo de interpretação de personagens.
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FIGURA 37 FÓRUNS E RPG HARRY POTTER
Fonte: http://www.rpghogwarts.org/forum acesso em 22 de Mai. 2015
Talvez um grande influenciador, o comportamento comumente utilizado nessas plataformas acabou transgredindo do online para o mundo real. Os usuários dessas ferramentas começaram a sentir necessidade de se organizar para encontros onde a comunicação passa a ser face a face, e não mais apenas pelo computador. 5.4 Eventos/ Congressos: Organizados especialmente para encantar e entreter o público, os eventos e congressos relacionados a temática Harry Potter acabam tornando-se um show de transformação midiática com encenações, interações e cultura participativa. No Brasil, essa plataforma de comunicação é levada bem a sério por seus adeptos. O hábito cosplay33 traz consigo essa pitada de realidade para um mundo que deveria ser apenas fictício. 33
Cosplay: É a abreviação de costume play ou ainda de costume que pode traduzir-se por representação de personagem a caráter, disfarce ou fantasia.
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FIGURA 38 COSPLAY HERMIONE, HARRY E RONY
Fonte: http://pokemoncosplay.blog.com/files/2013/03/harry-potter-cosplay-girls.jpg acesso em 23 de Mai. 2015
Uma oportunidade ímpar na qual os fãs podem sentir na pele como é fazer parte do mundo mágico de Harry e seus amigos. Assim podem-se definir os congressos e eventos espalhados por todo o mundo. Alguns bem conhecidos como Nimbus 2003 e o The Witching Hour, ambos nos EUA, onde os fãs se encontram para trocar teorias, comprar acessórios, fazer representações de personagens, comprar livros, além de jogar vídeo game, xadrez bruxo, entre várias outras coisas.
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FIGURA 39 EVENTO NIMBUS 2003 – EUA
Fonte: https://hpef.wordpress.com/48-2/#jp-carousel-227 acesso em 23 de Mai. 2015
FIGURA 40 EVENTO THE WITCHING HOUR – EUA
Fonte:http://www.mysanantonio.com/news/local_news/article/Harry-Potter-fans-flock-to-theaters-at- 1467070.php#photo-1118049 acesso em 23 de Mai. 2015
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No Brasil também possuímos muitos eventos desse tipo. Os maiores localizados em São Paulo e Rio de Janeiro, cujo a logística de funcionamento é bem similar aos internacionais. O último evento anunciado no Brasil será realizado na cidade de Tatuapé/SP no dia 01 de Nov. 2015 e foi batizado de Um dia em Hogwarts. Em sua segunda edição, trará um dia inteiro com simulação de aulas e evento costumeiros dos alunos de Hogwarts. FIGURA 41 PRIMEIRO EVENTO UM DIA EM HOGWARTS
Fonte: https://diademagia.files.wordpress.com/2015/01/10743473_733362983407988_2055479634 _n.jpg acesso em 23 de Mai. 2015
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FIGURA 42 CRONOGRAMA SEGUNDO EVENTO UM DIA EM HOGWARTS
Fonte: http://vejasp.abril.com.br/materia/ingressos-para-viver-um-dia-em-hogwarts-estao-a- venda?utm_source=redesabril_vejasp&utm_medium=facebook&utm_campaign=vejasp acesso em 23 de Mai. 2015
Como no evento Um dia em Hogwarts, o cuidado na elaboração dos cronogramas de funcionamento são um exemplo claro das teorias de convergência sendo postas
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em prática, a transformação midiática é forte e detalhada para não haver a quebra ilusória dos fãs. Outro costume adquirido recentemente são as caravanas organizadas para pequenos congressos nos parques temáticos de Harry Potter onde a magia continua. 5.5 Parques Temáticos Harry Potter: O primeiro parque temático da série foi inaugurado em junho de 2010 em Orlando – Florida/EUA, The Wizarding Word of Harry Potter34 possui cenários idênticos aos ilustrados nos livros e filmes da série. Criado pela produtora Warner Bros., é um lugar onde os fãs tem a oportunidade de embarcar em uma transição imediata de universo e serem acometidos por outra realidade, a mesma dos contos de J.K Rowling.
FIGURA 43 THE WIZARDING WORD OF HARRY POTTER – ORLANDO
Fonte: http://ww2.mundodastribos.com/parque-do-harry-potter-saiba-mais.html acesso em 23 de Mai. 2015
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O Mundo Mágico de Harry Potter – tradução minha.
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No local é possível encontrar réplicas dos cenários da história ilustrada nos filmes da produtora Warner, tais como o Castelo de Hogwarts, a Cabana de Hagrid, a cidadezinha de Hogmead, o Beco Diagonal, entre outras atrações. Segundo Potterish (2015) o parque “trouxe com ele o que os fãs mais esperavam: poder sentir como é estar em Hogwarts, ou em Hogmeade, ou até mesmo na companhia de Harry, Rony e Hermione.” É inevitável mergulhar na história da autora assim que se entra no parque, o local que de acordo com Potterish (2015) possui cerca de 81000m². Um ambiente repleto de profissionais treinados para que essa transformação midiática seja feita de forma perfeita, ilustrada quando vemos os atores andando pelo parque e se comportando como verdadeiros bruxos, na forma de se vestir, falar e interagir com o público.
FIGURA 44 ATORES PARQUE TEMÁTICO HARRY POTTER
Fonte: http://alittlerockalittleroll.com/tag/homem-aranha/ acesso em 23 de Mai. 2015
Outro elemento forte no local de transformação midiática e engajamento é a possibilidade de fazer magia. Isso ocorre quando se adquire varinhas mágicas na
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loja Olivaras, que assim como nos livros e nos filmes, fica localizada no Beco Diagonal do parque. Nos mais variados pontos do lugar é possível utilizá-las para fazer nevar, surgir fogo, água ou mover as armaduras que estão espalhadas pelo castelo de Hogwarts. De acordo com a blogueira Matha Sachser: É levado um grupo de mais ou menos 10 pessoas por vez, é dada uma pequena explicação sobre as varinhas e ele convida alguém para demonstrar, geralmente uma criança, então fica a dica. Ah, e não pode fotografar com flash! Depois da pequena apresentação, o grupo segue pra dentro da loja onde cada um pode comprar sua varinha. As normais custam em média $30 e as “mágicas” que funcionam dentro do parque, são cerca de $40-50, você recebe um mapa com as locações e os nomes dos feitiços. (NYANDABOUT;; 2015)
FIGURA 45 VARINHAS NO OLIVARAS – PARQUE TEMÁTICO HARRY POTTER
Fonte: http://nyandabout.com/2014/12/por-dentro-do-beco-diagonal-weasleys-wizarding-wheezes- borgin-and-burkes-gringotts-ollivanders-leaky-cauldron-e-quality-quidditchsupplies.html acesso em 23 de Mai. 2015
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Nas lojas é possível comprar comidas e bebidas típicas do mundo bruxo: o famoso feijãozinho de todos os sabores, cerveja amanteigada ou Whisky de fogo. Também existem outros souvenires como roupas, réplicas e brinquedos que ficam nos centros comerciais do parque, Rogmead e o Beco Diagonal, os mesmos da narrativa de Rowling. Os vendedores também são atores treinados para tratar e falar com os turistas usando dialetos bruxos e os fazendo sentir mais uma vez que estão no mundo mágico de Harry. FIGURA 46 LOJA DENTRO DO PARQUE HARRY POTTER
Fonte: http://nyandabout.com/2014/12/por-dentro-do-beco-diagonal-weasleys-wizarding-wheezes- borgin-and-burkes-gringotts-ollivanders-leaky-cauldron-e-quality-quidditchsupplies.html acesso em 23 de Mai. 2015
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FIGURA 47 LOJA E FUNCIONÁRIO DENTRO DO PARQUE HARRY POTTER
Fonte: http://nyandabout.com/2014/12/por-dentro-do-beco-diagonal-weasleys-wizarding-wheezes- borgin-and-burkes-gringotts-ollivanders-leaky-cauldron-e-quality-quidditchsupplies.html acesso em 24 de Mai. 2015
Muitas outras coisas podem ser feitas no parque, como visitar a plataforma 9¾, andar de trem entre as cidades e conhecer o banco de Gringots, onde um dragão no telhado cospe fogo pela boca como se estivesse vivo, lembrando muito uma das cenas do último filme da série.
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FIGURA 48 DRAGÃO NO TELHADO GRINGOTS – PARQUE HARRY POTTER
Fonte: http://nyandabout.com/2014/12/por-dentro-do-beco-diagonal-weasleys-wizarding-wheezes- borgin-and-burkes-gringotts-ollivanders-leaky-cauldron-e-quality-quidditchsupplies.html acesso em 24 de Mai. 2015
As programações intermináveis e o entretenimento fazem os fãs e visitantes viverem um sonho real. Cada detalhe e os cenários permitem a ilusão de ser um bruxo enquanto estiver no local e a sensação é a mesma de se viver em um mundo mágico por um dia. O sucesso é tanto que hoje além do parque Temático em Orlando temos outros 2, um em Londres e outro no Japão, onde a lógica de funcionamento e as técnicas aplicadas para tratar o público são as mesmas do original.
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6. Considerações Finais Neste trabalho analisamos um projeto que era apenas um sonho de Joanne Kathleen Rowling que acabou se tornando um sucesso literário e de bilheteria. A narrativa de Harry Potter, que outrora fora rejeitada por editoras para uma primeira publicação, provavelmente, nos dias de hoje, seria disputada com vigor por essas mesmas empresas que adorariam ter seus nomes vinculados a marca do bruxinho. Acreditando no potencial do garoto que sobreviveu a aquele que não se deve ser nomeado, a chance real de sucesso surgiu quando a famosa produtora de filmes Warner Bros. resolveu investir na história que estava em ascensão no Reino unido e começava a ganhar o mundo. A cultura da convergência fala da transformação cultural que o consumidor sofre nos dias atuais. Ela aborda a produção e a apropriação de conteúdos complementares, de uma mesma trama, em plataformas diferentes. Com isso percebe-se a evolução da marca Harry Potter, com grande auxílio dos seus fãs, que de uma simples história literária transformou-se em um fenômeno transmidiático contemporâneo. Após analisar as plataformas nas quais ocorreram a estratégia de convergência, foi percebido que os fãs, desse que acabou se tornando um fenômeno midiático, participaram e colaboraram ativamente para o desenvolvimento da marca Harry Potter em cada uma das plataformas identificadas. Em tempos de cibercultura, os indivíduos se apropriam das tecnologias de comunicação e passam a produzir e a emitir as suas percepções, despertando um senso crítico cada vez mais apurado. Diante desse cenário, Rownling e seus colaboradores souberam utilizar a fórmula exata para transformar Harry Potter no grande sucesso que é hoje. Todo esse processo foi atribuído aos cuidados da autora JK em meio a transformação midiática dos livros para os filmes. Já nas outras plataformas tudo se tornou consequência disso. Durante essa transição teve-se cuidado para que Harry Potter mantivesse sua identidade, não perdendo a imagem lúdica adquirida por seus leitores antes mesmo do lançamento da marca como filme.
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Os canais impessoais foram fundamentais para a transição e a estruturação da marca nas novas plataformas. Isso fica evidente quando vemos as personagens de Rowling passarem a ter vida e rostos reais. Graças aos filmes produzidos pela Warner Bros. são introduzidos em televisores, jornais, cartazes, plataformas online e muitos outros meios, tudo aquilo que daria cara a gama de produtos posteriormente lançados pela marca. Com isso Harry Potter deixou de ser apenas um personagem de um livro e passou a ser um expoente que adaptou-se e soube retirar o melhor de cada plataforma. Tornou-se uma marca capaz de atender as 4 áreas básicas da percepção humana, sendo elas: física, funcional, emocional e espiritual. Criou tendências e afinidades que influenciam em vendas até a presente data, confirmando quando é dito que Harry Potter transmite atitude e estilo. Suas características oferecem uma ligação com o consumidor, que acaba se identificando com o bruxinho e os produtos que anuncia vinculados a história. Alguns pontos estratégicos abordados dentro da cibercultura, da convergência, da inteligência coletiva e da cultura participativa foram elementos usados com afinco na evolução da marca. Quando os fãs passam a gerar conteúdo e compartilhá-lo nas plataformas, a interação de uns com os outros e o compartilhamento de informação são grandes impulsores nessa evolução. Essas são características muito fortes em plataformas online que ganharam até mesmo o reconhecimento de J.K. As mídias online estimularam e adquiriram grande relevância nessa jornada, tanto que a própria autora reconheceu nelas o potencial de crescimento para a sua marca, criando um site que deixaria o universo de Harry Potter bem mais próximo de seus fãs. O emocional começou a ser trabalhado e a sensação de fazer parte de um mundo que antes era apenas fantasia ficou a cada dia mais latente. Os benefícios físicos e emocionais passaram a atravessar fronteiras e caminhar juntos em uma mesma estrada. Elementos que anteriormente eram apenas encontrados nos livros e nos filmes, como varinhas, animais encantados, roupas e comidas bruxas, hoje são tangíveis. A sensação de fazer parte pode ser mais aflorada quando tem-se a disponibilidade de adquirir itens proporcionados pela marca que somam sensações e sonhos ao público. Um exemplo disso são as varinhas encontradas no parque, itens capazes
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de simular magia e transmitir a sensação de realidade ao que antes era apenas ficção. O auge e o grande sucesso das estratégias de convergência bem aplicadas levaram a marca a ficar cada dia mais próxima do público. Hoje, a identidade bem definida e a transformação midiática bem feita podem ser encontradas nos parques temáticos de Harry Potter, que pode ser comparado a uma entrada para o universo narrativo dos filmes. Convergência é basicamente essa migração de uma plataforma para outra. Harry Potter transitou entre as mídias tendo como base uma estratégia competente e inovadora, e por isso, alcançou o sucesso, tornando-se um ícone pop que acompanhou e atravessou gerações.
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Apêndice
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APÊNDICE 1 MAPA DAS PLATAFORMAS ONDE A MARCA HARRY POTTER ESTÁ PRESENTE
Fonte: Criação da Autora
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APÊNDICE 2 MAPAS DAS PLATAFORMAS ANALISADAS NA ANALISE
Fonte: Criação da Autora
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