Análise da obra \"Paisagem nas montanhas\", de Rodrigo Brasil

ECA - USP Editoração André Saretto Análise da obra “Paisagem nas montanhas”, de Rodrigo Brasil A obra apresenta traços rígidos e expressivos. As cores utilizadas são fortes e impactantes e a disformidade, principalmente no que diz respeito aos elementos da natureza, é o primeiro e mais evidente aspecto a ser notado. Pode-se observar claramente a disproporcionalidade no quadro, notadamente o exemplo da vegetação em relação à casa. Quanto à casa, percebe-se que na visão em que se apresenta ao espectador, não apresenta os detalhes básicos de uma casa comum, como por exemplo portas e janelas; deduz-se que, em virtude da bela paisagem que se tem à disposição (o lago, ao fundo, tendo seus limites junto à montanha, que também proporciona uma bela visão, em especial com o efeito do pôrdo-sol, como é representado na pintura), as portas e janelas, foram colocadas na face da casa que confronta a bela vista dos fundos. A plantação à direita do quadro (possivelmente de milho ou cana), apresenta um efeito de disproporcionalidade, esta podendo ser entendida como um efeito de ângulo de visão e sobreposição de planos paralelos, dando a impressão de que a plantação referida tem dimenções muito maiores do que outros elementos do quadro, como a casa e a montanha. As árvores à esquerda apresentam uma deformidade, principalmente conforme a imagem vai se aprofundando. O pintor parece querer respeitar os limites de uma linha traçada, no caso a cerca, e realiza distorçõeas para que os elemento localizados no interior desta cerca não sejam vazados para além do limite. Também parece haver um limite ao fundo, onde a deformidade se acentua, como se o pintor tivesse a intenção de evitar o encobrimento das montanhas, como se possuísse algum tipo de admiração por elas, assim como pelo lago, que também foi preservado, talvez também em função da montanha, que recebe um efeito de cor graças à presença do lago, com seu tom de azul suave contrastando com a cor mais escura e forte da montanha. Nota-se também a intenção de destacar as montanhas pelo fato de existir uma área de vazio na região centro-inferior da obra, que faz com que não prendamos nossa atenção nessa região, de tons mais claros e comuns, e desviemos imediatamente nosso olhar para as montanhas na parte superior, emolduradas pelas vegetações nas laterais da pintura e realçadas no seu efeito de cor pela tonalidade do lago, assim como a do sol, que se põe ao fundo, ambos causando um efeito de contraste com a cor forte e vibrante das montanhas, tão enfatizadas pelo autor.