ANÁLISE DE REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO PARA O ESTUDO DO DIÁLOGO COM PARTES INTERESSADAS NA GESTÃO RESPONSÁVEL

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XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

ANÁLISE DE REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO PARA O ESTUDO DO DIÁLOGO COM PARTES INTERESSADAS NA GESTÃO RESPONSÁVEL. Rita de Cassia Monteiro Afonso (COPPE/UFRJ) [email protected] Arminda Eugenia Marques Campos (FEG/UNESP) [email protected] Roberto dos Santos Bartholo Junior (COPPE/UFRJ) [email protected]

Face às crescentes críticas relativas ao desempenho empresarial na colaboração com o desenvolvimento sustentável, o artigo discute em abordagem teórica a pertinência do uso da análise de redes sociais para estudo do diálogo entre empresa e stakeholders na responsabilidade social. Contextualiza o diálogo no âmbito do conceito da gestão responsável; analisa os desafios empresariais para a sustentabilidade e colaboração com o desenvolvimento sustentável; aborda a pertinência do uso do método análise de redes sociais para o estudo do diálogo entre empresas e sociedade na responsabilidade social. Palavras-chaves: gestão da responsabilidade social; análise de redes sociais; desenvolvimento sustentável e redes sociais.

1. Introdução Este artigo tem por objetivo explorar as potencialidades do uso de métodos de Análise de Redes Sociais no monitoramento das relações entre empresas e partes interessadas, em processos de responsabilidade social empresarial. Busca indentificar a pertinência do uso de tais métodos nesse campo de atuação e as possíveis contribuições de sua aplicação para obter uma visão mais acurada das relações entre empresas e seus interlocutores, bem como das dificuldades encontradas nesse processo. As informações aqui reunidas e discutidas foram obtidas por meio de pesquisa bibliográfica. A forte relação entre atividades produtivas e esgotamento de recursos fez surgir nas empresas, especialmente na última década, departamentos, funções e atividades ligadas à gestão da responsabilidade social, ou socioambiental, bem como uma variedade de ferramentas, normas, pactos e certificações da gestão responsável. Este fenômeno deve-se à idéia de que a gestão socialmente responsável operacionalizaria as estratégias empresariais em relação ao objetivo de colaborar com o desenvolvimento sustentável (BRUNDTLAND, 1998). A contribuição das empresas consistiria na adoção da sustentabilidade empresarial, que compreende criar, implantar, monitorar e dar transparência a ações de cunho social e ambiental, internas e externas, adicionais aos tradicionais esforços de busca por resultados econômicos. O somatório das ações da sustentabilidade de várias empresas colaboraria com o desenvolvimento sustentável como um todo (ELKINGTON, 2001). O movimento de responsabilidade social vem se popularizando, tendo-se transformado em discurso de inúmeras empresas, de diferentes portes. Nos termos da responsabilidade social empresarial, há um movimento de ampliação da atuação da empresa de internalista para externalista. Embora não haja consenso (PINTO & LEITÃO, 2006: 37-47), pode-se dizer que, de acordo com o paradigma do desenvolvimento econômico, os stakeholders são definidos segundo a lógica de mapeamento do core business, ou seja, identificando os atores que mais fortemente impactam (ou podem impactar) o negócio (acionistas, fornecedores, concorrentes e clientes, além de instâncias governamentais, em alguns setores regulamentados). Já no paradigma do desenvolvimento sustentável, com o qual a responsabilidade social empresarial deve estar alinhada, amplia-se o mapeamento para incluir os stakeholders que são impactados pelas atividades produtivas (grosso modo, meio ambiente, comunidades e gerações futuras), num movimento que supera a esfera imediata de interesse econômico formal e se dirige às comunidades locais e regionais. Essa ampliação significa, em tese, para as empresas, a necessidade de compreender uma diversificada gama de realidades e racionalidades, que extrapolam o ambiente formal organizacional e sua hierarquia. Nesta aproximação, defrontam-se valores, poderes e interesses, muitas vezes conflituosos. Em muitos casos, os resultados das ações conduzidas pelas organizações trazem respostas desfavoráveis aos contornos do desenvolvimento sustentável e às expectativas da sociedade, acabando por incitar críticas e gerar descrença. Há trinta anos, Illich já apontava para esta contradição afirmando que a sociedade (industrial) engendrara incapacidade e sofrimento em nome da eliminação da incapacidade e do sofrimento: A tese central que atravessa o meu trabalho (...) é que a maior parte da miséria produzida pelo homem – desde o sofrimento dos pacientes com câncer e a ignorância dos pobres até os grilhões urbanos, a

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escassez de moradia e a poluição do ar – era um subproduto das instituições da sociedade industrial originalmente destinadas a proteger o homem comum do ambiente, melhorar suas circunstâncias materiais e promover sua liberdade (ILLICH apud GARDELS, 1998: 92).

O sucesso empresarial, no paradigma vigente, continua a ser validado pelo desempenho econômico e financeiro, prescindindo, muitas vezes, até mesmo do cumprimento das determinações legais. O modelo hegemônico de poder e ideologia empresariais, ao que tudo indica, não se alinha com o desenvolvimento sustentável. Estudos recentes indicam que, a despeito do surgimento de ferramentas e instrumentos para colaborar com a gestão neste sentido, não mudamos ainda o panorama do desenvolvimento. As experiências demonstram que as ferramentas, normas e procedimentos podem ser utilizados exclusivamente numa perspectiva adaptativa. Além disso, embora se trate de um novo campo de conhecimento e de uma nova forma de atuação, sua implantação mantém as estruturas hierarquizadas típicas das organizacões empresariais. Isso impõe muitos limites e pode dificultar os fluxos de informação e comunicação requeridos pela relação de diálogo implícita no conceito de responsabilidade social empresarial. Conhecer melhor a forma como o diálogo entre empresas e sociedade vem se desenvolvendo na prática pode auxiliar a determinar em que medida a responsabilidade social vem se concretizando, de modo mais efetivo do que permite a análise dos indicadores divulgados pelas organizações. Estudar os diálogos em curso e, a partir daí, identificar pontos fracos e fortes, oportunidades e ameaças, pode possibilitar partir de relações existentes para modelar formas mais eficazes de estabelecê-las. Acreditamos que se justifique o teste de métodos e abordagens que melhor permitam realizar a observação e a crítica das práticas da responsabilidade social empresarial, de modo a vislumbrar caminhos para reduzir o gap hoje verificado entre discurso e prática. Um método interessante para observar a prática da responsabilidade social pode ser a análise de redes sociais, justamente por inverter a lógica de modelo a ser seguido, partindo, ao contrário, da realidade das relações, tentando entendê-las e tipificá-las a posteriori. 2. O conceito de responsabilidade social e o diálogo Muitos são os conceitos e revisões, formulados nos últimos anos na literatura temática a respeito do que venha a ser a gestão responsável. Vejamos os mais correntes no universo empresarial: ETHOS “...é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais” (ETHOS, 2010).

ABNT “... relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas visando o desenvolvimento sustentável” (ABNT , 2004:3).

ISO “A característica essencial da responsabilidade social é o desejo da organização de incorporar considerações socioambientais em seus processos decisórios e se responsabilizar pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento transparente e ético que contribua para o desenvolvimento sustentável, leve em conta os interesses das partes interessadas, esteja em

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conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento, que esteja integrado em toda a organização e seja praticado em suas relações” (ISO 26000, 2010:20).

Destacamos os conceitos dessas instituições porque foram tomados por consenso. O do Instituto Ethos de Responsabilidade Social e Empresas, por representantes empresariais; o da Associação Brasileira de Normas Técnicas, por participantes de grupos de trabalho na formulação da norma brasileira de responsabilidade social (ABNT NBR 16001: 2004); e o da International Organization for Standardization, por representantes de multistakeholders de 91 países membro na formulação da norma internacional (não certificável) de responsabilidade social empresarial. Além disto, estes são os conceitos que hoje mais fortemente orientam a prática da gestão responsável no Brasil: dois deles, por se tratarem de normas, e o do Ethos, por estar incorporado à maior parte das ferramentas e publicações de gestão nessa área. Os três conceitos reforçam aspectos em comum: comportamento ético e transparente; relação com todas as partes interessadas e contribuição com o desenvolvimento sustentável. 3. Os desafios empresariais para a colaboração com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável Não se percebem, na organização interna das empresas para encaminhar a gestão responsável (e, neste aspecto, tivemos muitas mudanças no cenário nacional durante a última década), mudanças significativas na lógica empresarial. Ainda que se trate de um novo contexto, a exigir novas posturas, novas formas de pensar e agir, novos arranjos institucionais, a racionalidade mantém-se a mesma. Pesquisas recentes corroboram a visão de que pouco mudou de fato quanto aos aspectos culturais hegemônicos da gestão na última década, período em que se desenvolveu mais fortemente a gestão responsável o Brasil. Pesquisa realizada pelo Ethos/IBOPE (2007) no Brasil, com as 500 maiores empresas, com ênfase nos indicadores de recursos humanos, aponta uma situação de grande desigualdade, apesar de avanços em relação à edição 2005, revelando nossas mazelas sociais. As mulheres ainda estão em menor número nas empresas e esta desigualdade cresce nos níveis hierárquicos superiores - são 24,6% nas gerências e 11,5% nos quadros executivos. Os negros também sofrem discriminação - 17% nas gerências e 3,5% nos cargos executivos, sendo que destes, 3% são pardos. Pessoas com deficiência também ocupam poucos postos nestas empresas sendo 0,38% nas gerências e 0,4% nos cargos executivos. Os funcionários mais antigos têm mais dificuldade de ascensão hierárquica e a situação se agrava nos quadros executivos, em que grande contingente - 23% - trabalha há até 2 anos na empresa. Segundo a mesma pesquisa, 39% dos presidentes dessas organizações, no entanto, afirma ser adequada a proporção de mulheres e negros nos quadros executivos. A pesquisa, de uma maneira geral demonstra a maior presença de homens brancos nos níveis hierárquicos empresariais superiores. Outro exemplo é a pesquisa realizada por Torres e Mansur (2008), que avalia a série histórica 2000/2005 dos balanços sociais modelo IBASE. Em 1997 apenas nove empresas entregaram seu balanço, contra 227 empresas no ano de 2005. Um crescimento significativo. Apesar disto, a média anual de investimentos em educação por funcionário decresceu de 79 mil para 24 mil reais no período em análise; investimentos em ações e projetos ambientais decresceram de 23 milhões para 20 milhões de reais. Cresceram os números de mulheres, negros e pessoas com deficiência empregados nessas empresas ao longo do período; no entanto, sua representação nas empresas mantém-se abaixo do esperado: 30,7% de mulheres, 14,9 % de negros e 2 % de pessoas com deficiência em 2005. O relatório conclui que “ainda existe um

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longo caminho a ser enfrentado pelas empresas para, concreta e objetivamente, transformar suas práticas internas e externas” (TORRES e MANSUR, 2008). Outro estudo (AFONSO, CAMPOS e BARTHOLO, 2009) analisou cinco anos de publicação de balanços sociais seguindo o modelo IBASE, por empresas de prestação de serviços do setor de telecomunicações, algumas das quais integrantes do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo). Esse estudo apontou vários aspectos em que seria preciso amadurecer. Entre esses aspectos estão o decréscimo do total de investimentos com recursos próprios na área cultural, de aproximadamente 58 milhões de reais em 2004 para 37 milhões em 2007; a utilização de grande número de trabalhadores terceirizados (em 2007 os terceirizados correspondiam a 147% do total de funcionários contratados diretamente); o baixo percentual de funcionários negros (6,3% em 2007). Artigos apresentados e discutidos no ENEGEP 2009 apresentam críticas semelhantes a essas (JESUS, 2009; VELLANI e ALBUQUERQUE, 2009; DIAS et al., 2009; CONCEIÇÃO, 2009; SIQUEIRA, 2009). A pesquisa por artigos publicados em periódicos estrangeiros também encontra exemplos desse tipo de constatação (WILBURN, 2009; ROLLOF, 2008; BONDY, 2008; JAMALI, 2007; BLOWFIELD, 2005; MATTEN, 2003; FRANKENTAL, 2001). Esses estudos indicam o quanto a existência de ferramentas e instrumentos para implementar a gestão responsável nas empresas pode ser inócua. A despeito do comportamento das empresas em relação às condutas esperadas pelas ferramentas de gestão responsável, vemos claramente que, no mínimo, há ainda muito por fazer nesta direção. Percebe-se que a atuação na linha socioambiental tem se revestido de um sentido econômicofinanceiro, vinculado a uma necessidade de posicionamento no mercado, por meio da diferenciação competitiva. Entretanto, em associação a essa necessidade, a discussão conceitual e as práticas de responsabilidade social têm - ou deveriam ter - potencial para inserir e desenvolver na esfera empresarial uma postura ética responsável, trazendo uma nova possibilidade para a atuação das organizações brasileiras, levando em conta o bem comum. As relações entre as organizações e a sociedade são dinâmicas, pois são dinâmicas as relações entre as pessoas. Portanto, uma atuação empresarial voltada para a responsabilidade social pressupõe abertura permanente e constante de canais de diálogo e de comunicação, não se constituindo apenas em estabelecer uma prioridade predefinida de comprometimento com grupos específicos. Essa atitude pressupõe a internalização de padrões de conduta que valorizem o ser humano, a sociedade e o meio ambiente, implicando na inserção de outros valores, como confiança, reciprocidade e solidariedade, atípicos do mundo dos negócios, caracterizado pela produtividade, pela competitividade e pela concorrência; mas comum à inerência das redes. Isso leva a crer que a análise de redes sociais pode ser incorporada ao estudo do diálogo na gestão responsável. Acreditamos que, em tese, para além das “caixinhas” organizacionais das quais fazem parte os atores empresariais da responsabilidade social e para além da formalidade empresarial, que toma como base as ferramentas, normas e relações hierárquicas, haja redes de confiança e amizade (LOMNITZ, 2001), nas quais estes atores poderiam se apoiar em suas decisões, subvertendo o modelo racional empresarial hegemônico. Em outras áreas da gestão e da produção não é novidade considerar a informalidade e as redes sociais para estudos (GUIMARÃES e MELO, 2005; MACEDO, 2006; DALMÁCIO et al. s/d; RADOMSKY e SCHNEIDER, 2007; FRANCO, 2008a). No caso da Engenharia de

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Produção, esse método já vem contribuindo para o estudo de questões contemporâneas (DELGADO, SANTOS e CORTÊS, 2009; BARROS e MACEDO, 2009; NETO e SACOMANO, 2003; PAULILLO, 2002). 4. A análise de redes sociais – ARS – possibilidade de abordagem da gestão responsável A ARS, também conhecida por SNA – Social Network Analisys – surge no contexto das ciências humanas por volta dos anos 1930 e nos anos 1960 se relaciona com o estudo da teoria dos gráficos (grafos). Nos anos 1970 passa a ser aplicada a vários campos do conhecimento, sobretudo na sociologia e antropologia, para mapear movimentos sociais (VALENTIM, 2008); na saúde pública, em estudos epidemiológicos; na ciência da informação; na economia, em mercados e economia de redes; na matemática aplicada, em otimização de algoritmos, entre outros (SILVA, 2006). Marteleto (2004), afirma que as conexões entre pessoas em redes são tão antigas quanto à humanidade, mas só recentemente foram percebidas como ferramenta organizacional capaz de olhar o sistema social a partir da participação de cada pessoa, reconhecendo tanto a independência, quanto a interdependência; reconhecendo ainda a condução a uma perspectiva global baseada na experiência pessoal. É como se as redes sempre tivessem existido e não conseguíssemos vê-las. Uma rede social consiste de um ou mais conjuntos finitos de atores e eventos e das relações estabelecidas entre eles e sua análise objetiva estuda a sociedade baseada na sociometria, na teoria dos grafos e na teoria geral dos sistemas. Seu foco é a observação de padrões que unem os elementos pesquisados, configurando atores, que são representados por “nós”, ligados entre si por interações sociais; estuda-se o sistema para entender como se comporta e como as relações influenciam o comportamento. O uso desta metodologia é crescente, sobretudo nas ultimas duas décadas, como demonstrado por Molina (2009), na Figura 1:

Figuras 1: Publicações e citações com o método ARS entre 1988 e 2007 Fonte: Molina, 2009

Para Baran (apud FRANCO, 2008b), a estrutura das redes está baseada numa tipificação simples, representada pelas redes centralizadas (com maior dificuldade de fluxo de comunicação, por isso, mais hierárquicas); pelas redes descentralizadas (com vários centros, onde a estrutura ainda é hierarquizada, porém menos que a primeira); e ainda pelas redes

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distribuídas (onde o fluxo de comunicação entre seus membros tem menor caminho percorrido, ou seja, elas não possuem centros), como demonstrado na Figura 2:

Figura 2: Tipos de redes Fonte: Baran (1964) apud Franco (2008b).

Partimos da idéia de que as relações existentes entre os indivíduos que compõem uma rede fazem parte do capital social de um grupo e, como tal, ajudam no desenvolvimento econômico e social, ou, dentro do contexto que ora discutimos, no estabelecimento de relações com grupos de stakeholders que colaborem efetivamente para a sustentabilidade. Na implantação da gestão responsável, o programado pode não ser exatamente o resultado da programação. Assim, as ferramentas de gestão (que, num certo sentido, pretendem-se “manuais” para as relações), mostram-se insuficientes para abarcar a dinâmica dos indivíduos num determinado grupo e contexto e é preciso entender cada grupo e seus componentes para que de fato se possa otimizar algum diálogo, como aponta Marteleto (2004:43): “A questão subjacente é que o todo é diferente das partes que o compõem, e as leis que governam o todo não podem ser compreendidas a partir de análise dos seus elementos isolados. Para que haja verdadeira compreensão dos fenômenos sociais, é necessário que se rompa com o antagonismo dos dois conceitos ou das duas interpretações. As pessoas vivem em redes de dependência, difíceis de serem rompidas. Essas redes são diferentes em cada sociedade. O modo como o indivíduo se comporta é determinado por suas relações passadas ou atuais com as outras pessoas. E a interdependência das funções humanas sujeita e molda, de forma profunda, o indivíduo”.

Segundo Wasserman e Faust (1994) o conceito de ator na ARS é flexível, permitindo diferentes níveis de agregação, podendo ser adaptada para diferentes problemas de pesquisa. O ator é a unidade social de estudo e pode ser circunscrito a um indivíduo, uma organização/instituição, ou um conjunto de unidades sociais. Gutiérrez e Villasante (2006) avançam na sugestão de que as redes possam ser estudadas a partir de uma temática e não mais de uma única perspectiva. Assim, dentro de uma mesma situação, pode-se mudar o objeto de pesquisa para uma referência temática, um tema do contexto, e diversos olhares sobre este mesmo tema. Desta forma, além das redes pessoais, importantes para o entendimento do problema, deve-se também analisar redes estruturais, como as estruturas

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formais, que atuam como suporte para os vínculos e relacionamentos e ainda, as redes ideológicas, ou seja, como estão vinculadas estas instituições que dão suporte aos vínculos da perspectiva ideológica. Esta possibilidade, em nossa avaliação, seria oportuna para a observação das redes de diálogo da responsabilidade social e permitiria que assumíssemos, desta forma, não só a complexidade que as redes de fato têm, como a realidade dos diálogos como são encaminhados pelas empresas e não só como deveriam ser, segundo as normas. Guimarães e Melo (2005) apontam que as redes podem ser identificadas desde a perspectiva formal ou informal. Esta abordagem possibilitaria que, a despeito da formalidade instruída pelos instrumentos de RS, a ARS desvelasse os papéis reais das pessoas nestes diálogos, que podem mostrar-se de maneira diferente do formal. As análises das redes compreendem dois tipos de interpretação. As qualitativas, realizadas visualmente por meio da observação dos grafos e a quantitativa, indicada para redes que possuem muitos nós, a ponto de prejudicar a visualização, gerando boas possibilidades de entendimento de dada situação. A análise quantitativa de grupos permite processar algumas medições como centralidade, densidade, reciprocidade e coesão (CROSS e PARKER, 2004; MOLINA, MUNÔZ e DOMENECH, 2002) e em relação as pessoais, intermediação, e centralidade como emissor ou receptor das relações de um dado grupo, facilitando ainda mais a compreensão da realidade de dada situação. Assim, parece-nos adequado que a ARS da relação entre empresa e algum grupo de stakeholder, tipifique, como em Cross e Parker (2004), vários tipos de relacionamento, com maior ou menor grau de confiança ou desconfiança; maior ou menor potencial para o compartilhamento de informações e comunicação e maior ou menor bem-estar e encorajamento entre atores. Os autores apontam ainda que a ARS pode identificar, por exemplo, quem tem informação necessária para a realização de determinado trabalho; de quem o indivíduo tem consciência sobre as competências e os conhecimentos; que pessoas o indivíduo desejaria se comunicar mais para desempenhar melhor o seu trabalho, levantando um elenco de informações importantes para o desempenho da RSE. Este descortinamento das relações, permitido pela potencial abrangência de análises diferentes do método, teria como intuito investigar, analisar, compreender e contribuir para o entendimento deste tipo de diálogo e de possíveis interferências de vínculos pessoais neste tipo de gestão, além das diferenças ideológicas entre estes atores e entre as estruturas às quais pertencem. O modelo aqui proposto considera que o maior ou menor êxito do resultado do diálogo nesta gestão pode ser explicado, pelo menos em grande parte, pelo estudo da interação entre os atores deste diálogo; mesmo supondo que os vínculos entre estes atores podem ter naturezas diferentes, terem sido construídos ao longo do tempo ou rápida e intencionalmente e em diferentes contextos, como em Marques (1999:2): “O pressuposto central da análise de redes sociais (...) é o de que o social é estruturado por inúmeras dessas redes de relacionamento pessoal e organizacional de diversas naturezas. A estrutura geral e as posições dos atores nessas redes moldam as suas ações e estratégias (constrangendo inclusive as alianças e confrontos possíveis), ajudam a construir as preferências, os projetos e as visões de mundo (já que esses “bens imateriais” também circulam e se encontram nas redes) e dão acesso diferenciado à recursos de poder dos mais variados tipos, que em inúmeros casos são veiculados pelas redes (desde status e prestígio até recursos mais facilmente mensuráveis, como dinheiro e informação)”.

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Estas relações dentro de uma rede são dinâmicas, reflexos de uma construção, da estrutura economico-ecológica, de lutas de ideologias e também de sentimentos e emoções (GUTIERRÉZ e VILLASANTE, 2006). Além disso, são influenciadas tanto pela vida cotidiana local, como, igualmente, pela globalização e todos estes aspectos devem ser considerados. Considerações finais Este artigo procurou destacar as potenciais contribuições do uso de métodos de análise de redes sociais, a fim de estabelecer uma base para estudos empíricos sobre casos reais utilizando esse tipo de método, que desejamos empreender. Esses estudos empíricos buscarão, sobretudo, investigar as culturas e ideologias presentes nos dois lados do diálogo, de maneira a poder subsidiar uma melhor compreensão do desenho das redes, fundamentais, em nossa visão, para o melhor desempenho do diálogo entre empresas e sociedade. A análise do mapeamento de redes presentes na interlocução entre empresas e comunidades externas, no âmbito de ações consideradas de gestão da responsabilidade social, poderá ajudar a explicitar e entender: a forma como se organizam as relações subjacentes aos contratos de patrocínio, apoio e investimento social privado das empresas nas comunidades; as lógicas e racionalidades envolvidas nessas relações; as diferenças estruturais e suas implicações na cultura de cada uma das partes envolvidas no diálogo; os modos como uma visão de mundo interfere na outra; a racionalidade e os interesses de cada uma das partes. Ao observar empiricamente os gestores de responsabilidade social na relação com as comunidades, poderemos verificar algumas premissas que norteiam nossa consideração sobre responsabilidade social. A primeira é de que os conflitos são inerentes a estas relações, uma vez que estão em jogo interesses e visões de mundo bastante distintos. A segunda é que a melhor ou pior resolução destes conflitos pode estar relacionada, por um lado, à capacidade que os atores tenham de “se colocar no lugar do outro” e entender a fonte dos conflitos pela perspectiva do outro e não apenas por sua própria (RORTY, 2007), à capacidade de dialogar com o outro livre de preconceitos (BUBER, 2001) e, por outro lado, à lógica empresarial e a forma de por ela navegar para incorporar os anseios sociais à gestão. A terceira premissa é a de que essas posturas podem, ou não, ser facilitadas pelo lugar que estes atores ocupam numa rede de relações sociais. Ou seja, quanto mais relações e exercícios de vivência da diferença tenham, mais facilmente conseguirão encaminhar ou superar conflitos e divergências. A quarta é a de que explicitar, trazer à luz e analisar as redes de relações sociais destes gestores pode ajudar a compreender um caminho para que esta relação se torne ética e transparente, menos mediada por instrumentos, que muitas vezes não garantem o estabelecimento de relações reais ou de consensos. A responsabilidade social empresarial pode trazer benefícios para a gestão empresarial e para o desenvolvimento sustentável. Numa perspectiva otimista, podemos ter como resultados a gestão colaborativa com o desenvolvimento social em que, em última instância, a ética passa a estabelecer os limites de atuação da empresa. Algumas das possíveis consequências das trocas realizadas com comunidades com quem mantenham diálogo seriam: a sensibilização dos atores empresariais para questões até então irrelevantes para os resultados econômicos e mesmo uma certa democratização de decisões, antes circunscritas a alguns ambientes hierarquicamente superiores; satisfação de necessidades sócio-econômicas; crescimento de serviços voluntários; redução de ações que degradem o meio natural; maior apoio da mídia para ações sociais; maior sensibilização das pessoas para as dificuldades estabelecidas pelas

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diferenças sociais; melhoria na educação; desenvolvimento de comunidades externas à empresa; geração de trabalho e renda; bem estar e educação de funcionários e melhoria no ambiente de trabalho; comunicação mais transparente, por meio de publicações de balanços sociais e decisões compartilhadas; reconhecimento destas atitudes por parte dos consumidores, gerando reforço de marca e imagem para a empresa. Referências Bibliográficas ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Responsabilidade social – Sistema de gestão – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. AFONSO, R.C.M; CAMPOS, Arminda Eugenia e BARTHOLO, Roberto. Balanço Social das Empresas de Telecomunicações no Brasil de 2003 a 2007: do investimento social privado à gestão da responsabilidade social. In: XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Salvador: ENEGEP, 2009. BARAN, Paul. “On distributed communications: Introduction to distributed communications networks” in Memorandum RM-3420-PR, August 1964. Santa Mônica: The Rand Corporation, 1964. BARROS, Raquel Andrade; MACEDO, Nívea Marcela M. A Contribuição da Análise de Redes Sociais para a Disseminação da Informação no Contexto da Gestão do Conhecimento: um estudo de caso em uma indústria de confecções em Campina Grande – PB. In: XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Salvador: ENEGEP, 2009. BLOWFIELD, Michael. Corporate Social Responsibility: The Failing Discipline and Why it Matters for International Relations. International Relations. London: Vol 19(2): 173 -191, 2005. BONDY, Krista. The Paradox of Power in CSR: A Case Study on Implementation. Journal of Business Ethics. Netherlands. Springer: 82:307–323 2008. BRUNDTLAND. G.. Nosso Futuro Comum: em busca do desenvolvimento sustentável. Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1988. BUBER, Martin. Eu e Tu. 8 ed. São Paulo: Editora Centauro, 2001. CONCEIÇÃO, Tiago de Oliveira; et al.. Responsabilidade Social Corporativa na Ótica dos Funcionários de uma Rede de Supermercados. In: XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Salvador: ENEGEP, 2009. CROSS, R.; PARKER, A. The Hidden Power of Social Network: understanding how work really gets done in organization. 1 ed. Boston, Massachusets: Harvard Business School Press, 2004. DALMÁCIO, Flávia Zóboli; et al.. A Influência das Informações Formais e Informais no Processo Decisório: Uma abordagem comportamental da gestão. In: VIII Congresso de contabilidad de costos y de gestión. Universidad Nacional del Nordeste. Chaco: s/d. Disponível em http://eco.unne.edu.ar/contabilidad/costos/VIIIcongreso/242.doc Consultado em setembro de 2009. DELGADO, Sven Schafers; SANTOS, Selma Regina Simões e CORTÊS; Mauro Rocha. Mapeamento da Rede Egocêntrica de uma Empresa Automobilística e seus Fornecedores, através da análise de Redes Sociais: aspectos de cooperação, de confiança de centralidade e de poder. In: XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Salvador: ENEGEP, 2009. DIAS, Roberta Atherton Magalhães Dias, et al. Gestão da Produção e Voluntariado Empresarial: desafios da estratégia corporativa. In: XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Salvador: ENEGEP, 2009. ELKINGTON, J. Canibais de garfo e faca. Rio de Janeiro: Makron, 2001. ETHOS – INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas. São Paulo: Ethos/IBOPE, 2007. ETHOS – INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. O que é RSE. Disponível em http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx. Consultado em abril de 2010. FRANCO, Augusto de. Escola de Redes. Tudo o que é sustentável tem o padrão de redes: sustentabilidade empresarial e responsabilidade corporativa no século 21. Curitiba: Arca, Sociedade do Conhecimento, 2008a.

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