Análise de textos de comunicação.

June 4, 2017 | Autor: Flora Dutra | Categoria: Dominique Maingueneau
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Universidade Federal de Santa Maria
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática


Flora Ardenghi Dutra


Resenha: Análise de textos de comunicação
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. Cortez Editora, - São Paulo, 2001.

O primeiro capítulo do livro direciona a compreensão entre sentido e contexto. No primeiro momento referimos que o enunciador constrói um significado contendo uma interpretação indeterminada, já que a pessoa que interpreta o enunciado reconstrói as representações no enunciador. Esse processo assimétrico torna-se diferente do pragmático à medida que o enunciado constitui uma interdição, sem o valor verbal, ele representa um valor intuído em certa relação com o destinatário.
Dentro das marcas lingüistas vale ressaltar que o verbo no infinitivo pode representar um desejo, uma ordem podendo ser interpretado como um conselho muitas vezes, já que em outras ocasiões, as frases podem ser portadoras de marcas de tempo e de pessoa encontrando-se inseridas em unidades amplas dos textos. No contexto dos textos que pode não ser necessariamente um ambiente físico, podemos encontrar três fontes de informação: o ambiente físico da enunciação, ou contexto situacional, o contexto e os saberes anteriores à enunciação. Dentro dos procedimentos pragmáticos, uma interpretação derivada percebe outro objetivo no qual uma simples palavra como 'mas' pode se tornar um argumento menos forte argumento em favor de ou for contraditório. Trata-se no destinatário um procedimento de interpretação que exige uma análise de contexto e não apenas uma interpretação semântica.
Capítulo dois do livro "Análise de textos de Comunicação" as leis do discurso, fica claro que um conjunto de normas é necessário para construir uma interpretação, o que foi produzido com a intenção de dizer algo não está no enunciado, mas na condição para uma interpretação. As leis do discurso não são normas de uma convenção, mas regras que desempenham um papel no processo de interpretação. O leitor toma posições diante do enunciado que pode ser uma proposição implícita denominada implicatura. Dentro das principais leis podemos destacar a lei da pertinência em que a enunciação deve estar ligada ao contexto em que acontece; lei da sinceridade que liga o engajamento do enunciador na hora da fala; lei da informatividade que deve fornecer informações novas ao destinatário; lei da exaustividade que não deve esconder informações importantes e por último, a lei da modalidade que emite clareza e economia na formulação do enunciado.
No capítulo três "Diversas Competências" podemos apontar as quatro principais: competência enciclopédica; competência genérica, interação das competências e leitor-modelo e saber enciclopédico. Para haver uma competência lingüística, é preciso "dispor de um número considerável de conhecimentos sobre o mundo, uma competência enciclopédica" (p.41). É na competência enciclopédica que vemos o saber de cada um em sua forma de interpretação relacionado a sociedade em que vive. Na competência genérica o leitor, acumulando conhecimentos ao longo da trajetória de vida, é capaz de identificar e ter um comportamento adequado desempenhando vários tipos de papéis em suas formas de interpretação. Na interação das competências se relaciona com as formas do conhecimento e não na ordem que elas se apresentam, nessa interação que surge a interpretação.
O capítulo quatro "Discurso, enunciado, texto" apresenta a distinção entre discurso e narrativa. Podendo ser um variante no que se refere a atividade verbal, o discurso modifica a maneira de conceber a linguagem, mobilizando estruturas de uma ordem da frase ou construído com efeito em função de uma finalidade direta. O discurso tanto interativo que apresenta a troca do Eu-Você ou como forma de ação que problematiza os atos de linguagem pode ser contextualizado através de uma contribuição em definir o próprio contexto assumido pelo sujeito concebido nas leis do discurso e na atividade verbal.

É no capítulo cinco "tipos e gêneros de discurso" que o autor apresenta categorias de tipologias comunicacionais e suas funções da linguagem e funções sociais; as tipologias de situações de comunicação e seu gênero de discurso e tipos dentro de outras classificações como lugar institucional ou natureza ideológica; as tipologias lingüísticas e discursivas e a utilidade dos gêneros e discursos. Já os gêneros, difíceis de serem concebidos pela problemática da linguagem, obedecem a um modelo definido e estabelecido, se tratando de atividades sociais submetidas a condições de êxito.




Flora Dutra é mestranda em Comunicação Midiática pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do Grupo "Pesquisa em mídias, recepção e consumo cultural". Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) - [email protected].



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