Análise preliminar dos contextos da Antiguidade Tardia do sítio Torre Velha 3 (Barragem da Laje-Serpa)

September 4, 2017 | Autor: Susana Estrela | Categoria: Archaeology
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Descrição do Produto

4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA O Plano de Rega (2002-2010)

MEMÓRIAS d’ODIANA 2.ª Série Estudos Arqueológicos do Alqueva

FICHA TÉCNICA MEMÓRIAS d’ODIANA - 2.ª Série TÍTULO

4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA O Plano de Rega (2002 – 2010) EDIÇÃO

EDIA - Empresa de desenvolvimento e infra-estruturas do Alqueva DRCALEN - Direcção Regional de Cultura do Alentejo COORDENAÇÃO EDITORIAL

António Carlos Silva Frederico Tátá Regala Miguel Martinho DESIGN GRÁFICO

Luisa Castelo dos Reis / VMCdesign PRODUÇÃO GRÁFICA, IMPRESSÃO E ACABAMENTO

VMCdesign / Ligação Visual TIRAGEM

500 exemplares ISBN

978-989-98805-7-3 DEPÓSITO LEGAL

356 090/13

Memórias d’Odiana • 2ª série

FINANCIAMENTO

EDIA - Empresa de desenvolvimento e infra-estruturas do Alqueva INALENTEJO QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional Évora, 2014

ÍNDICE 9

INTRODUÇÃO

11

PROGRAMA

15

LISTAGEM DOS PÓSTERES APRESENTADOS

17

CONFERÊNCIAS

19

“Alqueva – Quatro Encontros de Arqueologia depois...”. António Carlos Silva

34

“O património cultural no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva: caracterizar, avaliar, minimizar, valorizar …”. Miguel Martinho

45

“O Acompanhamento no terreno do Projecto EFMA na área da Extensão de Castro Verde do IGESPAR”. Samuel Melro, Manuela de Deus

53

COMUNICAÇÕES

55

“Um mundo em negativo: fossos, fossas e hipogeus entre o Neolítico Final e a Idade do Bronze na margem esquerda do Guadiana (Brinches, Serpa)”. António Carlos Valera, Ricardo Godinho, Ever Calvo, F. Javier Moro Berraquero, Victor Filipe e Helena Santos

74

“Intervenção arqueológica em Porto Torrão, Ferreira do Alentejo (2008-2010): resultados preliminares e programa de estudos”. Raquel Santos, Paulo Rebelo, Nuno Neto, Ana Vieira, João Rebuje, Filipa Rodrigues, António Faustino Carvalho

83

“Contextos funerários na periferia do Porto Torrão: Cardim 6 e Carrascal 2”. António Carlos Valera, Helena Santos, Margarida Figueiredo e Raquel Granja

96

“Intervenção Arqueológica no sítio de Alto de Brinches 3 (Reservatório Serpa – Norte): Resultados Preliminares”. Catarina Alves, Susana Estrela, Eduardo Porfírio, Miguel Serra

103

“Caracterização preliminar da ocupação pré-histórica da Torre Velha 3 (Barragem da Laje, Serpa)”. Catarina Alves, Catarina Costeira, Susana Estrela, Eduardo Porfírio, Miguel Serra, António M. Monge Soares, Marta Moreno-Garcia

112

“Questões e problemas suscitados pela intervenção no Casarão da Mesquita 4 (S. Manços, Évora): da análise intra-sítio à integração e comparação regional”. Susana Nunes, Miguel Almeida, Maria Teresa Ferreira, Lília Basílio

119

“Um habitat em fossas da Idade do Ferro em Casa Branca 11, na freguesia de Santa Maria, concelho de Serpa”. Susana Rodrigues Cosme

125

“Poço da Gontinha 1 (Ferreira do Alentejo): resultados preliminares”. Margarida Figueiredo

132

“Currais 5 (S. Manços, Évora): diacronia e diversidade no registo arqueoestratigráfico”. Susana Nunes,; Mónica Corga, Miguel Almeida, Lília Basílio ÍNDICE

Memórias d’Odiana • 2ª série

5

Memórias d’Odiana • 2ª série

6

137

“A villa romana do Monte da Salsa (Brinches, Serpa): uma aproximação à sua sequência ocupacional”. Javier Larrazabal Galarza

145

“Dados para a compreensão da diacronia e diversidade do registo arqueológico na villa romana de Santa Maria”. Mónica Corga, Maria João Neves, Gina Dias, Catarina Mendes

155

“A pars rústica da villa da Insuínha 2, freguesia de Pedrógão, concelho da Vidigueira”. Susana Rodrigues Cosme

162

“A villa da Herdade dos Alfares (São Matias, Beja) no contexto do povoamento romano rural do interior Alentejano”. Mónica Corga, Miguel Almeida, Gina Dias, Catarina Mendes

171

“A necrópole de incineração romana da Herdade do Vale 6, freguesia e concelho de Cuba”. Susana Rodrigues Cosme

178

“Necrópole romana do Monte do Outeiro (Cuba)”. Helena Barranhão

185

“O conjunto sepulcral do Monte da Loja (Serpa, Beja)”. Sónia Cravo e Marina Lourenço

191

“O sítio de São Faraústo na transição da Época Romana para o Período Alto-Medieval, freguesia de Oriola, concelho de Portel”. Susana Rodrigues Cosme

197

“O sítio romano da Torre Velha 1. Trabalhos de 2008-09 (Barragem da Laje, Serpa)”. Adriaan De Man, Eduardo Porfírio, Miguel Serra

203

“Análise preliminar dos contextos da Antiguidade Tardia do sitio Torre Velha 3 (Barragem da Laje - Serpa)”. Catarina Alves, Catarina Costeira, Susana Estrela, Eduardo Porfírio, Miguel Serra

212

“A Necrópole de São Matias, freguesia de São Matias, concelho de Beja”. Susana Rodrigues Cosme

219

“Xancra II (Cuba, Beja): resultados preliminares da necrópole islâmica”. Sandra Brazuna, Ricardo Godinho

225

“Funchais 6 (Beringel, Beja) – resultados preliminares”. Manuela Dias Coelho, Sandra Brazuna

231

PÓSTERES

233

“Primeiros resultados da intervenção arqueológica no sítio Torre Velha 7 (Barragem da Laje - Serpa)”. Adriaan De Man, André Gregório, Eduardo Porfírio, Miguel Serra

237

“A Torre Velha 3 (Serpa) no espaço geográfico. Uma abordagem morfológica de um “sítio” arqueológico”. Miguel Costa, Eduardo Porfírio, Miguel Serra

242

“O contributo da Antropologia para o conhecimento das práticas funerárias pré e proto -históricas do sítio de Monte da Cabida 3 (São Manços, Évora)”. Maria Teresa Ferreira

246

“Villa Romana da Mesquita do Morgado (S. Manços, Évora): considerações acerca das práticas funerárias”. Maria Teresa Ferreira

ÍNDICE

“Monte da Palheta (Cuba, Beja): dados para a caracterização arqueológica e integração do sítio à escala regional”. Mónica Corga, Gina Dias

256

“Aldeia do Grilo (Serpa): contributos para o estudo do povoamento romano na margem esquerda do Guadiana”. Carlos Ferreira, Mónica Corga, Gina Dias, Catarina Mendes

261

“Resultados preliminares de uma intervenção realizada no sítio Parreirinha 4 (Serpa)”. Carlos Ferreira, Susana Nunes, Lília Basílio

267

“Depósitos cinerários em Alpendres de Lagares 3”. Maria Teresa Ferreira, Mónica Corga, Marta Furtado

271

“Workshop Dryas’09: Estruturas negativas da Pré e Proto-história peninsulares – estado actual dos nossos conhecimentos... e interrogações”. Miguel Almeida, Susana Nunes, Maria João Neves, Maria Teresa Ferreira

276

“Intervenção arqueológica na Horta dos Quarteirões 1, Brinches, Serpa”. Helena Santos

280

“A Intervenção Arqueológica no Monte das Covas 3 (S. Matias, Beja): Os contextos romanos de época republicana”. Lúcia Miguel

284

“O Sítio do Neolítico antigo da Malhada da Orada 2 (Serpa): resultados preliminares”. Ângela Guilherme Ferreira

289

“Intervenção arqueológica nas necrópoles do Monte da Pecena 1 e Cabida da Raposa 2”. Andrea Martins, Gonçalo Lopes, Marisa Cardoso

7

ÍNDICE

Memórias d’Odiana • 2ª série

250

“ANÁLISE PRELIMINAR DOS CONTEXTOS DA ANTIGUIDADE TARDIA DO SITIO TORRE VELHA 3 (BARRAGEM DA LAJE - SERPA)”.107 CATARINA ALVES108, CATARINA COSTEIRA109, SUSANA ESTRELA110, EDUARDO PORFÍRIO111, MIGUEL SERRA112 Resumo O sítio de Torre Velha 3 foi intervencionado pela Palimpsesto – Estudo e Preservação do Património Cultural Lda. no âmbito do projecto de Minimização de Impactes sobre o Património Cultural decorrentes da Construção da Barragem da Laje (Serpa), da responsabilidade da EDIA SA ocupação da Antiguidade Tardia é constituída por um extenso conjunto de quase três centenas de estruturas de carácter habitacional e funerário, negativas e positivas, de diversas tipologias, concentradas em três núcleos. Os dados apresentados revestem-se de um carácter preliminar, no entanto, é já possível verificar que este local terá funcionado em estreita articulação com os sítios Torre Velha 1 e Torre Velha 7. A compreensão total destas ocupações só poderá concretizar-se num estudo integrado de todo o vale do Barranco da Laje.

Abstract The archaeological excavation of Torre Velha 3 was carried out by Palimpsesto – Estudo e Preservação do Património Cultural Lda. under the project Minimização de Impactes sobre o Património Cultural decorrentes da Construção da Barragem da Laje (Serpa), EDIA SA The occupation dated from Late Antiquity consists in a large set of almost 300 structures with habitacional and funerary contexts of various types, concentrated on three areas. The data presented here are still preliminary, however, we can point out that this site will have worked in close relationship with Torre Velha 1 and Torre Velha 7. A full understanding of these occupations can only be realized in an integrated study of the whole Laje’s valley.

1. Introdução O sítio de Torre Velha 3 foi intervencionado no âmbito do projecto Minimização de Impactes sobre o Património Cultural decorrentes da Construção da Barragem da Laje (Serpa), cujo dono de obra é a EDIA SA. Os trabalhos de escavação foram adjudicados à empresa de arqueologia Palimpsesto – Estudo e Preservação do Património Cultural Lda. e decorreram em duas fases, a primeira com sondagens de diagnóstico e a segunda, em área e após uma decapagem da zona efectuada no decorrer do acompanhamento arqueológico da obra, a cargo da empresa Empatia, Lda. Os trabalhos arqueológicos contaram com a colaboração do Laboratório de Antropologia da Universidade de Évora e da empresa Styx, Lda., no âmbito da exumação dos restos osteológicos humanos detectados. Os materiais metálicos encontram-se actualmente a ser estudados pela equipa do Doutor Monge Soares (Campus Tecnológico e Nuclear, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa). A área intervencionada situa-se na Herdade da Torre Velha, freguesia de São Salvador, concelho de Serpa e distrito de Beja e ocupa uma elevação suave, ligeiramente mais acentuada pelos lados Norte e Oeste, sendo delimitada a Nascente e a Norte pela Ribeira da Laje, afluente da Ribeira do Enxoé (Figura 1).

107

COMUNICAÇÕES

203

Memórias d’Odiana • 2ª série

Este artigo foi preparado para publicação em Fevereiro de 2010, tendo conhecido uma actualização pontual em Novembro GH  (QWUH XPD H RXWUD GDWDV IRUDP HODERUDGRV RXWURV HVWXGRV SDUD GHWHUPLQDGRV DVSHFWRV GD RFXSDomR WDUGRDQWLJD de Torre Velha 3, entretanto publicados (ALVES et alii, 2013). Os dados e as leituras aqui reproduzidos deverão por estas razões ser lidos à luz da sua data de elaboração. 108 UNIARQ 109 UNIARQ 110 Independent Researcher 111 Palimpsesto, Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda. Apartado 4078, 3031 – 901 Coimbra, Portugal. [email protected] 112 Palimpsesto, Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda.

(VWUXWXUDVWDUGRDQWLJDV A ocupação tardo-antiga de Torre Velha 3 materializou-se na identificação de um extenso conjunto de quase três centenas de estruturas negativas e positivas, de diversas tipologias e concentradas em três núcleos na área intervencionada, num universo de 589 realidades construtivas registadas.

2.1. Estruturas negativas

Memórias d’Odiana • 2ª série

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O grupo de estruturas negativas escavadas no substrato geológico com função primária destinada à armazenagem de produtos agrícolas e com reutilização enquanto lixeira ou simplesmente inutilizadas pelo entulhamento indiferenciado é, sem dúvida, o que possui maior representatividade no sítio de Torre Velha 3, com 143 registos. Ao nível das morfologias predominam os perfis em “U” com potência estratigráfica conservada entre os 100 e os 200 cm. Quanto às interfaces abertas no substrato geológico e revestidas por grandes recipientes cerâmicos (talhas/dolia) apenas foram identificados três registos. )LJXUD²/HYDQWDPHQWRWRSRJUiÀFRGDiUHDGDLQWHUYHQomR com a implantação dos contextos arqueológicos da Antiguidade Tardia. Relativamente à utilização funerária do sítio (ALVES et alii, 2013) foi possível identificar inumações simples no interior de sete fossas; cinco em covachos rectangulares de topos arredondados - com dois casos onde existiram reduções de esqueletos, e seis com cobertura pétrea e/ou cerâmica (Figura 2). Registaram-se, ainda, cinco sepulturas que, pela utilização de lateres ou pedras, algumas referentes a reutilizações de elementos arquitectónicos, formam caixas113 (Figura 3). A atribuição de uma cronologia tardo-antiga para estas evidências advém não só da observação simples de que em nenhum caso se observou espólio associado, não obstante o bom grau de conservação das estruturas rectangulares, como, e principalmente, da leitura que a estratigrafia e os materiais saídos das fossas (e dos silos e dos silos/fossas) permitiram. Como se sabe, à medida que o Baixo-Império avança e conforme se atravessam os tempos até à presença islâmica no Sul do actual território português, a tendência é a de sepultar cada vez menos material com os defuntos, muitas vezes fazendo-se acompanhar apenas dos elementos que compõem o seu vestuário. No que diz respeito às orientações das sepulturas (estruturadas ou não), observa-se em Torre Velha 3 a ausência de um padrão único. Outro factor importante Figura 2 – Exemplo de enter Figura 3 – Exemplo de sepultura e relacionado com o anterior, é o da proximidade esparamento humano em covacho do tipo caixa com reutilização sepulcral de morfologia rectangu de lateres, pedra e elementos cial entre sepulturas com a mesma orientação, verificalar com topos arredondados. arquitectónicos reutilizados. da na área afecta à torre de controlo da construção da

113 'HFURQRORJLDPDLVUHFHQWHPHGLHYDOLVOkPLFDIRUDPUHJLVWDGRVFDWRU]HFRQWH[WRVIXQHUiULRVPDLRULWDULDPHQWHFRQVWLWXtGRV por covachos simples abertos no substrato geológico.

COMUNICAÇÕES

Barragem da Laje. Parece poder assumir-se que as sepulturas com a mesma orientação e próximas deverão pertencer a uma mesma família ou geração, como alguns investigadores sugerem (CUNHA, 2004, p. 52). Quanto à posição dos esqueletos, verifica-se que nas sepulturas estruturadas com elementos de construção, a totalidade do conjunto apresenta os indivíduos inumados em decúbito dorsal e nas restantes os enterramentos são efectuados maioritariamente em decúbito lateral direito. Nas fossas os indivíduos encontram-se em diversas posições, embora se possa falar numa predominância do decúbito dorsal. Por outro lado, a sequência estratigráfica de Torre Velha 3, através da identificação de toda uma outra série de estruturas permitiu descomplexar, pelo menos parcialmente, a leitura dos momentos de posterioridade e de anterioridade de um tipo de estruturas negativas em relação às outras.

2.2. Estruturas positivas As estruturas positivas verticais e horizontais que definiam o Ambiente II permitiram averiguar a existência de um episódio de abandono ocorrido algures na Antiguidade Tardia. Sob este ambiente foi identificada nova interface de destruição, desta vez ligada à própria definição daquele espaço, ou, pelo menos, de um momento de construção intermédio. Este espaço deverá ter funcionado como uma pequena habitação ou oficina (Figura 4). O Ambiente I, por seu lado, formava-se a partir da construção de um recinto rectangular fechado, orientava-se no sentido Noroeste – Sudeste e era desenhado por quatro muros com restos de argamassa que revestiam o interior do espaço. Foi identificado um momento de utilização, com um piso em opus signinum. O acesso a este espaço deveria ser feito pelo topo. Estes descritores levam-nos a pensar tratar-se de um tanque ou mesmo de um local de prensagem (Figura 5).

Figura 4 – Pormenor da arquitectura do ambiente II.

Figura 5 – Pormenor da arquitectura do ambiente I.

(VSyOLRWDUGRDQWLJR114

114

Agradecemos ao Professor Doutor Carlos Fabião, à Dra. Ana Cristina Ramos e ao Doutorando Rui de Almeida pelo auxílio QDFODVVLÀFDomRGHDOJXQVGRVPDWHULDLVDUTXHROyJLFRVDSUHVHQWDGRV

COMUNICAÇÕES

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Memórias d’Odiana • 2ª série

O conjunto artefactual tardo-antigo de Torre Velha 3, vasto em tipos e formas, encontra-se ainda num estado muito incipiente de estudo. Pretendemos, neste momento, fazer apenas um pequeno apontamento dos principais elementos datantes, por si só suficientemente aliciante em termos de respostas fornecidas e, ao mesmo tempo, das questões que nos colocam. Assim, iremos mencionar a terra sigillata, as ânforas e os artefactos metálicos numismáticos e de adorno.

3.1. A terra sigillata

Memórias d’Odiana • 2ª série

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A produção de terra sigillata mais frequente em Torre Velha 3 é a foceense, em formas correspondentes a pratos, todos com decoração em guilloché. Predomina a forma 3 de Hayes (PY, 1993, p. 502-503), a forma mais representada nos sítios do actual território português (VIEGAS, 2003, p. 205) (Figura 6a). Existem ainda exemplares de terra sigillata Clara D, todos com formas indefinidas mas com decoração estampada nos fundos. Esta decoração funciona como um excelente indicador cronológico destas produções norte-africanas, datadas entre os séculos IV a VI (VIEGAS, 2003, p. 166) (Figura 6b). Os exemplares de Torre Velha 3 inscrevem-se nas duas primeiras fases evolutivas desta cerâmica: uma inicial com a aplicação de motivos florais e geométricos combinados em diversas composições radiais e que se inicia nas primeiras décadas do século IV, prolongando-se até meados do século seguinte e uma segunda fase, com alterações no reportório dos motivos usados nas estampilhas, com animais (sobretudo pássaros) e símbolos cristãos (como os peixes). Esta fase encontra-se compreendida entre meados do século V e inícios do século VI (HAYES, 1972, passim). Os fragmentos oscilam, em termos cronológicos, entre 460 e 475 e entre 470-500, apontando um momento de enchimento das estrutuFigura 6a – Fragmentos de terra sigillata foceense. ras negativas onde foram encontrados, de pelo menos, a década de 60 )RWRJUDÀDV5XL&OHPHQWH PRGLÀFDGR  Figura 6b – Fragmento de terra sigillata Clara D, do século V. com estampilhado de um símbolo cristão (peixe) Por fim, com apenas uma ocorrência, surge um fragmento de exumado no depósito [1121]. bordo de terra sigillata hispânica da forma Dragendorff 35/36, com )RWRJUDÀDV5XL&OHPHQWH PRGLÀFDGR  decoração a folha de água, datada entre os séculos. III e IV d.C. Estas cerâmicas encontravam-se maioritariamente em estruturas negativas do tipo silo/fossa. Dois casos, porém, chamam a atenção pelo facto de terem sido identificados nos depósitos de enchimento de estruturas negativas onde foram realizadas inumações humanas e animais e que designámos por fossas. Estão nesta situação um fragmento de um fundo de Clara D e o fragmento de bordo de terra sigillata hispânica. Ambos se encontram nos depósitos mais recentes destas estruturas funerárias, e por isso sem qualquer tipo de associação com os enterramentos. A distinção, no entanto, para além da morfológica (e, portanto, cronológica) daquelas produções cerâmicas, passa pela evidência de que na fossa da terra sigillata hispânica Dragendorff 35/36 (dos sécs. III-IV) se ter identificado um enterramento de um canídeo e de, na fossa da Clara D datada de entre os sécs. IV e V se ter encontrado um esqueleto humano, masculino, cuja idade à morte foi avaliada pela equipa de Antropologia entre os 30 e os 40 anos (FERREIRA, 2009, p. 52). Este facto poderá ser expressivo de uma afinação cronológica destes enterramentos - ou, ao menos, dos depósitos que lhes são sobrejacentes - dado que poderão dar sinais de uma possível sequência. A terra sigillata foceense encontrada em Torre Velha 3 vem acrescentar mais um ponto no mapa da dispersão desta cerâmica e corroborar a sua presença em locais do interior, o que coloca diversas questões, não só do que caracteriza em termos artefactuais o período tardo-antigo mas, sobretudo, questões relacionadas com a visão errada de uma “idade das trevas” e de ruptura com os circuitos comerciais do mundo romano nos momentos posteriores ao colapso do império do Ocidente. Só para mencionar alguns exemplos, esta cerâmica aparece nas cidades de Sirpens (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997), Myrtilis (DELGADO, 1992; FERNANDES, 2012 e 2013) e de Pax Iulia (LOPES, 2003; FERNANDES, 2012, p. 114), na villa de Represas, Beja (LOPES, 1994) e nas villae do Monte da Cegonha (ALFENIM e LOPES, 1994) e de S. Cucufate (ALARCÃO, ÉTIENNE e MAYET, 1990, p. 39-50), no actual concelho da Vidigueira. A sua redistribuição deveria ser feita a partir da capital Pax Iulia, sede de episcopado desde o séc. VI e antiga sede, até ao séc. III, do conventus da Lusitânia. A esta cidade afluíam por via terrestre e muito possivelmente por via fluvial, a partir do Guadiana. O mesmo pode ser dito em relação à terra sigillata Clara D e à produção hispânica.

COMUNICAÇÕES

3.2. As ânforas Os fragmentos de ânforas identificados no decurso da escavação arqueológica em Torre Velha 3 foram encontrados em contextos devolutos, nos enchimentos de silos/fossas e ofereceram dificuldades quanto à atribuição de fabricos e de formas. No entanto, é possível tecer algumas considerações. Os exemplares recuperados parecem corresponder a tipos de fabrico lusitano para transporte de salgas de peixe, nomeadamente das áreas do Tejo ou do Sado. As suas características morfológicas permitem inseri-los na segunda fase de produção das indústrias romanas lusitanas, compreendida entre os séculos III e V, com exemplares das formas Almagro 51C e Almagro 50. É frequente considerar-se que existe uma correlação entre as ânforas lusitanas e o transporte de preparados piscícolas, pelo facto de os centros oleiros se localizarem em áreas litorais e muitas vezes associados a fábricas de salga de peixe, como, por exemplo, os centros produtores algarvios (RAMOS, ALMEIDA e LAÇO, 2006, p. 83-100). Porém, “(….) en realidad, no sabemos si todas las ánforas lusitanas estuvieron destinadas a estos transportes (…) “(FABIÃO, 2008, p. 726).

3.3. As moedas Uma das moedas foi recolhida no interior de um silo/fossa e não permitiu qualquer leitura do anverso, dado o relativo mau estado da peça, com abundantes concreções. O reverso deixou observar uma composição com três figuras: uma central, de pé, uma pequena Vitória à sua direita e uma ajoelhada à sua esquerda. Poderá tratar-se de uma majorina reduzida, cunhada em Arelate Figura 7 – Verso de numisma do século IV Figura 8 – Reverso e verso de um numisma do século (Constantina), datada de finais d.C. exumado no silo /fossa [1951]. VI d.C. exumado no piso [2530]. do século IV e atribuída ao im)RWRJUDÀD5XL&OHPHQWH PRGLÀFDGR  )RWRJUDÀD'DQLOR3DYRQH PRGLÀFDGR  perador Magno Máximo, usurpador no Ocidente entre 383 e 388 (www.eltesorillo.com). O tema, bastante usual à época, retrata a submissão de um rei inimigo (figura ajoelhada à esquerda) perante o imperador (figura central), sobre o qual se encontra, acima da cabeça, uma pequena Vitória, símbolo do poder bélico imperial que entrega a coroação ao rei subjugado (Figura 7). O outro numisma encontra-se datado de meados do século VI d.C., e está estratigraficamente relacionado com um piso do momento mais antigo de utilização do Ambiente II (Figura 8). No anverso do numisma é possível identificar o que parece ser um busto e no verso uma legenda, contudo, a leitura afigura-se difícil. Trata-se de uma cunhagem em liga de cobre, com um diâmetro de cerca de 10 mm, possivelmente coeva da reconquista bizantina da Península Ibérica. Nesta altura assiste-se a uma redução métrica das moedas, o que não significou uma diminuição do valor das mesmas, até porque parecem bastante importantes nas transacções quotidianas, com uma multiplicidade de modelos e alguns mesmo regionais (MORA SERRANO e MARTÍNEZ RUÍZ, 2008). Trata-se, portanto, de mais um ponto na sustentação da tese da permanência das dinâmicas/redes comerciais do mundo romano no período tardio, com comunicação entre cidades e núcleos rurais (FABIÃO, 2009).

3.4. Outros metais Num período em que o ritual sepulcral de inumação é genericamente caracterizado pela ausência de espólio ofertado, os objectos encontrados relacionam-se com o vestuário e com adornos. Os objectos deste tipo encontrados em Torre Velha 3 são exclusivos do interior de estruturas negativas do tipo fossa mas não estavam em associação directa com os esqueletos. Foi identificada uma pequena placa em liga de cobre gravada, mas cujo estado de preservação dificulta a percepção dos seus motivos decorativos. A nível morfológico assemelha-se à placa, provavelmente de cinturão e de carácter germânico da necrópole da Silveirona II, Estremoz (CUNHA, 2004, vol I, p. 63 e vol II, p.239 e fig. 148), com uma

COMUNICAÇÕES

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207

proposta cronológica que oscila entre os séculos VI e VII. A peça foi detectada na zona de interface entre um depósito sedimentar e o esqueleto de um equídeo, num momento em que também já se vislumbravam o crânio e alguns ossos longos de uma das três inumações humanas ali primeiramente depositadas, parecendo plausível relacionar todos estes elementos arqueológicos, faunísticos e antropológicos (Figura 9). Foi recolhido um brinco, também em liga de cobre, em forma de argola e com um aro de secção circular que se estreita na extremidade conservada. Encontra paralelos, a título de exemplo, na necrópole da Silveirona II, em Estremoz (CUNHA, 2004, vol I: p. 62 e vol II, p. 239, fig.147; 2007, pp. 682 e 685, fig. 8), e nos sítios serpenses de Montinhos 6 e Loja 5 (AREZES et alii, 2013) com datações entre os séculos V e VII. Foi recolhido no sedimento imediatamente sobreposto pelo sepulcro de uma mulher com cerca de 30 a 40 anos (FERREIRA, 2009). Parece ter ocorrido uma intenção declarada de depuração do sedimento para fins exclusivamente funerários, já que os três primeiros enchimentos da estrutura e os três últimos, após a inumação, são completamente estéreis. Também dentro de um silo/fossa foi identificado um punhal em ferro (Figura 10), razoavelmente bem conservado mas só após uma limpeza adequada se poderá aferir melhor os seus elementos datantes. Podemos desde já avançar que se tratará de uma peça perfeitamente integrada no período tardo-antigo, tanto mais porque se encontra associada a elementos de cerâmica de construção e de cerâmica comum desta cronologia.

Figura 9 – Esqueleto do equídeo [2440].

Figura 10 – Punhal em ferro exumado no depósito [2308]. )RWRJUDÀD5XL&OHPHQWH

3.5. Os contextos do espólio

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Cruzando os dados artefactuais com os dados estratigráficos e contextuais, torna-se evidente a maior frequência do espólio em estruturas negativas do tipo silo/fossa. A observação seguinte é a de que nas fossas, o espólio não estava de forma alguma associado aos enterramentos, no sentido de serem oferendas, mas que se encontrava em contextos que se relacionavam directamente com os esqueletos ou em depósitos posteriores e superficiais no registo arqueológico. Refinando as relações estratigráficas e considerando a cronologia atribuída ao espólio metálico e ao espólio cerâmico, poder-se-ia presumir uma primeira sequência temporal, decorrida entre os séculos III e IV. Uma segunda fase, cujo intervalo se poderá situar entre o século V e o século VII, de que datam em exclusivo as inumações humanas. Por seu lado, o numisma bizantino datado do século VI, pela sua situação estratigráfica “privilegiada” (num aterro reutilizado como piso associado a um momento de construção), sobretudo se a compararmos com a posição do numisma de finais do século IV (identificado no interior de um silo/fossa) poderá indicar um dos momentos mais recentes identificados em Torre Velha 3. A sua posição posterior a um aterro que será cortado por uma série de estruturas negativas (e, entre elas, a fossa onde surgiram o equídeo, a placa metálica e os enterramentos humanos) é, a priori, a afirmação de uma sequência relativamente bem definida, com pelo menos, um intervalo de 100 anos entre os enterramentos em fossa e a construção do Ambiente II. A posteriori, é sintomático que aquele compartimento se desenvolve para lá do século VI, já que se inscreve sob momentos de remodelação daquele espaço. Esta sequência, pensada a partir dos actuais dados estratigráficos e artefactuais deverá ser considerada como passível de despistagem, tanto mais que urge um estudo mais apurado de outros elementos, como os referentes à cerâmica comum ou aos vidros. Só para referir alguns exemplos, foram recolhidos fragmentos de vidro no interior de outras estruturas funerárias em fossa e do interior de um “valado” de alguma forma associado ao Ambiente I. Como facilmente se depreende, o estudo do período tardo-antigo de Torre Velha 3 encontra-se num estado incipiente, com muitas questões ainda por esclarecer. COMUNICAÇÕES

4. Considerações

COMUNICAÇÕES

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Estes dados vêm mostrar que os circuitos comerciais de época Alto-Imperial não se perdem, antes se prolongam bem dentro do período tardo-antigo, em modos não muito diferentes, com a capital Pax Iulia à cabeça, passe a redundância, a funcionar como centro polarizador da economia. Atendendo aos resultados das intervenções realizadas em Torre Velha 1, 3 e 7 e às escavações que lhes sucederam no âmbito das medidas de minimização de Impactes decorrentes da construção desta barragem, torna-se imperativo efectuar um estudo integrado do vale da Laje. No período tardo-antigo, mau grado a extinção desta divisão governativa, a cidade de Pax Iulia não diminui de importância, antes se reorganiza de acordo com as novas premissas impostas por Roma e mantém-se na escala de influência da capital da província, Augusta Emerita. À cidade continuam a chegar, através de Mértola, os artigos orientais, como a terra sigillata foceense (FABIÃO, 2009, p. 35). Este importante porto, verdadeiramente marítimo, apesar da sua localização bem entrado o curso inferior do Guadiana, fica ainda em estreita relação com a chegada de cerâmicas norte-africanas como a terra sigillata norte-africana (FERNANDES, 2012, p. 114). Beja, assim entendida, não dá sinais de quebra na sua relação com as anteriores rotas comerciais, ao contrário de certas visões que lêem os séculos IV a VII como tempos de desagregação do comércio mediterrânico (FERNANDES, 2012, p. 114, FERNANDES, 2013). A cidade, à semelhança das restantes mencionadas, insere-se naquilo que são duas linhas de força do período tardo-antigo, noutras visões, bastantes distintas da anteriormente citada: o carácter urbano dos achados desta época e a importância dos circuitos de produção e de distribuição dos vestígios arqueológicos (MACIAS e LOPES, 2012, p. 306). O mesmo é extensível a Sirpens, que se mantém no eixo de uma das mais antigas e importantes vias da Hispânia, no eixo Pax Iulia - Onuba, permanecendo no seu territorium, para além das villae, inúmeros casais agrícolas e articula-se com Fines (Vila Verde de Ficalho) no desenvolvimento da parte mais oriental do território de Pax Iulia. Os vestígios arquitetónicos, ainda que descontextualizados, falam-nos de uma cidade palatina para a qual não se conhecem ainda de forma clara os processos de manutenção do conjunto no território (MACIAS e LOPES, 2012, p. 308-309). No território rural, dão-se agora os primeiros passos para o conhecimento destes séculos. Se em Torre Velha 1 e Torre Velha 7 existem indícios claros de um espaço habitacional (RICOU, GONÇALVES e GÓMEZ, 2013; DE MAN, PORFÍRIO e SERRA, neste mesmo volume) e em Torre Velha 3 se registaram estruturas de apoio habitacional sob a forma de silos e silos/fossas com materiais integrados em parte num mesmo espectro cronológico, não será desprovido de sentido pensar-se que Torre Velha 3, 1 e 7 terão coexistido, sendo o primeiro subsidiário do(s) outro(s). Neste sentido, os dados relacionados com a ocupação tardo-antiga de Torre Velha 3 permitem-nos enquadrar o local numa rede de povoamento a que não eram alheios os vestígios identificados na área circundante. Tal como foi descrito anteriormente, o conjunto de sepulturas rectangulares, estruturadas ou não, de Torre Velha 3, inscrevem o sítio como um dos mais importantes do Baixo Alentejo. A estes enterramentos somam-se os esqueletos e os ossários/ossos soltos identificados em fossas. Por fim, a estratigrafia aliada aos materiais saídos das estruturas negativas de planta circular (tipo silo, tipo fossa e tipo silo/fossa) permitem avaliar, por um lado, uma continuidade, e, por outro lado uma ruptura. A continuidade está patente na reutilização dos elementos arquitectónicos (como colunas e uma estela) e na reutilização de elementos de cerâmica de construção (visível em todas as sepulturas estruturadas). Pode ainda ser observada ao nível dos restos cerâmicos (e, neste particular, não apenas nos casos considerados quase de excepção, como sejam as cerâmicas finas e/ou de importação), ou na moeda datada da 2ª metade do século IV, que, em plena fase de cristianização, apresenta ainda motivos pagãos na figura da divindade Vitória. A ruptura é visível, antes de mais, no imenso volume de itens cerâmicos, metálicos, líticos, vítreos, etc., despejados para o interior das estruturas negativas. Exemplificando, não deixa de ser notório o despejo de elementos arquitectónicos aparentemente enquadráveis em ambiente paleocristão (como os dos frisos com motivos vegetalistas simples ou compostos) em alguns silos/fossas. Continuidade e ruptura acabam no entanto por revelar-se como as faces de um mesmo tema, isto é, não podemos afirmar, com base na procura de elementos para uma e outra situação, que existiu uma situação em detrimento da outra. Uma observação simples que deita esta teoria por terra é precisamente a da continuidade em colocar em contexto devoluto os objectos do quotidiano ou os elementos das construções, depois de inutilizados, no interior de estruturas negativas. Por outras palavras, independentemente de terem sido usadas por uma comunidade cristã, cristianizada ou pagã, as evidências materiais identificadas no interior das estruturas negativas demonstram, em Torre Velha 3, uma única situação: a da continuidade na utilização de estruturas negativas para amortizar elementos inutilizados. Do mesmo modo, a estratigrafia revela esta situação de “ruptura na continuidade”, ao colocar em evidência situações de anterioridade e de posterioridade. A questão coloca-se no sentido de tentar averiguar se as estruturas negativas circulares seriam prévias, posteriores ou coevas das sepulturas. Por um lado, os elementos cerâmicos mais antigos

(entenda-se, enquadráveis no período que antecede o período tardo-antigo cristão, anteriores ao século V), como os fragmentos de ânforas, de terra sigillata africana, encontrados sempre no interior de estruturas negativas do tipo silo, fossa e silo/fossa, poderiam significar uma situação de anterioridade destas estruturas em relação às sepulturas. Porém, não queremos deixar de apontar a forte possibilidade de uma diacronia de utilização relativamente longa destes itens cerâmicos (e mesmo de alguns dos elementos de cerâmica comum, já para não mencionar os restantes tipos de espólio), e de um uso prolongado no tempo destes objectos, muito para além das suas datas de fabrico. Mais do que apontar certezas, estas e outras questões apontam sobretudo pistas e directrizes de investigação para o futuro. O acervo material de Torre Velha 3 é tão vasto e diversificado que, em conjugação com a estratigrafia, apresenta condições para dar um importante contributo num período histórico ainda tão pouco conhecido.

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