Análise Tecnológica dos Artefatos Líticos do Litoral do Piauí

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIA DA NATUREZA - CCN CURSO DE ARQUEOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE ARTE RUPESTRE

RELATÓRIO FINAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (PIBIC-UFPI/ 2015-2016)

ANÁLISE TECNOLÓGICA DOS ARTEFATOS LÍTICOS DOS SÍTIOS DO LITORAL DO PIAUÍ

ORIENTADOR: PROF. DR. FLÁVIO RIZZI CALIPPO

BOLSISTA PIBIC/UFPI: ACILENE MOTA SANDES

TERESINA, AGOSTO DE 2016.

1. INTRODUÇÃO Este relatório tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos até o momento desenvolvidos no âmbito do Projeto de Iniciação Científica “Análise tecnológica dos artefatos líticos dos sítios do litoral”, cujo propósito principal visa a identificação e análise dos artefatos líticos identificados nos sítios arqueológicos do litoral do Piauí, com ênfase no estudo da tecnologia envolvida em sua produção. O litoral do Piauí possui 66 km de extensão ainda pouco explorados do ponto de vista arqueológico. Ainda que a extensão desse litoral seja relativamente pequena em relação à dos outros estados do Brasil, a costa piauiense possui relevante potencial arqueológico, pois abriga informações próprias e relevantes ao contato do nativo com o colonizador (COUTINHO, 2016). Os estudos sobre os sítios costeiros do Piauí são recentes. Além de existirem poucas publicações a esse respeito, elas, enfocaram principalmente os artefatos cerâmicos e os vestígios animais deixados pelas populações que os construíram. Nesse sentido, o estudo do material lítico, mesmo que de forma inicial, permitirá ampliar o entendimento a respeito desse contexto arqueológico e nos permitirá, no final, apresentar ao menos uma hipótese do nível tecnológico dessas primeiras sociedades litorâneas. Segundo Coutinho (2016) As primeiras pesquisas arqueológicas desenvolvidas no litoral do Piauí foram realizadas pelo, hoje extinto, Núcleo de Estudos Históricos e Geográficos (NEHG/UFPI), vinculado ao Departamento de Geografia e História (DGH/CCHL), através do “Projeto de Pesquisas Arqueológicas no Litoral PiauíMaranhão”, sob a coordenação da Profª. Lydia Gambéri Almeida de Carvalho. Com a participação do pesquisador colaborador Carlos Vitor Furtado Machado, as atividades referentes a esse projeto foram desenvolvidas no ano de 1996. De modo complementar, essas análises nos permitirão estabelecer também hipótese iniciais a respeito da função dos próprios sítios. O modo como os artefatos são encontrados in situ é de fundamental importância para se entender se eles foram ali depositados de forma intencional ou se sua posição é decorrente da constante ação dos ventos e da locomoção das dunas. Para poder melhor compreender essa questão, além da análise do material já coletado, que se encontrava na UFPI, participamos de trabalhos

de campo com a intenção de revisitar, pelo menos em parte, os sítios arqueológicos de onde esses materiais são provenientes. Para a análise do material foi utilizada uma ficha de analise especifica, com as categorias que mais se adequam, por ser uma análise tecnológica do material, na ficha foi elaborada uma categoria para: Matéria-prima, Suporte, Classe e Tipo de artefato lascado. 2. PRESSUPOSTO TEORICO E METODOLOGICO 2.1 Revisão de Literatura Seguindo o plano de trabalho, a primeira etapa consistiu em um levantamento bibliográfico que nos dava informações sobre as indústrias líticas já identificadas nesse contexto costeiro, voltando as atenções para os aspectos tecnológicos das ferramentas. Diversas fontes foram pesquisadas, teses, dissertações, outros trabalhos de Iniciação Científica; todos direcionados ao objetivo do projeto, de não somente gerar informações complementares, mas podendo também servir como contrapontos para novas propostas de interpretação. 2.2 Metodologia Em primeiro momento as análises iniciais tiveram início no período de novembro e dezembro Pela Discente Laura Cecilia que foi a bolsista inicialmente e pela atual bolsista Acilene Mota, foi feito o levantamento de todos os sítios que continham material lítico e posteriormente iniciada as analises, o material em estudo está depositado no NAP/UFPI. Sob a orientação do Prof. Flavio Rizzi Calippo, o estudo foi realizado inicialmente em colaboração com o mestrando Jurandir Silva (PPGArq/UFPI). Com base nas metodologias propostas por Dias e Hoeltz (1997) e Silva (2011), a analise está estruturada nas seguintes etapas: 1) Identificação dos tipos de instrumentos líticos em cada sitio (artefato lascado, polido ou sem marcas); 2) Identificação da matéria-prima utilizada para a confecção; 3) Identificação das técnicas envolvidas na confecção, principalmente no que diz respeito ao tipo de lascamento e na ocorrência de atributos específicos (forma, quebra, etc);

4) Trabalho de campo: Na primeira parte do estudo foi realizada uma visita aos sítios com a primeira bolsista Laura Cecilia, sob a orientação do Prof. Flavio Rizzi Calippo, o discente Francisco Junior e o Mestrando Jurandir Junior, nessa viagem foi feita a comparação dos materiais analisados que estão na UFPI com os que estão nos sítios, bem como as condições que se encontram. A campanha ocorreu durante três dias, sendo revisitados em torno de dezenove sítios que já haviam sido cadastrados em campanha realizada pelo NEHG/UFPI entre 1995 e 1997. Foram realizadas também prospecções em todos os sítios visitados e pequenas analises dos materiais que estavam em superfície. Havia presença de fragmentos cerâmicos e materiais líticos (lascas, artefatos polidos, estilhas), o material era comumente encontrado junto com a cerâmica, foi realizado também o registro fotográfico, mais não foi feita nenhuma coleta, pois o objetivo era somente a visita aos sítios. Na segunda parte do estudo além da análise do material foi realizada uma visita aos sítios arqueológicos que estão sendo analisados, que se encontram na região de Luís Correia e Cajueiro da Praia (PI) (Figura 01). Estavam nesta viagem os alunos da Graduação Lucas Petri e Acilene Mota, juntamente com o Prof. Gregoire Van Havre, sob a orientação do Prof. Flavio Rizzi Calippo. Nessa também fizemos a comparação dos materiais analisados na UFPI com os que estão nos sítios bem como as condições que se encontram. A campanha ocorreu durante quatro dias, sendo revisitados cerca de aproximadamente 25 sítios, reconhecemos os sítios plotando as suas coordenadas em GPS. Ao chegar ao local, comparávamos as coordenadas com a localização real dos sítios e os caracterizávamos, alguns sítios mesmo com as coordenadas ou eram de difícil acesso ou não existiam mais, isso acarreta vários fatores, um deles é a ação antrópica e também impacto de seres vivos. Realizamos também prospecção em todos os sítios e pequenas analises do material encontrado em superfície. Na maioria dos sítios havia a presença maior do material cerâmico, o material lítico encontrado era comumente junto as cerâmicas, foi realizado também o registro fotográfico do material em superfície. O objetivo do campo era apenas o reconhecimento dos sítios e do material lítico, para deixar claro que não foi feita nenhuma coleta de material.

Visitamos também prováveis locais de captação de matéria-prima encontrada nos sítios: arenito nos arrecifes, granito na divisa com Ceará, seixos de quartzo no leito do rio, sílex na bacia do Parnaíba (formação Pedra de Fogo), afloramentos de granito que encontrados no nosso percurso para visitar um sitio, e uma cascalheira de quartzo, onde são encontrados (quartzo leitoso, quartzito), esses locais ficam próximos aos sítios. Uma fonte de matéria-prima bastante encontrada nos sítios é a concreção ferruginosa, e existem afloramentos desse material em algumas praias.

Figura 01: Mapa geral dos Sítios visitados 3. JUSTIFICATIVAS O projeto Arqueologia do Litoral do Piauí tem como principal objetivo o estabelecimento de uma compreensão inicial a respeito da origem do registro arqueológico deixados pelos povos que ocuparam a região do litoral em períodos préhistóricos e históricos, além de dar continuidade nas pesquisas sobre material Lítico, que são de grande importância para o registro arqueológico em geral, como também para a arqueologia do Piaui.

Analisar o material lítico é o principal objetivo do projeto, além da realização de etapas de campos para fazer uma comparação do material que está sendo analisado como o material que estão nos sítios, como também revisar as coordenadas dos sítios para facilitar a continuação de pesquisas posteriores. 4. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho, é a analise tecnológica dos artefatos líticos dos sítios do litoral do Piauí, que visam a identificação e analise dos artefatos líticos, com ênfase no estudo da tecnologia envolvida em sua produção. Os objetivos buscaram responder as indagações sobre as ocupações arcaicas da área, como técnicas utilizadas na fabricação dos artefatos. Como as análises tecnológicas ofereceram informações sobre técnicas de fabricação que diferenciam os conjuntos de artefatos entre si. 5. MATERIAL E METODOS Neste capitulo apresenta-se o material e os métodos realizados no desenvolvimento da pesquisa. O material é listado abaixo e os métodos descritos nos itens seguintes. 5.1. Materiais O material foi analisado da seguinte forma: com o uso de uma tabela (Anexo) com a definição da matéria-prima encontrada em cada sitio, a identificação do suporte (seixo, bloco.), e também identificação da classe (artefato bruto, lascado), e também a identificação de artefato lascado, utilizamos essa ficha pois a nossa analise se trata de uma análise tecnológica. 5.2. Métodos O método utilizado para a análise do material foram através de uma ficha de analise especifica, nessa ficha contém: nome do sitio arqueológico, procedência, nível, número da peça, matéria-prima, suporte, classe e tipo de artefato lascado. Logo após as analisadas foram escolhidas de cada sitio as peças que se configuravam com algum tipo de atributo ou marcas de uso, para serem fotografadas, sendo os métodos utilizadas a análise da cada peça e fotografia das mesmas.

Analises

Sitio Arqueológico Sambaqui da Estrada O sitio arqueológico Sambaqui da Estrada (Coordenadas 2°54'58.00"S 41°23'00.00"W) fica localizada no município de Cajueiro da Praia, próximo a praia de Barra Grande, bem próximo a estrada. No sitio Sambaqui da Estrada foram analisadas 4 peças líticas sendo que das quatro peças somente duas apresentam número de tombamento, como nesse sitio tem pouco material não há a necessidade de se fazer um gráfico, no sitio em questão encontram-se 2 tipos de matéria prima: Quartzito e Arenito silicificado (50%), quanto ao suporte encontra-se 3 seixos (75%) e 1 bloco (25%), quanto a classe encontra-se somente artefato lascado (100%), artefatos esses que provavelmente eram usados pelas populações ali viventes. Neste sitio foram analisadas 4 peças sendo que só 2 peças de material lascado que se configuram com atributos ou marcas de uso e foram fotografadas (Anexo). Sitio arqueológico Complexo Sambaqui do Campo O

sitio

arqueológico

Complexo

Sambaqui

do

Campo

(Coordenadas

2°56'09.00"S 41°19'34.00"W) fica localizado no município de Cajueiro da Praia Piaui. No sitio Complexo Sambaqui do Campo, foram analisadas 10 peças líticas das dez peças somente 6 apresentam número de tombamento, onde são encontrados 3 tipos de matéria prima: Granito, arenito silicificado e quartzito (Gráfico), o suporte fica entre seixo e bloco, e a categoria sem leitura (Gráfico), quanto a classe nesse sitio foram encontrados alguns materiais mais elaborados como instrumento lascado e lasca unipolar, sendo a maioria lascado (67%) e In natura (33%). Das dez peças analisadas neste sitio apenas 2 foram fotografadas (Anexo).

Matéria-prima 40% 0%

0% 10% 50%

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Gnaisse

Hematita

Calcario

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 2: Quantificação de matéria-prima

Figura 3: Quantificação do Suporte

Suporte 20% 0%

40%

40%

Seixo

Bloco

Cristal

Plaqueta

Nódulo

S. leitura

Sitio arqueológico Seu Bode O Sitio arqueológico Seu Bode (Coordenadas ) localizado no município de Luís Correia, Piauí o mesmo localiza-se em uma zona do litoral, caracterizada pela presença de dunas antigas, fixas e semifixas e dunas móveis, possuindo uma dinâmica bastante peculiar, pelo constante descobrimento e soterramento dos vestígios ali presentes. No sitio arqueológico Seu Bode foram analisadas 95 peças líticas, onde são encontrados 5 tipos de matérias prima: arenito silicificado, granito, quartzito, quartzo leitoso, sílex e peças da categoria sem leitura (Gráfico), o suporte está dividido em blocos, seixos e sem leitura (gráfico) onde há predominância de artefatos bruto a sua maioria são blocos, são encontrados também algumas lascas não muito elaboradas e material polido, a maior parte do material são de difícil interpretação. O sitio Seu Bode é onde foram analisadas o maior número de peças (95) e desse total as peças que continham mais atributos e marcas de uso foram fotografadas dez (10) peças (Anexo).

MATÉRIA-PRIMA Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Gnaisse

Hematita

Calcario

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

30% 22% 6% 1% 0% 14% 0% 27%

Figura 4: Quantificação da matéria-prima

Suporte 0%

21%

31%

48%

Seixo

Bloco

Cristal

Plaqueta

Nódulo

S. leitura

Figura 5: Quantificação do suporte

Classe 44%

3% 15% 32%

0% 6% 0%

Classe

In natura

Lascado

A. Bruto

Alisado

Polido

Picoteado

S. leitura

Figura 6: Quantificação da classe

Sitio Arqueológico Sambaqui das Chagas O sitio arqueológico Sambaqui das Chagas (Coordenadas 2°54'37.00"S 41°23'23.00"W) fica localizado no Município de Cajueiro da Praia Piauí na Praia da Barra Grande. No sitio Sambaqui das Chagas foram analisadas 17 pecas líticas onde dessas dezessete peças duas não apresentam número de tombamento, onde são encontrados 5 tipos de matéria prima: granito, hematita, sílex, quartzito, quartzo leitoso e sem leitura (gráfico) o suporte está entre bloco (59%) e seixo (41%) onde há predominância de blocos seguidos de seixo, já a classe na sua maioria as peças são sem leitura, acompanhado de pouco material lascado e artefato bruto (gráfico), nesse sitio há presença de Hematita, um material em, sílex (Branco) das dezessetes (17) peças foram fotografadas quatro (Anexo).

Matéria-prima 18% 35% 0% 23% 0% 0% 6% 0% 6%12%

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Gnaisse

Hematita

Calcario

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 7: Quantificação da matéria-prima

Classe 0% 23% 6% 0% 65% 6% 0%

In natura

Lascado

A. Bruto

Alisado

Polido

Picoteado

S. leitura

Figura 8: Quantificação da classe

Sitio Arqueológico Sambaqui da Baia O

sitio

arqueológico

Sambaqui

da

Baia

(Coordenadas

2°56'09.00"S

41°19'34.00"W) localizado no município de Cajueiro da Praia Piaui. No sitio arqueológico Sambaqui da Baia foram analisadas 2 peças onde as duas peças não apresentam número de tombamento, a matéria prima é composta por Arenito silicificado (50%) e quartzito (50%), o suporte é composto por um seixo (50%) e uma plaqueta (50%), já a classe é composta por duas peças lascadas (100%), as peças são lascas mais não configuram instrumentos bem elaborados, nesse sitio nenhuma peça foi fotografada. Sitio Arqueológico Sambaqui das Duas Fogueiras O sitio arqueológico Sambaqui das Duas Fogueiras (Coordenadas 2°54'43.00"S 41°27'49.00"W) localizado no município de Luís Correia Piaui. No sitio arqueológico Sambaqui das Duas Fogueiras havia apenas uma peça, sendo analisada como um sílex, o suporte é um bloco e a classe é um artefato lascado, é uma lasca simples não se configurando de muitos atributos. Sitio Arqueológico Sambaqui do Cachimbo O sitio arqueológico Sambaqui do Cachimbo (Coordenadas 2°54'34.00"S 41°23'27.00"W) localizado no Município de Cajueiro da Praia PI, ao lado da praia de Barra Grande, o sitio fica em uma área onde há muito transito de seres vivos que acarreta no pisoteio do material e assim a destruição do mesmo. No sitio Sambaqui do Cachimbo foram analisadas 35 peças, no sitio em questão encontram-se 5 tipos de matéria-prima: quartzito, quartzo leitoso, sílex, granito, hematita e sem leitura (gráfico) o suporte está entre bloco, seixo, plaqueta e sem leitura (gráfico), a classe está entre artefato lascado, bruto e sem leitura (gráfico). No foi

encontrada em grande quantidade Hematita e um material que aparentemente é sílex mais na cor branca, do material foram fotografadas doze (12) peças (Anexo).

Sitio Sambaqui do Cachimbo Matéria-prima 19%22%0% 0% 6% 22% 3% 0% 0% 28%

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Gnaisse

Hematita

Calcário

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 9: Quantificação da Matéria-prima

Suporte 9% 18% 0% 3% 0%

70%

Seixo

Bloco

Cristal

Plaqueta

Nódulo

S. leitura

Figura 10: Quantificação do suporte

Classe 35%

0% 42%

0% 23%

In natura

Lascado

A. bruto

Alisado

Polido

Picoteado

S. leitura

Figura 11: Quantificação da classe

Sitio Arqueológico Três Marias O sitio arqueológico Três Marias (Coordenadas ), está localizado na praia de Carnaubinha com Maramar, no município de Luís Correia Piauí, fica na ponta da praia próximo ao Instituto Peixe Boi, sofrendo influência direta da variação do nível do mar. O Sitio Três Marias é dividido em quatro sítios (Três Marias, I, II e III), sendo que no Três Marias foram analisadas 5 peças, a matéria-prima é predominante o quartzito,

tendo a presença de um quartzo leitoso e uma peça sem identificação (gráfico), o suporte está entre bloco (60%) e seixo (40%), quanto á classe todas as peças estão dentro da categoria sem leitura, todas as peças do sitio estão ausentes de número de tombamento.

Matéria-prima 20% 0% 20% 60% 0% Sitio Três Marias

Matéria-prima

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Q. leitoso

Gnaisse

Hematita

Calcário

Basalto

S. leitura

Figura 12: Quantificação da matéria-prima

No Sitio três Marias I, foram analisadas 9 peças, a matéria-prima contem quartzito, quartzito leitoso, granito e uma peça sem identificação (gráfico), quanto ao suporte há a predominância de blocos nesses sítios (67%) há também seixos (33%), quanto a classe há a presença de artefatos lascados, artefatos brutos e sem leitura (gráfico), todas as peças do sitio estão com o número de tombamento.

Sitio Três Marias I Matéria-prima 0%

22%

33%

34% 0% 11% 0%

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Gnaisse

Hematita

Calcário

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 13: Quantificação da matéria-prima

Classe 38% 0%

0%

37%

25%

Classe

In natura

Lascado

A. bruto

Alisado

Polido

Picoteado

S. leitura

Figura 14: Quantificação da classe

No Sitio Três Marias II, foram analisadas 5 peças, matéria-prima é composta de quartzito (60%) e outras e peças sem leitura (40%), quanto o suporte é seixo, bloco e sem leitura (gráfico), já a classe está entre artefato lascado, polido e sem leitura (gráfico), todas as peças estão com o número de tombamento correto, das 5 peças deste sitio tem um que se diferencia das demais (Fig.)

Suporte 20% 0% 20%

Suporte

Seixo

Bloco

Cristal

60%

Plaqueta

Nódulo

S. leitura

Figura 15: Quantificação do suporte

Classe 0% 29% 57% 0% 14% 0%

Classe

In natura

Lascado

A. bruto

Alisado

Polido

Picoteado

S. leitura

Figura 16: Quantificação da classe

No Sítio Três Marias III, foram analisadas apenas 2 peças analisadas, a matériaprima é composta por quartzito, o suporte é composto por dois blocos, e quanto á classe

as duas peças estão incluídas na categoria sem leitura, as peças estão com o número de tombamento devidamente identificado. Sitio Arqueológico Sambaqui do Carnaubal O sitio arqueológico Sambaqui do Carnaubal I (Coordenada 2°54'57.00"S 41°22'40.00"W) fica localizado no município de Cajueiro da Praia Piauí, nesse sitio foram analisadas quatro (4) peças, a matéria-prima e composta por arenito silicificado (75%) e quartzito (25%), o suporte é composto por blocos e a classe de artefato são todos os artefatos lascados. As peças do sitio estão todas ausente de número de tombamento. Sitio arqueológico Sambaqui do Carnaubal II O sitio arqueológico Sambaqui do Carnaubal II (Coordenadas 2°55'57.00"S 41°22'44.00"W) fica localizado no município de Cajueiro da Praia Piauí, nesse sitio foram analisadas dezenove (19) peças, a matéria-prima é composta de quartzito, granito, arenito silicificado, quartzo leitoso e sem leitura (gráfico), o suporte é composto por bloco, seixo e sem leitura (gráfico), já a classe é composta pela categoria sem leitura (58%) e artefatos lascados (42%). Todas as peças desse sitio estão ausentes do número de tombamento.

Sitio Sambaqui do Carnaubal II Matéria-prima 16% 37% 0% 5% 0% 32% 5% 5%

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Hematita

Gnaisse

Calcário

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 17: Quantificação da matéria-prima

Suporte 11% 21% 0%

68%

Suporte

Seixo

Bloco

Cristal

Plaqueta

Nódulo

S. leitura

Figura 18: Quantificação do suporte

Sitio arqueológico Sambaqui de Canabraba O

sitio

arqueológico

Sambaqui

de

Canabraba

(UTM

2°48'29.00"S

41°50'17.00"W), fica localizado no município de Ilha Grande Piauí, nesse sitio foram analisados duas (2) peças, a matéria-prima uma peça de granito (50%) e outra na categoria sem leitura (50%), o suporte é uma peça em seixo, já a classe está composta por um artefato bruto (50%) e um polido (50%). Nesse sitio todas as peças estão com o número de tombamento devidamente identificado. Sitio arqueológico Sambaqui do Suliman O sitio arqueológico Sambaqui do Suliman (Coordenadas 2°56'06.00"S 41°22'32.00"W), fica localizado no município de Cajueiro da Praia Piauí, nesse sitio foi analisada apenas uma (1) peça, a matéria-prima é granito, o suporte é um bloco, já a classe é composta por uma peça na categoria sem leitura, a peça não continha número de tombamento. Sitio arqueológico Sambaqui do Manoel

O sitio arqueológico Sambaqui do Manoel (Coordenadas 2°55'04.00"S 41°29'13.00"W) localizado no município de Luís Correia Piauí, nesse sitio foram analisadas seis (6) peças, a matéria-prima é composta de granito, sílex e quartzito (gráfico), o suporte é bloco, seixo e sem leitura (gráfico), já a classe de artefatos é composta de artefato lascado, artefato bruto e polido, nesse sitio das seis peças que foram analisadas três foram fotografadas entre elas duas micro lasca (Anexo).

Sitio Smbaqui do Manoel Matériaprima 50%

0% 17% 0% 33%

Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Hmetita

Gnaisse

Calcário

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 19: Quantificação da matéria-prima

Suporte 33%

17%

0% 50%

Suporte

Seixo

Bloco

Cristal

Plaqueta

Nódulo

S. leitura

Figura 20: Quantificação do suporte

Classe 0% 0%17%

50%

33%

Classe

In natura

Lascado

A. bruto

Alisado

Polido

Picoteado

S. leitura

Figura 21: Quantificação da classe

Sitio arqueológico Sambaqui do Adorno

O sitio arqueológico Sambaqui do Adorno (Coordenadas 2°55'31.00"S 41°25'04.00"W) localizado no município de Luís Correia Piauí, nesse sitio foram analisadas foram analisadas dez (10) peças, a matéria-prima quartzito (80%) e sílex (20%), o suporte é bloco (80%) e se leitura (20%), já a classe era de artefato lascado (80%) e sem leitura (20%), todas as peças estão sem número de tombamento.

Sitio arqueológico Sambaqui dos Quicés O sitio arqueológico Sambaqui dos Quicés (Coordenadas 3°06'55.00"S 41°27'26.00"W) localizado no município de Luís Correia Piauí, nesse sitio foram analisadas quatro (4) peças, a matéria-prima é sílex, quartzito e arenito silicificado (gráfico), o suporte é composto somente por seixos, já a classe é composta de artefato bruto (75%) e artefato lascado (25%), nesse sitio todas as peças estão com número de tombamento e todas as peças são fotografadas (Anexo).

Sitio Sambaqui Estradinha/ Quicés Matéria-prima 0% 25% 50% 25% Quartzito

Arenito S.

Silex

Granito

Q. hialino

Hematita

Gnaisse

Calcário

Basalto

S. leitura

Q. leitoso

Figura 22: Quantificação da matéria-prima

Sitio arqueológico Sambaqui dos Japoneses

O sitio arqueológico Sambaqui dos Japoneses (Coordenadas 2°55'45.00"S 41°25'44.00"W) localizado no município de Cajueiro da Praia Piauí, nesse sitio foram analisadas duas (2) peças, a matéria-prima é composta de quartzito, o suporte é seixo (50%) e sem leitura (50%), já a classe é de artefato lascado, as peças estão sem número de tombamento, as duas peças foram fotografadas. 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a análise dos sítios identificou-se que estes sítios são caracterizados por uma diversidade de matéria-prima. Condição que, em uma primeira análise, pode ser resultado da dificuldade da obtenção de materiais, sejam blocos ou seixos, específicos para a preparação dos artefatos. Como estes sítios se localizam em um ambiente dunar, distantes de algumas fontes de matéria-prima, deveria ocorrer o aproveitamento de todo material lítico disponível. Devido as características do ambiente, pressupõe-se que inúmeros vestígios foram perdidos e degradados no litoral piauiense, diversos fatores acarretam para isso,

como são ambientes dunares, tem o fator da ação da natureza o vento constante cobre e recobre o material, devido também a proximidade da praia tem o impacto dos seres vivos, muitos dos sítios são passagem tanto de humanos quanto de animais, esses impactos contribuem muito com a degradação dos sítios e dos materiais que ali estão. Os sítios da região têm grande potencial para estudos de material cerâmico, zooarqueológico e material lítico. Em decorrência das condições dos sítios é preciso adotar procedimentos que favoreçam um controle de informações e fazer um levantamento dos fatores de perturbação pós-deposicionais que atuam sobre os sítios materiais culturais, visando caracterizar as populações que habitavam as áreas, mediante dados técnicos e estilísticos, QUARESMA, Julimar (2012, p.20). Segundo, QUARESMA, Julimar (2012, p.20), entende-se que esse estudo tem a importância de revelar novos sobre as primeiras ocupações humanas no litoral do Piauí, sobretudo considerando-se que os sítios dunares são subordinados a uma dinâmica de mudança contextual, encobrindo e descobrindo o material arqueológico. Principais locais fontes de matéria-prima: arenito nos arrecifes, granito na divisa com Ceará, seixos de quartzo no leito do rio, sílex na bacia do Parnaíba (formação Pedra de Fogo). Durante a análise do material percebe-se que em alguns sítios tem números maiores de blocos e outros com seixos, dois sítios se destacam nesses aspectos o sitio Seu Bode tem uma quantidade significativa de blocos, enquanto o Sitio Sambaqui do Cachimbo se destaca pela sua grande quantidade de seixos, nos demais sítios esses números não têm grande destaque. No processo de análise das matérias de todas as matérias primas encontradas nos sítios o Quartzito é o que mais se destaca, provavelmente deve ser devido à proximidade da matéria-prima ou até mesmo pela qualidade do material, um outro aspecto importante a ser destacado é a categoria que foi criada na ficha de análise (Sem leitura), essa categoria foi criada devido a alguns dos materiais estarem totalmente desgastados e ser impossível de identificar. 7. CONCLUSÕES Após todo o processo analise de todo o material dos sítios percebe-se a variabilidade da matéria-prima de cada sitio, no caso do suporte o bloco é predominante na maioria

dos sítios, já quanto a classe há uma grande quantidade de material lascado, em alguns sítios foram encontrados artefatos que possuem características diferenciadas, como a presença de retoques mais elaborados, também conhecido como lascamento bipolar. Com relação ao nível tecnológico do material verifica-se a presença de pouco material, salvo as micro-lascas um material mais elaborado, em relação ao material polido há presença de um fragmento de machado e uso de blocos/ seixos como batedores. De acordo com a pesquisa realizada até o presente momento é possível concluirmos que os materiais líticos dos sítios em questão possuem características tecnológicas distintas, sendo possível a afirmação de que existem mais de uma técnica de fabricação de tais artefatos. Sendo que as técnicas utilizadas são bem simples, já que os artefatos encontrados nos sítios possuem características diferenciadas, não tem muito material mais elaborado, com a presença de retoque e lascamento bipolar. Com essas informações, conclui-se que serão necessárias analises mais aprofundadas a respeito das atividades cotidianas, realizadas com esses artefatos. Sobre a matéria-prima encontrada nos sítios todos estão relativamente próxima aos sítios, salvo o sílex que fica a aproximadamente (30 km), na Bacia do Parnaíba (Formação Pedra de Fog).

Referências Bibliográficas

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Anexo

Ficha de análise do material lítico - Projeto Sítio Arqueológico: Página

4.Tipo art. lasc.

3.Classe

2.Suporte

1.Mat. prima

Nº da peça

Nível

Procedência

Observações / Descrição

Legenda: Figura 01 - Tabela

Figura 2: material lascado Sitio Sambaqui da Estrada

Figura 3: material lascado Sitio Sambaqui da Estrada

Figura 4: Complexo Sambaqui do Campo

Figura 6: Fragmento de machado Sitio Seu Bode

Figura 8: Sitio Seu Bode

Figura 5: Complexo Sambaqui do Campo

Figura 7: Sitio Seu Bode

Figura 9: Sitio Seu Bode

Figura 10: Sitio Seu Bode

Figura 11: Sitio Seu Bode

Figura 12: Sitio Seu Bode

Figura 13: Sitio Seu Bode

Figura 14: Sitio Seu Bode

Figura 15: Sitio Seu Bode

Figura 16: Sitio Sambaqui das Chagas

Figura 18: Sitio Sambaqui das Chagas (Hematita)

Figura 20: Sitio Sambaqui das Cachimbo

Figura 17: Sitio Sambaqui das Chagas (Sílex branco)

Figura 19: Sitio Sambaqui do Cachimbo

Figura 21: Sitio Sambaqui das Cachimbo

Figura 22: Sitio Sambaqui do Cachimbo

Figura 24: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 26: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 23: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 25: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 27: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 28: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 30: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Sílex Branco)

Figura 32: Sitio Sambaqui do Manoel (Micro lascas)

Figura 29: Sitio Sambaqui do Cachimbo (Hematita)

Figura 31: Sitio Três Marias II

Figura 33: Sitio dos Quicés

Figura 34: Sitio dos Quicés

Figura 36: Sitio dos Quicés

Figura 35: Sitio dos Quicés

Figura 37: Sitio Sambaqui dos Japoneses