Análise teórica sobre a cultura o amadorismo na internet

June 15, 2017 | Autor: Thiago Nakano | Categoria: Internet Studies, Comunicação, Amateurs, Amateurism, Amadorismo
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  Universidade de São Paulo ­ USP       Escola de Comunicações e Artes ­ ECA         Especialização em Gestão Integrada da Comunicação Digital em Ambientes Corporativos  (Digicorp)         Artigo para avaliação do curso “Teorias da Comunicação” ministrado pelo Professor Rafael  Grohmann             ANÁLISE TEÓRICA SOBRE A CULTURA DO AMADORISMO NA INTERNET                                Thiago Nakano Alves     São Paulo 2015 

Introdução:​  O presente artigo propõe uma análise teórica sobre a perspectiva dos autores  Andrew Keen (2010) e Clay Shirky (2008) sobre a produção de conteúdo amador na internet e os  reflexos desse fenomeno no mundo. A chamada ​ mass amateurization ​ tem sido impulsionada pela  web 2.0 e por ferramentas que permitem qualquer usuário ​ criar​  e ​ distribuir ​ conteúdo,  independente do formato (foto, vídeo, texto, etc), 24 horas por dia, sem censura, em uma  velocidade muito rápida, de uma forma individual ou colaborativa. Essa democratização da  producão de conteúdo amador gera grandes impactos sociais, economicos e culturais e é esse  contexto que a contraposição das ideias dos autores sugerirá uma reflexão sobre a cultura do  amadorismo.     Palavras­chave: amadorismo, conteúdo, conhecimento colaborativo,​  ​ mass amateurization, rede.     amador   a.ma.dor   adj  (amar+dor2)  1  Que ama. 2 Relativo a amador. 3 Próprio de amador. 4 Que  tem   a  condição  de amador.  5  Praticado  por amador.  sm  1 O que ama.  2 ​ O que cultiva  qualquer  arte  ou  esporte,  por  prazer  e  não  por  profissão;  curioso.  3  Aquele  que  trabalha  sem  remuneração.  4  Aquele  que  entende  superficialmente  de   alguma coisa, de regra, autodidata. 5 Apreciador, entusiasta​ .  Definicão   de  "amador"  pelo  diciário  online  Michaelis  http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues­portu gues&palavra=amador 

  A cultura do amadorismo na visão de Andrew Keen (2010)    Andrew Keen (2010) discute sobre a produção de conteúdo amador (e a internet em um sentido  mais amplo) e o impacto dessa nova cultura na economia, cultura e valores.      Para Keen (2010), a nova geração está mais interessada em se auto expressar do que absorver  conhecimento e aprender, tornando uma geração de cultura e conhecimentos rasos, que não é  capaz de olhar ao redor e entender e questionar o contexto no qual está inserida.      It's  dangerours  form  of  digital  narcissism:  the  only  conversation  that  we  want  to  hear are those with ouselves and those like us. Keen (2010) 

  Ao analisar o impacto na economia, Keen (2010) destaca que essa nova realidade de ​ user  generated content​  (frequentemente oferecida de forma gratuita) tem enriquecido apenas uma 

pequena elite de empresas como Facebook, Google e YouTube enquanto dezenas de jornalistas,  editores e produtores de conteíudo vem perdendo seus empregos ­ além de de possível crise em  receita de jornais e revistas vindos de publicidade. Outro impacto economico que Keen (2010)  alerta é o impacto na industria musical que sofreu (e vem sofrendo) grande impacto na era digital  devido exorbitante volume de conteúdo (e não apenas musical) pirateado.     Keen (2010) chama de "a grande sedução" a promessa da internet de trazer mais conteúdo  verídico (sem filtros de veículos de comunicação), para mais pessoas, de uma forma mais  globalizada e profunda. Mas, na verdade, Keen (2010) acredita que a internet está entregando  uma gama gigante de conteúdo superficial, opiniões sem fundamento e rasas sobre o mundo a  nossa volta. Bloggers conseguem falar apenas de sí mesmos ­ todos ao mesmo tempo, formando  um grande barulho na internet. A revolução da web 2.0, então, lidera uma era de menor  conhecimento cultural, menor quantidade de notícias reais e um caos de informações inúteis que  pode nos levar, dentro de uma perspectiva extrema,  a um ambiente de falta de informacão  verdadeira.   The cult of  amateur has made it increasingly difficult to determinate the difference  between  reader  and  writer,  between  artist  and  spin  doctor,  between  art  and  advertisement,  between  amateur  and expert.  The  result?  The decline of the quality  and  reliability  of  the  information  we  receive, thereby distorting,  if  not  outrightly  corrupting our national civic conversation. Keen (2010)   

Na visão de Keen (2010), para conseguir entregar um conteúdo confiável é necessário muito  trabalho, investimento, expertise, demandando uma complexa infra estrutura da mídia tradicional  (os agentes, editores, publicitários, os técnicos) ­ e um garoto com seus pijamas, atrás do seu  computador, escrevendo sobre resenhas de filmes está muito longe disso.   Ainda reafirmando a importancia do profissional tradicional, Keen (2010) acredita que  ferramentas e sites que podem, através de inteligencia artificial, prever e sugerir músicas, livros  ou filmes jamais substituirão indicações de jornalistas renomados. Indo além, nenhum algoritmo  teria a capacidade de analisar culturalmente um filme ou música.     Para Keen (2010), a resposta para "o que recebemos em troca de conteudo amador gratuito?" é o  que pagamos por ele.  Nós recebemos uma amostra de uma chamada massiva ignorancia e, cabe 

aos experts profissionais, nos guiar sobre quais conteúdos são confiáveis, quais deveríamos  descartar. Para Keen (2010), esses profissionais ­ editores, professores, escritores ­ são vítimas  de uma internet que diminui seus trabalhados, enquanto nós, leitores de Wikipedia e tantos  outros blogs gratuitos, somos mais vítimas ainda. E o maior preço do conteúdo amador gratuito é  nosso tempo.     Keen (2010) alerta ainda que existe uma cultura de celebracao do conteudo amador, como por  exemplo, um caso de 2006 onde a rede supermercados Wal­Mart, em parceria com a Sony,  convidou estudantes do ensino médio para seu hub de criacão de conteúdo para producão de  vídeo com a temática ​ School my way​ . Os melhores vídeos seriam veiculados em TV aberta. Para  Keen (2010), empresas entenderam que o publicidade utilizando conteúdo amador gera custos  mais baixos, além de criar uma percepção no consumidor de um tipo de conteíudo mais bruto,  menos polido, mais "real" e menos profissional como um anúncio de uma agencia de  propaganda. Essa celebração do conteudo amador, segundo Keen (2010), tem um efeito  corrosivo sobre a verdade das informacões que recebemos.     Keen (2010) dedica um capitulo inteiro do seu livro para discutir sobre a questão do que é  verdade/real e o que é falso na web 2.0 e como a producao de conteúdo amador amplificou de  forma massiva a seguranca da verdade da informacao. Reforçando o pensamento anteriormente  citado, Keen (2010) defende que a falta de uma layer profissional (nos quais denomina como  "e​ ditors, fact­checkers, administrators or regulators"​ ) impossibilita, ou dificulta, nosso  discernimento sobre o que real é  que é ficção, o que é publicidade e o que é conteúdo genuíno.    Um ponto muito explorado por Keen (2010) é a questão do anonimato na internet, ferramenta  que maximiza a producão de conteúdo falso e/ou sem fundamento, o que, para Keen (2010), é  um dos grandes pilares do conteúdo amador na internet, afinal, sem ser identificado, o usuário  não assina aquele conteúdo, formalmente falando. A exemplo disso temos os amadores anonimos  editores do Wikipedia ou amadores anonimos produtores de conteúdo no YouTube.    

Para Keen (2010), a  o conhecimento coletivo ou colaborativo ­ ​ wisdom of the crowd​  ­ é uma  ilusão e, mais do que isso, uma ameaça ao nosso poder de rariocínio,  poder de decisão e  definicao do que é real ou falso. Como consequencia, o conhecimento coletivo nos levaria a uma  era de conhecimento raro e duvidoso, uma vez que os algoritmos que se baseiam em interesse  coletivo, como por exemplo o Delicious que identifica as noticias mais lidas (uma multidao de  usuários anonimos) para recomendações de leitura. Antes disso, Keen (2010) acredita que esse  padrão negativo das decisões da massa, na verdade, é reflexo de um comportamento já visto na  história. Keen (2010) defende que a massa já se demonstrou pouco sábia através de grandes  movimentos como a escravidão, infanticídio, a guerra no Iraque e até mesmo a popularização de  Britney Spears. Keen (2010) reforca mais uma vez que esse cenário pede arbitros profissionais  que sejam autoridade no que se diz respeito a "verdade".     When  our   individual  intentions  are  left  to  the  crowd,   our  access  to  information  bacames narrowed,  and as result, our  view  of the world and our perception of thuth  becames dangerously distorted. (...) Clearly, the wisdom of the crowd is  an illusion  (...) Keen (2010)  

  A cultura do amadorismo na visão de ​ Clay Shirky (2008)   

Para Shirky (2008), as plataformas digitais podem gerar grande impacto positivo na sociedade  através da cultura da colaboração. Em linhas gerais, o autor considera que o novo paradigma da  comunicação é direcionado para fins sociais e é baseado em plataformas sociais e de conteúdo  amador criado pelos usuários.   (...)  O  panorama  das  mídias  se  transformam   porque   a  comunicação  pessoal  e  a  publicação,  anteriormente  funções  separadas, se  fundem.  O  resultado  é  quebrar  o   padrão  profissional  da  filtragem do  bom e  do medíocre antes da publicação; agora  este  mecanismo  de  filtragem  é  cada  vez  mais  social,  e  acontece  depois’  (Shirky  2008. p. 81).  

  Nesse contexto, tudo é social: conteúdo, distribuição, interações, ações. As mídias sociais se  integram fortemente na vida das pessoas e mudam o ambiente ao seu redor. Shirky (2008)  defende que a sociedade não é apenas o produto de um individuo mas também de grupos que  constituem essa sociedade. A internet seria apenas uma ferramenta facilitadora de um 

comportamento já existente, permitindo ainda formações de novos grupos e novos modelos de  colaboração.     Shirky (2008) defende que coordenacão é a chave para a geracão de valor na criacao de conteúdo  colaborativo. Nesse sentido, Shirky (2008) confronta a ideia de colaboração vs instituições, não  pregando que as instituicões irão acabar, mas que o movimento colaborativo online é uma  realidade que não pode ser ignorada. Pelo contrário. Um exemplo é a produção de fotos  amadoras de um determinado festival local. Milhares de pessoas podem postar suas fotos, de  diferentes localidades, via a plataforma Instagram ­ que nesse cenário atua como coordenador  dessas fotos, através das ​ hashtags​ . Logo, é possível conhecer um festival estrangeiro, visto de  várias perspectivas de produtores de conteúdo amador, sem custo. Imaginando a geracão desse  tipo de conteúdo por uma organizacão, temos, além de custos, a perspectiva dos editores,  filtrada.     Em uma apresentação no TED, ​ Shirky (2008) discursa sobre como plataformas sociais como  Facebook e Twitter estão mudando o cenário político global ao permitirem que usuários tenham  o poder de criar conteúdo e dialogar entre sí, desafiando os grandes produtores de conteúdo que,  até então, detinham a informação e replicavam de uma forma massiva e, de certa forma, filtrada  e/ou censurada. Shirky (2008) levanta um interessante dilema, através da história da evolução  dos meios até o século XX (escrita/impressa, telefone, cinema, Tv e Rádio), sobre como as  mídias que permitem diálogo não permitem a criação de grupos e as mídias que são boas em  criar grupos, não permitem diálogo (limitando a comunicação de uma mensagem única para todo  o grupo) e é nesse paradoxo que a internet se apresenta como a primeira mídia que originalmente  e genuinamente suporta a criação de grupos e a conversação ao mesmo tempo. Como exemplo,  no episódio em que a China foi atingida por um forte terremoto, mesmo com a censura local, o  desastre foi massivamente reportado por usuários através de fotos, filmes e textos. Antes de  chegar aos grandes veículos, a história já vinha se desdobrando online. Comunidades locais  comecaram a se organizar atraves dos primeiros posts de vítimas e testemunhas. O conteúdo foi  

produzido localmente, por amadores, em uma velocidade absurdamente rápida e em uma escala  gigantesca. Enquanto isso, a BBC, por exemplo, tomava conhecimento do terremoto através do  Twitter. Para Shirky (2008), ​ cada usuário da internet é um potencial criador de conteúdo  amador​ .    N​ o artigo "​ Weblogs and the Mass Amateurization of Publishing,​  publicado em seu site, Shirky  (2008) disserta sobre o paradoxo da lucratividade dos chamados ​ webloggers​ . Na lógica de Shirky  (2008), a internet trouxe o advento da independencia da informação, atrvés da produção em  conteúdo amador, livrando os usuários da visão de agentes intermediários no processo de  comunicação ­ o que é, de fato, um grande pró. Entretanto, a internet como facilitadora da  produção de conteúdo não gerou necessariamente um aumento de escritores e jornalistas  profissionais mas sim uma expansão do conteúdo amador. Para Shirky (2008), os veículos  impressos e de massa possuem vantagem, em relação a monetização de conteúdo, através de toda  sua complexa cadeia de logística (impressão, distribuição) que denota uma ideia de que se esse  conteúdo foi escrito, impresso e distribuido, houve um custo alto de logística e um investimento  por parte de veículos que, por essa razão, fará questão de distribuir o melhor conteúdo, das  melhores fontes, escrito pelo melhores escritores. Na internet, essa ideia é quebrada pela  possibilidade de criação e distribuição de conteúdo em alta escala, com grande alcance e custo  extremamente minimizado, daí o paradoxo:      (...)  Whatever you want  to  offer  the  world  ­­  a  draft  of  your novel, your  thoughts  on  the  war,  your  shopping  list  ­­  you  get to  do  it,  and  any  filtering  happens  after  the  fact  (...)  Publishing  your  writing in a weblog creates  none  of the imprimatur of  having  it  published   in  print.This  destruction  of  value  is  what  makes  weblogs  so  important.  We  ​ want   a  world   where  global  publishing  is  effortless.   We  ​ want  a  world  where  you  don't  have  to  ask  for   help   or  permission  to  write  out  loud.  However,  when  we   get  that  world  we  face  the  paradox  of  oxygen  and  gold.  Oxygen  is  more  vital  to  human  life  than  gold,  but  because air is abundant, oxygen  is  free.  Weblogs  make  writing  as  abundant as air,  with  the  same  effect  on  price.  (Shirky, 2012, http://Shirky.com/writings/weblogs_publishing.html)  

  Para Shirky (2008), em um cenário onde o usuário não está disposto a pagar por conteúdo, ainda  existem algumas alternativas (não novas) de geração de receita através de conteúdo amador,  como a própria publicidade e patrocínio (que tem um potencial enorme de lucrar mais, dado que 

grande anunciantes vem migrando cada vez mais suas verbas de mídia para o online em busca de  possibilidade de comunicacão mais efetiva), o próprio uso do offline na criação de livros  impressos e doação, pratica utilizada pelo Wikipedia, por exemplo. Entretanto, para Shirky  (2008), a grande maioria dos produtores de conteúdo amador continuará sendo amadora pelo  simples fato de fazerem isso por pelo prazer da escrita e pela possibilidade de ter suas ideias  expostas, mesmo que apenas para amigos e familiares perto (nesse sentido, Shirky (2008) usa  uma metáfora de uma ​ cocktail party​ , onde milhares de pessoas conversam em pequenos grupos,  mas ainda massa).     Shirky (2008) reforca que conteúdos amadores, profissionais e comunicações pessoais entre  amigos se misturam em um mesmo meio, mas não são a mesma coisa, não têm os mesmos  propósitos.     Considerações Finais   

Até o final de 2015, seremos 3,2 bilhões usuários conectados na internet, no mundo. Isso  representa cerca de 43,4% da população mundial, segundo a ONU. Somos 3,2 bilhões de  internautas potenciais criadores de conteúdo amador ­ seja um textão no Facebook, uma foto da  sobrinha, um simples "bom dia faces!!!", fotos de uma viagem ou remixagem de uma música.  São dezenas de milhares de produtos frutos de uma dedicação de energia de cada individuo.  Somos muitos, estamos produzindo conteúdo e estamos conectados. Essa tríade levanta talvez o  ponto mais importante da análise que é o entendimento do potencial dessa fórmula no que diz  respeito ao chamado conhecimento coletivo. Keen (2010) aborda uma visão mais conservadora  sobre o conhecimento coletivo e os resultados desse produto. Para Keen (2010), a cultura  coletiva apenas destrói e enfraquece a veracidade da informacão, além de influenciar a cultura e  valores da sociedade. Talvez o exemplo mais real disso seja abrir qualquer site de notícias, como  a Globo.com, e analisar as notícias mais lidas no dia: "​ Carol Muniz ostenta barriga sequinha em  foto​ ", "​ Wanessa mostra pernas de shortinho e faz fotos com fãs em aeroporto​ ", "​ Mulher de PM  torturado e queimado em favela do Rio é amparada durante enterro​ ". O termo mais buscado no  Google em 2014, no Brasil, foi "​ BBB14​ ", segundo dados do Google. Esses dados reforcam os 

conceitos de Keen (2010) enquanto análise do interesse da massa e quanto isso impacta (e é  reflexo) da cultura popular. Keen (2010) também reforca que produtos como Wikipedia ou  Youtube são grandes acervos de conteúdo inutil, amador e novico. Ao contrário de Keen (2010),  Shirky (2008) tem uma visão mais otimista da conhecimento colaborativo, alertando  principalmente a perda do poder de grandes organizacões, enquanto grandes provedoras das  grandes verdade e grandes organizacoes no sentido literal. Para Shirky (2008), a internet  potencializa o conhecimento individual de cada um e, somados, esses conhecimentos se  potencializam, abrindo oportunidades para toda a sociedade. Tudo isso, devido ao ​ layer  tecnologico que, através das redes sociais, permiu e permite que essas 3,2 bilhões de pessoas  tenham a chance de se conectar, aprender uma com as outras e gerar valor.   Na visão de Keen (2010) e Shirky (2008), a internet, bem como seu conteúdo gerado, são reflexo  de uma sociedade offline (costumes, crencas, habilidades). Nenhum garoto de 13 anos vai ser  tornar um jornalista pelo simples fato de se estar conectado a internet, porém esse garoto pode  sim, ter seu blog e avaliar filmes do netflix. Para Shirky (2008), esse garoto produtor de  conteúdo amador e o critico de cinema mais renomado do país podem, sim, coexistir no mundo  da internet e ambos podem ser ouvidos, porém eles não são a mesma coisa e não possuem o  mesmo proprósito. Além disso, o blog do garoto não ira impactar na forma de geracao de receita  dos grandes produtores de conteudo, entretanto o blog não teria como fim, monetizacão. Shirky  (2008) acredita que ambos conteudos se separam na internet. Keen (2010) tem uma visão  extremamente oposta a Shirky (2008), reforcando que atualmente, conteudo amador e  profissional, verídico e falso, se entrelacam na internet de tal forma que seja impossível  identificar o que é o que. Keen (2010) também afirma que anunciantes usam conteudos  amadores, como forma abusiva de tentar influenciar o consumidor com conteúdo publicitario  mascarado de conteúdo genuíno de baixa qualidade. Na última semana,  o site Proxxima postou a  seguinte materia: "​ Unilever/US entrega 97% do seu conteúdo de cabelos para vlogeiros do  YouTube​ ", que possui duas características muito interessantes de se pontuar: 1­ Sim, cada vez  mais as empresas farão com que conteúdo publicitario online seja mais organico possível e, para  isso, essas empresas estão dispostas a pagar até mais. 2 ­ Alguns produtores de conteúdo amador  estão sim transitando de uma esfera amadora para uma configuração profissional.  

Outra matéria que chamou muito a atenção nesta última semana, foram os "​ 10 canais mais bem  pagos do YouTube​ ", onde o primeiro mais bem pago, o canal PewDiePie (games), faturou nos  últimos 12 meses US$ 12 milhões. Conteúdo amador pode não gerar valor intelectual mas pode  gerar faturamento.   O fato é que esse presente artigo convida a uma reflexão sobre esse cenário que se prova  extremamente mutável. Não existe uma verdade definitiva ao redor da cultura do amadorismo  online, mas o que se pode afirmar é que ela vem trazendo impactos importantes na sociedade e  na economia, positivos e negativos. Conseguiremos de fato conseguir mudar o mundo através da  cultura colaborativas? Qual melhor modelo de negócios para os grande veículos em um mundo  cada vez menos disposto a pagar por conteúdo? Como conseguimos cultivar a veracidade dos  fatos na internet com o anonimato ainda presente? Quais serão as grandes referencias para as  atuais geracões? Como empresas trabalharão branded content de forma ética? A cultura do  amadorismo, afinal, existe?     Bibliografia   

Keen, Andrew. The cult of the amateur: how blogs, MySpace, YouTube and the rest of todays  user­generated media are killing our culture and economy. London: Nicholas Brealey, 2010.    Shirky, Clay. Here comes everybody: the power of organizing without organizations. Nova  York: Penguin Books, 2008    Mass amateurization. Disponível em:   Acesso em 12 de outubro de 2015    Weblogs and the Mass Amateurization of Publishing. Disponível em:  Acesso em 12 de outubro de 2015   

How social media can make history. Disponível em:  Acesso em 12 de  outubro de 2015    Institutions vs. collaboration. Disponível em:  Acesso em 12 de outubro de 2015    Ars Book Review: “Here Comes Everybody” by Clay Shirky (2008). Disponível em:   Acesso em 12 de outubro  de 2015  Unilever/US entrega 97% do seu conteúdo de cabelos para vlogeiros do YouTube. Disponível  em:   Acesso em 12 de outubro de 2015   

Saiba quais são os 10 canais mais bem pagos do YouTube.  Disponível em:   Acesso em 15 de outubro de 2015   

         

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