Anatomia do Monstro

June 1, 2017 | Autor: D. G. Tierro Ramos | Categoria: Literatura brasileira, Filosofía, Dramaturgia, Teatro Brasileiro
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Anatomia do Monstro David José Gonçalves Tierro Ramos

A. A Respiração do monstro

Elenco de Personagens – Elias, Pacheco, Theophilo, Gomes, Leon, Flor, Érbero, Chaos, Fumo goiano, Figurantes anônimos populares

(ao som de Incubus – 13) – o homem olha-se no espelho. Ele olha dentro do olho e pensa, pensa por que tem vergonha de falar sozinho. E falar sozinho é indício de loucura. Infelizmente a loucura é a coisa mais temida. Por isso as pessoas inventaram as mais interessantes formas de traição. A traição tem sido realmente o motor de todas as transformações históricas nesse planeta. ___ ...

(aparece um rosto de um homem pedindo clemência, ... de uma maneira cínica ele pede clemência, pede perdão pelas dívidas, pede perdão por ser tão triste, perdão por ter nascido brasileiro. Perdão cinicamente por ter nascido nesse terceiro mundo, sem diálogos reais com o poder. Ele realmente queria ter nascido europeu. Queria, teria sido ótimo para ele, ele teria encontrado o paraíso. É! O paraíso existe para algumas pessoas. Elas já o estão vivendo. ) – volta a imagem do Primeiro Homem, PI, que desta vez diz falando sozinho, diz: ___ desafio é se manter saudável, mano. Só isso. Se mantendo saudável, você consegue manter o seu trabalho, certo? Com dignidade, mano. Ai! – vou contar uma coisa procê, mano, eu gosto do meu trabalho. ...., porra?

(eu sei que você gosta do seu trabalho. Eu sei – a personagem do Leon fala – mas é que eu estou perto da minha morte. O fim de todas as coisas para minha

consciência humana. E o que eu estou lhe dizendo é que nesse momento eu me converti aos europeus. Para salvar minha vida, eu me converto. – Leon está vestido com uma típica camisa de advogado do século XVIII. Suas mãos não aparecem. Nesse momento a imagem fica sobre seu rosto e seu peito. Ao fundo deve-se ver uma casa de ouro preto. Ou qualquer outro centro histórico não estilizado pela mídia. – Leon continua:

(( a música muda, ...sai o Incubus - 13 e entra a Bjork – Unison...)) ___ eu me converto. Eu sou advogado, eu acredito na conversão. Eu sei que um ser humano pode mudar completamente. Eu prometo, meu senhor, --- fala Leon com um cinismo natural, querendo convencer o outro. Apenas o rosto de Leon. Nunca, realmente nunca comeria, mesmo se abrisse um parêntese em sua incapacidade de penetrar em si mesmo, e de lá poder manipular conscientemente todas as forças de seu membro sexual-genital... nunca comeria uma bundinha –pensou. Ele faz uma pausa, como se esperasse uma resposta, sem olhar para a câmera e sem olhar para seu interlocutor, mas então, dessa vez, ele olha para o lado)

(( a câmera mostra uma sombra gorda no chão, na sombra aparece um homem e seu machado. ))

___ para se converter é necessário entrar para uma religião. Mas não qualquer religião. Quem não tem poder econômico não pode participar das religiões que realmente salvam, não é mesmo? – Theophilo fala, aparece. Veste um terno. Minas é um terno religioso do século XIX em minas gerais. Para cerimônias simples, de encomenda de almas de condenados mineiros pela coroa para ter suas cabeças decapitadas, quando a coroa de Portugal decidiu imitar uma prática francesa, uma vez quem o iluminismo francês prescrevia que o estado fosse mais forte, para manter maior controle sobre a educação dos cidadãos franceses. Foda-se as colônias, não é mesmo? Eles já estavam sugando milhões de vidas na África e na Ásia, onde quer que o caralho,... bem, me desculpem, - fala o padre olhando para os lados, tentando esconder que ainda era da teologia da libertação. A câmera foca o anel de tucum na mão do padre, que esconde rapidamente temendo que alguém percebesse suas ligações com aquela máfia de cegos seguidores de Marx!)

___ mas eu me converto! Eu quero ter a sua religião, meu padre, eu quero saber

o que você sabe, quero me tornar um genuíno europeu, quero ser um homem que sabe viver a vida, mesmo eu tendo nascido com o azar de ter nascido negro no Brasil do século XIX. --- Leon fala. A musiquinha da Björk recomeça lentamente, e vai subindo, o advogado mantêm o olhar fixo agora para o lado de onde parece vir uma voz. O advogado concorda acenando com a cabeça. nunca comeria uma bundinha

Surge o carrasco na tela, agora se barbeando, ainda no banheiro, olhando para um ponto na câmera onde não chega o olhar do telespectador. Para um ponto não filmável. Ele faz a barba, toca seu próprio rosto com intimidade. E fala:

___ , ... o cidadão não pode é mentir. Mentir ta por fora, mano. É olhar para dentro, para o que o sujeito tem dentro. Eu sou um cara bom, cara! – diz Elias se irritando como se seu interlocutor invisível não estivesse entendendo uma coisa muito simples. Putz! – diz Elias depois de uma pausa, se recobrando de um esforço de convencimento. --- eu sei que sou um cara bom. Eu gosto de mim, eu gosto de meu trabalho. Não me importa muito se é o pescoço dos outros. Eu preciso estar ligado ao sistema de alguma forma. Eu só preciso de meu emprego e do tempo que me sobra pra ouvir The Smiths. Eu preciso comer, e ter sonhos, preciso saber sobre mim mesmo, cada vez mais, mano.

(( a câmera volta para a sombra gorda e de novo para o advogado. Na sombra aparece um homem gordo segurando um machado. É o Elias de máscara de carrasco. Os carrascos chegaram a existir no Brasil por um breve período. Eles eram contratados para execuções menores, quando nenhum representante graduado da coroa necessitava, pela legislação portuguesa, baseada na legislação francesa que regulamentava no século XIX a profissão de executor do governo. A câmera volta para o Advogado, que olha para a câmera com completa certeza de que o que se passa com ele naquele momento é um filme. Depois, retorna a olhar rapidamente para de onde parece vir a presença do carrasco. Continua calado, acenando para a cabeça, como se concordasse com tudo que a voz gorda do carrasco estava falando. Depois ele olha para o outro lado, de onde parece estar uma outra presença. Na verdade são três presenças além da sua. Há o carrasco, o padre e um abaeté. Os abaetés eram os homens responsáveis para acompanhar essas pequenas execuções políticas. Se um homem atentasse contra a coroa nos artigos que regiam o código do direito dos cidadãos das províncias sobre o controle de Portugal, vencedor da guerra que a Europa estava travando

em Minas Gerais pela posse de ouro e terras. Os abaetés liam a sentença para o executado, que geralmente era algum abolicionista, ou falsário. Alguns advogados também era constantemente acusados. Esse era um dos casos. Uma execução, numa cidade mineira do século XVIII, finalzinho e começo do XIX. O Brasil ainda era uma preciosa colônia europeia. A câmera se volta para o padre, que fala mais um pouco. Os padres eram os oficiais da execução, eles que oficiavam a execução, rezavam e encomendavam a morte do homem ou mulher julgados. Depois do julgamento, se a pena fosse a morte, eram designados um padre, um abaeté e um carrasco. Eles iam para o meio do pasto, para lugares reservados para a execução, e ali terminavam o serviço. Essa prática era oculta pelo estado. Não era algo oficial. A igreja e o estado sempre tiveram relações perigosas, ainda hoje, no Brasil republicano nesse período pós-Lula da primeira década do século XXI. A vítima da execução era ajoelhada e tinha os olhos cobertos e então, o carrasco manejava o machado. Havia vários estilos de uso do machado na execução. O carrasco Elias se orgulhava de possuir o estilo suiouryu. Ele era conhecido entre os carrascos do governo, como um dos melhores em sua profissão. E é com esse ar de orgulho que ele aparece na tela novamente. A câmera o mostra se arrumando para o trabalho, tomando banho, ajeitando o machado em uma capa especial para machados, assim do modo daquelas capas para instrumentos musicais – música de fundo “a blue for you” – do men at work. )) naquela cidade, cinza, cheia de pessoas insensíveis, como é típico das metrópoles mineiras hoje em dia, eu estava procurando um abrigo, uma alma boa pra me acolher. Encontrei essa alma no último andar da Santa Casa de misericórdia de Belo Horizonte, um hospital psiquiátrico? não, a ala de Hidrocefálicos cancerígenos. Era dia em que se podia visitar os doentes, por sorte minha. achei uma raridade: um menino de sete anos com três litros e meio de água dentro da cabeça. O menino não podia deitar, ficava sentado dentro de um berço, com uma série de aparelhos. Uma imagem. cheio de tubos ligando a cabeça a uma máquina. O menino gemia silenciosamente dentro do berço. Estava só naquela tarde. E eu puxei uma cadeira e me assentei ao lado do berço. Era hora de visita mesmo, e eu estava na beira do poço. Mas foi interessante ficar olhando a cara do menino, que olhava pra mim e nada entendia, que tristeza daqueles olhinhos. Seus olhos estavam opacos, amarelados, provavelmente tinha os rins comprometidos. A pele era escamosa. Ele respirava com dificuldade, pois tinha outros tubos entrando pelo nariz. Na verdade notei também uma bolsa de urina do lado da barriga. Era uma imagem. Aquele cabeção. Mas eu tinha uma certa paz dentro de mim, apesar disso. Não é vendo a desgraça dos outros que a gente deve se refazer? eu me divertia com o menino doente, zombando

silenciosamente de sua condição miserável, quando resolvi falar pra o menino cabeçudo sobre as coisas que ele nunca viveria. sim, nada mais satisfatório como mostrar a cada um o seu lugar. comecei contando sobre as bocetas que eu comi. há, há, há, o cabeçudo provavelmente nunca comeria uma bundinha, ...há, há, há, eu fiquei rindo baixinho, apoiei minha cabeça no berço, e não tirava os olhos da aberração da natureza. escutava o som da respiração difícil do menino, como que assoprando o ar dentro de um plástico. resolvi contar-lhe a toda verdade. ele era um miserável semi-humano, que provavelmente nunca chegaria a minha idade pois seria comido por aquele câncer, que já tinha começado bem. olhei bem para aqueles olhinhos empapuçados, cheios de remela, amarelados, com uma terrível expressão de dor e sofrimento humano. e disse lentamente algo sobre o pintinho atrofiado que ele tinha, e de suas duas bolinhas cheias de carne podre, e de como seria difícil arrumar uma mulher para comer com aquela cabeça soltando pus por ai!!! há, há, há, há, ... então eu estorei de rir. uma enfermeira chegou até a porta e eu me calei imediatamente, fingindo ser um choro, enchi minhas mãos de cuspe e lambuzei os olhos, olhei para a mulher, de pé na porta, com a expressão da morte. senti que ela se comoveu. há, há, há, que idiota. ela foi embora e eu volvei a ficar sozinho com o cabeçudo hidrocefálico. então a mulher voltou, e tinha com ela duas freiras com ar piedoso. as irmãs entraram no quarto e viram meu estado deplorável. não pude me conter, estourei uma gargalhada sonora. as irmãs se olharam, achando se tratar de um estado de choque, ou coisas pior. perguntaram se eu era o pai. eu não consegui responder, a crise de riso ficou incontrolável. me levantei e saí correndo pelo corredor, rindo como o coringa do batmam. hospital psiquiátrico? não, a ala de hidrocefálicos. Flor: não saberia responder. parte de nós é conhecimento poético da vida, difícil de racionalizar. acho que uma coisa que não gera mais vida em nós, deve ser deixada. talvez isso seja um medidor do que é passado, ontem, antigo; aquilo que não é mais vida. Que lixo Cara! Já pensou se o mundo fosse idiota o bastante como você?... Mas cara, que sinistro, para com isso porra. Nem pra aliviar suas tensões este teu discurso sem nexo presta. Por favor, VIVA, não morra, você está mais morto do que o menino hidrocefálico. Mineiro Jacuzão. Faça alguma coisa de útil, senão pelos outros, por você mesmo. Não se agrida tanto... todos somos culpados. Um dia saberás. nossa sociedade cristã-burguesa é muito hipócrita e higiênica, até mesmo com as palavras. Acho que estou me convertendo em uma pessoa incompreensível para meus contemporâneos de sociedade do lixo, por que as pessoas são fracas e pudorosas, as palavras, as forças da natureza, a forçada água, da terra, dos verbos intransitivos, tudo isso assusta... Eu procuro falar

absolutamente o que penso. O Érbero era um metafísico que vivia batendo na mulher. Uma viciada em crack, que começou a transar com amigos para descolar algum dinheiro o vício. O Érbero também não era um homem qualificável. Veja você, um ex-presidiário, assinou um 121. Mas estava velho. O velho no Brasil é o decrépito. Principalmente se não pertence às classes burguesas. Mas a vida de vocês, essa vida normal, é uma exceção, minhas senhoras brasileiras de classe média universitárias. A vida dos que não se enquadram em suas lógicas é bem diferente do que vocês imaginam. É preciso entender sem julgar às vezes.

Pois o Érbero chegou a sua casa miserável, na favela do Castanheira, depois de umas tretas dele com jogo, bebida e mulheres, e o que viu? Viu sua mulher dentro do barraco com outros homens. O Érbero foi logo dando facadas no ar, os caras pularam pela janela, carregando roupas e risos. A mulher ficou lá, no chão, sendo esfaqueada pelo Érbero, que nem tinham mais força na mão, de tão bêbado. Mas mesmo assim, não doeriam tais facadas, fosse o fato da tal mulher estar completamente chapada. Pois reproduzirei o diálogo dos dois. Deve o leitor imaginar o clima tenso; dois animais agressivos em um embate por sobrevivência afetiva, monstros urbanos sem nenhuma possibilidade de entendimento. Um cansado de bater, o outro aflito em apanhar e terminar.

Érbero: Podia você me dizer por que me tornas isso, um homem traído, uma personagem motivo de hilárias conversações de bairro. Não bastasse esse lugar nojento em que vivemos, e você, com seu vício, com suas traições, com seus adultérios, o torna mais insuportável ainda? E aquele amor que juramos um dia?

Chaos: Podia você então me libertar dessas amarras emocionais que me tem prendido aos seus sentimentos mesquinhos de orgulho, convergência e maucaratismo? Posso cuidar da minha vida, uma vez que a emoção tão linda que um dia tivemos um pelo outro se acabou completamente?

(Érbero, olha pra sua mão de homem negro e velho. Uma faca. Molhada de sangue. Que goteja, umas poças pequeninas próximas ao seu pé de homem negro velho. Subitamente Érbero tira da cintura uma arma de fogo, e aponta

para o que resta da mulher, acuada em um canto do barraco, mal iluminada por uma lâmpada 40 W. Sem expressões, perdida, escravizada, maltratada, usada e abusada por quem quiser e tiver três reais para uma nova pedra, uma nova aventura de prazer rápido. Uma alma fácil, uma mulher sem força, simples, de alma de rato), ...

Érbero: Eu vou te dar o tiro de misericórdia e vou libertar de mim. Só morrendo e só matando.

Chaos: Por favor, faça isso. Creio que você gosta de aflorar sentimentos como espanto, repulsa, antipatia e até mesmo pena, por quê? Se nos não sabemos de literatura, os medrosos tão pouco!! Quem te disse entende algo sobre alguma coisa relevante sobre o mundo? Ridículo, patético e doentio... é!! Ah!! E não estamos aqui discutindo religião!!misture Estamos discutindo o quanto uma pessoa egocêntrica pode se tornar monstruosa e pode chamar essa monstruosidade de literatura e/ou poesia...(piada, né!). O único sentimento que voce pode despertar nas pessoas é dó (pena) e esse é o sentimento mais medíocre que um ser humano pode ter pelo outro. E consegue despertar em muitos, parabéns!! É seu objetivo sendo consolidado!! Érbero: Sempre, sempre. Você é quem me incentiva a ser tão criativo em minhas maldades. ser considerado monstro por um burguês é um elogio? que tipo de limpeza estética você pretende fazer? o que vamos higienizar dessa vez? não é possível discutir a hipocrisia da estética? não há lugar-personagem, ou voz poética possível para se falar? o que significa? Engraçado: cuidem de suas vidas, mas olhem como faço.... me invejem, me desejem, me idolatrem e se fodam no final... Bem típico de você. o máximo que cada um de nós pode fazer pelo outro parece ser levar até a porta. Fumo Goiano: você teve aquele tipo de sorte que as pessoas costumam chamar de milagre. E nunca mais vai precisar trepar com seu ex-marido violento alcoólatra emocionalmente dependente. Eu não tive esse tipo de sorte, o milagre, aquilo que não se está mais esperando, e acontece subitamente.

Chaos: vai em frente, continue falando essas coisas.

Fumo Goiano: ... , hum!, ... você é do tipo que acha que pode corromper

qualquer um. Você acha que eu vou cair nessas armadilhas femininas, de sedução barata? Só por que você não consegue ficar sozinha? Sua vadia!

Elias: Cale a boca ocês! Chega dessa conversa fiada. Tamos tentando dormir. É tarde pra caramba. Tá todo mundo de saco cheio dessas palavras, dessa arte belorizontina! Essa mania de lotar o palácio das artes com atrações pequeno burguesas Tudo isso é muito pseudo! Pseudo!

Theophilo: Cale a boca, Elias, seu gordo desprezível! Eu estou querendo dormir, porra! Chega desse discurso pseudo! Que mania de ficar falando mal dessas pessoas-nobre, desses senhores e senhoras que adoram ficar na fila para comprar ingressos milionários para assistir a cantores e cantoras decadentes de Belo Horizonte, e de todo Brasil. Longe de mim querer parecer antichicobuarquista, que na verdade sou, assim como anticaetanovelosista, e principalmente, antesandyijuniorista e antivanderliirista roxo! Abandonar as ilusões sobre nossa condição de existência é uma exigência para abandonar uma condição de existência que necessite de ilusões seu... seu... seu inominável!!!

Leon: Cale a boca você, Theophilo! Porra, deixa eu dormir! Para com essas suas lamentações cristãs, esse seu descruzo da piedade, essa sua fé cega nos deuses da teologia da libertação, esse seu ressentimento histórico com a música popular brasileira, tudo porque Roberto Carlos arruinou a carreira cantando em navios transatlânticos e você sempre gostou daquele canalha! Chega desses seus suicídios imaginários! Chega de cumprir promessas em Aparecida do norte! Chega dessas críticas, baseadas em Marilena Chauí, besteiras socialistas burguesas, dessa corja de intelectuais universitários filhos da puta burgueses que agrediram o santo nome de Marx em vão!

Chaos: vai em frente, ... continue com essas coisas. Vamos ficar aqui brigando por nada até o amanhecer?

Fumo Goiano: cale a boca você, sua vadia. Os hidrocefálicos cancerígenos insalubres assassinos são mais inteligentes do que você, sua vaca. Pena que eles nunca vão me alcançar vivo. Pena que eles fracassarão em sua vingança contra mim, por eu ser o inimigo número um dos hidrocefálicos cancerígenos insalubres. hi, hi, hi, ...

Elias: Paranoico!

Theophilo: vagabunda!

Chaos: derrotado!

Leon: viciado!

Fumo Goiano: idiota! … “As manhãs, era a mesma coisa. Acordar, ver o céu azul, mas naquele dia, meu cipós de são josé estava florido, subindo pelo teto da casa. As aranhas. Elas conseguem entender. Por que viver é bom? Viver é bom, mas viver é um teste. Para um pequeno filme que filmarão sobre você, um dia, sobre sua vida miserável. Mas isso pode ser bom. (...)” “Todas aquelas manhãs de outubro, que passei pensando em como você é triste, e pensativa, desgastante. O papel, ele recebe tudo. Todas as músicas de pink floyd recomeçaram a funcionar! No céu cinza por causa do desmatamento de que tanto falamos em Belo Horizonte. (...), minha amiga Isabel. Que eu nunca comi por que nunca me declarei apaixonada por ela, talvez.” “Tocávamos violão no quarto em que ela vivia, na casa de seus pais,mas isso tinha já um tempo. Era parente nossa por parte de um primo de minha avó, e tocava maravilhosamente chicobuarque, para o meu azar, de pessoa altamente socialista. Nunca tinha se casado Isabel até aquela data querida.” “Eu fui de madrugada comprar alguma maconha, na casa do jovem-joaquim, que também tinha a mesma intenção que eu, comemorar algum aniversário. Tinha chegado de uma festa com alguns amigo, de que não me lembro o nome, e estava ouvindo pinkifloi, quando me deu vontade de ver o dia nascer com Isabel. Eu era mineira, h-ras, eram todas.” “Desci pela esquina e fui até a boca, mau iluminada, que ficava lá nfundo do

brejo, perto da nascente. Na favelin. O fim da rua, quando ainda começa uma certa mata de árvores naturais, ainda deixadas, que escondia no fundo, uma pequena poça, por onde saía água, do que cha-amavamos de nascente. Esses crimes ambientais nunca são investigados. Entra uma geração política, entra outra, as nascentes ao redor de BH são destruídas, e ninguém fala nada. As televisões mineiras estão comprometidas com essa corja de loteadores filhos da puta! Eu fico puta! Havia um boteco que nunca fechava, e de m-nhã vendia pão para as pessoas próximas, que um menino trazia. E também lá funcionava a boca. Eu sabia que de madrugada podia ainda acordar o jovem-cláudio, que era o rapaz que cui-dava da boca para os donos, de madrugada, ai eu bati no vidro do barraco dele. Ele acordou quando eu chamei, e abriu o portão pra mim.” “(...) ele tava sorrindo, por que era seu aniversário também. Me deu uma caneca de vinho e falou sobre sua nova vida de homem temente a deus.” “Eu falei que tava tarde, e ele me encheu a mão de beck por nove reais.” “(...) eu pus a mão no bolso e rezei uma ho-ração pra nossa senhora, pensando nos peitos lindos de Isabel que eu nunca chupei. Que poucos chuparam. E teria sido mui carinhosos e ternos meus beijos. Porém houve um tempo de exageros, de minha parte. Algumas liberdades que tomei, na intenção de seduzir a garota. Mas ela se defendia atrás de chicobuarque, e de todo seu lirismo carioca, pseudo.” “(...), até que um dia eu consegui. Pequei minha cra-viola, de doze cordas, e meu chapéu que meu avô me deu, quando ainda era vivo. E fui tocar um cocteautwinzinho. A me-mima fechou os olhos um instante, no m-eu-io da música, e eu senti que era desejo seu de tudo me entregar, até o alívio.” “(...), a-eu-a tava com o bolso cheio de beck, que pensei fumar com ela, naquela noite mesma.” “(...), e fiz um pequeno cigarro, com folha de caderno, uma pontinha, que coloquei no bolso direito de trás. E fui, o bairro pompéia estava vazio. Ninguém nas ruas, mas eu estava legal, já tinha fumado umatora. E tinha rezado minhas religiões tropicais ao meu deus do amor brasileiro. E saí, subindo a 28 de setembro, rumo à Abadia, pela mariano de abreu mesma, mas então, eu vi sua casa e meu coração bateu mais forte. Aquela bocetinha maravilhosa me esperando. “

“(...), entrei toda cubana, tentando ser a mais honesta figura, possível, para que todos soubessem que eu tenho algum valor, para no fundo aproveitar os frutos dos desejos humanos de todos a minha redondeza. Mas naquele instante, eu queria mesmo era isabeu, e sua cara adolescente. Respirando na minha enquanto dormia. E eu toda chapada, lembrando o mo-mento que ela beijou os meus seios e tocava meu cora-ç.” “(...) propus que fugíssemos para Doresópolis, uma pequena cidade mineira, antes de se chegar a Pi-hui.” “(...), ela riu e abriu a jhanela, no meio da madrugada, sabendo lá de dentro que era eu quem chegava, linda, para alguma conversa de antigamente. Talvez ela tivesse algo importante para me com-tra, por isso. Amanhã era domingo, era aniversário dela, que faria talvez quarenta anos de sua vida inteligente.” “Ascendeu a luz do quarto, me fez s-entar, e oi, lá dentro da casa buscar da geladeira de sua mãe duas cervejas para tomarmos, e alguma conversa. Eu tinha trazi-o salgadinhos chips, e ela achou legal. Sua cara era a de quem acordava, mas sor-ria com os olhos empapuçados. Re-melas.” “(...) mostrei a ela o meu instrumento, que dei o nome de roberta, em honra a uma querida namorada minha, de um passado distante para minha jovem idade. Isab-eu estava linda, ainda com seus quarenta anos, mas suas mãos envelheciam, se podia ver. Era o tempo. Ficavam lentas no braço da craviola. E eu toquei algumas músicas que eu tinha compost-ao, depois que saí de meu último amor belorizontino doloroso. no outro dia, acordamos, tínhamos cantado, bebido cerveja, comido salgadinho, feito amor, fumado maconha, chorado feito irmãs-s, por causa de todas as experiências da vida de mulher. Até o dia nascer, e minha boca fic-var inchada de tantos beijos e gracejos vaginais.” “As manhãs, era a mesma coisa. Acordar, ver o céu azul, mas naquele dia, meu cipós de são josé estava florido, subindo pelo teto da casa. As aranhas. Elas conseguem entender. Por que viver é bom? Viver é bom, mas viver é um teste. Para um pequeno filme que irão filmar sobre você, um dia, sobre sua vida miserável. Mas isso pode ser bom ..."

B. As Poesias do Monstro

1. o Monstro treinado

As gentes feias desse país As pessoas horrorosas do Brasil Aquelas que nunca devem aparecer na televisão Nem em nenhuma coluna social que se preste Essa gente parda, esbranquiçada Formadas pela miscigenação desenfreada O gosto por sexo dessas camadas baixas da sociedade Pessoas cheias de pecado, Castigadas pelo Jesus loiro, Essa escória mulata Precisa consumir os produtos de beleza! Sim! Produtos de limpeza, se higienizar! Há mesmo alguns milagres estéticos possíveis Fabricados pelos melhores cérebros Da Europa, Basta ver nas propagandas, oras! Isso, ...! Ahá! É isso, ... Puf, ... puf, ...puf! Estou cansado, … Ofegante até, ... Cansado de gritar essas verdades, ... Cansado, ... he,he,hé,… Mas eu fui capacitado pelas melhores instituições Para compreender essas questões,... Ei! Eu tenho um compromisso com o povo brasileiro

Eu quero que meu país seja melhor considerado No exterior! Que adianta a gente escolher embaixadores brancos de olhos azuis Das melhores famílias de Brasília, Mandá-los pelo mundo afora para anunciar a cultura brasileira, Se temos aqui esse povo feio! Temos que esconder essa feiúra do mundo, oras! Vamos dar education a todos os animais, Domesticar todos eles, E também domesticar as florestas, E as aguas, Ensinar a nao deixar A irracionalidade triunfar: O Homem e a Mulher sont naturalmente capitalistas! Non é? Hein? Non é? Non é ? Hein ? Responde ? Non é ? 2. Poema da menina triste e de seu padrasto lascivo e inclinado a tirar proveito da fragilidade feminina em prol de seus desejos doentios neuróticos de aceitação Nessa noite de tempestade ... Nessa noite de tempestade eu fecharei meu quarto Contra todo ar violento que sopra do norte E invade os corações e mentes

Nessa noite banirei de meus pensamentos a figura e as palavras Das terríveis pessoas que por dinheiro são capazes de matar o amor Nessa noite assumirei minha derrota estética E farei o drama maior dessa tragédia Não ouvirei conselhos de homossexuais E nem cederei ao apelos pela saúde, higiene e boas maneiras Não comerei de garfo ou colher O que tenho para comer é puro aço

Nessa noite tentarei fazer uma cirurgia interna Seccionar os nervos que transmitem impulsos dolorosos Deixar o cérebro nadar em fluidos de esperança E os músculos delirarem movimentos inacabados e imediatamente necessários Essa noite as portas de minha casa estarão fechadas para sempre até amanhã E meus cabelos ficarão soltos enquanto caminho de um lado a outro E meus desejos agora poderão brincar comigo E falar coisas sérias sobre a minha vida Que acaba Nesses dias

Nessa noite não tenho mais pai ou mãe Não tenho mais esposa ou esposo Tenho um universo indistinto De coisas ligadas pelo pensamento mais sagaz E dentro dos olhos aquela chama violenta Me tranco pois se saio matarei o que me acossa

Nessa noite de tempestade...

3. O estado de alma dos vencidos

Amor é exatamente o que não temos Por causa da necessidade de esconder O corpo que já sabe mentir e não compreende E eu nem percebo Quando já fiz você sair O que foi mesmo que você disse?

Eu vim até a rua para lhe pedir que volte Não é preciso se apressar Volte para dentro da justiça e da paz Um útero que você deixou ainda cedo Mas temos muita sorte, estamos vivos Encontrar alguém que tenha um rosto é tão difícil, ... Que foi mesmo que você disse?

Diminuir as razões objetivas para a desesperança que nos imobiliza Ampliar as reações imaginárias e automáticas ao ódio Negar até o fim o triunfo do desamor dentro de nossas almas As interpretações selvagens que não devemos disciplinar! O estado de alma dos vencidos O estado de alma dos oprimidos Sufocados em seus desejos de esperança e amor Por você, Por tuas mãos brancas e sinceras Advogadas O que foi mesmo que você disse?

4. Depois da Secura

pernas enroladas nas minhas, nossos braços em abraços intensos, e você geme com a voz mais doce eu te aperto e não posso deixar de te amar por toda eternidade, então nossas mãos se encontram e estão abrindo tua boceta e estão colocando lentamente meu pau dentro dela, e então estou dentro de ti, quente, plena, a mulher de minha vida como na primeira experiência que tive, e é o presente eu beijo tua boca com avidez mordo teus lábios com ferocidade você está diante de um animal intenso e eu estou diante de uma fêmea intensa ... aperto com força tua bunda, para que te penetre mais fundo e te coloco sobre mim, para que tua bunda fique mais aberta, tua buceta fique mais aberta, quero teu gozo antes do meu, para que pernameça, se um dia fizermos um filho, será num momento tão apaixonado quanto, para que olhando para ele, não nos esqueçamos do dia em que o construímos, ... quero te comer em todas as posições, e quando você goza pela primeira vez, te coloco de quatro, abro bem tua bunda

chupo ainda um pouco tua buceta, vejo você olhando para trás, curiosa, cheia de desejo, a mulher tua bunda empinada, ...

o Vômito de Cavalo e a Louca da Escadaria

televisão de crianças, elas querem seus direitos, crianças com 26 anos de idade crianças grandes, belorizontinas, universitárias, querem todos os seus milhões de direitos, nunca mais volto nessa igreja se eu não for curado! as crianças de 28 anos, crianças brancas, morenas, negras, crianças com mais de vinte anos com brinquedos em tamanho super, monstruosidades andando de carros 1.4, ou 1.6, ou 2.0, ou 2.2, não importa não importa a marca, azuis, marrons, pretos, amarelos, todas as cores de carros para crianças, girando em torno da grande roda, movendo o planeta terra inteiro em direção aos mestres, --- "não gosto de transporte público" --- uma diz ...ocultos nas sombras de um pensamento, os mestres manipulam os doutores,

crianças grandes brincando, brincando de insultar outras crianças, --- "é só de brincadeira..." --- as mães dizem um pensamento com pouca luz falando ao celular e, andando de carro, as crianças velhas consumindo, indicadas pelas propagandas, falando ao celular e pilotando o briquedo gigante, crianças com 29, 25, 27 anos, mentes universitárias do carái aquilo que emociona juizes e delegados federais aquela gente fofinha, do bem, olhos de personagens de televisão "procure um homem do olho azul, filha" --- elas dizem quando se tornam crianças supervelhas "se não achar, busque alguém que saiba fingir que possui, ou pelo menos quem tentará!" as crianças de mais de vinte anos, querem sempre seus direitos! --- "procura uma mulher do cabelo liso meu filho" --- as mães dizem! --- "você tem direito a isso!" os direitos! são milhões de direitos possíveis! eles, eles surgem de todos os lados, os direitos

e são tantos direitos, tantos que as crianças grandes se sentem... atingidas na cabeça pela graça de deus!

Quando começamos a nos lamentar, de outras coisas que fizemos, ... Eu preciso ir agora, você me entende? Nem mesmo importa toda essa crueldade e violência Vou sair de seus lençóis ainda virgem? Não, vamos foder ainda um pouco mais.

Eu me discurso a noite toda Me abri a você sem necessidade Bastava ter usado mais a língua em teu corpo Do que usá-la pra fabricar palavras Vou sair de tua cama ainda virgem?

Do que estamos falando? Onde estamos, que lugar é esse, ... E porque estamos tão nus assim? Seu comentário inteligente me falta

Não espere mais que eu seja cordial nem mesmo com a tua boceta Hoje sou mais que um brasileiro Sou de ferro e brasas Sem pudor ou verso

C. A dor de dente do Monstro

Era apenas uma pequena dorzinha. mas você poderia governar sobre um pacote de leite derramado? poderia movê-lo feito o Mickey em fantasia e fazer voltar puro para os copos que, cheios você derrubou? Uma dor começa por acidente? O que é causa e consequência uma dor? esticou seu imenso e musculoso braço, abriu e fechou várias vezes as mãos, tentava a legitimidade de não se aborrecer com aquela dor de dente que surgia e logo agia feito comunistas cancelando a normalidade da vida e colocando sempre de novo o conflito por causa da comida. Mas ele havia mastigado muitos corpos vivos humanos, e de muitos tipos de animais, porque essa dor de dente logo agora? E porque você não vai tomar no teu cu! --- ele berrou ao passarinho que cantava perto da janela, foi o motivo suficiente para uma crise de ódio e raiva, e feito um golpista brasileiro desses comuns hoje em dia ele destruiu todo seu apartamento, aos gritos e urros estrondosos, acordou não só os vizinhos, mas o quarteirão inteiro, um grito tão poderoso que nenhum abafador de som filha da puta poderia segurar e todas as luzes do prédio se ascenderam de uma vez e os vizinhos deixavam as coisas e corriam de pijamas e camisolas para as escadas, e agora gritavam também. Se ele tivesse no corredor iria ver inclusive vários mamilos, peitinhos, das mulheres jovenzinhas e velhinhas que fugiam daqueles gritos e não tiveram tempo de cobrir as belezas! --- não é cobrir as belezas otário! quer ser chamado de pedófilo? de ginecófilo? se diz "cobrir as vergonhas", seu burro! não sabe que órgãos sexuais e peitos são as vergonhas?! pessoas desinformadas fazem o mundo mais infeliz, inferior, e... bom, você resolveu romper. Mas aquela imensa dor de dente havia levado, no final das contas, a que batessem em sua porta as pessoas da autoridade, e ele, mesmo urrando, escutou a batida gentil na porta, e foi até lá, tranquilamente, para ver o que era. Se era mais um político tentando chegar à presidência fazendo sexo com tudo e todos pelo caminho, ou um escoteiro vendendo chocolate (essa parte do escoteiro parece uma coisa de bereba! ele só tinha visto isso em filmes, não era uma realidade, escoteiros não são tão burros de sair vendendo chocolate pois existem as padarias de bairro que estão repletas de doces, caralho! você quer me interpelar? você quer entrar na minha mente, acompanhar meu pensamento e perceber que não há nenhuma finalidade objetiva no propósito em si, mas é o djeito! é o djeito que se faz pô! --espere, porque você está falando "djeito", sendo que o correto é "jeito"? é porque a língua portuguesa está moralmente fragilizada, entende, e uma grande mudança linguística se processa. a palavra "cachorro" é usada hoje 43% com menos frequência do que a palavra "catioro" para designar o animal canino

doméstico. --- Olha só, eu nem sabia dessa viadagem, hahahahah. --- pois não? --- disse o monstro com aquela baita dor de dente, aquele sofrimento comunista, que cresceu de um segundo para o outro, e todos sabemos que a dor de dente é a maior das dores que um humano pode suportar?!! --- e com os monstros? é assim? --- não. com os monstros a maior dor existencial é a rejeição. só depois vem a dor de dente. --- Queremos saber quem está gritando tanto, há centenas de reclamações de vizinhos, senhor. --- eu... eu estou com uma incrível dor de dente, kkk, oficial, eu estou com dor de dente Sr. oficial, não estou conseguindo me manter no nível monstro normal, estou dando piques de monstro-brutalabsurdo com a gradual crescente dessa dor, o que faço? --- ora, ora, ora, mas somos as pessoas certas no lugar certo. eu tenho muito desprazer de falar disso, mas preciso lhe explicar nosso serviço. Somos as forças de segurança nacional e detestamos direitos humanos. Sim, a simples menção da expressão "direitos humanos" em quarteis, delegacias, batalhões, volantes, companhias, tropas causa imediato vômito em todos os homens e mulheres que compõem esse poder militar nacional sacro sagrado. --- é um fenômeno que não conseguimos explicar, senhor monstro (--- disse um outro policial que acompanhava o policialchefe). --- por detestar os direitos humanos temos um apreço grande pelos direitos dos monstros. sim, somos uma força militar binária, é oito ou oitenta! ou amamos os direitos humanos ou amamos os direitos dos monstros. e nós preferimos amar o direito dos monstros. o Sr. pode me acompanhar, senhor monstro, temos um ótimo serviço de saúde, acompanhamento jurídico, médico... enfermeiras, ... rombos na verba das merendas, ... (e ai o estagiário de policial ficou nervoso, porque viu que o seu chefe estava dando informações demais a um civil. mesmo sendo monstro, era um civil, e civis, como se sabe, quando não cagam na entrada, cagam na saída!!!). O monstro se sentiu acolhido. Mesmo com a baita dor que sentia, a monstruosidade daqueles militares, capazes de espancar crianças se fosse ordenado. era linda a monstruosidade de delegados e delegadas de polícia, com seu tom autoritário humilhando depoentes. é uma monstruosidade legítima, e o monstro esqueceu sua dor de dente por um minuto, para pensar naqueles homens e mulheres das forças da lei que conseguiam dar uma certa dignidade à condição de monstro. coisa linda! emocionante. O monstro saiu do apartamento, acompanhou os soldados pelo corredor, foram aplaudidos pelos civis, pois essa é a função básica dos civis, e se encaminharam para uma excelente ambulância cinco estrelas, para uma excelente consulta com um excelente dentista uma excelente clínica. O monstro queria comer a cabeça e o cu daqueles policias o tempo todo. coisa de monstro. mas ele se conteve, e o tratamento foi um sucesso!!!

belo horizonte 2006-2016 primaveras

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