Anfitriões rurais: a hospitalidade no espaço rural fluminense

May 30, 2017 | Autor: D. D'Onofre | Categoria: Rural Sociology, Tourism Studies, Hospitality, Hospitalidade
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GT (05) – (Relações de Trabalho no Mundo Rural) Título do Trabalho: Anfitriões rurais: a hospitalidade no espaço rural fluminense Dan Gabriel D’Onofre¹ 1

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ), Professor do Departamento de Economia Doméstica e Hotelaria (DEDH/UFRRJ). [email protected]

Resumo: A diversidade de ocupações no espaço rural constrói relações para além à agricultura, pecuária e extrativismo. No espaço rural fluminense, mundos turísticos são construídos sendo alguns deles orientados à manutenção de relações não comerciais. Este trabalho consiste em trazer à discussão a categoria de anfitriões rurais que através da organização de práticas voltadas à recepção, alimentação, entretenimento e hospedagem, propicia a existência de relações de trabalho não remunerado no turismo. Palavras-chaves: Anfitriões; Hospitalidade; Turismo Introdução A diversidade de ocupações no espaço rural tem sido objeto de pesquisa para muitos estudiosos. A literatura existente sobre o tema da ruralidade contemporânea tem reforçado a ideia de que o rural não pode mais ser considerado como sinônimo de agrícola. Seguindo as trilhas abertas por estes autores, o presente trabalho tem como objetivo analisar a condição de quem produz serviços de hospitalidade no espaço que convencionou-se chamar de rural. Carneiro (2012), ao trabalhar os aspectos do “rural” enquanto categoria de análise e pensamento, reflete sobre os avanços dos estudos rurais no que tange à desmitificação da homogeneidade de identidades e atores sociais. Nesse contexto, é possível vislumbrar uma inserção de análises e reflexões que não se encerram nas atividades agrícolas dos habitantes de áreas rurais. Ao analisar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio/IBGE, Carneiro (2012, p. 28) revela que “o movimento de retração do êxodo rural é acompanhado pelo declínio da população ocupada na agricultura e pelo crescimento expressivo das ocupações nãoagrícolas que passam a crescer a uma taxa anual de 6,1% no período 1996/99”. Ou seja, é possível inferir que grande parte das populações que vivem no espaço denominado rural tem em atividades não-agrícolas a garantia de manutenção de sua reprodução social. Atente-se ao caso fluminense, onde, ao se analisar os dados do IBGE (2013), descobre-se que mais de meio milhão de pessoas (cerca de 3,3% da população fluminense) vive em áreas consideradas rurais (ABRAMOVAY, 2009). Sobre a unidade da federação mais urbanizada do país, Carneiro (2012, p. 29) cita que “foi observado um crescimento maior de pessoas ocupadas em atividades mais bem remuneradas e, por isso, competitivas com a agricultura, como a de pedreiro, jardineiro e caseiro”. Muitas dessas atividades, segundo a autora, têm ligação direta com a atividade turística, pois permitem a expansão de segundas residências, construção de pousadas e restaurantes, bem como a manutenção destes. Sobre esse aspecto, a autora também ressalta a “revalorização do rural”, tendo como mote a incorporação de “elementos não-materiais” na esfera produtiva. Tal fenômeno tem incidência no fomento de uma nova dinâmica econômica e social cuja

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produção de signos (tanto os novos como as reapropriações de expressões culturais não hegemônicas, como os saberes e as práticas “tradicionais”) passa a constituir um elemento importante dos processos econômicos e sociais contemporâneos. [...] A natureza, principal aglutinador de signos desse meio, torna-se a base sobre a qual a nova noção de rural se constrói (CARNEIRO, 2012, p. 35).

Embora seja constatável que atividades remuneradas ligadas ao turismo sejam grande força de absorção de mão de obra no espaço rural fluminense, há uma série de atividades produzidas por famílias rurais que mantêm laços através do lazer turístico e não necessariamente são remuneradas. As visitas a amigos e parentes constroem e/ou mantêm círculos sociais acionados pelos serviços de hospitalidade. Com o objetivo de analisar perspectivas teóricas que identificam práticas humanas, este trabalho almeja relacionar tanto o lazer à visitação de parentes e amigos. Salienta-se que o Ministério do Turismo (BRASIL, 2012) constatou que do total de brasileiros que viajaram em momentos de lazer, mais de 68% se hospedam em casa de amigos ou parentes. O método desta pesquisa acionará aspectos qualitativos para dar conta de analisar este movimento migratório motivado ao lazer com base num estudo de caso (D’ONOFRE, 2013) executado junto aos anfitriões de uma comunidade rural do primeiro distrito de Carmo, região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2013. Por meio de uma pesquisa exploratória, aciona-se pesquisa bibliográfica sobre conceitos advindos da sociologia do lazer, bem como estudos da hospitalidade, turismo, além dos aspectos sociais do recorte espacial em questão. Sua realização se fundamenta em observação dos fatos em campo orientado por observações participantes, aplicação de formulários com entrevistas “face a face” e semiestruturadas com perguntas abertas. A análise dos dados foi feita com base em seu conteúdo.

A Hospitalidade e o anfitrião A relação entre indivíduos sempre foi objeto de estudo nas ciências sociais. Com o desenvolvimento de sociedades, somado ao deslocamento desses grupos, propiciou a formação de atividades ligadas à satisfação de necessidades de quem está longe de sua base territorial. A fome, o frio, a necessidade de proteção são algumas ameaças que se fazem sanadas quando anfitriões ofertam alimentação, acomodação e recepção aos seus hóspedes. Nesse contexto, receptor e acolhido, anfitrião e hóspede são os atores que constroem as relações em hospitalidade. De acordo com Grinover (2002), a etimologia da palavra hospitalidade tem origem latina (hospitalitas), essa mesma derivada de hospitalis, advinda do século XIII. Ao desenvolver seu pensamento sobre o processo etimológico da palavra, Grinover ressalta que a hospitalidade possui intrínseco elo com hospício, casa de repouso para viajantes e peregrinos durante a Era Medieval (GRINOVER, 2002). Às sociedades ocidentais, a configuração de um mercado lastreado pelo lucro que buscava por recepção, alimentação e acomodação acarretou na assimilação de hospitalidade como um conceito que abarcasse essas atividades ligadas ao comércio de bens e produtos. Tal fato pode inclusive ser assimilado nas definições advindas de organizações da “indústria da hospitalidade”. Lashley aponta que o relatório do The Joint Hospitality Congress de 1996 define hospitalidade como “a oferta de alimentos e/ou bebidas e/ou acomodação longe do lar” (p. 16, apud Lashley, 2004, p. 03). Outras organizações, como o Higher Education Funding Council England’s Hospitality Review Painel, também ponderam que as atividades de alimentação e acomodação enquanto serviço são hospitalidade (idem). A possibilidade de definir o conceito de hospitalidade às atividades de oferta de alimentos, bebidas e acomodação, segundo Lashley (2004) caracterizam-na como a “trindade”. Na verdade, esse cenário conceitual restringe os limites da hospitalidade, sobretudo quanto aos Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

aspectos sócio-antropológicos, espaciais, turísticos, etc. Assim, Lashley conceitua a hospitalidade como “[...] a hospitalidade pode ser concebida como um conjunto de comportamentos originários da própria base da sociedade. A partilha e a troca de frutos do trabalho, junto com a mutualidade e reciprocidade, associados originalmente à caça e à coleta de alimentos, são a essência da organização coletiva e do senso de comunidade” (LASHLEY, 2004, p. 05).

De acordo com Dias (2002), as publicações advindas da escola estadunidense se debruçam sobre o fenômeno com um alinhamento aos aspectos comerciais que a apropriação capitalista provoca à hospitalidade. Como contraponto, Dias cita alguns autores que avançaram em abordagens que demonstram a amplitude da hospitalidade enquanto fenômeno social e cultural. A seguir este encaminhamento, com a finalidade de também privilegiar aspectos que alargam os limites da hospitalidade, dá-se um enfoque especial às definições que abarquem as múltiplas facetas da temática. Sob tais aspectos, Dias (2002) revela que há nítida relação com a escola francesa, que trata a hospitalidade como origem de vínculo social, cuja influência é da abordagem antropológica de Marcel Mauss, importante antropólogo que soergueu a teoria da reciprocidade. Em “Ensaio sobre a dádiva” (1924 [2003]), Marcel Mauss analisou o que o autor chama de sistema de prestações totais, o que são trocas que não se baseiam exclusivamente em bens e riquezas, bens móveis e imóveis, ou seja, coisas úteis economicamente. Nesse sistema, trocam-se [...] amabilidades, banquetes, ritos, serviços militares, mulheres, crianças, danças, festas, dos quais o mercado é apenas um dos momentos e nos quais a circulação de riquezas não é senão um dos termos de um contrato bem mais original e bem mais permanente. Essas prestações e contraprestações se estabelecem de uma forma, sobretudo voluntária, por meio de regalos, presentes, embora elas sejam no fundo rigorosamente obrigatórias, sob pena de guerra privada ou pública. (MAUSS, 2003, p. 191).

Consequentemente, o referencial formatado por Mauss contribui ao olhar que não se restringe apenas às questões monetárias ligadas à comercialização da hospitalidade. Isso, de certa maneira, favorece a intenção de não se ater somente às propriedades rurais turísticas, pois as propriedades rurais agrícolas também praticam a hospitalidade, assim como todos os espaços onde os seres humanos interagem, visto que na dinâmica do dom, o interesse no vínculo transcenderia o interesse econômico/ financeiro. Nesses aspectos, a perspectiva de Lashley vai ao encontro das prestações totais de Mauss, pois esse autor concebe que “[...] a prestação total não implica somente a obrigação de retribuir os presentes recebidos, mas supõe duas outras igualmente importantes: a obrigação de dar, de um lado, obrigação de receber de outro” (MAUSS, 2003, p. 201). Ao centrar o olhar sobre a produção e o consumo de alimentos, bebidas e, em menor proporção, acomodação, Lashley afirma que essas ações desempenham importante papel no estabelecimento de distinções entre os seres humanos e os demais seres. Segundo o autor O papel da produção, da distribuição e do consumo de alimentos, em particular, apresenta importância na definição de algumas características essenciais de ‘humanidade’, e diferencia os seres humanos das outras criaturas. (LASHLEY, 2004, p. 11).

A contribuição de Lashley além de expandir os processos ligados ao relacionamento entre anfitriões e hóspedes, possibilita ir além de relações lastreadas apenas na produção de serviços e bens comerciais monetarizados. Grinover, por exemplo, defende que a hospitalidade seja “fundamentalmente o ato de acolher e prestar serviços a alguém que por qualquer motivo esteja fora de seu local de domicílio” (2002, p. 26). Ao se tratar de uma relação humana, os papeis exercidos pelos diferentes atores sobre a condição de receber ou ser recebido, Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

tornam-nos hóspedes ou anfitriões. Ou seja, a depender de quem exerce a figura de acolher, alimentar e acomodar o hóspede, condiciona-o enquanto anfitrião. Ao refletir a hospitalidade, Camargo insere o entretenimento à “trindade” de Lashley. Segundo Camargo, “[...] receber pessoas implica entretê-las de alguma forma” (CAMARGO, 2003, p. 16), sendo essa uma característica baseada na expansão dos hábitos de hospitalidade enquanto lazer tanto para anfitrião, quanto aos hóspedes. Essa perspectiva permite que se rompa com o caráter de trabalho unilateral por parte de quem concede hospitalidade, a demonstrar que pode existir relações pautadas em compartilhar prazer ao acolher. Há de se ressaltar que a oferta da hospitalidade se diferencia quanto às suas esferas de ação. Lashley classifica tais esferas onde se desenrolam as práticas de hospitalidade como domínio social, domínio privado (doméstico) e domínio comercial. Segundo o autor, tais domínios podem ser independentes como também sobrepostos. Assim, O domínio social da hospitalidade considera os cenários sociais em que a hospitalidade e os atos ligados à condição de hospitalidade ocorrem junto com os impactos de forças sociais sobre a produção e o consumo de alimentos, bebidas e acomodação. O domínio privado considera o âmbito das questões associadas à oferta da [hospitalidade] no lar, assim como leva em consideração o impacto dos relacionamentos entre anfitrião e hóspede. O domínio comercial diz respeito à oferta da hospitalidade enquanto atividade econômica e inclui as atividades dos setores tanto privado quanto público. (LASHLEY, 2004, p. 5–6, grifos do autor).

O domínio da hospitalidade doméstica apresenta ainda uma característica essencial: a família nuclear enquanto anfitriã. Segundo Lashley, “[...] a família nuclear introduz os indivíduos em regras, rituais, normas e costumes que modelam as atividades de hospitalidade no cenário social” (LASHLEY, 2004, p. 14). Por mais que a oferta de alimentos, bebidas e acomodação venha a representar atos de amizade, sabe-se que nessa modalidade de hospitalidade, o anfitrião (ou a família anfitriã no caso rural) possui um status de controle sobre as práticas que são concernentes aos hóspedes. Selwyn (2004) chega a determinar que Os atos relacionados à hospitalidade servem como um modo de articular as estruturas sociais. Esses atos proporcionam os meios simbólicos para permitir que as pessoas deixem os grupos sociais e também se juntem a eles, e para que as estruturas hierárquicas sejam, ao mesmo tempo, firmadas e legitimadas. (SELWYN, 2004, p. 36).

De acordo com Lashley (2004), a partilha da hospitalidade cria laços simbólicos e vínculos entre as pessoas envolvidas, sendo sua finalidade a inversão dos papéis, quando anfitrião se tornará hóspede e vice-versa. Vale pontuar que Lashley conclui que a hospitalidade doméstica “[...] é um relacionamento baseado nas obrigações mútuas e, em última análise, na reciprocidade. [Pois] o hóspede torna-se o hospedeiro em outra ocasião” (LASHLEY, 2004, p. 15). Para D’Onofre (2013), a comercialização da hospitalidade, bem imaterial que envolve os produtos e serviços de alimentação, recepção, hospedagem e entretenimento, presta-se como um dos fatores principais para a criação de um mercado turístico 1. Lashley revela que “[...] a oferta comercial da hospitalidade ocorre na maioria das sociedades ocidentais num contexto em que esta não ocupa posição central no sistema de valores” (2004, p. 17). O autor conclui que [...] o relacionamento movido comercial e mercadologicamente, que permite ao cliente uma liberdade de ação que o indivíduo não poderia sonhar em demandar num ambiente doméstico, é um dos benefícios asseverados pela ‘indústria da hospitalidade’. (LASHLEY, 2004, p. 17).

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“O mercado turístico é constituído pelo conjunto dos consumidores de turismo e pela totalidade da oferta de produtos turísticos” (IGNARRA, 2003, p. 112). Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

Nessa direção, Camargo (2003) avança sobre as perspectivas abordadas por Lashley (2004) ao afirmar que para se estudar e refletir a hospitalidade necessita-se explicitar dois eixos de tempos e espaços para a delimitação do campo de estudo, dos quais [...] um eixo cultural, que leva em conta as ações abrangidas pela noção de hospitalidade, e um eixo social, que diz respeito aos modelos de interação social e conseqüentes instâncias físico-ambientais envolvidas. (CAMARGO, 2003, p. 15).

A obra de Lashley foi traduzida para a língua portuguesa em 2004, todavia seu original fora lançado em 2002 na Grã-Bretanha. Se a proposta de Camargo para o estudo da hospitalidade levasse em conta apenas as premissas de Lashley (2004), ao entrecruzar o eixo cultural defendido por este (a trindade) e o eixo social (os domínios), haveria apenas nove categorias de análise para o estudo da hospitalidade. Com a introdução do entretenimento ao eixo cultural, bem como a instância virtual da hospitalidade, Camargo apresenta quatro itens em cada um dos eixos onde, ao final, todos se inter-relacionam e formam dezesseis campos teóricos para o estudo da hospitalidade (ver Quadro 1). Destarte, para Camargo (2003) o eixo cultural da hospitalidade envolve o recepcionar ou receber pessoas, hospedar, alimentar e entreter. Com a distinção entre quatro categorias, o eixo social da hospitalidade se configura como doméstica (privada), pública (social), comercial e virtual. Sobre a inter-relação de ambos os eixos, Camargo ressalta que, do ponto de vista analítico-operacional, a hospitalidade pode ser definida como o ato humano, exercido em contexto doméstico ou privado, público ou profissional, de recepcionar, hospedar, alimentar e entreter pessoas temporariamente deslocadas de seu hábitat (CAMARGO, 2003). Dessa maneira, através dos avanços teóricos estimulados pelos pesquisadores da hospitalidade tanto no Brasil quanto na Grã-Bretanha pode-se fundamentar a formulação de categorias de análise para a formatação desse trabalho. Quadro 1 - Tempos e espaços da hospitalidade humana por Camargo (2003) Eixo Cultural

Recepcionar

Hospedar

Alimentar

Entreter

Fornecer pouso ou abrigo em casa para as pessoas A hospedagem proporcionada pela cidade ou país Hotéis, hospitais e casas de saúde, presídios Sítios eletrônicos e hospedagens destes

Receber em casa para refeições e banquetes A gastronomia local

Receber para refeições e festas

Eixo Social Receber pessoas em casa, de forma intencional ou casual A recepção em espaços e órgão públicos de Pública ou social livre acesso Os serviços profissionais de Comercial recepção A net-etiqueta do enviar e receber mensagens Virtual por meios eletrônicos Fonte: Camargo (2003, p.19). Doméstica ou privada

A restauração2

A gastronomia eletrônica

Espaços públicos de lazer e eventos Eventos e espetáculos, espaços privados de lazer Jogos e entretenimento

D’Onofre (2013) defende que a hospitalidade não se encerra dentro do fenômeno turístico. Diferentemente do turismo, fenômeno que está ligado ao desenvolvimento do capitalismo (após a Revolução Industrial que se iniciara no século XVIII), da ascensão de classes trabalhadoras ao exercício do lazer e de deslocamento voluntário de pessoas a localidades distintas de suas residências; a hospitalidade não é recente. Caso se acate a perspectiva de Lerói-Gourhan sobre os estudos das sociedades pré-históricas, recepcionar, hospedar, alimentar e entreter são ações que puderam se desenvolver após o domínio da 2

Jargão dos estudos turísticos que se refere aos meios de restauração (restaurantes, pensões, lanchonetes, padarias, etc.), onde seres humanos se alimentam e recompõem-se biofisicamente. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

pecuária e da agricultura (CAMARGO, 2011), as quais são primordiais para a constituição de nossa civilização. Em sociedades pré-industriais contemporâneas, como as camponesas da América Latina, por exemplo, “[...] a hospitalidade e o dever em acolher tanto os vizinhos como os forasteiros representam um maior imperativo moral” (LASHLEY, 2004). Este autor pontua ainda que nessas sociedades, qualquer falha em agir de modo adequado nessa relação anfitriãohóspede era tratada como condenação social, pois [...] o dever de proporcionar hospitalidade, de atuar com generosidade enquanto anfitrião e proteger os visitantes era mais do que uma questão deixada ao gosto dos indivíduos. As crenças a respeito da hospitalidade e as obrigações em relação aos outros estavam fixadas em idéias e visões sobre a natureza da sociedade e a ordem natural das coisas. (LASHLEY, 2004, p. 07).

Embora seja importante estranhar que o fomento à comercialização da hospitalidade venha a deturpar os valores que essa possui enquanto estância de relacionamento entre as famílias rurais, ressalta-se que a atividade comercial em tela não é estendida aos entes que compõem o círculo de amigos e familiares. Por mais que se conceba a hospitalidade estando à margem dos valores centrais das sociedades ocidentais industrializadas, não se deve generalizar que o mesmo possa ocorrer em sociedades camponesas. Para Sabourin (2011), em sua análise sobre a reciprocidade (um dos cernes da hospitalidade), o autor destaca importantes elementos teóricos que subsidiam outros olhares sobre o tal fenômeno. Inicialmente, Sabourin destaca que “[...] o princípio da reciprocidade não se limita a uma relação de dádiva/contra-dádiva entre pares ou grupos sociais simétricos” (SABOURIN, 2011, p. 30). Ou seja, no caso das sociedades rurais, as relações não necessariamente se detêm às famílias rurais, sendo possível constatá-las entre outros indivíduos ou grupos. O autor também pontua que Do ponto de vista econômico, a reciprocidade constitui, portanto, não somente uma categoria econômica diferente da troca mercantil, mas um princípio econômico oposto ao da troca ou mesmo antagonista da troca. (SABOURIN, 2011, p. 30).

Destarte, enfatiza-se que há distinções explícitas e implícitas entre a hospitalidade privada e a comercial, cujos objetivos são diferentes e as relações entre os atores mudam. Já fora dito que uma das finalidades da hospitalidade privada (doméstica) é a inversão dos papéis entre os envolvidos. Já na hospitalidade comercial, Lashley afirma que “[...] a troca financeira isenta o hóspede da obrigação mútua e da lealdade” (LASHLEY, 2004, p. 19). Num segundo momento, Sabourin atenta para as várias formas que a reciprocidade pode assumir. O autor ressalta que a obra de Temple e Chabal (1995) aponta que a antropologia se dedicou apenas à reciprocidade de dádivas: as formas positivas de reciprocidade (SABOURIN, 2011). Assim, Sabourin salienta que a reciprocidade também dispõe de seu lado negativo: os ciclos de vingança. O autor ainda revela que Diferentemente da troca, cujo desenvolvimento é associado à lógica da concorrência e do acúmulo pelo lucro, a lógica da vingança está ligada a uma dialética da honra como a da dádiva está ligada a uma dialética do prestígio. (SABOURIN, 2011, p. 30).

Assim, mais distinções entre troca mercantil e reciprocidade são sacramentadas pela profícua análise de Sabourin. É importante perceber que esse ciclo de vingança ou a variável negativa da reciprocidade fundamente o lado antagônico da hospitalidade: a hostilidade. Entretanto, Selwyn chama a atenção para o fato de que

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[...] essa contradição em si revela uma continuidade, pois a hospitalidade e a hostilidade têm em comum o fato de que ambas são expressões da existência de um relacionamento e não de sua negação. (SELWYN, 2004, p. 28).

Ao se ater à hospitalidade enquanto variável positiva da reciprocidade, atribuí-se o maior refinamento desta enquanto categoria de análise social com o soerguimento dos seus tempos e espaços. Portanto, partiu-se de premissas teóricas de Lashley (2004) e Camargo (2003). Por mais que a “trindade” de Lashley pareça o suficiente para definir a hospitalidade, o senso comum tende a associar, principalmente em festejos, os hábitos que envolvem a recepção, a alimentação e a hospedagem às músicas, danças e outros aparatos lúdicos que simbolizam a transgressão ao cotidiano.

A relação entre lazer e turismo A concepção humana sobre o tempo sempre esteve a se modificar, seja de acordo com os padrões impostos pelas elites, seja devido aos avanços tecnológicos que impõem formas distintas sobre a questão da produção e do consumo elaboradas pelas sociedades num geral. Bacal (2003) defende que mesmo diante de quadros de valores morais e psicológicos, cada indivíduo age segundo seu livre-arbítrio. Ainda segundo a autora, modos de agir e ser estão imersos em “redes de fatores que atuam como uma das bases e das condições limitadoras sobre as quais os indivíduos desenvolvem suas potencialidades”. Ou seja, a cultura permite que seres humanos tracem estratégias de assimilação sobre o tempo vivido e a se viver, sendo estas ações estruturantes e estruturadoras de relações tecidas entre os mais diversos seres que tornam esse mundo assimilável. A fim de definir distinções sobre os tempos vividos, Dumazedier define lazer como “[...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares ou sociais” (DUMAZEDIER, 1973: 34).

De acordo com essa concepção, a experiência humana poderia ser analisada de acordo com o tempo de vida. O lazer o momento em que, liberado das obrigações profissionais, religiosas e políticas, as pessoas executariam atividades num recorte temporal limitado de acordo com sua classe social, respaldo legal advindo de políticas públicas, bem como as tecnologias aplicadas nos modelos de produção econômico. Com base nesses fatos, Barretto (2003) defende que o turismo seria uma das atividades de lazer mais nobres. A autora também salienta que “a viagem (elemento dinâmico) e a estada (elemento estático) acontecem fora do lugar de residência, [e] as pessoas desenvolvem atividades diferentes do seu cotidiano” (BARRETTO, 2003, p.12). Barretto (2003) também ressalta que esse movimento de pessoas é particular por ser temporário, visto que a volta para casa em pouco tempo é o objetivo final. E mais, durante essa visita, o turista é a pessoa que não desempenhará atividades lucrativas, sendo as suas motivações relacionadas às razões espirituais ou vitais mais próprias e íntimas (BARRETTO, 2003). Tal conclusão se deve ao fato de o turismo ser um lazer e consequentemente, quando a academia promove o conceito de “turismo de negócios”, seria um paradoxo, haja vista que, em suma, seria “lazer de negócio”. Parte-se do pressuposto de que o lazer também é um momento apto ao consumo de bens e serviços que compõem as atividades humanas. Para tanto, Bacal (2003) pondera que a vitória dos movimentos sociais europeus do século XIX em prol da garantia dos direitos de redução da jornada de trabalho, direito ao repouso e ao lazer (oito horas para cada atividade), só fora possível devido ao fato de que as empresas capitalistas enxergavam no momento de lazer a possibilidade de escoar parte de sua produção via consumo pelas classes trabalhadoras. Assim, a Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

vitória pelo tempo livre é também parte orquestrada pelo interesse à maximização do consumo de bens e serviços produzidos pelos diversos setores econômicos. No Brasil, as viagens têm tido importância para a cadeia produtiva do turismo. Ao que diz respeito às viagens de lazer que têm como meta hospedagem em casa de parentes ou amigos, fica evidente que este comportamento de consumo é muito arraigado. Segundo o Ministério do Turismo, 62,8% dos viajantes domésticos optam por ficar em casa de amigos e/ou parentes, sendo que se analisado apenas aqueles que viajam por lazer (excetua-se quem viaja a trabalho, por exemplo), o índice vai para 68,2% (BRASIL, 2012). A pesquisa utilizada revela que do total de domicílios urbanos entrevistados, em cerca de 48% deles algum ente da família realizou uma viagem 3. Consequentemente, há de se ponderar que o mercado consumidor de viagens no Brasil ainda opera diante de restrições, pois mesmo aqueles que viajam, ao se hospedar em casa de amigos e/ou parentes, indicam que essa prática possa vir a ser uma alternativa de mitigar os gastos com esse tipo de lazer. Há também de se ponderar que, ao realizar no mínimo uma viagem, os viajantes domésticos o fazem por manter seus laços familiais e de amizade dentro da cota de tempo livre que os cabem cujos momentos estão ligados aos feriados religiosos (Natal, Páscoa, Corpus Christis, São Jorge/Ogum) ou às celebrações de Ano Novo, bem como aniversários, festas (casamentos, batizados) ou mesmo rituais fúnebres. É este o caso dos viajantes que frequentam o espaço rural de Carmo. A dinâmica de viagens no espaço rural de Carmo e sua relação com o turismo rural D’Onofre (2013) ao realizar levantamento sobre as relações tecidas pela hospitalidade na Região Serrana do Rio de Janeiro, deparou-se com um cenário provocador. Carmo não lista como um dos principais redutos turísticos fluminenses. Fora do que sua prefeitura considera como perímetro urbano, Carmo não contava com empreendimentos de hospedagem em seu primeiro distrito. Além disso, eram raros os sítios (pequenas fazendas) que realizavam alugueis para pessoas recrearem em suas estruturas. Assim, os estabelecimentos rurais onde as pessoas mantinham residência fixa recebiam apenas visitantes que pertenciam às suas redes de familiares e amigos. Ao sistematizar o comportamento social das famílias rurais em Carmo, D’Onofre (2013) defende que os anfitriões e hóspedes se organizam de acordo com os círculos sociais. Estes círculos são formados de acordo com os graus de parentesco, amizade e afinidade, além da proximidade física entre as pessoas (D’ONOFRE, 2013, p. 78 – 82). Em Carmo, as famílias rurais revelaram que são preponderantemente amigos, familiares, vizinhos e pessoas que fazem parte do cotidiano, os quais D’Onofre classifica como círculo social próximo direto (CSPD), haja vista que os hóspedes que aparecem com maior frequência. São pessoas que, segundo essas famílias, aparecem com maior periodicidade pelo fato de viverem nas redondezas de suas propriedades. Baseado nas categorias teóricas do turismo, o autor formula a distinção entre hóspedes desses anfitriões com base em sua origem, motivação e ligação mútua. De acordo com a pesquisa de D’Onofre (2013), essas mesmas pessoas que fazem parte do círculo social próximo de uma família rural possuem outros amigos que não são comuns a essa. Assim, segundo este autor, quando em contato com essa família se tornam parte do círculo social próximo indireto (CSPI). Segundo a teoria do turismo (BARRETTO, 2003), os pertencentes do círculo social próximo não são turistas, visto que por mais que atravessem fronteiras municipais, essas pessoas estão no entorno imediato das residências de seus anfitriões (algo em torno de um raio de 30 km). Isto é, em conformidade com o que D’Onofre (2013) apresenta, esses hóspedes dificilmente pernoitam na casa das famílias anfitriãs. Muitas dessas famílias revelaram possuir algum parente (geralmente filhos e netos) e amigos vivendo fora do município, em localidades do Sudeste, os quais D’Onofre classifica como pertencentes ao seu círculo social expandido direto (CSED). Quanto aos 3

Dentre aqueles que não realizaram sequer uma viagem, 46,7% revelaram não ter dinheiro para arcar com estas e 24,1% disseram não dispor de tempo, a totalizar 70,8% das causas principais relativas ao impedimento em viajar (BRASIL, 2012, p. 35). Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

familiares de Carmo, o autor pondera que são majoritariamente pessoas que decidiram dedicar sua vida a outras atividades que não se baseassem nos recursos internos da propriedade familiar. Através do relato dos entrevistados, D’Onofre (2013) verificou que quando jovens carmenses se dedicam aos estudos em instituições de ensino profissionalizante e/ou superior, ampliam suas redes de sociabilidade com pessoas até então desconhecidas nesses municípios citados. Segundo o autor, Os laços de amizade e afeição criados lá influenciam os hábitos de hospitalidade desvelados no espaço rural carmense, pois, durante as férias e recessos que ocorrem durante o ano letivo, muitos desses jovens retornam a casa de seus pais sendo corrente a companhia de amigos (D’ONOFRE, 2013, p. 81). D’Onofre aponta que estes amigos dos filhos das famílias rurais são considerados como pertencentes ao círculo social expandido indireto (CSEI), pois são terceiros no contato com as famílias rurais. Na maioria das vezes quando o elo com os familiares radicados fora do espaço rural carmense se deteriora, dificultase a recepção desses amigos indiretos pelas famílias rurais de Carmo. De maneira semelhante, D’Onofre (2013) reitera que quando esses jovens optam por prosseguir sua vida longe de Carmo, torna-se costume retornar ali opcionalmente para reforçar laços de parentesco em momentos de lazer. Ainda de acordo com o autor, muitos destes jovens se tornam profissionais que usufruem de garantias legais como o direito a férias remuneradas. Ao possuir automóveis, podem acessar o Carmo para visitar seus parentes, mesmo quando em descanso semanal (sábados e domingos), além dos eventuais feriados, devido às distâncias reduzidas. Tal característica torna-se aderente à premissa de Barretto (2003) que considera relevante distinguir viagem e turismo4. O mesmo modelo rodoviarista da segunda metade do século passado, o qual resultou no desmonte da agricultura carmense, hoje possibilita o deslocamento “porta a porta” dos hóspedes às casas de seus familiares rurais em Carmo. Como se constata em D’Onofre (2013), apesar de as famílias anfitriãs não considerarem seus parentes e amigos como turistas, a teoria do turismo irá apontá-los como tais, haja vista que eles se deslocam por um tempo determinado com retorno programado às suas casas (BARRETTO, 2003; LOHMANN & PANOSSO NETTO, 2008). Além disso, D’Onofre (2013) salienta que tal prática não visa remuneração visto que essas viagens são motivadas pela vontade de reforçar laços afetivos entre hóspedes e anfitriões. Consequentemente, o autor pondera que tal fenômeno é possibilitado pelo acesso ao lazer turístico, pois os pertencentes ao círculo social expandido optam por livre e espontânea vontade usufruir seu tempo livre junto às suas famílias e amigos que vivem no espaço rural serrano, quando poderiam escolher outra localidade ou mesmo permanecer em suas residências. À guisa de conclusão O município de Carmo apresenta em seu território um vasto legado da agricultura e da pecuária iniciadas no século XIX. Da cafeicultura no período imperial à agricultura desmontada na ditadura militar (1964 – 1985), Carmo passa por um processo de diversificação da sua economia ligada não apenas ao setor primário, mas também ao terciário. A modalidade de transporte rodoviário que dificultara o escoamento da produção primária em Carmo na segunda metade do século XX, foi a responsável pela difusão do acesso das propriedades rurais aos migrantes que retornam para usufruir lazer junto aos seus familiares. Embora a teoria do turismo classifique esse fluxo de visitantes às casas de amigos e parentes como turistas, os anfitriões em Carmo não reconhecem seus hóspedes enquanto tais. Esse fenômeno é fato para se constatar que embora haja turismo em Carmo, mesmo que o município não desponte como um dos principais redutos turísticos do estado do 4

Para a autora, a viagem está contida no turismo, visto que muitas viagens não são de turismo quando não obedecem a um tempo de permanência que não se estenda por mais de 12 meses (como as migrações, por exemplo), quando possuem caráter lucrativo (viagens de negócios e para exercício de profissão) e não se fundamentam na livre e espontânea vontade de buscar prazer (BARRETTO, 2003, p. 13). Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]

Rio de Janeiro, ele é invisível. Ainda não houve uma estratégia organizada para que estabelecimentos rurais em Carmo passassem a oferecer serviços comerciais de hospitalidade, embora essas práticas garantam a manutenção de relações e exercício de lazer. Consequentemente, pode-se compreender que as variáveis tempo (frequência temporal da presença do hóspede), espaço (distância da origem do hóspede em relação à residência do anfitrião) e afetividade (a vontade de agradar um ente que é especial na vida do anfitrião devido ao fato de ser um familiar ou amigo) influenciam a maneira como o anfitrião lida com a prática da recepção no espaço rural de Carmo, a não reverberar na opção da profissionalização destes anfitriões enquanto fornecedores de serviços comerciais de hospitalidade.

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