Animar (n)o património para educar: o trabalho com estudantes de animação sociocultural na Escola Superior de Educação de Lisboa

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CIENCIAS SOCIALES, EDUCACIÓN Y FUTURO. Investigaciones en didáctica de las ciencias sociales. LIBRO DE ACTAS DEL SIMPOSIO Santiago de Compostela: Red 14-Universidad de Santiago de Compostela.

COMITÉ ORGANIZADOR Borja Aso Morán Carpente Tielas Laura Belén Castro Fernández Ana Delgado Iglesias Andrés Domínguez Almansa Ana Estévez Lavandeira

Silvia García Ceballos Cosme Gómez Carrasco Ramón López Facal Carlos Macía Arce Marta Martínez Rodríguez Tania Riveiro Rodríguez

COMITÉ CIENTIFICO Gonzalo De Amézola José Angel Armas Castro Maria Isabel Barca Roser Calaf Masachs José María Cuenca López Arthur Chapman Jesús Domínguez Marcelo Falcón Vignoli Maria Feliu Torruella Olaia Fontal Merillas Cosme Gómez Carrasco Álex Ibáñez Etxeberria Stephan Lévesque Laura Lima Muñiz Ramón López Facal Alice Lucas Semedo

Pedro Miralles Martínez Carlos Muñoz Labraña Sebastián Molina Puche Enma Nardi Joaquín Parts Cuevas Pilar Rivero Gracia Francisco Rodríguez Lestegás María Sánchez Agustí Joan Santacana Mestre María Auxiliadora Smith Rafael Straforini Xosé Manuel Souto González Apolline Torregosa Laborie Rafael Valls Montés Nelson Vázquez Lara Bruce Vasledrigth

VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano

ANIMAR (N)O PATRIMÓNIO PARA EDUCAR: O TRABALHO COM ESTUDANTES DE ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE LISBOA

Martins Ferreira, Nuno1; Matos, Joana2 1: Departamento de Ciências Humanas e Sociais Escola Superior de Educação de Lisboa e-mail: [email protected] 2: Departamento de Educação em Línguas, Comunicação e Artes Escola Superior de Educação de Lisboa e-mail: [email protected]

LÍNEA TEMÁTICA DEL SIMPOSIO:

Linea 2, Educación patrimonial

RESUMEN: O estudo e animação do património histórico cultural nacional constitui-se como uma prática crucial para os futuros profissionais de animação sociocultural, dado que promove o desenvolvimento de competências para a conceção e implementação de projetos no seu campo de atuação. No 2º ano da licenciatura em Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Lisboa, a unidade curricular Património Histórico, Artístico e Cultural propõe, como elemento avaliativo, a construção de um projeto de intervenção a partir do património edificado português. Pretende-se que os estudantes adquiram e aprofundem estratégias que possibilitem a conceção, desenvolvimento e implementação fundamentadas de projetos de intervenção no âmbito sociocultural, mobilizando o património e reconhecendo-o como um importante recurso educativo, cultural e identitário. Esta comunicação tem como objetivo apresentar os projetos de intervenção realizados pelos estudantes no ano letivo de 2015/2016, à luz das seguintes vertentes: o papel do animador na valorização do património; o projeto de intervenção na unidade curricular; e as estratégias apresentadas para a dinamização do património. A descrição feita aos projetos realizados no âmbito da unidade curricular permite afirmar que, tendo em conta a diversidade de locais com interesse histórico escolhidos pelos estudantes, a mobilização do património nacional apresenta-se como um recurso privilegiado para o animador desenvolver dinâmicas de intervenção na área da educação. PALABRAS CLAVE: Animação sociocultural; património histórico; educação não formal; Escola Superior de Educação de Lisboa; projeto de intervenção

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano ABSTRACT: The acquisition of knowledge from issues involving the study and animation heritage, in particular the national historical and cultural heritage, is constituted as a crucial practice for future sociocultural animation professionals as it clearly promotes the development of skills for the design and implementation of projects in their scope of action. In the 2nd year of the degree in Sociocultural Animation, at the Superior School of Education of Lisbon, the curricular unit Historical, Artistic and Cultural Heritage proposes as evaluative element the construction of an intervention project having as its basis the Portuguese historical and cultural heritage. It is intended that students acquire and deepen strategies that enable the design, development and implementation of intervention projects on the socio-cultural context, mobilizing heritage as an important educational resource and cultural identity. This communication aims to describe the intervention projects undertaken by students in the academic year 2015/2016, from the following aspects: the animator's role in the enhancement of the heritage; the intervention project of the curricular unit; strategies presented by the students for the promotion of heritage. The description of the projects presented in the curricular unit has shown that, taking into account the diversity of historical sites with interest chosen by the students, the mobilization of national heritage is presented as a privileged resource for the animator to develop dynamic interventions in the education field. KEY WORDS: Sociocultural Animation; historical heritage; non-formal education; Superior School of Education of Lisbon; intervention project.

INTRODUÇÃO Na atualidade, valoriza-se o património, seja ele natural, cultural, material ou imaterial, pelo estabelecimento da ligação do ser humano ao seu passado repleto de vivências e de memórias, que é necessário preservar, tendo em vista a transmissão às futuras gerações. Num tempo de globalização, para que a comunicação sobre os bens patrimoniais seja efetivamente transmitida é indispensável que se redefinam estratégias que promovam tanto a intervenção/animação no espaço como a reabilitação e dinamização do património. Dever-se-á promover a animação do património recorrendo a metodologias ativas, participativas e a técnicas de animação. O principal recurso da Animação Sociocultural (ASC) são as pessoas, e a animação deve ter em atenção a multiplicidade de recursos à disposição, sejam eles: os existentes, os que podem ser usados no imediato; os potenciais, ou seja, recursos que surgem na sequência do desenvolvimento de atividades; ou públicos, que podem ser, por exemplo, de natureza patrimonial. (Marchioni, 1997, cit. Lopes, 2008: 374). Na ligação entre a animação sociocultural e o património, a construção do saber por parte do animador deve contemplar diferentes níveis, como sistematizou Trilla (2004: 36-39). Um desses níveis é sociológico, ou de análise contextual, “onde se prepara o conhecimento imprescindível sobre o âmbito da intervenção” (Trilla, 2004: 37). Esta preparação é central no sucesso da atividade do animador pois importa atingir um determinado grau de conhecimento acerca da realidade em que vai intervir. Tudo isto implica, a jusante do percurso do animador, uma sólida preparação teórica nas disciplinas cujo saber aquele projeta usar em contexto de animação. Outro nível é o psicológico “ou de conhecimento sobre o sujeito da intervenção” (Trilla, 2004: 38). Apesar de a animação sociocultural ter como destinatário preferencial o grupo, ou a comunidade, não deixa de ser importante conhecer o indivíduo e investir a atenção na dinâmica do grupo com o qual trabalha o animador.

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano Na unidade curricular Património Histórico, Artístico e Cultural (PHAC), no primeiro semestre do ano letivo de 2015/2016, do 2º ano da Licenciatura em Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Lisboa, trabalha-se, em sala de aula, a articulação entre as competências do animador e o património enquanto recurso. Para além de sessões expositivas, que contemplam conteúdos relacionados com alguns períodos da história de Portugal, nomeadamente à luz das diferentes expressões artísticas, prevê-se a construção de um projeto de intervenção centrado em elementos do património nacional. Este constitui-se como o principal elemento de avaliação, cuja conceção promove o exercício das grandes competências da história (Mattoso, 1998) e, em última instância, materializa os níveis sociológico e psicológico propostos por Trilla (2004: 36-39). Antes da apresentação sucinta dos projetos de intervenção construídos pelos estudantes, abordaremos o papel do animador sociocultural na promoção e dinamização do património, e enquadraremos o trabalho solicitado na unidade curricular com os conteúdos programáticos da mesma e a estrutura do projeto de intervenção.

O PAPEL DO ANIMADOR NA VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO A ASC tem hoje uma visibilidade muito própria no panorama da dinamização de atividades relacionadas com a sociedade e, mais especificamente, na comunidade1 e na sua relação com o património cultural2. O animador move-se, pela natureza da sua formação e do público a que se destina a intervenção, no campo da designada Educação Não Formal. Em contraponto à Educação Formal, organizada de forma sistemática e praticada num contexto escolar, o conceito de Educação Não Formal é recente e surgiu para distinguir a aprendizagem feita fora do quadro institucional do ensino legal, educação que não obedece a normas rígidas, que assenta na relação interpessoal entre quem ensina e quem aprende (Pinto, 2007). Este conceito, que emergiu na década de sessenta do século XX, refletiu as transformações operadas nas últimas décadas nos tecidos social, económico e político exigem hoje por parte dos indivíduos o desenvolvimento de novas competências socialmente reconhecidas e valorizadas que o sistema de ensino formal, por si só, não tem sido capaz de promover. (Pinto, 2007: 32)3 Apesar desta distinção no plano mais alargado do que é a Educação4, a verdade é a ASC não rejeita, na sua ação junto da comunidade, a mais-valia da dimensão formal, considerando, precisamente,

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Define-se comunidade por “conjunto de pessoas que habitam o mesmo território, com certos laços e certos interesses em comum, ligados sempre pela dimensão educativa e pela pertença a um mesmo sistema cultural” (Marchioni, 1997, cit. Lopes, 2008: 372) A Lei de Bases do Património Cultural, publicada em 1985, define, no Artigo 1.º da Lei n.º 13/85, de 6 de julho, o património cultural português como sendo "constituído por todos os bens materiais e imateriais que, pelo seu reconhecido valor próprio, devam ser considerados como de interesse relevante para a permanência e identidade da cultura portuguesa através do tempo” (Carvalho, 2014: 15). Sobre a noção de Educação Informal, ver Pinto (2007: 47-53). “A Educação é, por natureza, um ato cultural mediado por dinâmicas relacionais e comunicacionais suscitadoras de aprendizagens humanizadoras e dignificadoras radicadas nos valores próprios da cidadania” (Custódio, 2009: 20-21).

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano a partilha de saberes entre as educações formal e não formal, a interação com o outro, o aprender fazendo, a valorização da diferença, o movimento, a promoção da relação escola/meio, a crença que a vida educa e que é imprescindível considerar-se a interação entre a escola e as práticas educativas (Lopes, 2008: 396-397). Quando falamos de ASC, seguimos de perto a definição avançada por Trilla (2004: 26), pela importância que dá à ligação entre o animador e o meio onde desenvolve a sua atividade: O conjunto de acções realizadas por indivíduos, grupos ou instituições numa comunidade (ou num sector da mesma) e dentro do âmbito de um território concreto, com o objectivo principal de promover nos seus membros uma atitude de participação ativa no processo do seu próprio desenvolvimento quer social quer cultural. Esta definição valoriza o território até porque “sempre se considerou a animação como um tipo de acção muito contextualizada e enraizada em âmbitos territoriais concretos” (Trilla, 2004: 28). A ideia de território “compreende uma dimensão social viva” (Lopes, 2008: 373), que se estende num determinado espaço, seja rural ou urbano, mas humanizado. Este espaço carece de ser estudado e conhecido nas suas múltiplas dimensões (religiosas, sociais, económicas, culturais) para que possa ser potenciado em termos de vivência e interação humanas. O conhecimento do espaço implica, portanto, que o animador obtenha alguns indicadores relacionados com a população que nele habita como sejam a idade, o sexo, o perfil socioeconómico, a estrutura familiar, as dinâmicas de grupo ou individuais, a sua história, etc. Só assim, o animador pode intervir de uma forma mais consciente e significativa, partindo das potencialidades e fragilidades das pessoas residentes nesse espaço. No meio urbano, o animador deve construir projetos que tenham em atenção iniciativas que contribuam para a diminuição da massificação vivida nas grandes cidades. Neste sentido, há que dinamizar o património cultural existente e, com isso, proporcionar o usufruto desses espaços patrimoniais através de ações ligadas à expressão dramática, física, entre outras. Por outro lado, é importante que a ASC empregue a sua ação em prol da promoção cultural enquanto processo de participação, “para a transformação do ser passivo em ativo e para veicular o fazer em detrimento do ver” (Lopes, 2008: 339). O conceito de património encerra uma herança recebida pelas gerações futuras, deixada pelos seus antecessores. Mais do que isso, quando se fala em património importa perceber que essa herança é transmitida mediante uma seleção consciente feita por um determinado grupo humano, “ou seja, existe uma escolha cultural subjacente à vontade de legar o património cultural a gerações futuras” (Moreira, 2006: 128). Como apontou Alves (2006), “o interesse pelo passado longínquo pode ser um meio de aproximação ao passado recente e a reflexividade consciente e crítica pode aproveitar o distanciamento no tempo histórico para melhor se entender a identidade presente” (p. 70). O património não tem ‘voz’ própria, isto é, só ganha importância se for revelado e é aqui que se encontra a articulação entre aquele recurso e o animador. A sua revelação pode surgir a partir da interrogação feita no presente sobre uma realidade que é estática e inerte (Custódio, 2009; Moreira, 2006). A aproximação que o presente faz ao passado representado, nas suas formas artísticas e arquitetónicas, por um determinado conjunto patrimonial, passa pela análise histórico-artística. Mediante este trabalho indagador, o animador adquire ferramentas que lhe permite intervir de uma forma mais consciente e cientificamente sustentada através de atividades que promovam o fortalecimento de uma identidade coletiva.

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano O papel do animador é importante para o exercício de uma educação patrimonial 5, cujos objetivos são passam por desenvolver atitudes de preservação e animação do património; conhecer o património do meio próximo; incentivar o gosto pela descoberta; e compreender a história nacional a partir da história local (Carvalho, 2014). Educar para o património é um processo dinâmico, permanente e sistemático, que pode ser potenciador de aprendizagens significativas e formativas (Custódio, 2009). Neste sentido, “o animador é um educador, porque tenta estimular a ação, o que supõe uma educação na mudança de atitudes” (Salas Larrazábal, 2004: 124). Esta ideia funda-se na convicção da autora de que o animador apresenta, atualmente, um perfil que ocupa um espaço entre o educador e o agente social. A intervenção do animador, ou educador social, liga-se, assim, a uma ação educativa, sobretudo materializada no trabalho com grupos de pessoas e não individualmente. Por si só, observar um mosteiro ou um castelo, visitar um museu, podem ser ações não diretamente potenciadoras da criação de uma identidade ou da incorporação de uma educação patrimonial. É nesta medida que o papel do animador pode ser relevante: uma intervenção interessada no passado histórico dum monumento, apostada em relacionar o tempo passado com os fios do presente, e centrada na animação/divulgação do património histórico junto do seu público – fatores que conduzem a dois níveis de sucesso: o da atividade em si, enquanto processo estruturado e pensado; e o do alcance dos objetivos propostos à partida. É esta relação direta entre o património e a animação sociocultural que está subjacente ao trabalho feito na unidade curricular de PHAC.

O PROJETO DE INTERVENÇÃO NA UNIDADE CURRICULAR DE PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL Como veremos a seguir, no contexto de formação na licenciatura em animação sociocultural, os estudantes construíram projetos de intervenção tendo como pano de fundo o património. Em última instância, o objetivo deste trabalho é o de promover uma cidadania participativa e ativa, a partir da descoberta e conhecimento do património, ligando as dimensões educativa e identitária. A escolha do património partiu dos conteúdos programáticos da unidade curricular.

1 OS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DA UNIDADE CURRICULAR Os conteúdos programáticos 6 de PHAC foram estruturados atendendo à necessidade de sistematizar conceitos chave para o estudo do património e de focar exemplos patrimoniais significativos, permitindo uma abordagem mais ampla às principais épocas culturais da história de Portugal. Deste modo, pretendia-se que os estudantes adquirissem um conhecimento sistematizado acerca das relações entre cultura, sociedade e arte em diferentes períodos. A partir dos conteúdos teóricos, os estudantes tinham de concretizar um plano que articulasse o contexto histórico do património com o seu ‘texto’, isto é, a população ou grupos específicos a que se reportava a realização de um projeto de intervenção. Esta articulação pode ser entendida à luz de alguns dos objetivos finais identificados na unidade curricular na perspetiva do estudante que se prendem com o reconhecimento da importância do património nacional, enquanto fator

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“A educação patrimonial é, evidentemente, um acto pedagógico e, como tal, compreende uma dimensão didáctica” (Tinoco, 2012: 103). Os conteúdos programáticos de PHAC estavam divididos por módulos, correspondentes a períodos artísticos, do programa: Época romana; Renascimento; Barroco; Romantismo e Modernismo.

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano de identificação de uma comunidade, e a sua mobilização para a implementação de projetos de intervenção nas áreas da educação, intervenção e animação sociocultural. A lecionação das aulas contou com a presença de dois docentes, um formado em História e outro em História da Arte. Esta foi a estratégia encontrada para dar sentido e maior visibilidade à articulação das duas grandes dimensões presentes no programa da unidade curricular: por um lado, a contextualização histórica dos períodos artísticos identificados nos módulos do programa; por outro, o enquadramento das manifestações artísticas nas diferentes épocas históricas, reforçando-se, em ambas as dimensões, a estreita ligação entre a história do Homem, a sua relação com o meio e a sua produção artística. A partir deste olhar duplo oferecido pelos docentes – história e arte –, os estudantes tiveram de, para construir o projeto de intervenção, trabalhar as três competências da história: pesquisa; tratamento da informação; e comunicação (Mattoso, 1988). De acordo com a primeira competência, foi necessária fazer uma pesquisa em fontes escritas, em obras gerais de história e em sítios de internet, relacionada com o património escolhido para o desenvolvimento do projeto. Seguiu-se a interpretação da informação recolhida, com o objetivo de apresentar uma contextualização histórica e artística do património identificado. Finalmente, na terceira competência, os estudantes apresentaram um discurso histórico-artístico, que sintetizou as principais informações que caracterizavam o património. Nesta última competência, houve um trabalho de articulação entre o património e o projeto de intervenção, ou seja, a caracterização feita no estudo histórico-artístico tinha de ter em atenção as atividades projetadas pelos estudantes.

2 O PROJETO DE INTERVENÇÃO O trabalho na unidade curricular de PHAC procurou integrar as três dimensões apresentadas por Salas Larrazábal (2004: 125) no que toca às características do animador: ser um educador no seu papel de dinamizador de atividades junto de grupos humanos; ser um agente social, pois trabalha com o coletivo, tentando-o envolver em atividades; e ser um relacionador, isto é, conseguir estabelecer um elo entre o grupo com o qual trabalha e as instituições ou organismos públicos onde se desenrola a intervenção. A planificação de atividades em animação é importante, pois valoriza quer a formação do animador e a sua preparação teórica quer a realização das atividades. Para tal é necessário que o grupo destinatário da intervenção esteja disposto a participar, mas também é certo que o animador deve “evitar a espontaneidade e adotar uma certa sistemática na reflexão sobre a realidade, na planificação das ações e na avaliação dos resultados” (Colomer I Vallicrosa (2004: 173). O projeto de intervenção deveria incluir uma contextualização do edifício e/ou conjunto arquitetónico sobre o qual incidiria a planificação da intervenção, atendendo não só ao enquadramento histórico e artístico, mas também a uma caracterização das suas valências atuais, designadamente a existência de setores educativos, de documentação, divulgação do património e das atividades realizadas, nomeadamente através de página oficial na internet, etc. Neste elemento de avaliação, os estudantes tinham de respeitar a articulação entre o enquadramento teórico (contexto) e a sua aplicação com actividades pensadas para o públicoalvo. O projeto devia, assim, ter em conta as especificidades das duas contextualizações (património e público-alvo), a partir dum guião preparado pelos docentes (quadro 1).

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano Caracterização do local escolhido (análise do espaço físico e recursos existentes)

Contextualização Estrutura

Identificação e caracterização do público/grupo de pessoas a que se destina a atividade a propor Identificação das potencialidades e as fragilidades do público/grupo de pessoas

Dinâmica Áreas de privilegiar

desenvolvimento

Definição dos objetivos gerais

a

Identificação dos aspetos que merecem maior cuidado na planificação da actividade Apresentação dos principais objetivos que se pretendem alcançar com a atividade proposta

Quadro 1 – Guião do projeto de intervenção (adaptado da ficha curricular de PHAC)

3 ESTRATÉGIAS APRESENTADAS PELOS ESTUDANTES PARA A DINAMIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO A contextualização histórica e artística do património escolhido para intervir nos projetos de intervenção foi feita tendo em atenção estes aspetos: informações relativas à sua localização geográfica; dados estatísticos referentes à população e a freguesias; recolha da história local, nomeadamente a sua evolução diacrónica e a ligação com acontecimentos importantes da história nacional; listagem de figuras históricas ligadas ao local e dos monumentos classificados de interesse patrimonial. A partir da caracterização das fragilidades e potencialidades do grupo alvo para a intervenção, os estudantes construíram um conjunto de atividades que procuraram fomentar hábitos de vida mais saudáveis e, ao mesmo tempo, comportamentos de valorização do património através de uma atitude mais (pro)ativa. As estratégias de intervenção desenvolvidas pelos estudantes organizam-se nas perspetivas das modalidades cultural e educativa (quadro 2), uma vez que têm como objetivo evidenciar a motivação individual, ou seja, fazer emergir a vontade de mudança tendo sempre como ponto de partida os interesses e as experiências do público para o qual o projeto se destina. Modalidades

Teorias

Metodologias

Cultural

Assente na Criatividade

Centrada própria atividade

Social

Tem em vista a motivação

Educativa

Evidencia motivação

a

Prática

Tipologia

Intervenção em espaços e infraestruturas artísticoculturais

Trabalho cultural

Centrado num grupo ou comunidade

Estruturas e organizações cívicas e sociais

Trabalho social

Centrada pessoa

Organizações associações socioeducativas

Trabalho socioeducativo

na

na

e

artístico-

Quadro 2 – Modalidades de estratégias de intervenção (adaptado e traduzido de Ander-Egg,1997, por Gomes, Machado, Silveira & Oliveira, p. 45)

A seguir, apresentam-se os seis projetos elaborados pelos estudantes no âmbito da unidade curricular de PHAC.

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano 3.1 “Encaixa-te com História”, vila de Óbidos O projeto intitulado “Encaixa-te com História” tem como público-alvo jovens de escolas básicas da região de Óbidos 7, com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos, estabelecendo como principal objetivo dar a conhecer o património histórico, cultural, artístico e gastronómico da vila de Óbidos da atualidade, sem perder a intenção de divulgar o seu passado. Foram identificadas como potencialidades o desinteresse pela temática histórica, artística e cultural; o hábito sedentário do grupo e a existência de tempo livre. Por outro lado, como potencialidades reconheceu-se o interesse na participação em atividades lúdicas e o gosto pelas visitas em grupo. A atividade foi concebida para ser desenvolvida naquela vila, através da modalidade de trabalho de grupo. Inicialmente, foi distribuída a cada grupo uma caixa com um conjunto de elementos: um mapa, uma lenda, uma receita, fotografias e informações relativas a monumentos, à muralha da vila e a uma casa típica. O papel do animador sociocultural resultou na preparação dos materiais para as atividades, na promoção e divulgação do património em questão e na dinamização de atividades que proporcionaram ao grupo de jovens a oportunidade de conhecer alguns dos monumentos mais emblemáticos da vila, como por exemplo o castelo. O contacto com a história local foi feito através de informações escritas, fruto da pesquisa e tratamento de informação realizada pelo animador. Neste aspeto em particular, a caixa oferecida a cada grupo foi a estratégia encontrada para fazer a ligação entre o presente observável e o passado histórico. 3.2 “Feira dos Descobrimentos 2016”, Belém - Lisboa A escolha da realização de uma feira, que normalmente tem por objetivo atrair visitantes e dar a conhecer e vender determinados produtos, constituiu uma das estratégias utilizadas por este grupo de estudantes que, para além de cativar jovens em idade escolar, pretendia promover a economia local, a participação das pessoas que lá habitam e os turistas que por lá deambulam. A difusão de objetos artísticos numa dominante educativa, com o intuito de criar dinamismos culturais que se repercutem direta ou indiretamente no tecido social do local onde exercem a sua ação, assume-me como estratégia deste projeto. Com o objetivo de divulgar, difundir e preservar o património cultural português, pretende-se com este projeto que os visitantes contactem com o passado histórico, numa perspetiva de aprendizagem e de fruição pelo monumento e sua história. Utilizando as potencialidades do grupo – a grande facilidade de aprendizagem e o interesse por atividades lúdicas –, a “Feira dos Descobrimentos 2016” foi projetada para ser desenvolvida na Torre de Belém 8 e no seu jardim. A entrada seria gratuita, para que toda a comunidade pudesse usufruir de diversas atividades, como recriações históricas da época dos Descobrimentos, oficinas de artesanato e gastronomia e workshops diversificados. Tendo em conta a localização desta feira e a temática, neste projeto foi aproveitada a potencialidade patrimonial de Belém para, a partir dos seus monumentos, trabalhar o passado

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A vila de Óbidos situa-se a 80 quilómetros de Lisboa. Para mais informações acerca do património de Óbidos ver www.obidos.pt (consultado a 27 de maio de 2016). Para além da Torre, Belém concentra alguns dos mais icónicos monumentos relacionados com a memória da expansão ultramarina portuguesa: Mosteiro dos Jerónimos e Padrão dos Descobrimentos.

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano histórico nacional numa lógica de conhecimento e usufruto da história local (Alves, 2006; Tinoco, 2012). 3.3 “Palácio da Pena”, Sintra O património cultural existente em Sintra 9 é utilizado como recurso para o projeto que parte de uma visita guiada ao Palácio da Pena10 e se prolonga para os seus jardins através de um peddypaper, realizado por jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos, divididos em pequenos grupos. O grupo de jovens, bastante participativo, não consegue manter a concentração por muito tempo numa mesma atividade. Para dar resposta a esta fragilidade, os estudantes procederam à elaboração de um peddy-paper, que obriga o público a movimentar-se entre postos estrategicamente colocados nos pontos mais importantes do Palácio da Pena, dando especial importância à preservação do ambiente e ao conhecimento do património natural e edificado. Durante o percurso serão realizadas perguntas e tarefas de forma a aferir se os objetivos foram alcançados público-alvo. O peddy-paper é uma atividade lúdica geralmente ligada à aquisição de conhecimentos sobre um determinado tema ou local. Neste projeto, o “jogo” é assumido como uma estratégia, uma vez que existe a intencionalidade de dar a conhecer a história do Palácio da Pena e explorar e identificar o património natural e edificado de Sintra. Além do seu caráter lúdico, o peddy-paper promove as inter-relações no seio do grupo, que possibilitam uma tomada de consciência face às regras e à eventualidade de perder ou ganhar. 3.4 “Palácio-Convento de Mafra”, Mafra Este projeto foi pensado para jovens em idade escolar com fortes capacidades de aprendizagem, mas que evidenciam dificuldade em manter a atenção e concentração em atividades de grande grupo. Foram definidos como objetivos promover o interesse pela cultura através da exploração de Monumentos Históricos, no caso o Palácio-Convento de Mafra11, e dar a conhecer o conceito de geocaching 12 e as atividades associadas. O início da atividade acontece junto à porta da basílica, onde é dada uma breve explicação sobre sequência de atividades e o cumprimento de regras. De seguida, começam com a exploração da basílica na tentativa de encontrar peças de um puzzle, escondidas previamente pelos animadores. As imagens formadas a partir das peças do puzzle conduzem o grupo até à personagem de Bartolomeu Gusmão, da obra literária Memorial do Convento 13 de José

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Sintra é uma vila do distrito de Lisboa, a cerca de 30 quilómetros da capital. A paisagem cultural de Sintra está inscrita, desde 1995, como Património da Humanidade da UNESCO. Para mais informações ver www.cm-sintra.pt (consultado a 27 de maio de 2016). O Palácio da Pena foi mandado construir por D. Fernando II, marido da rainha de Portugal, D. Maria II, no século XIX. É considerado um dos expoentes da arquitetura do romantismo português. Ver www.parquesdesintra.pt (consultado a 27 de maio de 2016). O Palácio-Convento de Mafra está localizado no concelho de Mafra, distrito de Lisboa. Conjunto patrimonial de grande aparato, foi mandado construir por D. João V, e pago com o ouro vindo do Brasil. É considerado como o mais significativo monumento do barroco português. Ver www.palaciomafra.pt (consultado a 27 de maio de 2016). Para mais informações sobre o geocaching consultar www.Geocaching.com (consultado a 27 de maio de 2016). O Memorial do Convento, publicado em 1982, conta a história da construção do Palácio-Convento. O padre Bartolomeu de Gusmão, uma das personagens do romance, ficou conhecido na história como o padre voador, por ter inventado uma máquina voadora, a passarola. Sobre este livro, ver o seguinte vídeo: http://ensina.rtp.pt/artigo/memorial-do-convento-de-jose-saramago/ (visualizado a 27 de maio de 2016).

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano Saramago. Ao entrar na biblioteca, o grupo tem de declamar, analisar e interpretar excertos desta obra e perceber qual a sua relação com o Palácio-Convento. A visão estratégica deste grupo evidencia-se pela utilização do geocaching que se define como uma caça ao tesouro que recorre à alta tecnologia através de recetores GPS. Os objetivos principais desta modalidade são: procurar contentores físicos chamados de “geocaches”, partilhar as experiências online e criar novas “caches” para ser colocadas em novos locais. A última etapa deste projeto iniciou-se com uma breve conversa sobre a modalidade e procedeuse à construção de uma “cache” em forma de passarola para ser colocada no Palácio de Mafra. 3.5 “Mosteiro de Santa Maria da Vitória”, Batalha A salutar preocupação acerca de questões que envolvem a acessibilidade física de parcelas da população que até então não eram consideradas como usufruidoras de espaços culturais, como por exemplo pessoas em cadeira de rodas, já é levado em conta pela maior parte dos serviços educativos das instituições culturais. No entanto, a inclusão de pessoas cegas em ambientes de museu ou de instituições patrimoniais continua a surtir preocupações, uma vez que a linguagem visual é a forma de comunicação predominante nas estratégias de comunicação museológica, principalmente para salvaguardar os objetos da degradação. Neste sentido, foi elaborado um projeto para ser implementado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha14, que visa promover a inclusão social no acesso a bens culturais por parte de pessoas portadoras de deficiência visual. Num mundo feito a pensar nas respostas a estímulos visuais, existe definitivamente a necessidade de implementar estratégias que permitam ao portador de deficiência visual eliminar as barreiras arquitetónicas, de acesso à cultura e sobretudo as barreiras sociais com as quais se depara diariamente. O projeto teve em conta um conjunto de medidas que facilitará a inserção deste público na visita ao Mosteiro, tais como: legendas e descrições em Braille para possibilitar a leitura; produção de réplicas das obras originais em menor escala para que os participantes possam tocar e perceber as composições artísticas; criação de sinalética sonora e tátil para facilitar a sua deslocação no mosteiro; e presença de pessoal especializado para o acompanhamento constante do público. As atividades propostas pelos estudantes foram delineadas com o objetivo de socialização e inclusão da diversidade, no caso de população com problemas visuais. De acordo com Gomes, Machado, Silveira & Oliveira (2002: 44), “a animação sociocultural perspetiva-se no sentido da democracia cultural, numa conceção de sociedade onde todas as pessoas têm espaço e são consideradas na tomada de decisões relacionadas com as suas vidas ou comunidades”. Esta democratização cultural envolve as formas de difundir e facultar à população os conhecimentos, bens e valores culturais.

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O Mosteiro de Santa Maria da Vitória foi edificado na sequência da vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota, em 1385, que opôs as forças portuguesas às de Castela. Foi mandado erguer pelo rei D. João I, nas imediações do Campo de São Jorge, numa zona que ficou conhecida por Batalha. A Batalha é hoje uma vila do distrito de Leiria. Sobre a história e o conjunto patrimonial da Batalha ver www.mosteirobatalha.pt (consultado a 27 de maio de 2016).

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano 3.6 “Santuário de Fátima”, Fátima Este projeto destina-se a um público-alvo de jovens católicos entre os 14 e os 18 anos e pretende dar a conhecer o património histórico e artístico do Santuário de Fátima 15, através da identificação das suas caraterísticas culturais e artísticas, promovendo a cooperação e o trabalho de grupo. Para tornar esta visita ao Santuário de Fátima mais dinâmica, optou-se por realizar um peddypaper com postos previamente estabelecidos: Basílica da Nossa Senhora do Rosário, a Capelinha das Aparições, a Azinheira Grande, o Presépio, o Bloco do Muro de Berlim, a estátua do Papa João Paulo II, a Basílica da Santíssima Trindade e, por fim, a Cruz Alta. O público, que estará dividido em cinco grupos, partirá do mesmo posto com cinco minutos de diferença. Em cada um dos postos serão realizadas atividades e questões sobre esse local. A aposta deste grupo na escolha de património religioso revela-se uma boa opção, pela importância cultural que a manifestação religiosa tem em Portugal. Falcão (2002: 67) refere, com propriedade, que “os bens culturais de caráter religioso constituem o setor mais extenso do universo patrimonial português”. Este património representa um recurso fundamental para atrair visitantes que procuram o prisma do sagrado ou uma visão mais histórica ou artística.

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O Santuário de Nossa Senhora de Fátima, o maior de culto mariano português, está localizado na Cova da Iria, freguesia de Fátima. Foi naquele local que se deram as aparições de Fátima em 1917. Para mais informações ver www.fatima.pt (consultado a 27 de maio de 2016).

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano CONCLUSIONES A dinamização do património deverá assentar num conhecimento que vai para além do seu valor arquitetónico intrínseco, incluindo-se a região onde se situa, a sua população local e o modo como esta encara o património existente. Esta dupla dimensão de pesquisa e planeamento foi cumprida na realização dos projetos de intervenção acima identificados. Para além disso, é importante que haja interação entre o património cultural, as memórias e o público. Só através da valorização e a fruição do património cultural é que se consegue a integração física e a integração identitária de um determinado indivíduo ou comunidade. De acordo com Ander-Egg (2000), a animação sociocultural “não é somente um conjunto de práticas ou atividades, nem um método, um estilo ou técnicas, é um instrumento para atingir determinados fins, todos os elementos são importantes, enquanto se contextualizam num projeto global de intervenção (p. 135)”. Com o objetivo de promover relações interpessoais e levar as pessoas a atuar e a posicionar-se perante um problema ou assunto, a animação sociocultural tem uma intervenção educativa e política, no sentido que aspira a um determinado modelo de sociedade e apresenta meios para mudar mentalidades, valores e atitudes. Ainda que tenham sido produtos de avaliação não implementados no terreno, os projetos de intervenção construídos em sala de aula obrigaram os estudantes a pensar num determinado público nas suas características, (possíveis) expetativas e carências, tendo em conta as suas limitações e fragilidades. No projeto, cada grupo de estudantes pesquisou, sintetizou e comunicou a informação recolhida sobre o património escolhido e, a partir da aquisição de conhecimento teórico acerca do território, gizou as estratégias de intervenção que foram apresentadas. Teve-se em conta a dimensão etária do público (infantil, juvenil, adulta ou terceira idade); o espaço de intervenção (animação urbana ou rural); e outros âmbitos ligados a determinados setores, como por exemplo a educação, o turismo, o teatro ou os tempos livres. Para terminar, importa relevar a dimensão interdisciplinar que presidiu à conceção dos projetos. Os futuros animadores trabalharam competências históricas, geográficas, matemáticas e de expressão escrita e/ou dramática, e assumiram um papel importante: o de transmitir o valor do passado histórico e cultural português sem perder de vista o dinamismo, inegociável, que a animação sociocultural oferece para reavivar o património.

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VII Simposio de Didáctica de las Ciencias Sociales en el ámbito Iberoamericano BIBLIOGRAFÍA Alves, L. (2006). A História local como estratégia para o ensino da história. In AAVV, Estudos em Homenagem ao Professor Doutor José Marques (pp. 65-72). Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Ander-Egg, E. (2000). Metodología y prática de la animación sociocultural. Madrid: Editorial CCS. Carvalho, A. F. (2014). Reafirmar a identidade cultural local: o património cultural imaterial local como recurso. Dissertação de mestrado não publicada. Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa. Collomer I Vallicrosa, J. (2004). Técnicas de intervenção na animação sociocultural. In J. Trilla (Coord.), Animação Sociocultural – Teorias, Programas e Âmbitos (pp. 171-188). Lisboa: Instituto Piaget. Custódio, M. C. F. (2009). A relação escola-museu: contributo para uma didáctica do património. Dissertação de mestrado não publicada. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Cardoso, E. & Cuty, J. (Org.) (2012). Acessibilidade em ambientes culturais. Porto Alegre: Marca Visual. Falcão, A. (2002). Igrejas históricas e turismo cultural: observações a partir da diocese periférica. In AAVV, Com os olhos no futuro: reflexões sobre o turismo em Portugal (pp. 14-28). Lisboa: Conselho Sectorial do Turismo. Gomes, M. L., Machado, M., Silveira, I. & Oliveira, L. (2002). Crescer em comunidade. Estratégias de educação não formal à descoberta de culturas juvenis. Lisboa: Ministério da Educação. Lopes, M. S. (2008). Animação sociocultural em Portugal. Amarante: Intervenção – Associação para a Promoção e Divulgação Cultural. Lopes, M. S. (2014). Animação sociocultural. Turismo, património, cultura e desenvolvimento cultural. Amarante: Intervenção – Associação para a Promoção e Divulgação Cultural. Mattoso, J. (1998). A escrita da história. Teoria e métodos. Lisboa: Editorial Estampa. Moreira, C. (2006). O entendimento do património no contexto local. Oppidum, 1, 127-140. Peralta, E. & Anico, M. (Org.) (2006). Patrimónios e identidades. Ficções contemporâneas. Oeiras: Celta Editora. Pinto, L. M. (2007). Educação Não-Formal – Um contributo para a compreensão do conceito e das práticas em Portugal. Dissertação de mestrado não publicada. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa. Salas Larrazábal, M. (2004). A figura e a formação do animador sociocultural. In J. Trilla (Coord.), Animação sociocultural – Teorias, programas e âmbitos (pp. 123-134). Lisboa: Instituto Piaget. Tinoco, A. (2012). Educação patrimonial e aprendizagens curriculares – a história. Cadernos de Sociomuseologia, 12, 101-112. Trilla, J. (2004). Conceito, exame e universo da animação sociocultural. In J. Trilla (Coord.), Animação sociocultural – Teorias, programas e âmbitos (pp. 19-44). Lisboa: Instituto Piaget.

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