Anotações do Seminário Nacional de Formação Artística e Cultural

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2015 IFPB George Glauber F. Severo (NUCCA / IFPB-CZ)

[ANOTAÇÕES DO SEMINÁRIO NACIONAL DE FORMAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL] 1 a 3 de dezembro de 2015 | Complexo Cultural FUNARTE | Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello | Brasília/DF

Sobre o Seminário de Formação Artística e Cultural. O evento se configurou como um marco inicial para a construção de uma política pública nacional, o Programa Nacional de Formação Artística e Cultural, a partir de uma ação conjunta do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério da Educação (MEC). O evento buscou incluir, de forma colaborativa, diversos setores que se relacionam com a temática arte e cultura: gestores públicos, do terceiro setor e da iniciativa privada, artistas, educadores, movimentos sociais e a sociedade civil. Esteve em debate temas como: formação em arte e cultura (público, profissional e da cadeia produtiva); infraestrutura das escolas livres e formais e centros de arte; financiamento e fomento de iniciativas; o papel do agente cultural, bem como o acompanhamento e apoio à tramitação do Projeto de Lei que institui o “bolsa-artista”. Por fim, em consonância com os diálogos e debates, foi elaborada a “Carta de Brasília”, documento que subsidiará as diretrizes da Política. Mesa: Desafios da Formação na Política Nacional das Artes Juana Nunes – (SEFAC / MinC) 

Pensar Cultura e Educação;



Não existe cidadania cultural plena e nem uma política cultural não se realiza plenamente se o direito à educação, se o direito à formação desde a primeira infância não está garantido;



Está sendo construído na nova gestão do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, uma frente de atuação dentro do MinC, em consonância com a construção da política nacional das artes, que articula as políticas de educação com as políticas de

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cultura, mas que também abra essa ação no campo da formação artística, da formação técnica profissionalizante; 

É preciso garantir uma rede de formação artística completar a educação

básica,

para

aqueles

que

queiram

se

profissionalizar, para os jovens que sonham em construir uma carreira artística tenham condições, e isso não seja questão apenas de quem tem acesso ou questão de quem tem recursos ou que o estado ou o município que entende isso como prioridade; 

As políticas de formação são descontínuas por conta dos atos não partirem de políticas consistentes, ou seja, estes partem apenas do desejo dos gestores. Por isso, conclui-se, que se faz imprescindível

a

formulação

de

políticas

públicas

institucionalizadas. 

O que se pretende, neste Seminário, é pensar em uma política sistêmica entre o Ministério da Cultura, Ministério da Educação, FUNARTE, em diálogo com as secretarias estaduais, as secretarias municipais, ou seja, uma política de estado para a formação artística que garanta o direito pleno da população brasileira de ter acesso, fruir e produzir cultura no Brasil;



Atualmente: Mais Cultura nas Escolas (5.000), Mais Cultura nas Universidades (28);



Cooperação MEC/MinC: o 100 milhões (Mais Cultura nas Escolas) + 30 milhões (Mais Cultura nas Universidades) + 50 milhões (Pronatec cultura). O total deste montante é quase o orçamento do MinC para despesas discricionárias, em 2015; o A aproximação de políticas entre cultura e educação traz ganhos para a área cultural; o Está sendo construído um novo acordo entre o MEC e MinC, considerando as metas e estratégias do Plano

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Nacional de Educação (PNE) e do Plano Nacional de Cultura (PNC); o Apoia a criação de novas licenciaturas. Francisco Bosco – (FUNARTE) 

A Política Nacional das Artes se inicia a partir de um diagnóstico do Ministro Juca Ferreira de que, nas gestões anteriores, todo o avanço que houve em torno de uma ideia mais

abrangente

de

cultura,

não

encontrou

a

sua

correspondência nos campos das artes. Se por uma lado é evidente que o campo das artes pertence a um campo maior da cultura, é também evidente, por outro lado, que o campo das artes possui diferenças enquanto linguagem e possuem demandas específicas para os seus setores; 

A Política Nacional das Artes está dividida em três eixos (até o momento): o Agenda Transversal: Formulação de políticas públicas estruturantes que dizem respeito ao conjunto das linguagens e dos setores; o Agenda Setorial das artes: Formulação de políticas específicas para cada setor; o Agenda de “Políticas institucionais”: Onde as Secretarias, ligadas ao MinC, chamam para si o protagonismo de ações que dizem respeito a sua ação mais direta (ex: a Secretaria de Políticas Culturais / SPC, está com a agenda

da

economia

das

artes;

Secretaria

de

Educação e Formação Artística e Cultural / SEFAC, está com a agenda sobre formação artística e cultural); 

É

importante

se

pensar

sobre

as

continuidades

e

descontinuidades dos processos de política púbica no Brasil, visto que um dos dramas do Brasil são os processos descontínuos; Anotações do Seminário Nacional de Formação Artística e Cultural | Brasília - Dez – 2015 George Glauber F. Severo – Núcleo de Comunicação, Cultura e Artes (NUCCA), Campus Cajazeiras

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O processo de construção da Política Nacional das Artes possui um percurso histórico que se inicio nas câmaras setoriais, em 2005, e depois, nos seus desdobramentos, nos colegiados setoriais, dos quais foram criados os planos setoriais. Entretanto, não existe uma instituição no Brasil que dê conta de tais iniciativas. A Funarte foi pensada no processo de construção da Política Nacional das Artes como sujeito do processo, mas também, como seu objeto (restruturação / (re)invenção da Funarte);



Trazer a importância do papel das artes no “novo” conceito de cultura1 adotado pelo Estado;



Avançar uma agenda de marcos legais das/para as artes, no sentido de caminhar para uma desburocratização2. Bosco argumentou que é preciso que o estado deixe a vida da sociedade civil mais fácil, visto que, se por um lado, é constitutivo do poder público o zelo pelos seus recursos, que os abriga a criar mecanismos de controle e fiscalização, mas, por outro lado, tem que se evitar uma judicialização excessiva desses processos como uma desconfiança tanto do setor público quanto dos proponentes da sociedade civil. É preciso vê o máximo que se pode avançar na desburocratização da relação entre poder público e sociedade civil;



Estamos atrasados nesse eixo, de marcos legal das artes, mas a Funarte está com uma pesquisa em andamento que está fazendo um levantamento de todos os projetos de lei em tramitação que dizem respeito a todas as linguagens e setores artísticos, pelos quais irá se propor uma estratégia política para identificar onde se pode intervir de modo mais rápido. Este é

Enfatizo que este “novo” conceito de cultura foi adotado em gestões anteriores. Observar as mudanças paradigmáticas da gestão do Ministro Gilberto Gil, no MinC, no governo Lula. 2 Devido às singularidades que consistem nas ações artísticas e culturais, a legislação atual cria empecilhos para o seu fomento e financiamento. 1

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um ponto estratégico da gestão no âmbito da Política Nacional das Artes; Guilherme Varella (Secretário de Políticas Culturais / MinC) 

A ideia de que a formação perpassa todos os processos artísticos e culturais tem que ser presente para todo gestor público;



Diagnóstico em torno da ideia tridimensional de cultura3 traz desafios: o Estado X Cultura (setor cultural) – É preciso atualizar o Estado para torná-lo mais apto a receber, processar e dar encaminhamento para as demandas do setor cultural que são, cada vez mais, complexas; 

Os marcos legais não são suficientes;



A burocracia não é suficiente;



Os meios de participação social, no setor cultural, ainda não são suficientes.



Portanto, trabalhar o potencial de intervenção do Estado no campo cultural, é algo essencial como primeiro desafio.

o Cultura X Desenvolvimento – Territorial

[econômico?],

humano e simbólico; 

É preciso pensar os valores e paradigmas desse desenvolvimento;



É preciso problematizar a nossa concepção atual de desenvolvimento e, certamente, a cultura tem uma contribuição essencial para essa problematização;



É preciso ter ações específicas que coloque a cultura na agenda central de desenvolvimento do país.

o Direitos

culturais



menos

amadurecidos,

menos

reconhecidos e não consolidados. E, por conseguinte, os menos processados de toda a área social; 3

Dimensão simbólica, dimensão cidadã e dimensão econômica.

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De maneira geral, não se conhece os direitos culturais, por isso, estes não são bem reivindicados;



Para os três desafios, citados acima, é indispensável trabalhar na perspectiva da Formação, ou seja, é preciso uma formação que abranja o gestor, o agente (artista) e o público: o O processo de formação do gestor público é essencial; o O processo de formação do agente (artista) que vai estar na ponta intermediando, mediando, articulando a política pública, é um processo essencial; o É imprescindível trabalhar na perspectiva de formar novas plateias; 

O público é o cliente da política pública;



A cultura é uma trama de significados, valores. Podese falar em uma rede complexa de valores que são compartilhados pela sociedade, em determinado momento histórico, e esses valores, signos, símbolos precisam ser interpretados, traduzidos, isto é, tanto para as ações práticas do ponto de vista do público, quanto

para

o

entendimento

do

senso

de

pertencimento na sociedade. A tradução disso tudo, a leitura dos signos, a compreensão dos significados, vai ocorrer por meio de um processo de formação. 

A formação precisa ser trabalhada em três esferas: o Formação técnica – formação que instrumentalize os trabalhadores do campo da cultura para que estes disponham de capacidade geracional e executiva (ex: em se tratando especificamente dos técnicos operacionais das artes



técnico

de

som,

cenógrafos,

iluminadores,

fotógrafos); o Formação artística – Possibilitar uma formação à altura da diversidade cultural brasileira;

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No geral, os artistas brasileiros são formados a mercê do seu próprio talento. É preciso reverter esse quadro! O Estado precisa potencializar e reconhecer essas capacidades artísticas.

o Formação em gestão pública para cultura – Os processos de descontinuidades se dão, também, por conta da má (ou falta) de formação de gestores culturais. O Estado precisa de políticas perenes; 

Não se pode atribuir à falta de conhecimento do público

a

determinadas

ações

artísticas,

culpabilizando os eventos públicos gratuitos pela escassez de público em

determinados

eventos

privados; 

É preciso que se desenvolva a dimensão econômica dos setores culturais; o Fazer com que os agentes culturais se percebam como agentes econômicos da cultura;



É preciso que se desenvolva pesquisa, desenvolvimento e inovação;



(Re)pensar os marcos regulatórios, marcos legais, no sentido de se fazer uma releitura dos processos burocráticos (principalmente no campo trabalhista e previdenciário);



O Pronatec é um caminho para a formação técnica e artística nas artes; o O Pronatec precisa se abrir mais para o campo artístico.



A educação não se dá plenamente sem a dimensão cultural;



A formação cultural e artística é, também, uma formação política, ao dar “capacidade de subversão de disciplinas”;

Grupos de discussão sobre a Política Nacional das Artes (PNA) – Música Maya Suemi Lemos (UERJ)

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Carta de BH e Carta de Recife integra o processo de construção da Política Nacional das Artes (PNA);



Na construção da PNA, dentre seus quatros eixos da música, o quesito Formação encabeça a lista de eixos fundamentais;



No contexto da PNA, entende-se que uma política nacional para a música precisa ser coerente e proporcional ao tamanho da música brasileira;



A educação musical, ou seja, o ensino de música no ensino básico é a formação musical voltada para o cidadão (pretenso público),

cujo

principal

foco,

neste

momento,

é

o

da

IMPLEMENTAÇÃO da Lei 11.769 de 18 de agosto de 2008; Ato com o Ministro Juca Ferreira4 Juana Nunes (SEFAC / MinC) 

Integrar a cultura e educação desde a formação básica escolar, a fim de garantir a sustentabilidade, visando a cidadania plena.

Jandira Feghali (Dep. Federal / PCdoB) 

É preciso que caminhemos por uma educação, cultura e comunicação democráticas;



Em uma nação que se anuncia como pátria educadora é inimaginável pensar a educação sem a integração com o conhecimento da cultura, o conhecimento da arte como parte de uma cultura, o conhecimento do processo civilizatório brasileiro e que a gente articule isso com uma comunicação democrática, em todas as plataformas possíveis, para que a divisão do conhecimento possa acontecer;

Luciana Santos (Dep. Federal / PCdoB)

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Consultar discurso na página 16.

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Transversalidade da cultura: Ter educação e comunicação nas políticas públicas para a cultura.

Juca Ferreira (Ministro da Cultura)5 

“Estamos fundando um processo neste Seminário”. Momento de fundação de uma política importante;



Falta uma política de formação, visto que os artistas vêm se desenvolvendo apenas pelos seus talentos;



O

Estado

tem

a

obrigação

de

formar

artisticamente

e

culturalmente; 

Sistema que permita o talento e potencialize a experimentação;



Educação que vá além do mercado de trabalho, que esteja para uma formação geral humana, ou seja, que possa subsidiar a construção de uma subjetividade complexa;



Formação artística, formação técnica e formação de gestão cultural;



Ensinar arte é também apresentar uns aos outros.

Mesa: Desafios das políticas públicas de educação e formação artística e cultural Albino Rubin (UFBA) 

Educação e artes – é transmissão de cultura, entretanto, há um esquecimento disso!;



Só terá consistência se houver articulação com a educação;



Trabalhar com o conceito ampliado de cultura, o sistema de formação deve considerar isso;



5

O sistema deve abranger a formação livre e acadêmica;

O discurso na íntegra pode ser encontrado na página 16.

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Política que vá contra a instabilidade, uma vez que o campo da cultura é um campo frágil;



Pensar a formação do criador ao consumo;



O sistema de formação em cultura tem que ser um processo que busque a inovação;

Danilo de Melo Souza (Secretário Municipal de Educação de Palmas/TO) 

Educação: tem mais recursos, tempo e espaços.

Marcos Cordiolli (Superintendente da Fundação Cultural de Curitiba) 

Programa Cultura na Escola: Trata-se de uma política cultural para a educaçãoescolar – visa colocar professores a vivenciar cultural; relação entre escolas e com o entorno.

Anotações diversas 

Extensão sendo realizada por gente da comunidade  em busca de uma nova escola;



Escola se abre como Centro Cultural, contemplando o entorno. (experiência Ocupa Escola-RJ);

Mesa de debate: Formação técnica e profissionalizante Luiz Augusto Caldas Pereira (Reitor IFF – CONIF) 

IFs – precisam ter 20% de suas ofertas para formação de professores;



Democratização do acesso;



Formação para o trabalho;

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Pensar / interagir o Plano Nacional de Educação (PNE) com o Plano Nacional de Cultura (PNC);



Problemática! Só se pensa a educação profissional pensando em determinados setores da economia;



Compromisso com a territorialização;



Formação pedagógica (professores);



Reconhecimento e certificação do saberes (Rede Certific);



Território é um conceito mais amplo em comparação a espaço/região;



Pactos institucionais (financiamento)



1.032 vagas técnicas em artes. Cerca de 1% do SISTEC;



PNE – Meta 11 – como relacionar isso com o PNC.

Sandro Di Lima (Pró Reitor de Extensão do IF Goiás) 

Pontos importantes que devem ser considerados: o Fomento: Indireto (leis); Direto (fundos); o Difusão: Circulação das ideias, produtos...; o Formação: Formal; o Equipamentos

culturais:

Sem

conselho

de

pauta

se

transforma em despacho de balcão; o Acervos: Memória e patrimônio. 

Cultura: falta marcos regulatório;



A disputa por vagas é desigual, estamos em disputa cruel e desigual;



IF Goiás: o 62 professores de artes + 8 em fase de concurso; o Quatro cursos superiores (em arte ou cultura) o Três licenciaturas (em arte) o Quatro cursos técnicos (em arte ou cultura)



O IF Goiás possui Orquestra, Banda Sinfônica, Festival de Artes, ações com as culturas tradicionais;

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Sensibilidade dos pares;



Seis cineclubes;



Núcleo de Audiovisual



Auditórios como equipamento cultural (para as comunidades).

Sistematização de Propostas do Grupo de Discursão “Formação Superior e Técnica” 1º Desafio: Incluir diversas matrizes epistemológicas no campo do ensino das artes e/ou dos campos de conhecimento; 

Proposta: Instituir grupos de trabalho e estudos, em parceria com o Minc e o MEC, sobre diversas matrizes epistemológicas incluindo-as nos campos de atribuição dos entes federativos.

2º Desafio: Ampliar os recursos orçamentários para as ações de ensino pesquisa e extensão na área de artes e cultura: 

Proposta: Garantir dotação orçamentária específica para a área de artes e cultura.

3º Desafio: Inserir e manter os mestres dos saberes tradicionais e de outros segmentos sociais e formas de conhecimento não hegemônicos nas instituições de ensino, numa perspectiva dialógica: 

Proposta: Garantir mecanismos de financiamento/pagamento aos mestres de saberes tradicionais e de outros segmentos sociais e formas de conhecimento não hegemônicos;



Instituir GT ou Fórum para discutir a questão;



Garantir agenda de compromissos MinC e MEC na questão da certificação de mestre de saberes tradicionais;

4º Desafio: Garantir vagas para professores de arte nos cursos das IFs e demais instituições de ensino profissional e tecnológico:

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Proposta: Obrigatoriedade de concurso público para professores com formação no campo de conhecimento da arte com garantia de código de vaga específico;



Garantir vagas para professores de artes nos cursos das IES;



Obrigatoriedade de concurso público para professores com formação no campo de conhecimento: artes, com garantia de código de vagas específico.

5º Desafio: Suprir a falta de formação nas áreas artísticas e culturais: 

Proposta: Valorização na formação artística e cultural;



Criação de licenciaturas em audiovisual no Brasil, ao menos, uma por região;



Ampliação de licenciatura em todos os campos de arte e cultura;



Subsídios para extensão universitária para ampliar possibilidades de oferta de formação artística continuada para a comunidade em geral;



Fortalecer o PARFOR no campo da arte.

6º Desafio: Garantir especialidade de formação em artes; Aumento de cursos em artes; Haver cursos de artes nos diversos campi: 

Proposta: Valorização da formação artística por meio de vagas para todos os campi e escolas de realização de cursos FIC, Pronatec, Proeja, Certific, Licenciatura, Bacharelado e técnico em todas as suas modalidades;

7º Desafio: Troca de experiências e parcerias para as ações culturais e artísticas: 

Propostas: Criação de um GT de discussão com os representantes de cursos de formação superior em arte, para troca de experiência e circulação artística e cultural dos modos do Fórum interuniversitário de cultura;

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Incentivo

e

ampliação

ao

intercâmbio

artístico-cultural,

fortalecendo corredores e circuitos culturais; 

Utilizar a ferramenta digital, rede social, tecnológica para fazer debates sobre o tema Universidades e Institutos Federais e demais instituições de ensino em arte e cultura;

8º Desafio: Constituição da rede de formação MEC, MinC, Conif e Andifis: 

Proposta: Rede de Formação Brasil em Arte e Cultura.

9º Desafio: Pauta Certific 

Proposta: Fórum Pronatec: Rever o MDI para inserir os cursos de arte e cultura;



Rever

os

eixos

tecnológicos

da

ETT

para

contemplar

as

especificidades da área de arte e cultura; 

Setec / Certific – Estabelecer agenda com prazos e metas para implementação da Rede Certific;

10º Desafio: Adequação de indicadores para as ofertas em arte e cultura: 

Proposta: Revisão de indicadores para o Inep/MEC;

11º Desafio: Ausência ou inadequação de espaços para atividades artísticas (infraestrutura): 

Proposta: Estudos para conversão dos atuais auditórios em equipamentos culturais (Ex: Mini cineteatro);



Criação de espaços apropriados e adequados para exercício das atividades artísticas e culturais;



Que

os

novos

projetos

contemplem

a

existência

desses

equipamentos culturais, nos campi a serem criados. 12º Desafio: Financiamento – dificuldade para vencer a burocracia: 

Proposta: Ter regulamentação de novos trâmites legais para compras de materiais, modo licitação;

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13º Desafio: Atender as demandas de trabalhos em arte e cultura nas IFs, IEs e instituições de ensino, independentemente de haver cursos de artes: 

Propostas: Criar mecanismos de atividade artísticas e culturais que contemplem instituições que não possuam cursos na área;



Questão da ABNCC – incluir a delimitação das artes como áreas de

conhecimento

e

não

como

conteúdo,

com

campos

específicos.

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Por uma educação que vá além do mercado de trabalho Discurso proferido pelo ministro Juca Ferreira no I Seminário Nacional de Formação Artística e Cultural, realizado em Brasília no dia 01 de dezembro de 2015.

O século XXI está a nos exigir uma radical mudança de mentalidade e comportamento, está a nos demandar uma educação que vá além do mercado de trabalho, que prepare o cidadão para uma vida em sociedade, respeitosa com os diferentes, que o prepare para atitudes sustentáveis em sua relação com o meio e que esteja voltada para o pleno desenvolvimento da condição humana. Não mais podemos ver a cultura e a arte como meros complementos das atividades pedagógicas. Não nos esqueçamos que a política nas sociedades democráticas é, em última instância, uma disputa de sentido e de valores. O ensino da arte, no Brasil ou em qualquer outro lugar, requer uma abordagem diferenciada, uma abordagem aberta. Diferenciada porque ao lidar com a formação de artistas estamos lidando com um universo de intuições, de subjetividades, de valores que nem sempre são fáceis de demonstrar experimentalmente, ou de quantificar, ou de explicar em palavras. E uma abordagem aberta porque neste caso, mais do que em qualquer outro, o educador procura apenas avivar e aperfeiçoar alguma coisa que já existe. Talento não pode ser conferido de fora para dentro. Nasce com a pessoa, faz parte dela, faz parte do seu modo de conhecer a si próprio e de se situar no mundo. Talento artístico é um modo de ver as coisas, um "olho" capaz de achar ou de criar as formas que precisa para se exprimir. Uma obra de arte é sempre resultado do poder de criação individual, mesmo em artes coletivas como o teatro ou o cinema. Talento e técnica nem sempre aparecem juntos numa mesma pessoa. O talento é trazido pelo futuro artista, a técnica é o mundo quem lhe dá, caso ele consiga ter acesso a esse aprendizado.

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É papel da educação estimular a criatividade. Todo o trabalho de formação no campo das artes e cultura parte da criatividade já latente nos indivíduos. Se não for para aprimorar a sensibilidade do cidadão a educação perde sua razão de ser. O propósito anunciado deste I Seminário Nacional de Formação Artística e Cultural é a busca da "constituição de uma ampla rede de formação artística e cultural, capaz de articular tanto a rede formal de ensino quanto as diversas escolas livres de arte de todo o Brasil". Foi feita uma ampla consulta em diferentes áreas e diferentes níveis de ensino, entre escolas técnicas, escolas de arte, universidades e institutos federais. Precisamos otimizar a grande procura, em nosso país, por carreiras artísticas e por carreiras técnicas relacionadas à arte. Pode ser preciso comparar exemplos e divulgar as soluções mais interessantes, soluções que possam ser compartilhadas com outros. Mais de 400 entidades foram convidadas para aqui se fazerem presentes. Deve haver lacunas a serem preenchidas, carências materiais a serem supridas como nos for possível. O entusiasmo e o amor à arte são grandes em nosso povo. Vamos, portanto fazer bom uso desse entusiasmo. Um artista não é para ser bajulado como se fosse um super-herói, e também não é para ser explorado como se fosse um servo. Um artista é apenas alguém que está produzindo uma coisa única, mas que encontra ressonância num coletivo. O artista produz melhor quando sente que existe alguém capaz de entender a importância do que ele faz. Aprende-se arte fazendo arte, mas aprende-se também a refletir sobre a arte, a entender suas exigências. O aprendizado artístico, que a rigor dura a vida inteira do artista, é um reexame constante de conceitos, de processos, que vão aos poucos dando gume àquele talento. Sabemos da importância da figura do professor na vida de todos nós. Todos nós tivemos professores cuja influência foi crucial em algum momento da nossa vida. Quando falamos de professores de arte, Anotações do Seminário Nacional de Formação Artística e Cultural | Brasília - Dez – 2015 George Glauber F. Severo – Núcleo de Comunicação, Cultura e Artes (NUCCA), Campus Cajazeiras

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estamos juntando cultura com educação, e por isso convidamos para que aqui estivessem secretários de Educação e Cultura de todo o país. O Brasil já foi chamado, e em alguns momentos com justiça, de desperdiçador de talentos. Mas as nossas artes estão entre as melhores coisas que temos para nos afirmar diante do mundo, tal como o fazemos em alguns esportes. Se conseguirmos dar encaminhamento profissional a metade dos talentos que produzimos, estaremos no lucro. Milhões e milhões de rapazes e de moças se esforçam o ano todo, no Brasil, para se destacar no campo da música, da dança, do teatro, do cinema, da televisão. Ou então são jovens que desejam praticar a pintura, o desenho, a história em quadrinhos, a computação gráfica. São incontáveis os caminhos da arte numa época em que não apenas surgem novidades tecnológicas extraordinárias, como as formas de arte antigas e milenares continuam a mostrar uma grande vitalidade. Os caminhos são muitos, os talentos também. Ensinar arte é também apresentar uns aos outros.

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