Antigas construções, novos museus: experiência recente no Brasil.

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O presente artigo se propõe a analisar alguns projetos de adaptação de edifícios monumentais em museus, todos eles inaugurados entre 2010 e 2013: o Museu das Minas e do Metal (MMM) e o Memorial Minas Gerais Vale (MMGV), ambos localizados em Belo Horizonte; e o Museu de Arte do Rio (MAR), instalado na cidade do Rio de Janeiro. O MMM foi projetado pelos arquitetos Paulo e Pedro Mendes da Rocha a partir de 2006, tendo sido inaugurado em 2010; o projeto museográfico é de Marcello Dantas, que já havia trabalhado com os Mendes da Rocha no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. O MMGV foi inaugurado no ano seguinte, e o seu projeto de restauração ficou a cargo de Flávio Grillo, enquanto o projeto arquitetônico foi elaborado pelos arquitetos Carlos Maia, Débora Mendes, Eduardo França, Humberto Hermeto e Igor Macedo e o projeto museográfico pelo designer Gringo Cardia. O MAR foi implantado a partir de 2010, com projeto do escritório carioca Bernardes + Jacobsen Arquitetura, e foi finalmente inaugurado em 2013. Os três museus apresentam uma série de características em comum: o fato de estarem abrigados em edifícios ecléticos construídos entre a última década do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX, todos eles tombados pelos órgãos de patrimônio locais; o fato de estarem instalados em edificações públicas que, anteriormente, abrigavam instituições governamentais, distinguindo-se, assim, do elevado número de museus que vêm sendo instalados em edifícios privados; o fato de se inserirem em circuitos museográficos mais amplos que se encontram atualmente em processo de implantação e estão diretamente vinculados a grandes projetos urbanos em curso (o Circuito Cultural Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, iniciado em 2005, e a Operação Urbana Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, iniciada em 2009). Além disso, apresentam alguns temas recorrentes, como alguns desafios e temas são recorrentes, tais como: a criação de novas imagens urbanas, mais ou menos impactantes, que “sinalizam” o novo uso do edifício; a criação de novos elementos que atendam às normas de segurança e acessibilidade universal, como escadas e elevadores, externos ou internos; o fechamento de praticamente todas as aberturas existentes nas fachadas dos edifícios históricos, tendo em vista a necessidade de manutenção da qualidade atmosférica e do rigoroso controle de temperatura, umidade e iluminação, inerentes à preservação do acervo exposto, e ainda mais necessário nos novos museus interativos; e, quando se tratam de museus formados por mais de um edifício preexistente, a criação de elementos de articulação simbólica e conexão física destes edifícios.
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