Aperfeiçoamento das Competências da Leitura - Improvement of Reading Skills

August 8, 2017 | Autor: S. Jorge A. Ramos | Categoria: Psicopedagogia, Capacidade de Leitura, Velocidade de Leitura, Competências de Leitura
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UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

PROJECTO PARA ACÇÃO DE FORMAÇÃO DE ADULTOS “Aperfeiçoamento das Competências da Leitura”

Docente: Discente: Disciplina: Curso: Ano: Data:

Prof.ª Dr.ª Brigitte Detry Jorge Ramos, n.º 6645 Psicopedagogia Linguística 3.º 30-01-2004

Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Psicopedagogia – Projecto Para Acção de Formação de Adultos – Aperfeiçoamento das Competências de Leitura

ÍNDICE ÍNDICE ................................................................................................................................................ 2 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 A SEMENTE ........................................................................................................................................ 4 LER – UM TÉDIO.........................................................................................................................................4 LER – UMA NECESSIDADE ........................................................................................................................5 LER – UM PRAZER ......................................................................................................................................6

COMPETÊNCIAS DE LEITURA ........................................................................................................ 7 PÚBLICO ALVO ...........................................................................................................................................7

AS CHAVES ......................................................................................................................................... 8 CHAVES PRELIMINARES ...........................................................................................................................8 CHAVES LEITURAIS ...................................................................................................................................9 ENTREGA DAS CHAVES ...........................................................................................................................10 OPERACIONALIZAÇÃO ....................................................................................................................................... 10 DINÂMICA DE GRUPO ........................................................................................................................................ 11

MÓDULO DE FORMAÇÃO.............................................................................................................. 12 OBJECTIVOS ..............................................................................................................................................12 LEITURA 1 ..................................................................................................................................................13 INDICAÇÕES........................................................................................................................................................ 13 LEITURA ............................................................................................................................................................... 14 PERGUNTAS PARA ESTATÍSTICA ...................................................................................................................... 15

FORMULÁRIO 1 .........................................................................................................................................16 DADOS PESSOAIS ............................................................................................................................................... 16 QUESTÕES........................................................................................................................................................... 16

AS OITO CHAVES ......................................................................................................................................18 ANTES DA LEITURA ............................................................................................................................................ 18 DURANTE A LEITURA ......................................................................................................................................... 18

EXERCÍCIO 1..............................................................................................................................................19 EXERCÍCIO 2..............................................................................................................................................20 EXERCÍCIO 3..............................................................................................................................................21 EXERCÍCIO 4..............................................................................................................................................22 EXERCÍCIO 5..............................................................................................................................................23 EXERCÍCIO 6..............................................................................................................................................24 EXERCÍCIO 7..............................................................................................................................................25 EXERCÍCIO 8..............................................................................................................................................26 EXERCÍCIO 9..............................................................................................................................................27 LEITURA 2 ..................................................................................................................................................28 INDICAÇÕES........................................................................................................................................................ 28 LEITURA 2 ............................................................................................................................................................ 29 PERGUNTAS PARA ESTATÍSTICA ...................................................................................................................... 30 COMPARAÇÃO DE RESULTADOS ..................................................................................................................... 31

COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................................................................32 BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................................33 PUBLICAÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE O TEMA ................................................................................................ 33 Docente: Prof.ª Dr.ª Brigitte Detry Discente: Jorge Ramos, n.º 6645

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INTRODUÇÃO “Numa sociedade onde a leitura é cada vez mais importante, em que o acesso à informação se tornou a

principal fonte de poder, deve-se ter em conta a mutação rápida da diversificação dos suportes de leitura e de escrita.” Maria Raquel Delgado Martins et al

Todos sabemos que ler é necessário para melhorar as nossas competências, para nos sentirmos mais integrados socialmente, para conseguirmos aceder à fonte de poder que é a informação, para sermos mais reconhecidos, numa última instância para nos sentirmos mais realizados, mas, para muitos indivíduos, ler é uma tarefa monótona, aborrecida. Existem sempre coisas muito mais interessantes para fazer, do que ler. Num estudo realizado em 1995 pelos sociólogos Eduardo de Freitas, José Luís Casanova e Nuno de Almeida Alves, que teve por objectivo genérico caracterizar e avaliar os hábitos de leitura dos portugueses residentes no Continente, com idade superior a 15 anos e que declararam saber ler e escrever (não analfabetos), constatou-se que a actividade analisada (os hábitos de leitura) apresentava índices muito baixos comparativamente a outras actividades de tempos livres, conforme quadro que se segue: Frequência de execução das Práticas (%) Práticas associadas aos Tempos Livres

Diariamente ou quase

Pelo menos uma vez por semana

Raramente

Nunca

Ver Televisão

91.9

4.2

3.3

0.6

Ouvir Rádio

70.8

11.5

13.2

4.5

Ouvir Música

58.4

12.8

16.4

12.4

Ler Jornais Diários

34.0

18.4

19.5

28.1

Ler Livros

14.9

14.6

34.4

36.1

4.8

5.9

11.2

78.1

Jogar no Computador / Vídeo

Este estudo mostra que a leitura de livros (não escolares nem profissionais) ocupa um lugar muito modesto na escala das actividades diárias (ou quase diárias) de ocupação dos tempos livres com 14,9% (16,6% do sexo feminino e 13,2% do sexo masculino). Verificou-se também que os índices de leitura diária de livros entre os 2506 inquiridos (49,1% homens e 50,9% mulheres), têm um pico na faixa etária dos 25-29 anos (20,2%) e decresce até aos 12,3% no escalão dos 50 e mais anos de idade1. Mas um dos dados que mais ressalta neste estudo é o facto de 70,5% dos inquiridos ter afirmado que raramente ou nunca lê livros nos seus tempos livres, ou seja, das 2506 pessoas entrevistadas, somente 739 têm o hábito de ler livros. Os 1767 que não tinham este hábito eram sobretudo os mais idosos (76,3% dos indivíduos com 50 ou mais anos, raramente ou nunca lia) e os com menos escolaridade (83,8% dos inquiridos que sabiam ler e escrever ou que tinham a 4.ª Classe, raramente ou nunca liam2). O antagonismo gerado entre as duas asserções ‘necessidade de ler’, e ‘não gostar de ler’, é precisamente um dos pontos basilares deste trabalho.

1

Conforme Quadro 26, página 67, FREITAS, Eduardo et al, Hábitos de Leitura – Um Inquérito à População Portuguesa.

2

Idem, ibidem.

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A SEMENTE Não será a actividade leitural, um hábito que deve ser cultivado na sociedade? Porque é que as pessoas não lêem? O que é que se pode fazer?

LER – UM TÉDIO Parece assim um ponto assente nos nossos dias, que o hábito de ler, está cada vez mais desenraizado das sociedades modernas, em virtude dos novos veículos de propagação da informação, onde as estações de televisão (que oferecem um leque cada vez maior de canais temáticos) e a Internet (a gigantesca rede mundial de computadores que oferece todo o tipo de informação multimédia), ocupam um espaço de tempo cada vez maior, no tempo disponível para o lazer, sendo, por exemplo, os livros relegados para segundas e terceiras instâncias dessa disponibilidade. Nesta sequência, foi interessante constatar que no mesmo estudo referido anteriormente, realizado em 1995, entre muitos outros dados interessantes, mostrou os motivos apontados pelos indivíduos entrevistados para o facto de não lerem habitualmente livros. O resultado foi o seguinte: Motivos para a não leitura de livros

%

Ter falta de tempo

48.7

Preferir fazer outras coisas

38.0

Não gostar de ler

21.5

Não apetecer / cansaço

19.8

Ter problemas de vista / saúde

18.6

Os livros serem caros

6.3

Não ter fácil acesso a livros

5.8

Facilmente se conclui que o custo ou a acessibilidade aos livros não é uma razão de peso para que haja um alheamento à leitura destes suportes escritos dado que representam 12,1% do total de motivos apresentados, mas as restantes causas, apontam claramente para a constatação de que a leitura de livros é uma actividade cansativa, talvez até desagradável, uma adjectivação coberta por outros termos ou expressões mais suaves como ‘falta de tempo’, ‘preferir outras coisas’, ‘problemas de vista’, ‘não apetecer’ para além da expressão clara e objectiva: ‘não gostar’. A verdade é que infelizmente para muitas pessoas, a leitura é algo de monótono, aborrecido, cansativo para os olhos, ficam com dores de cabeça, dores no corpo, um sofrimento. No final do mesmo inquérito pediu-se aos inquiridos uma auto-avaliação das suas capacidades de leitura, sendo os resultados os seguintes:

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Capacidades de Leitura (%) Muito Boas

1,3

Boas

16,1

Razoáveis

30,5

Fracas

52,1 0

20

40

60

Perante estes resultados, os três sociólogos concluíram que “não obstante a projecção

globalmente negativa que estes leitores fazem das suas aptidões leiturais, o certo é que, de quantos se inscreveram nas avaliações mais desfavoráveis («razoável» e «fraca»), são 92% os que manifestam um sentimento de aceitação relativo ao fraco municiamento de que são portadores: afirmam que «o que sabem, chega», rejeitando em simultâneo a alternativa presente na pergunta (P.90) de melhoramento através da frequência de um curso”.

Estes resultados deixam claro desde logo também, que uma grande parte da população portuguesa não está sensível à importância da leitura e dos benefícios que a mesma pode proporcionar – sensível ao quão vasta é essa fonte de poder, que está cada vez mais acessível.

LER – UMA NECESSIDADE “A informação vai ser o petróleo do Séc. XXI.”

Al Gore, Ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos da América

É por outro lado bastante óbvio também, na nossa sociedade moderna, que a informação está cada vez mais disponível, seja qual for a área do saber; e que as capacidades cognitivas do ser humano de assimilar, gerir e aplicar a informação que necessita, passa em grande parte pelas suas competências de leitura, porque é por intermédio desta via (a leitura), que a informação entra no seu sistema neuro-cerebral. Outro ponto assente é que quanto maior for a quantidade de informação que um indivíduo consiga assimilar sobre determinada matéria, tanto maior será o seu conhecimento sobre essa matéria, tanto maior será o seu poder sobre esse domínio do saber, tanto mais à vontade estará para falar, opinar, dissertar, comparar teorias e, eventualmente, criar novos ângulos de visão, inovar e criar novas conjecturas sobre esse mesmo domínio. Cada vez mais, a informação é uma fonte de poder e essa fonte, está cada vez mais disponível ao ser humano. Parece então ganhar alguma relevância, conseguir-se criar métodos criativos, dinâmicos e práticos para que as pessoas que estão despertas para esta fonte, consigam aceder à mesma, duma forma cada vez mais célere e eficaz; isto porque, o tempo disponível do ser humano (nas sociedades modernas) parece decrescer à medida que os anos avançam, aparentemente cada vez mais apressados.

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LER – UM PRAZER “A actividade leitural em geral, é uma mediadora de comunicação quase omnipresente nas sociedades contemporâneas (...) estando na base da formação, da informação e da recreação... ”

Eduardo de Freitas et al

De que forma é que uma necessidade cria uma semente (uma ideia)? E se dessa semente nasce uma bela flor (um módulo consistente de formação)? E se o perfume dessa bela flor, converter o tédio em prazer (ler, é bom)? A ideia para a criação deste módulo de formação surgiu precisamente da necessidade (do discente) de conseguir ler mais e bem, em menos tempo, não só devido à alta quantidade de textos de apoio às diversas cadeiras da licenciatura que está a tentar obter mas também pelos muitos livros, páginas da Internet e outros materiais pedagógicos (como por exemplo cd-roms) necessários para aprofundar e enriquecer o seu âmbito profissional. Falando com familiares, amigos e colegas (da faculdade e de trabalho), o discente verificou que a necessidade de conseguir ler mais e bem, em menos tempo é, duma forma geral, comum à maioria das pessoas com quem partilhou este projecto. A motivação para elaborar este módulo de formação, expandiu-se com a bibliografia sugerida pela docente, que foi permitir ao discente tomar conhecimento do panorama relativo aos hábitos leiturais da população portuguesa. Uma vez lançada a semente ao solo, foi necessário regá-la e cuidar o seu crescimento. Cuidar o crescimento desta semente, materializar esta ideia, foi, e continua a ser, um trabalho apaixonante, seja na descoberta das ligações com outras disciplinas, seja na edificação de cada um dos alicerces necessários para a construção de um módulo de formação original, criativo que preconiza ser rápido, simples e eficaz. Surgiu entretanto, e duma forma óbvia, a necessidade de fazer delimitações. Foi verificado rapidamente, que com este projecto poder-se-ia plantar não uma flor, mas uma imensa árvore – algo que requer uma abordagem mais detalhada, com mais tempo, talvez com uma equipa de trabalho de diversas áreas científicas. Por isso, e por agora, ficamos só com a flor. Mas, quais seriam alguns dos ramos dessa árvore?

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COMPETÊNCIAS DE LEITURA Ao pisar o campo das competências de leitura, entra-se numa vasta e complexa área com ligações a campos distintos como por exemplo a neuropsicologia cognitiva, a fisiologia, a sociologia, a filosofia, a psicopedagogia, a informática e a linguística. Dada a ampla extensão deste campo, onde colocar a semente? No âmbito do campo das competências leiturais, distingue-se desde logo a interpretação textual, ou seja, a forma como o leitor interpreta, compreende e assimila aquilo que lê, o que depende das suas capacidades cognitivas, da forma como essas capacidades estão desenvolvidas e são utilizadas. Porque esta é uma área bastante complexa, decidiu-se não pisar a problemática deste terreno; uma posição que veio desde logo fechar o leque do público-alvo deste projecto, o qual, passa a focalizar-se logo a partir daqui, em indivíduos já com um nível mínimo de literacia. Sabe-se também que hoje em dia, a competência de leitura ultrapassa o mero texto escrito que se lê da esquerda para a direita e de cima para baixo (na nossa cultura ocidental). A este tipo de texto, acrescentam-se hoje os gráficos, as tabelas estatísticas, mapas, imagens, vídeos, sons, todo um conjunto de informação interactiva que se convencionou designar por multimédia. Na sequência do primeiro filtro imposto, também não se achou fundamental tocar este pedaço de terreno, pelo que e no que diz respeito a esta diversidade, o aperfeiçoamento das competências de leitura incidirá exclusivamente no texto escrito. Um dos terrenos onde o trabalho com as competências de leitura é mais apaixonante é o que diz respeito aos diversos problemas neurológicos que limitam esta capacidade, como sejam por exemplo, os diversos tipos de afasia. Obviamente que, o terreno da neurologia, também não irá ser tocado por este projecto, uma vez que aquilo que este trabalho preconiza, levaria muito poucos benefícios a pessoas com lesões cerebrais que as impedem de ler normalmente. No entanto, este foi mais um elemento que fez fechar ainda mais o leque do público-alvo deste trabalho. Decidiu-se assim propor para este projecto, trabalhar pequenos aspectos, atitudes e alguns detalhes relacionados com o acto de ler; sugerir ao leitor desperto para a importância deste acto, um método de leitura dinâmico capaz de lhe proporcionar uma atitude diferente perante a leitura – no fundo, oferecer-lhe um conjunto de chaves que lhe possibilite obter mais conhecimento, duma forma mais ágil e rápida, reduzindo substancialmente o seu esforço, sem perda de produtividade. Tornou-se assim mais fácil delimitar o...

PÚBLICO ALVO Indivíduos que pretendam conseguir ler mais e bem, em menos tempo. Indivíduos que pretendam melhorar as suas competências de leitura. Indivíduos que pretendam inteirar-se de uma nova abordagem à forma como se lê.

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AS CHAVES “O indivíduo autónomo na leitura e na escrita, estará mais adaptado a uma sociedade em que a

informação que lhe chega é cada vez em maior quantidade e em que o documento escrito continua a ser fundamental nas relações sociais e profissionais” Maria Raquel Delgado Martins et al

A leitura é um processo visual que envolve múltiplos processos de extrema complexidade. Não é por acaso que ainda não foi inventada uma máquina gerida por um programa informático que consiga ler algo escrito, por exemplo em inglês (ou em qualquer outra língua do mundo), pela mão de qualquer ser humano. O acto de ler, envolve um largo número de operações cognitivas que passam pela combinação de letras em palavras, das palavras em frases e das frases, num discurso ligado por determinado sentido, ou sentidos, sem que seja necessário ao leitor pensar neste tipo de sequências e organizações linguísticas. Quando lemos, podemos dificultar esta complexidade, com factores tão simples como por exemplo murmurar enquanto se lê ou adoptando uma postura incorrecta. Chegamos assim ao já referido, conjunto de chaves – que está dividido em dois grupos: um primeiro grupo de quatro factores a ter em conta antes da actividade leitural e um segundo grupo, com o mesmo número de factores, a levar em consideração durante a leitura.

CHAVES PRELIMINARES O leitor deve evitar, elementos distratores. Uma televisão ligada, um rádio ligado ou um aparelho áudio a tocar a banda favorita enquanto se lê, leva a níveis de desconcentração onde a leitura será menos frutuosa (isto embora, por estranho que pareça, existem muitas pessoas que preferem ler com música de fundo). Da mesma forma, ter outros objectos próximos que lhe lembrem outras tarefas a efectuar, pode não ser benéfico para a concentração do leitor. Quanto menos exposto a outras informações sensoriais que não sejam a leitura que está a efectuar, tanto maior será a hipótese de estar mais tempo concentrado. Os factores ambientais são também, evidentemente, importantes. É desde logo um factor de extrema relevância, ter uma boa iluminação quando se está a ler, assim como uma boa ventilação; num local abafado, o cansaço surge mais rapidamente uma vez que o ar começa a ficar sobrecarregado de dióxido de carbono, com consequente diminuição do oxigénio – necessário para a oxigenação conveniente dos complexos processos cerebrais. Não menos relevante, é ter uma temperatura ambiente agradável; como sabemos, o excesso de frio ou calor implicam sensações físicas desagradáveis e consequente desconcentração. A postura do corpo quando se está a ler, é também um factor importante para que esse acto, não seja perturbado com incómodos físicos. A coluna vertebral deve estar alinhada com o pescoço e com a cabeça, as costas direitas (não forçando a sua curvatura natural) e os joelhos e os pés alinhados com os ombros. A cabeça pode estar ligeiramente inclinada para a frente. De uma forma geral, o corpo deve estar descontraído, sem tensão desnecessária. Não menos importantes, são os factores psíquicos. Estar a ler e simultaneamente a pensar no que estará a namorada, ou a esposa, a fazer a essa hora. Estar preocupado com aquele familiar que está hospitalizado, com o emprego que não é seguro ou com outros factores de ordem Docente: Prof.ª Dr.ª Brigitte Detry Discente: Jorge Ramos, n.º 6645

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emocional ou mental, implica numa divagação da mente por áreas que distraem da leitura e consequentemente, num aproveitamento reduzido dessa tarefa, ou prazer. Fechar os olhos e respirar fundo durante alguns segundos antes de começar a ler, pode ajudar ao centramento na leitura. Estes segundos também pode ser propícios para pensar livremente em algo que poderá vir a distrair o leitor, da sua leitura e uma vez feita alguma reflexão sobre esse(s) tema(s) que surge(m) espontaneamente, começar então a ler. Vamos então designar este primeiro conjunto de quatro chaves preliminares por: ‘DAPC’... 1. Distratores 2. Ambiente 3. Postura 4. Centramento

CHAVES LEITURAIS Testes empíricos demonstram, que quando se lê um texto, fixa-se uma palavra de cada vez – se esta for pequena – e mais que uma vez, no caso de palavras longas. Se levarmos em conta que cada fixação implica um movimento dos olhos do leitor, não é estranho observar que muitas pessoas ficam com a vista cansada, ou mesmo com dores de cabeça, quando lêem durante um determinado período de tempo. Se conjuntamente com os movimentos oculares, houver movimento espontâneo da cabeça, então o esforço é maior, tornando a leitura quase que uma tarefa penosa, uma vez que o cansaço dos olhos aumenta exponencialmente. Um dos factores com grande implicação na velocidade de leitura é o facto de algumas pessoas terem tendência a murmurar enquanto lêem. Experiências levadas a cabo por Cohen e Mauffrey comprovaram que a leitura silenciosa (cerca de 27.000 palavras por hora, em média) é quase três vezes mais rápida do que a leitura em voz alta (cerca de 10.000 palavras por hora, em média). Segundo estes autores, o fluxo da informação é mais eficaz quando o acesso ao significado das palavras é feito directamente a partir da representação mental da imagem gráfica e não por interposição da imagem acústica produzida pelo murmúrio. Outras pessoas, embora não tenham o hábito de murmurar, tendem a mexer os lábios enquanto lêem o que leva a uma leitura sílaba a sílaba. É óbvio que este processo de interpretação silábica é mais moroso e para além disso, não é de todo necessário (a não ser nos instantes iniciais da aquisição da capacidade de ler) uma vez que o cérebro humano tem a capacidade de interpretar palavras inteiras e mesmo, conjuntos de palavras (como se vai constatar mais à frente). Por fim, um outro factor que quebra a dinâmica da leitura é quando se fica preso em alguma palavra do texto – normalmente, são palavras desconhecidas sobre as quais não se conhece o significado. Nestes casos o leitor deve avançar tendo em mente que com a continuação da leitura, aquele termo desconhecido acaba por ganhar significação, tal como quando se está a ver um filme: quando não se entende determinada parte do filme ou quando a legenda desaparece depressa demais, não se pára o filme e volta-se atrás, mas continua-se a ver o filme porque se sabe que com o decorrer do mesmo, acaba-se por entender aquele pequeno pedaço que nos passou despercebido. É óbvio que neste último factor deve-se estabelecer um limite – quando as palavras cujo significado se desconhece são muitas, porventura talvez seja sábio parar, talvez a informação que se está a ler seja demasiado técnica, com uma terminologia muito específica dessa Docente: Prof.ª Dr.ª Brigitte Detry Discente: Jorge Ramos, n.º 6645

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determinada área do saber e se o leitor se está a iniciar nessa área, talvez seja melhor começar com leituras introdutórias sobre o tema, especificamente destinadas a esse fim. Vamos então designar este segundo conjunto de quatro chaves por: ‘MMLP’... 1. Movimentos 2. Murmúrio 3. Lábios 4. Palavras desconhecidas Existem certamente, muitos mais fatores a levar em conta para aperfeiçoar as competências de leitura, mas crê-se que estes pequenos aspectos, atitudes e detalhes relacionados com o acto de ler, aparentemente de pouca relevância, podem fazer uma grande diferença, se forem observados e corrigidos convenientemente. Mas qual será o melhor método para “entregar estas chaves”?

ENTREGA DAS CHAVES Tal como já foi referido, este módulo de formação para adultos preconiza ser simples, objectivo e simultaneamente criativo. Pretende também, centrar-se nos padrões propostos por Marcel Lesne através do seu MTP3 (Modo de Trabalho Pedagógico 3) que não incide sobre uma concepção de ‘saber objectivo e imposto’ e sobre as ‘boas ou más respostas’ (MTP1), que não incide exclusivamente sobre a experiência dos formandos e no seu saber acumulado (a auto-formação preconizada pelo MTP2), mas partindo do princípio que os indivíduos já estão inseridos socialmente mas pretendem ser ainda mais inseridos e reconhecidos, considerando-se o ‘saber externo’ do formador, uma necessidade, não descurando no entanto as capacidades intrínsecas individuais de cada formando. Pretende-se que o próprio formando, contabilize a sua própria avaliação e tire as suas próprias conclusões sobre o trabalho efectuado não refutando contudo, uma pedagogia da explicitação, apresentando os problemas que este tema faz emergir, as suas limitações e o campo em aberto para investigação que apresenta. Tal como Lesne propõe, nesta acção deve ter-se sempre em consideração que o indivíduo em formação relaciona-se constantemente com tudo o que o rodeia e que o desenvolvimento das suas competências de leitura depende também da sua relação com esse meio envolvente, da forma como se insere nesse meio e como se adequa ao mesmo. Mas mais detalhadamente, este módulo de formação está estruturado da seguinte forma... OPERACIONALIZAÇÃO Logo no início da formação é dada a Leitura 1. É importante desde logo começar com esta fase para que os formando não se influenciem com aquilo que vai ser exposto no decorrer da formação, moldando ou adequando o seu modo de leitura, porque se encontram numa acção de formação. Logo a seguir à leitura, pede-se aos formandos que contabilizem o tempo despendido na leitura e que façam um pequeno teste de compreensão daquilo que acabaram de ler. Docente: Prof.ª Dr.ª Brigitte Detry Discente: Jorge Ramos, n.º 6645

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Depois, segue-se o preenchimento dum pequeno formulário que servirá para fins estatísticos e logo de seguida, uma pequena dinâmica de grupo (descrita abaixo), que pretende deixar os formandos conscientes que os seus problemas de leitura, não são exclusivamente seus, mas que eventualmente se cruzam com os problemas dos outros formandos. Segue-se depois a “entrega das chaves” que irão abrir as portas da leitura dinâmica – os tais pequenos aspectos, atitudes e detalhes relacionados com o acto de ler. E uma vez memorizadas as chaves (através de mnemónicas simples) uma bateria de exercícios. São nove exercícios que gradualmente e com a ajuda das ‘oito chaves’, preconizam expandir a capacidade do formando de ler uma linha de texto com somente quatro movimentações oculares, ou menos. A seguir ao conjunto de exercícios, a Leitura 2; com nova contabilização do tempo despendido, com novo teste de compreensão e com um conjunto de dados que irá possibilitar ao formando, fazer a sua própria avaliação, evolução, comparação com o parceiro inicial da dinâmica de grupo e, por fim, as conclusões. Houve a preocupação de escolher para as leituras 1 e 2, textos enciclopédicos, com uma terminologia acessível. Prevê-se que este módulo de formação tenha uma duração de cerca de duas horas, mais vinte minutos de intervalo. DINÂMICA DE GRUPO Os formandos organizam-se em pares e pede-se-lhes que após terem concluído as questões do ‘Formulário 1’ comentem (durante cerca de 5 minutos) os pontos comuns e divergentes das suas respostas às 7 questões. Dá-se a palavra a todos os participantes comentando um membro de cada grupo os ‘pontos comuns’ e o outro membro, os ‘pontos divergentes’. O objectivo desta dinâmica de grupo é dar a entender aos formandos que os problemas que apresentam, cruzam-se com os problemas de outros indivíduos presentes, isto é, que o problema que o indivíduo apresenta, não é exclusivamente seu. Esta dinâmica oferece também ao formador uma ideia dos problemas mais comuns assim como das dificuldades mais específicas que o grupo apresenta. (Inspirado em “Trabalho e Dinâmica de Pequenos Grupos” de Lisete Barbosa, pág. 34)

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MÓDULO DE FORMAÇÃO “Se existe uma verdade aplicável a todos os indivíduos sem excepção, ela é a de que ninguém até hoje

ainda chegou ao desenvolvimento de todo o potencial de que dispõe. As capacidades latentes, os talentos escondidos e as aptidões não reveladas para o prazer, são imensas.” Will Shutz

OBJECTIVOS O módulo de formação “Aperfeiçoamento das Competências de Leitura”, preconiza proporcionar aos formandos os seguintes aspectos:

1. Consolidação de saberes de base ligados à literacia, nomeadamente no que diz respeito ao uso das competências ligadas à leitura.

2. Corrigir factores causadores de estados físicos e mentais que tornam a leitura desagradável e fatigante.

3. Estimular a meta-cognição (conhecimento sobre as formas de conhecer) através de métodos simples e céleres, reforçando a motivação intrínseca e expandindo o sentimento de competência.

4. Proporcionar um maior controlo da ansiedade através da compreensão – na prática – que se quiserem, conseguem ler mais e bem, em menos tempo.

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LEITURA 1

INDICAÇÕES

De seguida, vai-lhe ser apresentado um pequeno texto para ler.

No final da leitura, terá de responder a algumas perguntas sobre o texto.

Para que seja contabilizado no final desta formação, contabilize o tempo despendido na leitura que vai efectuar.

Não queira ler mais depressa, só porque o tempo vai ser contabilizado. Leia o texto proposto de seguida, da mesma forma como lê habitualmente.

Logo que estiver pronto para começar a ler o texto, no verso desta folha, marque as horas e minutos nos espaços a seguir:

___ h : ___ m

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LEITURA

O OLHO A visão é o sentido que domina as nossas impressões do mundo exterior. Não paramos de usála desde que acordamos e mesmo durante o sono sonhamos com imagens visuais. Quando falamos, usamos constantemente expressões visuais e pensamos em nós próprios e nos outros quase sempre em termos visuais. O órgão responsável por todas essas imagens – o olho – é um dos mais complexos do corpo. Situado dentro de uma cavidade protectora no crânio, está em constante movimento e adaptase depressa à alteração das condições da iluminação. Foca automaticamente tudo o que lhe aparece à frente, absorvendo a luz e convertendo-a numa corrente de milhares de milhões de impulsos nervosos. Uma vez chegados ao cérebro, esses sinais são analisados – um processo extremamente complexo que interpreta tudo o que vemos. Só a íris e a pupila do globo ocular – cerca de um sexto do seu volume – estão à vista. O resto encontra-se dentro da órbita, bem acomodado em bocados de gordura. Quase tudo o que rodeia o olho tem uma função protectora – sobrancelhas, pestanas e pálpebras funcionam como uma barreira contra o excesso de luz e de pó. A parte anterior do olho é mantida húmida pelas lágrimas, que eliminam a poeira e ajudam a evitar infecções. As lágrimas banham o olho quando ele é piscado – uma acção reflexa que também protege o olho mesmo se nada o ameaçar.

WALKER, Richard, Enciclopédia do Corpo Humano, Porto, Civilização Editores, 2002, p. 112

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PERGUNTAS PARA ESTATÍSTICA Escreva nos espaços a seguir, o tempo despendido nesta leitura: ___ h : ___ m

TESTE DE COMPREENSÃO De acordo com a leitura que acabou de efectuar, risque as opções entre parêntesis que considere incorrectas e mantenha só uma opção certa para cada parágrafo: Note que deve fazer as suas opções de acordo com o texto que leu, e não, de acordo com os seus conhecimentos pré-estabelecidos.

— Durante o sono [nunca sonhamos] [sonhamos] [não sonhamos] com imagens visuais. — O olho foca automaticamente [tudo] [quase tudo] [nada] o que lhe aparece à frente. — Quase tudo o que rodeia o olho tem como função [analisá-lo] [protegê-lo] [regulá-lo]. — As lágrimas eliminam [a poeira] [as pestanas] [o frio] e ajudam a evitar infecções.

Volte ao texto e confira o seu número de... Respostas certas:

__

Respostas erradas: __

DADOS ESTATÍSTICOS Quantidade de Palavras: 240 Quantidade de Caracteres (excluindo espaços): 1193

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FORMULÁRIO 1 Este formulário, tem como função um tratamento estatístico da formação. Serve também para que o formando se comece a inteirar da sua própria condição de leitor, das suas limitações e hábitos incorrectos.

DADOS PESSOAIS

Nome: ______________________________________________________________ (facultativo)

(Assinale o seu enquadramento, com uma cruz, nos espaços em branco correspondentes).

M

Idade

15-24 anos

Sexo

25-39 anos

F

40-54 anos

55-64 anos

Nível de Escolaridade

Inferior à 4.ª Classe 1.º Ciclo do Ensino Básico (4.ª Classe) 2.º Ciclo do Ensino Básico (6.º Ano de Escolaridade) 3.º Ciclo do Ensino Básico (9.º Ano de Escolaridade) Ensino Secundário (12.º Ano de Escolaridade) Bacharelato Licenciatura

QUESTÕES (Seja o mais sincero possível nas suas respostas)

— Quando lê, a sua cabeça acompanha o movimento dos seus olhos, ou a sua cabeça fica estática e só os seus olhos se movem percorrendo o texto? Docente: Prof.ª Dr.ª Brigitte Detry Discente: Jorge Ramos, n.º 6645

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— Quando lê, tem o hábito de murmurar o que lê, ou mesmo ler audivelmente?

— Costuma ficar com a sua vista cansada depois de estar a ler? Caso afirmativo após quanto tempo?

— Costuma voltar atrás no texto, para voltar a ler uma frase que contém uma palavra ou uma expressão que não entendeu?

— Lê geralmente palavra por palavra ou uma série de palavras com um só movimento dos seus olhos?

— Quantos livros lê, em média, por ano?

— Se considera a leitura enfadonha, explique muito sucintamente porquê.

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AS OITO CHAVES Antes e à medida que executa cada um dos exercícios que se vão seguir, deve lembrar-se das ‘8 Chaves’... ANTES DA LEITURA 1. Certifique-se de que o número de objectos distratores nas suas proximidades é o menor possível. 2. Assegure-se de que a iluminação, a ventilação e a temperatura da sala são boas para si. 3. Assegure-se de que a sua postura é a mais adequada. 4. Feche os olhos durante alguns segundos e centre a sua mente na leitura que vai efectuar. DURANTE A LEITURA 1. Não movimente a sua cabeça enquanto lê. 2. Não murmure enquanto lê. 3. Não movimente os seus lábios enquanto lê. 4. Se houver alguma palavra ou expressão cujo significado não entende, não quebre o seu ritmo de leitura. Para ajudar a memorizar, podemos resumir as 8 Chaves da seguinte forma: 1. Distratores 2. Ambiente 3. Postura 4. Centramento 1. Movimentos 2. Murmúrio 3. Lábios 4. Palavra desconhecida Se quiser, para cada um dos exercícios, use um código de acesso às 8 Chaves: DAPC (antes de começar a ler) MMLP (durante a leitura).

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EXERCÍCIO 1 O objectivo deste exercício é ler cada palavra de três letras, olhando para o centro de cada uma delas. Tente ler cada linha o mais rapidamente possível, fazendo somente 5 movimentações oculares laterais por cada linha. As linhas condutoras para este exercício são:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar para o centro de cada palavra; Executar somente 5 movimentos oculares por linha; Ler rápido.

véu

rua

sua

fel

Lua

ira

ler

via

ara

pus

Sol

ata

mel

fia

ter

pão

luz

ave

tem

eco

tal

paz

til

uva

sal

elo

uma

cal

mãe

par

dia

céu

mão

ama

pai

lei

ser

som

dez

mal

Sul

lar

que

voz

sim

mil

Ana

pus

mar

bom

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EXERCÍCIO 2 Passamos agora a palavras de 4 letras. Tal como no Exercício 1, olhe para o centro de cada uma das palavras. Tente ler cada linha o mais rapidamente possível, fazendo somente 5 movimentações oculares laterais por cada linha. As linhas condutoras para este exercício são as mesmas:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar para o centro de cada palavra; Executar somente 5 movimentos oculares por linha; Ler rápido.

bola

gelo

fila

cama

mola

anel

faca

soma

fita

pena

vela

sono

hora

pano

jogo

azul

tema

cola

sola

vida

atar

rota

coma

cada

mala

lona

saco

veia

aval

lodo

ramo

nora

Este

sola

neto

cava

lata

tela

mira

leva

pêra

pote

sino

bela

luxo

lima

rato

bala

nata

giro

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EXERCÍCIO 3 Passamos agora a palavras de 5 letras. Tal como nos Exercícios 1 e 2, olhe para o centro de cada uma das palavras. Tente ler cada linha o mais rapidamente possível, fazendo somente 5 movimentações oculares laterais por cada linha. As linhas condutoras para este exercício são as mesmas:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar para o centro de cada palavra; Executar somente 5 movimentos oculares por linha; Ler rápido.

atira

sinal

selar

vigia

dobra

vocal

lavar

tirar

rimar

conto

teima

colar

caixa

aviso

trevo

creme

troca

fraco

molha

evita

bolha

pilha

acata

sente

ferir

aroma

pasta

sonho

monta

junta

afere

ponta

votar

norte

mirar

viola

trote

gruta

grito

fruir

trono

focar

cravo

remar

lábio

calma

valor

natal

somar

razão

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EXERCÍCIO 4 Passamos agora a palavras de 6 letras. Tal como nos Exercícios 1, 2 e 3, olhe para o centro de cada uma das palavras. Tente ler cada linha o mais rapidamente possível, fazendo somente 5 movimentações oculares laterais por cada linha. As linhas condutoras para este exercício são as mesmas:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar para o centro de cada palavra; Executar somente 5 movimentos oculares por linha; Ler rápido.

atirar

Sonhar

acatar

sílaba

coloca

macaco

Bolota

amanhã

pintar

Sandra

formar

Visada

senhor

tomada

escala

alojar

Trinar

alçada

tramar

atraso

forçar

Acenar

pendia

arcada

exílio

somado

Floral

tigres

vastas

tornar

aceita

Honrar

pairar

impuro

tímido

abalar

gelado

atraso

aferir

aceder

cresce

poemas

nascer

raízes

língua

tulipa

animar

seguro

aderir

florir

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EXERCÍCIO 5 Passamos agora a palavras de tamanho variado. Tal como nos Exercícios 1 a 4, olhe para o centro de cada uma das palavras. Tente ler cada linha o mais rapidamente possível, fazendo somente 5 movimentações oculares laterais por cada linha. As linhas condutoras para este exercício são as mesmas:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar para o centro de cada palavra; Executar somente 5 movimentos oculares por linha; Ler rápido.

sonata

nota

violão

pauta

clave

advogado

legal

tribunal

constituição

réu

consolidação

finanças

soma

balancete

economia

telemóvel

rede

antena

SMS

multimédia

Estrela

Universo

Planeta

Pleiades

meteoritos

estrada

passeio

rua

motorizada

buzinar

morangos

uva

ananás

bananas

manga

cd-rom

modem

rato

monitor

teclado

faculdade

frequência

exame

universitário

avaliação



felicidades

paz

harmonia

amor

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EXERCÍCIO 6 Passamos agora a expressões de tamanho variado. Desta vez, olhe só para a barra oblíqua de cada uma das frases. Tente ler cada linha rapidamente, fazendo somente 1 movimentação ocular, olhando só para a barra oblíqua existente em cada frase. As linhas condutoras para este exercício são:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar só para a barra oblíqua de cada frase; Executar somente 1 movimento ocular por frase; Ler rápido. Ler / é bom. Querer é / poder. Adoro ir / à praia. Tempo é / dinheiro. Rir é muito / saudável. Os pássaros / são belos. Amanhã vou / ao cinema. O céu nem / sempre é azul. Este exercício / não é difícil. Quando chove / gosto de ler. A tecnologia / evolui depressa. Aprecio muito / a honestidade.

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EXERCÍCIO 7 Continuamos com expressões de tamanho variado. Continue a olhar, só para as barras oblíquas de cada uma das frases. Tente ler cada linha rapidamente, fazendo somente 2 movimentações oculares, olhando só para as barras oblíquas existentes em cada frase. As linhas condutoras para este exercício são:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar só para as barras oblíquas de cada frase; Executar somente 2 movimentos oculares por frase; Ler rápido. O homem / desconhece o seu / potencial. Palavras / vazias não dizem / muita coisa. Não há / conhecimento sem / experiência. Tudo acaba / bem para quem / sabe esperar. Vê mais / longe a gaivota que / voa mais alto. Será que / o saber não ocupa / mesmo lugar? Começo a / sentir que leio bem / mais rápido. A verdade / nem sempre é algo / de agradável. Todos / nascemos originais e / morremos cópias. Podemos / aprender brincando / com as palavras. Muita luz / é como muita sombra: / não deixa ver. O cão não / ladra por valentia mas / sim por medo.

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EXERCÍCIO 8 Continuamos com expressões de tamanho variado. Continue a olhar, só para as barras oblíquas de cada uma das frases. Tente ler cada linha rapidamente, fazendo somente 3 movimentações oculares, olhando só para as barras oblíquas existentes em cada frase. As linhas condutoras para este exercício são:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar só para as barras oblíquas de cada frase; Executar somente 3 movimentos oculares por frase; Ler rápido. Sempre que / o homem sonha / o mundo pula / e avança. O medo / da morte impede-nos / de viver, não / de morrer. Quando se / ama, perde-se o / direito de ser / feliz sozinho. A arte da / vida consiste / em fazer da vida / uma obra de arte. Todos pararam / de falar quando o / professor pediu / silêncio. Há quem / passe pelo bosque / e só veja lenha / para a fogueira. Triste não é / mudar de ideias, / triste é não ter ideias / para mudar. Mais vale um / sorriso triste do que / a tristeza de não / saber sorrir. Não fazia / ideia que aprender / a ler rápido pode ser / tão divertido. A grandeza / não consiste em / receber honras, / mas em merecê-las. Quando se / lê rapidamente, parece que as / palavras voam / da folha. Este exercício / foi muito interessante, / qual será o exercício / seguinte?

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EXERCÍCIO 9 E, com este exercício, finalizamos as expressões de tamanho variado. Continue a olhar, só para as barras oblíquas de cada uma das frases. Tente ler cada linha rapidamente, fazendo somente 4 movimentações oculares, olhando só para as barras oblíquas existentes em cada frase. As linhas condutoras para este exercício são:

1. 2. 3. 4.

Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; Olhar só para as barras oblíquas de cada frase; Executar somente 4 movimentos oculares por frase; Ler rápido.

Época triste / a nossa: é mais / fácil quebrar um / átomo do que / o preconceito. As pessoas / preferem aqueles / que os ajudam, / não aqueles que / os intimidam. A cura / para o tédio / é a curiosidade, mas não / existe cura para / a curiosidade. As melhores / ideias surgem / quando deixamos a / mente livre / de pensamentos. A única / razão para a / existência do ‘tempo’ / é não acontecer / tudo de uma vez. A mente que / se abre a uma nova / ideia jamais voltará / ao seu tamanho / original. É importante não / parar de questionar; / a curiosidade tem / a sua razão / de existir. A dignidade / não consiste em possuir / inúmeras honras / mas sim, em / merecê-las. Alguém que / nunca cometeu / um erro, é porque / nunca tentou fazer / algo de novo. Aqueles que / conseguem ver a / beleza de todas / as pessoas, dificilmente / envelhecem. Se consegues / olhares-te no espelho / sem te rires, é porque / não tens sentido / de humor. Viver é / como andar de / bicicleta: para manter / o equilíbrio é preciso / continuar a pedalar.

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LEITURA 2 E finalmente, chegou a altura de saber se valeu a pena frequentar esta acção de formação para aperfeiçoamento das suas competências de leitura. Vamos concluir como começámos, lendo um pequeno texto.

INDICAÇÕES Para efeitos estatísticos, contabilize o tempo despendido na leitura que vai efectuar. Não tente ler mais depressa, porque o tempo vai ser contabilizado. No final desta leitura, tal como na ‘Leitura 1’, haverá um questionário para avaliar a sua compreensão do texto que vai ler; por isso... leia rápido, mas bem. Tente ler rapidamente e bem, fazendo somente 4 movimentações oculares em cada linha. As linhas condutoras para esta leitura são as mesmas...

1. Lembrar as 8 Chaves – DAPC MMLP; 2. Executar somente 4 movimentos oculares por linha; 3. Ler rápido.

Logo que estiver pronto para começar a ler o texto, no verso desta folha, marque as horas e minutos aqui:

___ h : ___ m

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LEITURA 2

VIGÍLIA E SONO Todos os dias o cérebro alterna entre dois estados completamente diferentes – ou está acordado e totalmente consciente ou está a dormir. Quando o cérebro está desperto, tem consciência do que o rodeia e é capaz de orientar o seu pensamento para determinado fim, no cumprimento das exigências da vida quotidiana. Quando está a dormir, a sua actividade é reduzida e os seus padrões de pensamento desligam-se do mundo exterior. Quando uma pessoa está acordada, o seu cérebro recebe uma torrente de informação sensorial proveniente tanto do corpo como do exterior. Este nível de actividade é desencadeado por neurónios do sistema activador reticular (SAR). Estes neurónios espalham-se pelo córtex cerebral – a área “pensadora” do cérebro – onde libertam neurotransmissores que promovem a vigília e a concentração. Quase todas as pessoas sonham, mas ninguém sabe ao certo porquê. Uma explicação possível é os sonhos serem simplesmente causados por células nervosas activadas ao acaso; outra é os sonhos terem a ver com o trabalho de armazenamento da informação e ocorrerem quando a memória recorre a velhas recordações ou guarda novas. A quantidade de horas que se deve dormir varia muito de pessoa para pessoa. A maioria dos adultos dorme sete a oito horas por dia, embora o seu corpo só exija metade desse tempo, mas os bebés e as crianças precisam de dormir muito mais. Os cientistas não sabem ao certo porque é que o corpo precisa de dormir, mas a explicação mais provável parece ser que, livre das distracções da vigília, ele pode levar a cabo tarefas de reparação e restauração internas.

WALKER, Richard, Enciclopédia do Corpo Humano, Porto, Civilização Editores, 2002, p. 96, 97

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PERGUNTAS PARA ESTATÍSTICA Escreva aqui o tempo despendido nesta última leitura: ___ h : ___ m

TESTE DE COMPREENSÃO De acordo com a leitura que acabou de efectuar, risque as opções entre parêntesis que considere incorrectas e mantenha só uma opção certa para cada parágrafo: Note que deve fazer as suas opções de acordo com o texto que leu, e não, de acordo com os seus conhecimentos pré-estabelecidos.

— Todos os dias o cérebro alterna entre [dois] [três] [quatro] estados completamente diferentes. — A área “pensadora do cérebro” é [a glândula pineal] [o cortex cerebral] [a coluna vertebral]. — [Quase todas as pessoas] [Todas as pessoas] [Muito poucas pessoas]sonham. — A quantidade de horas que se deve dormir [é de 8 horas] [varia de pessoa para pessoa] [é de 7 horas].

Volte ao texto e confira o seu número de: Respostas certas:

__

Respostas erradas: __

DADOS ESTATÍSTICOS Palavras: 275 Caracteres (excluindo espaços): 1418

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COMPARAÇÃO DE RESULTADOS

Preencha os espaços... Itens para comparação

Leitura 1

Leitura 2

Diferença

%

240

275

+35

+14,58

1193

1418

+225

+18,86

Tempo demorado

__ : __

__ : __

__ : __

Respostas certas

__

__

__

Respostas erradas

__

__

__

Palavras Caracteres (excluindo espaços)

Cálculo da percentagem: [Valor da Diferença] a dividir por [Valor da Leitura 1].

Compare os seus resultados com os resultados do seu par da dinâmica de grupo inicial. Quais são as conclusões? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

Boas leituras!

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COMENTÁRIOS FINAIS Na apresentação oral deste trabalho, o discente propôs que fosse feita uma simulação da acção de formação (obviamente que condensada dadas as limitações de tempo), com os colegas da mesma disciplina, a qual, se veio a realizar. Assim, seis alunos de Psicopedagogia simularam formandos numa acção de formação para aperfeiçoamento das competências de leitura, tendo-se extraído os seguintes resultados e conclusões: Apesar da Leitura 2 apresentar mais 225 caracteres (mais 18,86 % do que a Leitura 1) e do conteúdo do texto se apresentar com termos e conceitos menos comuns (levando a um maior grau de dificuldade na apreensão do mesmo), três “formandos” conseguiram ler o Texto 2 em menos tempo e dois “formando” leram o Texto 2 despendendo o mesmo tempo que tinham despendido no Texto 1; nestes cinco casos, o número de respostas certas e erradas do Teste de Compreensão foi o mesmo em ambas as leituras (variou entre 0 e 1 resposta errada). Somente um “formando” apresentou resultados pouco satisfatórios, tendo demorado mais tempo na Leitura 2 (também com o mesmo número de respostas certas e erradas no Teste de Compreensão). O feedback dos “formandos” foi sempre motivado pelo “formador” durante a “acção de formação”, extraindo-se do mesmo (feedback) alguns pontos interessantes:  Foi quase unânime entre os “formandos”, que os resultados duma acção de formação deste tipo, dará os seus frutos mais a médio e longo prazo do que propriamente no momento da acção de formação, onde os formandos estão obviamente preocupados em lembrarem-se das 8 Chaves. No entanto, os três “formandos” que obtiveram melhores resultados mostraram-se surpreendidos com os resultados imediatos.  Pese embora este grupo de “formandos” tenha apresentado um alto nível de literacia, foi também quase unânime o reconhecimento da importância dos pequenos aspectos, atitudes e alguns detalhes relacionados com o acto de ler, que impedem uma leitura mais eficaz e célere.  Foram sugeridas outras técnicas para aperfeiçoamento das competências da leitura que serviram de introdução para o “formador” finalizar a “acção de formação”, deixando em aberto o amplo campo de investigação e trabalho que este tema deixa em aberto.  Porque o feedback começou por ser espontâneo e logo de seguida passou a ser motivado pelo “formador”, o discente apercebeu-se da importância deste mecanismo de reacção dos formandos, no sentido de melhorar o seu trabalho de forma a direccionar-se directamente às expectativas e necessidades dos “formandos”, tendo sempre em atenção os resultados práticos verificados.  Por fim, foi interessante constatar o feedback extra, da maioria dos restantes alunos de Psicopedagogia que observavam a “acção de formação”, os quais, demonstraram muito interesse no acompanhamento da “formação”, respondendo mesmo espontaneamente a perguntas colocadas aos “formandos”, relativamente às 8 Chaves e outras questões em geral. Por tudo isto, esta pequena simulação de formação foi extremamente enriquecedora a todos os níveis trazendo no final, à memória do discente, a célebre frase de Albert Einstein: “Não há conhecimento se não houver experiência”.

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BIBLIOGRAFIA BARBOSA, Lisete, Trabalho e Dinâmica dos Pequenos Grupos, Porto, Edições Afrontamento, 1998; COHEN, Isdey e MAUFFREY, Annick, Vers Une Nouvelle Pódagogie de la Lecture, Paris, Armand Colin, 1983; DELGADO-MARTINS, Maria Raquel et al, Literacia e Sociedade – Contribuições Pluridisciplinares, Lisboa, Editorial Caminho, 2000; FREITAS, Eduardo et al, Hábitos de Leitura – Um Inquérito à População Portuguesa, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1997; KOSSLYN, Stephen M. e KOENIG, Olivier, Wet Mind – The New Cognitive Neuroscience, New York, The Free Press, 1995; LESNE, Marcel, Trabalho Pedagógico e Formação de Adultos, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, s.d.

PUBLICAÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE O TEMA BUZAN, Tony, Speed Reading, s.l., Penguin Books, ISBN 0-452-26604-1; REDWAY, Kathryn, Be a Rapid Reader, s.l., Learning Works Books, ISBN 0-8442-2943-1; THE PHILIP LIEF GROUP, 21st Century Guide to Increasing Your Reading Speed, s.l., The Princeton Language Institute Dell Books, ISBN 0-440-21724-5; THE READING LABORATORY, Double Your Reading Speed, s.l., Fawcett Books, ISBN 0449-30022-6.

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