Aplicação do Modelo de Aceitação de Tecnologia para uma Técnica de Inspeção de Usabilidade

July 15, 2017 | Autor: Gleison Santos | Categoria: Qualidade de vida
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APLICAÇÃO DO MODELO DE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA PARA AVALIAR A ACEITAÇÃO E USO DE SOFTWARE ERP Fábio L. de Moura1, Francieli A. Ferreira2, Victor Freitas de A. Barros3 Abstract  O processo de adoção de ERP influencia diretamente no uso efetivo da informação por todos os setores da organização, permitindo o alcance dos objetivos esperados pelos gestores. Entretanto, para que este sistema seja aplicado de forma eficaz na organização, faz-se necessário analisar o nível de aceitação desta tecnologia por todos os setores da organização. À partir dessas premissas, este artigo tem por objetivo analisar o nível de aceitação do ERP, implantado há mais de 4 anos, em uma empresa de injeção em termoplástico, situada no Brasil. Para esta análise, foi utilizado o modelo TAM (Technology Accepptance Model) de modo a auxiliar na identificação dos problemas relacionados a aceitação e uso do ERP. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário contendo 29 questões para um grupo de 30 funcionários que utilizam o ERP diariamente na organização. Foi possível identificar que a Facilidade de Uso Percebida interferiu na Utilidade Percebida do ERP, afetando o Uso Real do Sistema. Index Terms  Adoção de Tecnologia, ERP, Uso de Tecnologia, TAM.

1. INTRODUÇÃO A informação é um recurso primordial para garantia e sucesso das organizações no mercado competitivo [4, 13]. Associado a isto, a adoção de tecnologias pelas organizações, para gerenciar um conjunto de informação e usar, deste, para tomar decisões, tem se tornado cada vez mais acessível pelas organizações. O que, há não muito tempo, era privilégio de grandes organizações, passou também a fazer parte da rotina de organizações de médio e pequeno porte. Com pequenas adaptações, os sistemas podem ser utilizados por qualquer organização [26]. Forçado pelas exigências atuais do mercado dinâmico e competitivo, obrigando os gestores a serem mais eficientes e tomar decisões eficazes rapidamente, as organizações não se veem livres da utilização de recursos tecnológicos. Entretanto, adotar qualquer nova tecnologia deve ser considerada como um fator crítico na organização, exigindo desta, um planejamento adequado dos gestores para possibilitar que a aceitação desta tecnologia seja garantida trazendo os benefícios esperados desta implantação. Destaca-se que “Muitas empresas estão colocando tempo,

dinheiro e energia em projetos mal elaborados, sem avaliar cuidadosamente a estratégia e a visão de futuro da empresa e identificar as necessidades de informação” [26, p. 3]. De modo geral, tanto as Tecnologias de Informação (TI) quanto os Sistemas de Informação (SI) não fazem milagres, afinal, o valor da organização está centrado nas pessoas que estão direta e indiretamente ligadas à organização. São elas que analisam toda a informação interna e externa à organização e, com base em sua análise, tomam as devidas decisões para o alcance das metas estabelecidas pela organização. O SI é apenas parte integrante deste processo, sendo um artefato que possibilitará, ao gestor, analisar informações e, de acordo com suas percepções e experiências, tomar as decisões adequadas. Entretanto, a implantação de uma tecnologia pode levar a alterações na estrutura hierárquica da organização, pois “muitas vezes as empresas são obrigadas a mudar seus procedimentos para adaptar-se às funcionalidades dos pacotes” [17, p. 51]. Estas mudanças podem trazer consequências críticas para a organização, principalmente por que estas alterações hierárquicas influenciam diretamente na cultura da organização. Devido a isto, para que a organização possa obter benefícios com esta mudança, associando os benefícios ao investimento em tecnologia, faz-se necessário um bom índice de aceitação e uso da tecnologia pelos colaboradores da organização, sendo que o contrário disso ocorrerá no insucesso do investimento. Por melhor que seja o sistema, o retorno não será possível se os usuários não utilizarem o sistema [23]. Diante da necessidade da organização investir em tecnologia, com a ressalva da necessidade de alto índice de aceitação na adoção de tecnologia por todos os envolvidos, direta e indiretamente, este artigo tem por objetivo analisar o nível de aceitação do ERP implantado em uma empresa de injeção em termoplástico, situada no Brasil. Para esta análise, foi utilizado o modelo TAM (Technology Acceptance Model) para auxiliar a identificar os problemas relacionados a aceitação deste ERP. A Seção 2 contextualiza os conceitos de ERP e os motivos que levam a adoção desta tecnologia nas organizações. A Seção 3 contextualiza o Modelo de Aceitação de Tecnologia, (TAM) utilizado como base de estudo nesta investigação. A Seção 4 descreve o estudo de

Fábio Longo de Moura, Instituto Federal Catarinense – Câmpus Araquari, Araquari, Santa Catarina, Brazil; Department of Information System, School of Engineering – University of Minho, Guimarães, Portugal, [email protected] 2 Francieli Aparecida Ferreira, Department of Information System, School of Engineering University of Minho Guimarães, Portugal, [email protected] 3 Victor Freitas de Azerêdo Barros, Researcher of Department of Information System, School of Engineering – University of Minho, Guimarães, Portugal, [email protected] 1

caso realizado com a metodologia de investigação, as hipóteses e a análise dos dados. Por fim, a Seção 5 conta com os resultados desta investigação, as conclusões sobre o estudo e também as possibilidades de estudo para trabalhos futuros.

2. ADOÇÃO DE ERP ERP pode ser definido como um sistema transacional que reúne e integra informações de todas as áreas da empresa [1] ou como um sistema integrado, qual possibilita fluxo de informação único, contínuo e consistente por toda a organização [7]. Um ERP pode, ainda, ser definido como uma “arquitetura de software que facilita o fluxo de informações entre todas as atividades da empresa” [9, p. 14]. Em síntese, o ERP um software que possibilita a integração entre todos os setores de uma organização. Os dados inseridos no sistema poderão ser úteis para todos os setores e, principalmente, para os gestores, auxiliando-os na tomada de decisão. Entretanto, é necessário ter em mente que, devido a integração proporcionada pelo sistema, os problemas também poderão ser virais, podendo “se tornar uma faca de dois gumes, quando erros são imediatamente propagados pelo sistema” [18, p. 27], pois um dado alimentado incorretamente poderá afetar todos os setores. O que leva a adoção de ERP não é somente o fato de ter maior controle e acesso rápido às informações. Adotar ERP possibilita que as pessoas fiquem livres para fazer serviços de maior valor agregado em suas funções [10]. Para a organização utilizar sistemas ERP, são necessárias mudanças nos processos organizacionais, culturais e de negociação [6], pois “o ERP só irá contribuir para a melhoria do desempenho organizacional se forem considerados os aspectos técnicos e não técnicos ligados ao ERP, além de aspectos relacionados à organização” [6, p. 4]. No contexto dos aspectos não organizacionais, consideram-se os colaboradores das organizações e a experiência e conhecimentos de cada um, que, conjuntamente, definem a cultura da organização. Têm-se, portanto, articulação de interesses e diferentes formas de oposição em uma mesma organização [15]. As experiências profissionais referem-se a variedade de conhecimentos, proporcionados através da participação em projetos, com sucesso ou não, ações de tomada de decisões, quais também trarão resultados positivos ou não. Para a organização, essas diferentes experiências serão determinantes, pois definirão como as coisas são feitas em uma organização [20]. Diante dessa variável, determinante em um processo de adoção de ERP, há pesquisadores que defendem que a cultura organizacional seja fácil de ser mudada e outros defendem ser difícil. No contexto da influência cultural na adoção de ERP, a cultura organizacional e a natureza dos projetos serão únicas e mudarão de organização para organização, fazendo com que cada implantação seja diferente. “Duas implementações de ERP nunca serão idênticas: elas mudarão dependendo do tamanho, natureza dos projetos,

complexidade dos projetos, metodologia de desenvolvimento, cultura organizacional, etc” [12, p. 124].

3. TECHNOLOGY ACCEPTANCE MODEL (TAM) A aceitação de tecnologia vem sendo estudada desde a década de 70 e os estudos resultaram em vários fatores que podem influenciar o uso da TI [11]. Na década de 80, pesquisadores desenvolveram e testaram modelos para auxiliar a identificar níveis de uso de sistemas. Em 1985, Davis propôs o TAM em sua tese de doutoramento e este modelo tem sido estudado e aplicado por muitos pesquisadores [11]. Mesmo após décadas de estudo, continua sendo difícil compreender os fatores que levam os sistemas de informação a serem aceitos ou não nas organizações [21], mesmo com o investimento de, aproximadamente, cinquenta por centro de novos capitais das organizações destinados à TI [23]. O TAM, originado do TRA (Theory of Reasoned Action), proposto por Fishbein e Ajzen, em 1975, foca na avaliação de duas crenças importantes, que possibilitam explicar a aceitação do usuário e comportamento de uso [21]. As crenças a serem avaliadas no método TAM são: Facilidade Percebida e Utilidade Percebida.  Facilidade Percebida: Quando o usuário responde questionamentos sobre a facilidade de uso percebida, ele estará definindo o quanto de esforço deverá ser investido para que utilize o sistema [25]. Ressalta-se, ainda, que a Facilidade Percebida deve influenciar apenas nos estágios iniciais de utilização, pois após certo tempo de uso, a experiência do usuário aumenta e este fator não influenciará diretamente, somando-se ao fator da Utilidade Percebida [23].  Utilidade Percebida: Esta crença objetiva definir o grau que uma pessoa considera que a tecnologia melhorará seu desempenho na rotina de trabalho e/ou influenciará diretamente na expectativa de resultado, instrumentalidade e motivação extrínseca [21]. Sobre as crenças, descritas acima, determinantes para medir o grau de uso do sistema, mesmo a pessoa entendendo que a tecnologia é útil, a utilização dela poderá ser prejudicada se o uso for muito complicado, fazendo com que o usuário conclua que o esforço dedicado não compensará o uso [14]. Após abordar os usuários da tecnologia, o modelo possibilitará compreender os motivos de aceitação ou rejeição de tecnologia, assim como compreender e indicar possíveis aspectos que poderão ser melhorados e possibilitar maior utilização da tecnologia. As Variáveis Externas que influenciarão nas crenças que determinarão o Uso Real do Sistema, estão relacionadas às características do sistema, por exemplo, processos de desenvolvimento e treinamento. A atitude em relação ao uso refere-se ao sentimento do usuário, favorável ou não a intenção de uso do sistema, diante de métodos atuais, rotineiramente utilizados [5]. Em relação a Intenção Comportamental de Uso, define como a força da intenção de

usar o sistema no futuro [5], na qual o usuário fará uma espécie de previsão da sua rotina de trabalho na organização, contemplando ou não o uso da tecnologia. O uso real do sistema deverá ser medido através de formas objetivas [19], através de registros em servidores ou resumos de sites da internet, por exemplo. O uso real pode ser definido como “a quantidade de uso sobre uma unidade fixa de tempo” [8, p. 17]. Além do uso real internamente, também há a possibilidade de se questionar o usuário [8]. Em 2000, Venkatesh e Davis propuseram uma extensão para o TAM, denominado TAM2 [22]. Esta extensão abrange processos de influência social e processos instrumentais cognitivos. O TAM3 foi desenvolvido por Venkatesh e Bala através da combinação do TAM2 e do modelo de determinantes de facilidade de uso percebida [16]. Conforme os autores, o TAM3 visa proporcionar maior conhecimento sobre fatores que influenciam a adoção e uso da TI, dando suporte aos gestores em tomadas de decisões relacionadas a implementação de nova tecnologia [24]. O modelo sugere que a experiência atua como moderadora nas relações entre Facilidade de Uso Percebida e Utilidade Percebida, Ansiedade Computacional e Facilidade de Uso Percebida, e Facilidade de Uso Percebida e Intenção Comportamental [24].





percebida), baseado em informações obtidas a partir da experiência” [22, p. 281]. Ansiedade Computacional e Facilidade de Uso Percebida: Percebeu-se que “com o aumento da experiência, o efeito da ansiedade computacional em facilidade de utilização percebida diminuirá” [22, p. 282]. Ou seja, quanto mais utilizar o sistema, menos ansiedade o usuário terá, pois saberá exatamente o esforço para cada tarefa executada no sistema. Facilidade de Uso Percebida e Intenção Comportamental: Conforme a experiência adquirida sobre o uso do sistema, “as pessoas darão menos importância a percepção de facilidade de uso” [22, p. 282].

4. ESTUDO DE CASO Neste trabalho, será aplicado o método TAM para avaliar o nível de aceitação e uso da tecnologia por colaboradores da empresa estudada, situada no Brasil, especializada na injeção de produtos termoplásticos, aqui denominada como “Empresa N”. A tecnologia a ser avaliada é o ERP, fornecido por uma empresa de desenvolvimento de softwares, também situada no Brasil e, aqui, será denominada como “Empresa G”. Este ERP já está implantado na Empresa N há pouco mais de quatro anos, mas ainda existem percepções muito contrastantes em relação a utilidade do sistema nos processos da organização, ocasionando no baixo índice de uso do sistema. O crescimento acentuado da Empresa N, nos últimos três anos, aumentou ainda mais a necessidade da utilização de um sistema que atenda as suas necessidades atuais. Atualmente, a Empresa N conta com 131 colaboradores, divididos em 9 áreas, dos quais, 25% utilizam o ERP diariamente. O objetivo é descobrir quais as dificuldades que levam ao baixo uso do sistema, contemplando aspectos tecnológicos e culturais de cada um, seguindo orientações definidas pelo modelo TAM. Hipóteses

FIGURA 1 TAM 3 [24]



Facilidade de Uso Percebida e Utilidade Percebida: conforme o aumento da experiência, o usuário terá informações sobre o sistema ser fácil ou difícil de ser usado e “poderá formar uma avaliação da sua probabilidade de atingir metas de alto nível (utilidade

As hipóteses, em um trabalho de pesquisa, servem para estabelecer uma direção mais definida para a pesquisa [3]. As formulações de hipóteses podem ser caracterizadas como “possíveis respostas ao problema formulado” [...] “a qual a imaginação se antecipa do conhecimento, e que se destina a ser ulteriormente verificada (para ser confirmada ou rejeitada)” [3, p. 152]. Diante dessa definição, é possível formular algumas hipóteses para verificar se elas realmente são verdadeiras, e contribuem para o problema atual, que é o baixo uso da tecnologia. As hipóteses definidas são: H1: A Utilidade Percebida é afetada pelo treinamento inadequado ou inexistente.

H2: A Intenção de Uso é afetada pelo treinamento inadequado ou inexistente. H3: A influência social atua como moderador da Utilidade e da Facilidade de Uso Percebidas. H4: A experiência profissional influencia o desempenho pessoal na utilização do sistema. H5: A idade influência a Expectativa de Esforço para utilização do sistema. Coleta de Dados Para a coleta dos dados, foi desenvolvido, na plataforma Google Drive, um questionário contendo 29 questões. A aplicação deste questionário foi conduzida pelos gestores da Empresa N, com o objetivo de atingir, principalmente, gestores e líderes de todas as áreas da organização. O questionário esteve disponível por 4 dias. Análise dos Dados Nesta etapa, foram verificadas as hipóteses predeterminadas na Seção 4, relacionando-as com as respostas obtidas no questionário aplicado na Empresa N. H1: Considerando as questões 17 e 18, esta hipótese foi parcialmente confirmada. Os usuários, em sua maioria (78%), tiveram treinamento. Desses, 33% assinalaram que o treinamento foi inadequado. 56% dos respondentes assinalaram que o treinamento foi dado pela Empresa G e, sabe-se que, neste ano corrente, a Empresa N contratou a Empresa G para treinamento do sistema, a todos os usuários, durante duas semanas. Um dos dois respondentes, que assinalaram por não terem recebido treinamento, também discordou sobre o uso do sistema aumentar o seu desempenho no trabalho. H2: Esta hipótese também se faz valer dos números observados sobre o treinamento para o uso do sistema, apresentados na H1. Porém, a Intenção de Uso não foi afetada pelo treinamento inexistente ou inadequado. Portanto, a H2 foi rejeitada. H3: As variáveis, consoantes aos processos de influência social, não afetam a Utilidade e Facilidade de Uso Percebidas. Os respondentes mostraram-se satisfeitos com os serviços prestados pela Empresa G, porém, as solicitações feitas à Empresa G demoram muito para serem atendidas. De certa forma, os gestores têm auxiliado aos colaboradores, no que diz respeito ao uso do ERP. 55% responderam que concordam que os gestores auxiliam no uso do sistema. Também ressalta-se que, a princípio, não há líderes informais na Empresa N. Tal afirmação baseia-se nas respostas das questões 14 e 15, sendo que 55% afirmaram não ser influenciados por colegas em relação ao uso do sistema. Vale ressaltar que, conforme 67% dos respondentes, o ERP não apresenta bom nível de aceitação entre colaboradores e, em relação ao índice de uso, 56% considera que o ERP não possui bom índice de uso na Empresa N. Conclui-se que esta hipótese foi rejeitada. Porém, é necessário ter atenção aos serviços prestados pela Empresa

G, especialmente relacionado às solicitações feitas pela Empresa N. H4: Relacionado a experiência profissional, excetuando-se um único caso, de 3 meses de experiência na função, entre todos os outros, há, no mínimo, 1 ano e 8 meses de exercício da função atual. No que diz respeito a utilização do sistema para benefício nas suas funções, a maioria dos respondentes (88%) mostrou-se satisfeito com o que o ERP proporciona. Apenas um respondente assinalou como Indiferente, em todas as questões, quando abordado em sobre o desempenho pessoal. Na questão 12, sobre possibilidade de aumento de salário, causado pelo uso do sistema, apresentou 88% de discordância. Sendo assim, hipótese foi rejeitada. H5: Esta hipótese é rejeitada. O que explica sua rejeição é que, em relação a expectativa de esforço, a maioria das questões apresentaram concordância de 88%, exceto em relação a facilidade de uso do sistema, que baixou para 77% de concordância. Há um único caso de discordância das proposições relativas ao esforço e deve ser analisado individualmente, pois poderão existir fatores no sistema, como lentidão, bugs, entre outros, que estão interferindo no bom funcionamento da tecnologia de algum módulo em específico.

5. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS Em um contexto geral, os colaboradores da Empresa N possuem experiência profissional e formação acadêmica suficiente para ciência sobre a importância da utilização do ERP na Empresa N. Através da indicação dos respondentes, é possível identificar que a Empresa G preza pela qualidade do seu serviço, mas as solicitações feitas a Empresa G não são prontamente atendidas. Este fator explica-se pela ausência de um profissional da área de SI que efetive a boa relação entre a Empresa G e a Empresa N. Os respondentes reforçaram essa ausência de profissional em um momento onde puderam inserir percepções individuais gerais sobre o sistema, indicando o sentimento de a Empresa N não investir efetivamente em TI/SI. Isso poderá ser um fator que afeta o prazo para a Empresa G atender as solicitações da Empresa N. Neste momento, também relataram que as funcionalidades do sistema são boas, porém há problemas ao extrair relatórios. Também foi relatado a inexistência da cultura de uso do sistema, mesmo com os respondentes indicando que o seu desempenho pessoal será aumentado com o uso do sistema e o nível de esforço empregado para o uso do sistema é baixo. As crenças do TAM, Facilidade de Uso Percebida e Utilidade Percebida, são moderadas pela falta de uso do sistema. O uso real do sistema é afetado pela Facilidade de Uso Percebida, respondida na questão 27, quando 67% dos respondentes indicaram utilizar outros recursos na sua rotina de trabalho, pelo fato de serem mais fáceis de utilizar do que o ERP. É possível notar, então, que a Facilidade de Uso Percebida interfere diretamente na Utilidade Percebida do

sistema. Isso é moderado pelas variáveis externas, como treinamento e a relevância no trabalho. A baixa relevância no trabalho é indicada pelo fato de os usuários não utilizarem o ERP durante o trabalho (utilizar outros recursos por serem mais fáceis) mas alimentarem os dados no ERP quando possível (momentos oportunos, como final do expediente de serviço). Com a implantação da cultura de uso do sistema, serão demonstrados os ganhos possíveis ao evitar o retrabalho, ao utilizar recursos paralelos e nãooficiais.

AGRADECIMENTOS Agradecimento a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelo auxílio financeiro durante a execução desta investigação.

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