APLICAÇÃO DO DESIGN NA IDENTIFICAÇÃO E INSTRUMENTALIZAÇÃO DE INOVAÇÃO SOCIAL: o caso do Centro Comunitário de Águas Claras

July 15, 2017 | Autor: Isadora Dickie | Categoria: Design for Social Innovation, Social Design
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APLICAÇÃO  DO  DESIGN  NA  IDENTIFICAÇÃO  E   INSTRUMENTALIZAÇÃO  DE  INOVAÇÃO  SOCIAL:  o  caso  do   Centro  Comunitário  de  Águas  Claras   DESIGN APPLICATION ON IDENTIFICATION AND INSTRUMENTALIZATION OF SOCIAL INNOVATION: the case of the Águas Claras’s Community Center   DICKIE,  Isadora;  doutoranda,  PPGDesign  -­‐  UFPR   [email protected]     KARAM,  Rodrigo;  mestrando,  PPGDesign  -­‐  UFPR   [email protected]     CHAVES,  Liliane,  doutora,  PPGDesign  -­‐  UFPR   [email protected]      

Resumo  

  Este artigo apresenta o resultado da aplicação do Design na identificação e instrumentalização do caso de inovação social do Centro Comunitário Parque das Águas Claras. A partir dos procedimentos e ferramentas propostos pelo DESIS (web, 2014) e MEPSS (web, 2014), foram geradas ideias de melhorias para auxiliar na efetividade das ações realizadas pelo centro comunitário em questão. Assim, a partir de um processo colaborativo que caracteriza as inovações sociais, o Design foi fundamental na sugestão de procedimentos a serem adotados, e no desenvolvimento de materiais gráficos de identificação do centro comunitário.   Palavras Chave: Ferramentas, Diagnóstico, Colaboração.    

Abstract  

  This paper presents the results of the Design application in the identification and exploitation of the case of social innovation Águas Claras’s Community Center. From the application of the procedures and tools proposed by DESIS (web, 2014) and MEPSS (web, 2014), ideas for improvements to aid in the effectiveness of the actions undertaken by community center in question were generated. Thus, from a collaborative process that characterizes social innovation, the design was the key in suggesting procedures and development of graphical materials to identify the community center.   Keywords: Tools, Diagnostic, Colaboration.      

Introdução   Diante da evidência dos problemas sociais, econômicos e ambientais enfrentados por diversos países, também podem ser percebidas no Brasil e no Mundo, inúmeras iniciativas que se propõem a mudar este cenário. Em 2000, a Organização das Nações Unidas – ONU, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu oito Objetivos do Milênio – ODM, que devem ser atingidos por todos os países até 2015. No Brasil, estes objetivos são chamados de “8 Jeitos de Mudar o Mundo”, e um deles, o oitavo, é denominado “Todos trabalhando pelo desenvolvimento”. Dentre as sugestões de ações para que este objetivo seja atingido, estão: “Escolher temas de interesse comum e promover encontros entre escola, comunidade e organizações; Convidar amigos, vizinhos, empresas e instituições a participarem; Divulgar o que já está sendo feito pela comunidade; Formar parcerias com setor público, empresas, associações e conselhos, a fim de resolver os problemas mais relevantes do bairro” dentre outros (ONU, 2014, web). No contexto das iniciativas que se propõem a mudar o cenário atual, que vão desde o combate à fome e a miséria, passando pela educação e cultura, até a preservação dos recursos naturais, há aquelas que podem ser consideradas inovações sociais. Este termo refere-se “tanto a processos sociais de inovação como a inovações de interesse social, como também ao empreendedorismo de interesse social como suporte da ação inovadora.” (BARTHOLO, 2008, p.5). Outros autores afirmam se tratar de casos que utilizam antigos e novos métodos de mobilização da inteligência onipresente nas sociedades, e que surgem para contribuir com a satisfação das necessidades e melhoria da qualidade de vida (MULGAN et al., 2006). Porém, ainda para Bartholo (2008), as novas estratégias, conceitos e métodos utilizados para a solução de problemas sociais dos mais diversos, como condições de trabalho, lazer, educação, saúde, dentre outros, são o que caracterizam e definem a inovação social. Segundo Manzini (2008), quando há mudanças no modo como indivíduos ou comunidades agem para resolver seus problemas ou criar novas oportunidades, há, na verdade, inovação social: tais inovações são guiadas por mudanças de comportamento dos indivíduos, geralmente emergindo através de processos operacionais “de baixo para cima” em vez daqueles “de cima para baixo” (MANZINI, 2008, p. 62). Os processos operacionais aos quais o autor se refere são, na verdade, iniciativas cuja a própria comunidade se envolve, desde a definição até a solução dos problemas. Nesse sentido, as ações que vem sendo executadas pelo Centro Comunitário do Parque das Águas Claras inserem-se no contexto das inovações sociais e vão de encontro aos Oito Objetivos do Milênio propostos pela ONU. Trata-se de um centro comunitário de uma comunidade de baixa renda - Parque das Águas Claras - onde moram, aproximadamente, 500 famílias, e que fica a 20Km de Curitiba, PR. O centro comunitário surgiu como iniciativa da própria comunidade para fortalecer os laços sociais entre os moradores, bem como o de ganhar representatividade perante os órgãos públicos com o intuito de melhorar os serviços prestados à comunidade no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida. O objetivo deste artigo, portanto, é demonstrar como o Design foi aplicado na identificação e instrumentalização deste caso de inovacão social. Para tal, foram utilizadas ferramentas no contexto do Design para Inovação Social e Sustentabilidade (DESIS, web, 2014) e no contexto de Sistemas Produto-Serviço (MEPSS, web, 2014). A aplicação destas ferramentas permitiu a identificação de melhorias que, em conjunto com os membros da gestão do centro comunitário, foram aprovadas para desenvolvimento e implementação. É importante ressaltar que este trabalho foi realizado com o consentimeto da líder comunitária da comunidade Parque das Águas Claras, através da assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Segundo a líder da comunidade: “Toda ideia que é pra ajudar é bem vinda. Pois somos nós quem fazemos tudo aqui na comunidade” (L.R., em 4º GAMPI Plural, 2014, UNIVILLE, Joinville, SC.

entrevista semi-estruturada para os pesquisadores). Nesse sentido, destaca-se, ainda, o caráter colaboratido das ações desenvolvidas como resultado da aplicação do Design como processo.

Solucionar  problemas  com  base  na  colaboração:  o  Design  como  processo     Iniciativas comunitárias que procuram as dinâmicas necessárias para produzir

soluções a problemas comuns, chamadas de inovação social, são o reflexo de alguns dos desafios enfrentados atualmente. Dentre estes desafios, pode ser citada a desigualdade na distribuição de renda, ocasionada, principalmente, pelo crescimento econômico acelerado, potencializando um cenário de exclusão social. Uma atividade que está diretamente ligada à definição e solução de problemas diretamente ligados às necessidades das pessoas, é o design. O design é considerado uma “ferramenta de criação funcional, geradora de renda e de sustentabilidade, principalmente nos países onde a tecnologia ainda não se consolidou como mecanismo de inteligência.” (UNCTAD, 2008). Isso porque, segundo Cross (2004, p.20), os principais aspectos relativos à atividade do design são: (a) lidar com problemas mal-resolvidos; (b) resolver problemas focando na solução; (c) pensar construtivamente; (d) codificar exigências abstratas em objetos concretos; (e) “ler e escrever” na linguagem do objeto. De acordo com isso, infere-se que o design é construtivo, visto que a atividade busca soluções para como as coisas deveriam ser e, por encontrar novas formas – seja de objetos ou de processos –, está diretamente ligado à criatividade e inovação. Assim, considerando que a capacidade de reorganizar elementos já existentes em novas e significativas combinações é uma das possíveis definições de criatividade, grupos que promovem inovação social podem ser definidos como comunidades criativas: pessoas que, de forma colaborativa, inventam, aprimoram e gerenciam soluções inovadoras para novos modos de vida (MANZINI, 2008; MERONI, 2007). Pode-se dizer, então, que a criatividade estimula um desenvolvimento centrado no ser humano e constitui o ingrediente chave para a criação de emprego, inovação e comércio, contribuindo para a inclusão social, a diversidade cultural e sustentabilidade ambiental (UNCTAD, 2010). De acordo com Manzini (2008), os designers deveriam ser “parte da solução” e não “parte do problema”, visto que à atividade do design atribui-se a questão de “melhorar a qualidade do mundo” (MANZINI, 2008, p. 15) Relacionado a isso, cabe fazer a seguinte pergunta: qual é a qualidade que o design, seguindo sua missão ética, deveria promover no mundo? Para Cross (2004), o design, aliado à tecnologia, pode afetar o futuro do ambiente construído pelo ser humano. Na visão de Cross (2004, p. 09), os designers devem ser capazes de mostrar que aquilo que é valioso no campo do design, ou seja, a noção processual de solução de problemas, “também o é para uma o desenvolvimento de uma pessoa educada.”. Isto porque acredita-se que a criatividade e as habilidades de design são elementos necessários para mover um processo de inovação social e tecnológica, como requer a transição para a sustentabilidade (MANZINI, 2008). Para este mesmo autor, as sociedades que estão passando por rápida transformação, principalmente as ocidentais, ou aquelas que recentemente foram industrializadas, “criam particulares condições através das quais sujeitos, individuais ou coletivos, devem aprender a agir criativamente” (MANZINI, 2008, p. 16). Nesse sentido, a aproximação do Design Participativo com a inovação social já era preconizada pelo autor: (...) produtos e serviços devem ser concebidos como sistemas habilitantes, que colaboram na obtenção do resultado desejado pelo usuário, oferecendo a ele os meios para empregar suas próprias capacidades neste processo e, se necessário, estimulando seu desejo de fazer parte do jogo. (MANZINI, 2008, p. 59).

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Ainda neste contexto, podem ser conferidos na publicação Creative communities: People inventing sustainable ways of living (MERONI, 2007) casos de mudança de comportamento de comunidades, no que diz respeito à resolução de seus problemas e necessidades, atuando em conjunto para a inovação social. O design como apresentado nestes casos, pode significar uma atividade que visa tornar a inovação (quer seja social ou tecnológica) possível e desejável, contribuindo para criar infra-estruturas que estabelecem as condições para um contexto criativo.  

Desenvolvimento   Procedimentos  Metodológicos   Este trabalho foi desenvolvido em quatro etapas, a saber: (1) Identificação e diagnóstico do caso de inovação social; (2) Geração de ideias como sugestão de melhorias; (3) Apresentação das ideias geradas para a líder comunitária; e (4) Desenvolvimento de materiais (de acordo com as sugestões da líder comunitária. As ferramentas utilizadas em cada etapa estão descritas no Quadro 01. ETAPA

FERRAMENTAS/PROCESSOS

OBJETIVOS

01

DESIS (que prevê a realização de Conhecer os objetivos, as ações e entrevista e observação in loco); as pessoas envolvidas na gestão do Mapa de Sistemas; Centro Comunitário Parque das Mapa de Atores. Águas Claras.

02

MEPSS; Blueprinting.

Gerar ideias para a sugestão de melhorias na efetividade das ações do Centro Comunitário.

03

Apresentação de Slides.

Apresentar as ideias para a líder comunitária, a fim de receber o feedback e partir para ações de Design.

04

Geração de Alternativas; Desenvolver uma Marca e suas Desenvolvimento das Aplicações da aplicações para identificação do Marca. Centro Comunitário Parque das Águas Claras. Quadro 01 - Resumo dos procedimentos metodológicos aplicados ao estudo. Fonte: Dos autores.

 

Resultados   Etapa  01  -­‐  O  Centro  Comunitário  Parque  das  Águas  Claras A aplicação das ferramentas anteriormente citadas para esta etapa, contribuíram para a o entendimento dos objetivos, atividades e aspirações dos membros para a gestão do Centro Comunitário Parque das Águas Claras. Localizada numa região de proteção ambiental no município de Piraquara, PR, a comunidade Parque das Águas Claras se caracteriza por ser de baixa renda. Distante dez quilômetros do centro de Piraquara, os moradores da comunidade 4º GAMPI Plural, 2014, UNIVILLE, Joinville, SC.

dispõem de apenas uma linha de ônibus que atua em apenas três horários durante o dia. As ruas não possuem pavimentação e nem placas de identificação. Por este motivo, a comunidade sentiu a necessidade de se reunir e formar uma associação, tendo como sede para discutir e realizar as ações um centro comunitário. Em sua terceira gestão, o Centro Comunitário do Parque das Águas Claras funciona em local alugado e por isso, provisório. A intenção a curto prazo é a construção de uma sede própria. A Figura 01 mostra algumas fotos do local.

1 - Fachada da sede provisória do Centro Comunitário; 2 - Barragem; 3 - Terreno adquirido pela associação dos moradores para a construção da sede própria; 4 - Barraca construída pelos moradores na entrada da comunidade para abrigar um morador de rua. Figura 01 - Fotos da Comunidade Parque das Águas Claras, Piraquara, PR. Fonte: Dos autores.

Assim, a partir da realização de eventos sociais - que reúnem os moradores para confraternizarem em datas comemorativas como Páscoa, Dia das Mães, Dia das Crianças, Natal, etc. - o Centro Comunitário consegue arrecadar fundos para a manutenção da sede provisória e para a construção da nova sede. Segundo a líder comunitária, L.R., apesar dos esforços dos membros da gestão em promover os eventos e trazer representantes do poder público para que promovam melhorias na infraestrutura da comunidade, muitos moradores não apoiam a associação. Segundo ela, isto se deve ao fato de que as duas gestões anteriores não eram transparentes com relação à prestação de contas. Ou seja, os moradores participavam das atividades mas não viam melhorias serem feitas. Também, porque muitos dos moradores acreditam que a associação está ali apenas para servi-los - e que eles não precisam fazer nada em troca para cuidar.

 

Etapas  02  e  03  -­‐  Geração  e  apresentação  das  ideias  de  melhorias Com a aplicação da ferramenta MEPSS foi possível analisar o cenário atual do centro comunitário e da comunidade como um todo para, assim, orientar o desenvolvimento de 4º GAMPI Plural, 2014, UNIVILLE, Joinville, SC.

novas ideias para melhoria deste cenário. A ferramenta auxiliou, principalmente, para a geração de ideias através de um brainstorm. Assim, foi possível analisar as dimensões da sustentabilidade relacionadas ao meio-ambiente, à ética social e a economia voltada para a Comunidade Parque das Águas Claras, e identificar pontos para possíveis melhorias na atual forma de administrar. Também, foi possível identificar pontos onde o Design poderia ser aplicado para inovação no sistema atual. Os pontos observados no resultado do brainstorm, possíveis de serem implantados na Comunidade, foram destacados e apresentados em reunião com a líder comunitária. Foram abordadas ideias para três áreas distintas: (1) melhoria de imagem; (2) transparência das ações; e (3) novas iniciativas como fontes de renda. Um dos objetivos do Centro Comunitário Parque das Águas Claras é representar os moradores perante órgãos e repartições públicos e privados. Nesse sentido, o Centro Comunitário carece de uma identidade visual que o identifique graficamente. Na reunião com a líder comunitária para a apresentação das ideias foi sugerido, com o objetivo de melhorar a imagem institucional, o desenvolvimento de uma marca gráfica, bem como sua aplicação em material gráfico de apoio, como cartazes, cartão de visitas, papel timbrado, etc. Esta ideia foi ao encontro do que a líder comunitária estava esperando, pois há apenas alguns dias antes de nossa reunião, ela havia solicitado à sua filha, que atua como secretária do Centro Comunitário, que elaborasse uma marca gráfica para colocar como imagem na página de uma rede social que havia sido criada para facilitar a comunicação com os moradores da comunidade. A imagem elaborada foi a apresentada na Figura 02.

Figura 02 - Marca gráfica criada por um membro da gestão do Centro Comunitário Fonte: Facebook (web, 2014).

Assim, concordou-se que o desenvolvimento de uma nova proposta de marca gráfica ficaria a cargo da equipe de pesquisadores. Porém, a ideia de conceito para guiar a criação da marca gráfica já começou a se formar na reunião. Foram apresentados exemplos de marcas gráficas com diferentes estilos, selecionadas aleatoriamente através de uma pesquisa no Google. As marcas selecionadas e apresentadas para a líder comunitária tinham por objetivo detectar os padrões estéticos para o desenvolvimento da nova marca. Assim, dentre as opções apresentadas, havia: marcas com aparência “mais leve”, com tipografia e traços finos; marcas “mais pesadas”, com ícones grandes e mais rebuscados (ou seja, mais elementos gráficos na composição), e marcas que se posicionariam em meio termo das leves e das pesadas. As marcas escolhidas para pela líder comunitária foram três. Porém, quando solicitado que argumentasse o porquê da escolha, a líder comunitária preferiu o estilo apresentado na Figura 03.

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Figura 03 - Referência de estilo para o desenvolvimento da marca do Centro Comunitário, escolhida pela líder comunitária. Fonte: Google (web, 2014).

Com relação às melhorias na transparência na comunicação das ações do centro comunitário, principalmente no que se refere às questões financeiras, foram apresentadas algumas ideias. Segundo a líder comunitária, os resultados das arrecadações financeiras são impressos e expostos na sede do Centro Comunitário, mais os membros que não frequentam a sede não tem acesso ao custos e lucros de festas, bem como, não sabem os reais custos mensais da associação, como por exemplo, do pagamento de aluguel e contas de manutenção, como água e luz. Assim, foi proposto o desenvolvimento de um Jornal Comunitário, onde seria possível apresentar não somente os custos e lucros de festas, mais apresentar os reais custos mensais da associação. Os custos do jornal local poderiam ser custeados com anúncios do comércio local. Esta ideia foi muito bem vista pela representante da associação, sendo complementada pela ideia de ter uma versão on-line, onde eliminariam eventuais custos com a impressão do material. No que se refere às novas fontes de renda, foi discutida a possibilidade de locação do espaço ocioso da sede do Centro Comunitário. Atualmente, a sede pode ser utilizada pelos membros da comunidade para realizarem festas particulares, mediante a contrapartida de devolverem a sede conforme a encontraram - limpa e com os equipamentos intactos e em condições de uso. A ideia de uso do espaço a partir de locação - ou seja, mediante pagamento - tem por objetivo preencher o espaço com atividades como: aulas (de violão, de dança, etc.), cursos de artesanato, etc. Desta forma, o interessado em ministrar cursos ou aulas poderia locar o espaço durante algumas horas, ou conforme sua demanda. Assim, pagaria uma pequena parcela de seu lucro para a Associação em forma de aluguel destas horas. Com isto, a sede seria melhor utilizada e com maior fluxo de pessoas para benefício da comunidade e divulgação de novos serviços e ainda resultaria em uma ajuda para os custos fixos da associação, como o próprio aluguem do espaço. Etapa  04  -­‐  Uma  marca  para  o  Centro  Comunitário  Parque  das  Águas  Claras     Partindo do conceito escolhido em reunião pela líder comunitária, os pesquisadores desenvolveram alternativas para a nova marca gráfica do Centro Comunitário Parque das Águas Claras. Foram desenvolvidas três alternativas, todas com referência ao local onde está situada a Comunidade, sendo a represa/barragem a imagem principal. As cores verde e azul foram utilizadas de maneira a remeter à natureza; outra característica importante do lugar. As alternativas que foram apresentadas para a líder comunitária estão demonstradas nas Figuras numeradas de 04 a 06.  

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Figura 04: Alternativa 01 para nova marca gráfica. Fonte: Dos autores.

Figura 05: Alternativa 02 para nova marca gráfica. Fonte: Dos autores.

Figura 06: Alternativa 03 para nova marca gráfica. Fonte: Dos autores.

As marcas foram apresentadas para a líder comunitária através da internet, onde foi possível disponibilizar e colocar em votação para os membros da comunidade participantes via Rede Social Facebook. A alternativa selecionada foi trabalhada para obter um melhor refinamento. Assim, a marca gráfica finalizada está apresentada na Figura 07.

Figura 07 - Alternativa selecionada pelos moradores do centro comunitário. Fonte: Dos autores.

Como os membros da gestão do Centro Comunitário Parque das Águas Claras representa seus membros perante entidades governamentais e privadas, fez-se necessário a aplicação da marca nos principais meios de comunicação usados pela associação como: papel 4º GAMPI Plural, 2014, UNIVILLE, Joinville, SC.

timbrado, cartão de visita, banner institucional e camiseta padrão conforme demonstrado nas Figuras de 08 a 11.

Figura 08 - Aplicação da marca em camiseta. Fonte: Dos autores.

Figura 09 - Aplicação da marca em modelo de papel timbrado. Fonte: Dos autores.

Figura 10 - Aplicação da marca em modelo de cartão de visita. Fonte: Dos autores.

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Figura 11: Aplicação da marca em modelo de banner para identificação do local da sede provisória. Fonte: Dos autores.

Considerações  Finais   Este trabalho teve por objetivo apresentar a aplicação do Design na identificação e instrumentalização de um caso de inovação social. O caso em questão apresentou características compatíveis com a definição: refere-se a uma iniciativa dos moradores de uma comunidade, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do local onde vivem. As ferramentas utilizadas - DESIS e MEPSS - foram fundamentais tanto para a realização do diagnóstico como para a geração de ideias de melhorias para o caso. Em particular, a ferramenta MEPSS possui uma espécie de mural, que traz perguntas de fereências para auxiliar na geração das ideias, tendo como base os aspectos sociais, ambientais e econômicos da sustentabilidade. Tendo em vista que o caso relatado acontece em uma comunidade de baixa renda, foi fundamental o aspecto participativo - ou seja, incluir os membros da gestão do centro comunitário nas decisões das melhorias. Assim, a apresentação das ideias geradas pelos pesquisadores à líder comunitária possibilitou maior entendimento do trabalho de um designer, bem como maior motivação para a implementação das ações sugeridas. Por fim, os materiais desenvolvidos - marca gráfica e suas aplicações - referem-se ao início das mudanças que poderão auxiliar o Centro Comunitário na busca por seus objetivos. Diante do exposto, portanto, este trabalho demonstrou com resultados práticos que é possível aplicar o Design na identificação e instrumentalização de inovações sociais no contexto de uma comunidade de baixa renda, juntamente com a participação dos interessados.               Referências BARTHOLO,   Roberto.   Apresentação.   In:   MANZINI,   Ezio.   Design   para   a   inovação   social   e   sustentabilidade:   comunidades   criativas,   organizações   colaborativas   e   novas   redes   projetuais.  Rio  de  Janeiro:  E-­‐papers,  2008. CROSS,  Nigel.  Desenhante:  o  pensador  do  desenho.  Santa  Maria:  sCHDs,  2004. DESIS   -­‐   Design   for   Social   Innovation   and   Sustainability.   Disponível   em:   http://www.desis-­‐ network.org/.  Acesso  em  junho  de  2014. MANZINI,   Ezio.   Design   para   a   inovação   social   e   sustentabilidade:   comunidades   criativas,   organizações  colaborativas  e  novas  redes  projetuais.  Rio  de  Janeiro:  E-­‐papers,  2008. MEPSS   -­‐   Methodology   for   Product   Service   Systems.   Disponível   em:   http://www.mepss-­‐ sdo.polimi.it/mepss/website/mepss.html.  Acesso  em:  julho  de  2014. MERONI,   Anna   (org.).   Creative   Communities:   people   inventing   sustainable   ways   of   living.   Milano:  POLI.design,  2007. 4º GAMPI Plural, 2014, UNIVILLE, Joinville, SC.

ONU   -­‐   Organização   das   Nações   Unidas.   Disponível   http://www.objetivosdomilenio.org.br/.  Acesso  em  setembro  de  2014.

em:  

UNCTAD.  Creative  Economy:  Report  2008.  Genebra:  UNCTAD/DICT,  2008/2.  Disponível  em:   http://www.unctad.org/creative-­‐economy.  Acessado  em  15  de  maio  de  2013. _____.   Creative   Economy:   Report   2010.   Genebra:   UNCTAD/DICT,   2010.   Disponível   em:   http://www.unctad.org/creative-­‐economy.  Acessado  em  15  

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