Aprender com o cinema: da narrativa à didática

June 3, 2017 | Autor: Pedro Alves | Categoria: Film Studies, Cinema Studies, Narrative and Education
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APRENDER COM O CINEMA: DA NARRATIVA À DIDÁTICA

Luís Alberto Alves (CITCEM/FLUP)

! Pedro Alves (UCP, CITCEM/FLUP)

SUMÁRIO

1. O cinema e a realidade: expressão, experimentação e aprendizagem

! 2. O cinema e a didática da História (“O caso Farwell”: estudo de caso)

! 3. Caminhos recentes: o PNC e o projeto “Cinema, Didática e Cultura”

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1. O CINEMA E A REALIDADE

REALIDADE

SER HUMANO



Enquadramento subjetivo de estímulos da realidade



Fenómenos naturais, culturais, sociais, institucionais, etc.



Pluralismo e perspectivismo





Definição de si mesmo e do real (“versão-do-mundo”)

Realidade partilhada VS realidade subjetiva (“versão-do-mundo”)

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1. O CINEMA E A REALIDADE

REALIDADE

SER HUMANO

Metáfora -

ARTE

VS

CIÊNCIA

- Objetividade

Sensibilidade -

- Exactidão

Subjetividade -

- Comprovação

Intuição -

- Concreção

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1. O CINEMA E A REALIDADE

REALIDADE

SER HUMANO

ARTE

NARRATIVA

FICÇÃO

CINEMA

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1. O CINEMA E A REALIDADE

NARRATIVA

Possibilidade de expressão e recepção cognitiva, afectiva e empírica significativa. Presença e relevância em diversos contextos culturais. Narrativa como “laboratório da própria vida” (García García e Rajas, 2011, p. 3)

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1. O CINEMA E A REALIDADE

FICÇÃO

Extensão da realidade para mundos imaginários (sempre com algum tipo de referência ao real). Capacidade metafórica e simuladora. Descoberta e/ou recriação do real. Ficções como complementos do mundo real (novas percepções e entendimentos)

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1. O CINEMA E A REALIDADE

CINEMA

Aproveitamento original, completo e complexo do potencial representativo de arte, narrativa e ficção sobre realidade Forte impacto perceptivo e emocional Forte sensação de realidade Combinação de potencial de entretenimento com compreensão e interpretação através da figuração e simulação do real Comunicação de experiências e informações válidas para diferentes âmbitos vitais e reais

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1. O CINEMA E A REALIDADE

ESPECTADOR

Recebe uma perspectiva autoral (coordenadas e materialidade definidas e imutáveis) sobre determinada perspectiva ou experiência Incorpora background, expectativas e subjetividade na vivência e interpretação da obra Condicionamento da atenção do espectador (opções discursivas do autor, densidade e intensidade da história, contexto de recepção) Estado de “dupla consciência” (Morin): consciência da experiência fílmica VS capacidade de fingimento (“faz-de-conta”) Imersão e transportação Projeção e identificação (saciedade afectiva, cognitiva e empírica)

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1. O CINEMA E A REALIDADE

EXPERIÊNCIA FÍLMICA

APRENDIZAGEM

Filme como indagação, representação ou reconfiguração significativa do real Combinação de entretenimento e evasão com a aprendizagem Possibilidade de compreendermos e experimentarmos novas ideias, informações e experiências (que não encontramos no âmbito quotidiano da nossa realidade) Ressonâncias individuais e colectivas Aprendizagem informal (espontânea, não-direcionada) VS aprendizagem formal (programas, estratégias e recursos pensados para aproveitamento didático do Cinema)

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1. O CINEMA E A REALIDADE

APRENDIZAGEM INFORMAL

Investigação doutoral recente comprovou uma interessante tendência para a aprendizagem informal num universo de 959 espectadores residentes em Portugal ou Espanha.

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Alves, Pedro (2015). La ficción ‘realizada’. Implicaciones y transferencias entre ficción y realidad en la pragmática del cine narrativo. Tese de Doutoramento. Universidad Complutense de Madrid. !

Alves, Pedro (2015). La ficción ‘realizada’. Implicaciones y transferencias entre ficción y realidad en la pragmática del cine narrativo. Tese de Doutoramento. Universidad Complutense de Madrid. !

Alves, Pedro (2015). La ficción ‘realizada’. Implicaciones y transferencias entre ficción y realidad en la pragmática del cine narrativo. Tese de Doutoramento. Universidad Complutense de Madrid. !

Alves, Pedro (2015). La ficción ‘realizada’. Implicaciones y transferencias entre ficción y realidad en la pragmática del cine narrativo. Tese de Doutoramento. Universidad Complutense de Madrid. !

1. O CINEMA E A REALIDADE

APRENDIZAGEM FORMAL

Estratégias, projetos e recursos educativos baseados no cinema Ensinar o cinema / Ensinar pelo cinema / Ensinar através do cinema

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2. O CINEMA E A DIDÁTICA DA HISTÓRIA

CINEMA

DIDÁTICA DA HISTÓRIA

Utilização do cinema em contexto de sala de aula ainda é pouco expressiva Cinema como possível fonte histórica e como elemento complementar para as fontes tradicionais (permite novas interpretações e perspectivas).

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2. O CINEMA E A DIDÁTICA DA HISTÓRIA

CINEMA

DIDÁTICA DA HISTÓRIA

Utilização do cinema em contexto de sala de aula ainda é pouco expressiva Cinema como possível fonte histórica e como elemento complementar para as fontes tradicionais (permite novas interpretações e perspectivas).

Partilha de investigação recente sobre o uso do Cinema no contexto da didática da História (uso do filme “O Caso Farwell” no ensino/estudo do período da Guerra Fria).

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Ensinar com a Sétima Sumário Arte: O espaço do Cinema na Didática da História

Provas de Doutoramento em História Tiago Santos Reigada Apresentadas em 26-05-2014

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Sumário

Conclusões Metodologias Utilizadas Enquadramento teórico Objetivos específicos Questão de Investigação Introdução!

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Questão de investigação

Cinema

História

Didática da História

Quais as potencialidades do cinema, enquanto recurso didático, na aula de História?

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Objetivos específicos Cinema

História

Didática da História

Avaliar as características do cinema enquanto recurso didático através da comparação de processos de aprendizagem com e sem cinema

Turmas sem Cinema

Turmas com Cinema

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Enquadramento teórico História no cinema, cinema na História Cinema

História

Didática da História

•  Utilização da História enquanto tema. •  O filme histórico

História no Cinema

•  O filme enquanto fonte historiográfica – visão fílmica da História •  Interpretação do passado •  Realizador/Historiador

•  O filme enquanto fonte histórica – filme de época – “janela para o passado”! •  “Contra-análise da sociedade”!

Cinema na História

Cinema na História

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Metodologias utilizadas O Estudo de Caso Cinema

História

Didática da História

Escola A

Escola B

Escola C

Turma com cinema

Turma com cinema

Turma com cinema

Turma sem cinema

Turma sem cinema

Turma sem cinema

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Metodologias utilizadas O Estudo de Caso Cinema

História

Didática da História

Turmas homogéneas

Mesmos conteúdos

Diferentes estratégias de aprendizagem

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Metodologias utilizadas O Estudo de Caso Cinema

História

Didática da História

Turmas com cinema

Turmas sem cinema

Comparação de resultados •  Observação participante •  Ficha de avaliação •  Questionário aos alunos

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Conclusões Cinema

História

Didática da História

Relativamente às potencialidades do Cinema •  O filme, por si só, não é fonte de motivação. •  A utilização do filme em sala de aula promove um conhecimento histórico descompartimentado. •  O filme, pela relação empática que estabelece com os alunos, ajuda a desenvolver o espírito crítico, a capacidade argumentativa e uma postura inquiridora quanto à aquisição do conhecimento

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

Conclusões Cinema

História

Didática da História

Sob o ponto de vista didático •  A influência do filme na compreensão de conteúdos específicos da disciplina e na associação de ideias. •  Na comparação de metodologias de aprendizagem, os resultados apresentados pelas turmas com cinema suplantam os das suas homólogas sem cinema

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

(…) os filmes históricos, mesmo quando sabemos que são representações fantasiosas ou ideológicas, afetam a maneira como vemos o passado.! !

Robert Rosenstone

Reigada, Tiago (2013). Ensinar com a Sétima Arte: o espaço do Cinema na Didática da História. Tese de Doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. !

3. CAMINHOS RECENTES: PLANO NACIONAL DE CINEMA

PLANO NACIONAL DE CINEMA

Iniciativa conjunta da Presidência do Conselho de Ministros, através do Gabinete do Secretário de Estado da Cultura e do Ministério da Educação e Ciência pelo Gabinete do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário.

! Operacionalização pela Direção-Geral da Educação em parceria com o Instituto do Cinema e Audiovisual e a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.

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3. CAMINHOS RECENTES: PLANO NACIONAL DE CINEMA

PLANO NACIONAL DE CINEMA

Dois objetivos fundamentais: Promover a literacia fílmica nas comunidades escolares, fomentando o hábito de ver cinema e o uso do cinema em contexto escolar/didático. Promover a formação de novos públicos de cinema através da ida a sessões de cinema fora do contexto escolar. Dois eixos fundamentais: Plano de formação de docentes Sessões de cinema “O Cinema está à tua espera” Proximidade com instituições e espaços locais (cineclubes, teatros, salas de cinema…). Escolas de iniciação como elementos operacionalizadores do PNC a nível local.

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3. CAMINHOS RECENTES: PLANO NACIONAL DE CINEMA

PLANO NACIONAL DE CINEMA

1991: criação do grupo de trabalho coordenado por Lauro António para a introdução do Cinema e do Audiovisual no Ensino

! 2012: divulgação pública do Plano Nacional de Cinema;

! 2012/2013 (ano piloto): 23 AE/Escolas não agrupadas; cerca de 175 docentes e 3000 alunos envolvidos.

! 2014/2015: 68 AE/Escolas não agrupadas; 300 docentes e cerca de 11.000 alunos.

! 2015/2016: 150 AE/Escolas não agrupadas; cerca de 600 docentes e uma previsão de 20.000 alunos a envolver.

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3. CAMINHOS RECENTES: “CINEMA, DIDÁTICA E CULTURA”

“CINEMA, DIDÁTICA E CULTURA”

Projeto de investigação sediado no CITCEM-FLUP em parceria com Asociación Científica ICONO14 (Espanha), criado em 2012.

! 12 investigadores (6 portugueses e 6 espanhóis).

! Realização de 4 seminários de investigação (2 em Madrid e 2 no Porto), publicação de vários artigos científicos e participação em diversos eventos desde 2012.

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3. CAMINHOS RECENTES: “CINEMA, DIDÁTICA E CULTURA”

“CINEMA, DIDÁTICA E CULTURA”

Publicação em 2014 do primeiro livro nascido do projeto: “Aprender del cine: narrativa y didáctica”, co-editado pelo CITCEM e pela Editorial ICONO14 (disponível para compra ou download gratuito [PDF] em www.bubok.es).

! Previsão de edição de 1 livro ainda em 2015 e 2 outros livros em 2016 relacionados com o tema do projeto e envolvendo investigadores do mesmo.

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3. CAMINHOS RECENTES: “CINEMA, DIDÁTICA E CULTURA”

“CINEMA, DIDÁTICA E CULTURA”

PLANO NACIONAL DE CINEMA

Colaboração e participação na implementação do PNC: Ações de formação na zona Norte de Portugal (Braga, Porto e Aveiro) dadas por 2 dos investigadores no projeto. Acompanhamento do trabalho realizado nas escolas (sessões de cinema). Reflexão, investigação e produção de recursos ao serviço do PNC. Co-organização das 1as conferências do PNC no Porto e em Lisboa (2015).

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CONCLUSÕES

1. O Cinema é um meio de inegável importância para comunicarmos aspectos da realidade (ainda que meramente referentes da mesma).

! 2. As tipologias da sua vivência e recepção conduzem inevitavelmente a possibilidades de aprendizagem (quer informais quer formais).

! 3. A utilização do Cinema em contexto didático (sala de aula) potencia uma aprendizagem eficaz e profícua dos conteúdos programáticos.

! 4. Iniciativas como o Plano Nacional de Cinema ou projetos científicos que trabalhem a perspectiva didática do Cinema são fundamentais para uma valorização da sétima arte enquanto arte e como meio para conhecermos mais e melhor a nossa realidade passada e presente.

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OBRIGADO.

[email protected]

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[email protected]

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