Apresentação – Religião em Creta (Portuguese)

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Apresentação – Religião em Creta

Disciplina: Grécia Antiga: Fundamentos da História Ocidental
Professor: Ettore Quaranta
Alunos: Giovanna Ramos – Kevin Cornetti – Pedro Augusto Gomes

Introdução

Pierre Grimal afirmava que, "todos os povos em um momento da sua evolução, tiveram lendas, isto é, narrativas maravilhosas às quais acrescentaram, durante algum tempo a fé, pelo menos em certo grau."

Religião em Creta

Antes de começar qualquer discussão ou discurso sobre divindades minoicas, é preciso ter uma breve introdução sobre o que era religião naquela época e sobre certos valores atrelados com a relação deus-homem dessa civilização.
Primeiro, temos que entender a visão de muitos povos antigos com religião. Para resumir, não existia religião como conhecemos hoje, pela extrema falta de ciência e tecnologia, a religião não era vista como doutrina e uma forma opcional de valores, era uma forma fundamental para entender a vida e as suas complexidades. Hoje a ciência, por via de seus ramos, explica quase todas as coisas, como a forma que uma semente vira uma arvore, antigamente as pessoas não tinham tal conhecimento e ferramenta, então a semente brotava por culpa dos deuses.
Os minoicos foram a base da cultura grega, porém eles tinham características bem diferentes. Os deuses gregos eram anormais, superiores, supremos e imortais, já as divindades dos cretenses estavam atrelados a natureza e alguns primordiais nem ao menos tinham imortalidade e superioridade. Os cretenses viam a vida como um ciclo, sem vida post-mortem. Para eles, a natureza seguia em ciclos de vida, desenvolvimento e morte. Muitos deuses serviam para assegurar que esses ciclos continuassem. Em suma, para os minoicos, os deuses tinham o trabalho exclusivo de assegurar e realizar feitos como fazer a cevada crescer, fazer uma cabra nascer, fazer um bebê nascer entre outros exemplos.

Deusa-Mãe

Como prova de que Creta tinha uma sociedade matriarcal, temos a sua principal divindade (com direito até de interpretações como sendo a única divindade), a Deusa-Mãe. Essa deusa representava a maternidade, a fertilidade de toda natureza e do homem. Em sua forma mais antiga, mulher de seios fartos, quadril largo, com serpentes em seu corpo e cabelos, a Deusa-Mãe era adorada em locais onde os minoicos acreditavam que se tratava de uma manifestação digna da natureza de representa-la, por exemplo: os cretenses adoravam ela em uma árvore, por ser um símbolo de fertilidade; adoravam ela em uma pedra, por acreditar que era uma manifestação da deusa; adoravam ela em grutas, por sentir que estavam dentro da representação de seus corpo e dentre outras.
O culto a Deusa-Mãe foi perdendo espaço ao decorrer do atrofiamento das relações do homem com a natureza e do desenvolvimento das relações comerciais, o que resultou em mudanças no panteão cretense e na relação com suas divindades. Os deuses foram ganhando características celestes, transcendentais, supremas e dentre outras características que fizeram surgir entidades como a Deusa-Serpente e até formas transcendentais da própria Deusa-Mãe.

Deuses Menores

O panteão cretense, caracterizado principalmente pela Deusa-Mãe, conta com vários deuses-menores que provavelmente foram a raiz do panteão grego, segundo autores como Lévêque, ou até mesmo representações alternativas dos deuses principais. As divindades costumam apresentar forma humana, não sendo, no entanto, raros os híbridos de humanos e animais. As deusas, que podem também ser variações da Mãe-Terra, tinham grande destaque; costumavam vir acompanhadas de animais ferozes, como leões e cobras, ou pássaros, como a pomba – tendo a própria deusa, algumas vezes, cabeça de pássaro.
Os deuses segundo Lévêque, representados com menor frequência, eram "filhos ou amantes, servem de paredros (conselheiros ou mentores) à Grande Deusa, sem que jamais a igualem, nem nas proporções das representações figuradas, nem tão pouco em poder". Provavelmente o deus de maior relevância para os cretenses fora representado pelo touro, cujas imagens aparecem mais frequentemente e cujos cornos figuram entre os símbolos ritualísticos, como símbolo da fertilidade masculina.

Rituais e Locais Sagrados

Os cretenses tinham rituais de orações e sacrifícios, cerimônias e símbolos e, visto que estamos falando de uma sociedade matriarcal, na maioria das vezes estas cerimônias eram realizadas por mulheres. Alguns outros rituais eram utilizados como a queima de incensos, tocar algum instrumento musical tal como a flauta ou a lira, um canto ou coro.
As mulheres também realizavam um ritual dedicado às plantas como sacudir árvores carregadas, a rega das plantas de forma ritualística ou ainda, oferecer flores e frutas à Deusa como tributos. Em Creta, templos nunca foram construídos. Às divindades, altares eram erguidos dentro dos palácios, bosques e grutas no alto das montanhas.
Dentro destes locais sagrados havia mesas de sacrifícios que delas escorriam o sangue para as divindades ou divindade, vários ídolos e o que Durant chama de "chifres da consagração", possivelmente representando os chifres do touro sagrado.
Uma abundancia de símbolos que são adorados tais como os Deuses que representam: um escudo que poderia ser o emblema da Deusa em sua forma guerreira, depois a cruz da quaternidade, que representa a terra, o céu, o mar e os infernos e até uma suástica já foi encontrada. Por fim e tão importante quanto, está o machado de duas lâminas conhecido como labrys.
Há também um ritual funerário para os mortos que consistia em enterra-los em urnas de barro ou jarras. Segundo a crença cretense para que os mortos não voltassem a vida. Seguindo obviamente o poder aquisitivo de cada cidadão, as sepulturas consistiam em mais ou menos oferendas.

Bibliografia

DURANT, Will. A história da civilização II: nossa herança clássica. 1a. edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 1966.

GRIMAL, Pierre. A mitologia grega. 3a. edição. Mem Martins, Portugal: Publicações Europa-América, 2005.

SILVA, J. C. Avelino da. A deusa mãe minoica. 1a. edição. Goiânia: Editora da UCG, 2007.

LÉVÊQUE, Pierre. A Aventura Grega, Lisboa – Rio de Janeiro, Cosmos, 1967.

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