Helena Moita de Deus1; Gonçalo Nuno Carreira Pereira2 1. EB2,3 Dom Francisco Manuel de Melo; 2. Universidade de Lisboa – Instituto de Educação
A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA NO TRILHO DE BIODIVERSIDADE NA ESCOLA
ESTUDO COMPARATIVO DO IMPACTO NAS APRENDIZAGENS ENTRE UMA ABORDAGEM IBSE E UMA ABORDAGEM TRADICIONAL
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Lisboa, 12 de setembro de 2015
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CONTEXTUALIZAÇÃO A implementação de um conjunto de atividades desenvolvidas de acordo com a metodologia de Inquiry Based Science Education (IBSE), concebidas durante uma Ação de Formação, obrigou a um ajuste da planificação das atividades letivas, aprovado apenas para uma turma. Esta diferença na lecionação do mesmo conteúdo, pela mesma professora, a duas turmas diferentes, porém comparáveis, criou as condições para um estudo exploratório que confrontou os resultados obtidos pelos dois grupos de trabalho (turma A e turma B).
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Tendo em conta a importância do contacto com a natureza, as duas turmas tiveram oportunidade de realizar uma atividade prática de campo devidamente contextualizada na temática em estudo, aproveitando uma área natural (o Trilho) que existe no recinto escolar.
Herr (2008) defende que estas atividades fazem a ligação entre a teoria e a prática, e a ponte entre o conhecimento científico e a realidade, despertando os alunos para importância da ciência.
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Aula de campo da turma A.
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Aula de campo da turma B.
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Objetivo da investigação Pretendeu-se compreender o impacto, nas aprendizagens dos alunos, da implementação de um conjunto de atividades estruturadas de acordo com a metodologia de Inquiry Based Science Education, quando comparado com o impacto da implementação de atividades estruturadas segundo uma metodologia mais tradicional. Para tal, aplicou-se um questionário antes e depois das atividades planificadas.
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Descrição das atividades de ensino/aprendizagem Neste trabalho estiveram envolvidas duas turmas do oitavo ano, de constituição muito equivalente, quer em termos de aproveitamento quer em termos do número de alunos (turma A - 20 alunos; turma B - 22 alunos). Foi abordada a temática “Áreas Protegidas”, em igual número de aulas. 6
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Percurso pedagógico da turma A As atividades planificadas de acordo com a metodologia IBSE seguiram o modelo teórico dos 5 E’s de Bybee (2002), contemplando as fases de motivar, explorar, explicar, ampliar e, transversalmente, avaliar.
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De acordo com a metodologia IBSE, o trabalho investigativo está centrado no aluno e o professor assume um papel tutorial, orientando as atividades, podendo estas assumir um caráter mais ou menos aberto, consoante a experiência dos alunos nesta metodologia. Independentemente do grau de abertura da atividade, esperase que os alunos identifiquem um problema a investigar, planifiquem o seu percurso investigativo com recurso a várias estratégias investigativas e comuniquem as suas conclusões.
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Neste processo, os alunos desenvolvem várias competências fundamentais, tais como: criatividade, inovação, pensamento crítico, resolução de problemas, tomada de decisões, comunicação, trabalho colaborativo, cidadania, entre outras.
Espera-se que o desenvolvimento destas competências torne os alunos mais equipados na sociedade moderna (Griffin, McGaw & Care, 2012). 9
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Partiu-se para a temática em estudo colocando aos alunos a questão: “Para que serve o trilho da escola?”
A resposta a esta questão envolveu alguma controvérsia já que a comunidade educativa tinha dúvidas sobre a importância da conservação do Trilho. Desta controvérsia surgiu a atividade de motivação (motivar). 10
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DEBATE COM TOMADA DE DECISÃO 1 – Construção da notícia (fictícia) que serviria de base para o debate. 2 – Estudo dos documentos que serviram de base para a criação dos personagens (Lei de Bases do Ambiente, Estatuto do Aluno, Regulamento Interno, Metas Educativas para o 3ºCEB...). 3 – Criação dos perfis dos personagens e respetivas argumentações.
4 – Debate num espaço público (BECRE).
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DEBATE COM TOMADA DE DECISÃO
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De seguida, passou-se para a fase de investigação sobre a biodiversidade do trilho (explorar). Nesta fase, cada grupo de alunos escolheu um problema de investigação e delineou as estratégias para lhe dar resposta.
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As respostas foram apresentadas e discutidas na turma (explicar) e foram depois divulgadas as principais conclusões num artigo escrito pelos alunos para o jornal da região.
Tendo em conta os resultados das investigações, tornou-se claro que o Trilho é um local que merece ser preservado e os alunos revelaram interesse em fazer, de seguida, uma investigação sobre a importância do Trilho na saúde dos alunos da escola (ampliar). 15
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Após a discussão dos resultados, fez-se uma extrapolação para a importância da Áreas Protegidas, em geral, tendo-se dado particular atenção às Áreas Protegidas portuguesas, suas características e principais desafios de conservação.
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Os alunos foram produzindo documentos (narrativas, textos, caderno de campo) que foram avaliados recorrendo a vários instrumentos. Foram incluídas questões sobre o Trilho no teste de avaliação sumativa (avaliar).
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Explorar
• Investigar a biodiversidade do trilho
• Reportagem dos resultados obtidos à turma; Explicar • Os alunos apresentam o trilho à comunidade;
Ampliar
• Esboçar novas questões e novas investigações.
AVALIAÇÃO
Fases do Projeto
Motivação
• Debate com tomada de decisão
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Percurso pedagógico da turma B A turma B iniciou o seu percurso didático com uma explicação teórica sobre as Áreas Protegidas, sua importância e principais desafios de conservação. Foram visionados e discutidos excertos de filmes sobre o tema.
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De
seguida, os alunos fizeram um trabalho de pesquisa sobre as Áreas Protegidas portuguesas e cada grupo apresentou à turma os principais aspetos de um desses locais. Para concluir o estudo teste tema, a turma fez uma visita ao Trilho da escola, guiada pela professora.
Avaliação: os alunos responderam a questionários (antes e depois das atividades) e foram Incluídas questões sobre o Trilho no teste de avaliação sumativa.
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Reflexão do professor A comparação dos dados obtidos através dos questionários aplicados antes e depois das atividades revela que ambas as metodologias resultaram numa evolução positiva do desempenho da maioria dos alunos de ambas as turmas (fig. 1). As questões 1 a 5 referem-se à biodiversidade e as questões 6 a 11 referemse à conservação da natureza.
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Figura 1 - Gráfico da diferença de desempenho inicial e final dos alunos das turmas A e B em percentagem 22
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Os dados obtidos neste estudo permitiram concluir que a utilização da metodologia IBSE potenciou as aprendizagens sobre a biodiversidade e a sua conservação, quando comparada com metodologias de ensino/aprendizagem mais tradicionais sobre os mesmos conteúdos.
Tal pode dever-se à maior motivação gerada pela metodologia IBSE o que, consequentemente, aumentou o empenho dos alunos nas atividades que desenvolveram.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bybee, R. (2002). Scientific Inquiry, Student Learning, and the Science Curriculum. In R. Bybee (Ed.). Learning Science and the Science of Learning. Arlington: NSTA Press, 25-35.
Griffin, P., McGaw, B., & Care,E. (2012). Assessing and teaching for 21st century skills. Dordrecht, NY: Springer
Herr, N. (2008). The sourcebook for teaching Science: stratagies, activities, and instructional resources. San Francisco: Jossey-Bass Teacher.
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