Apresentação do livro (Re)conhecendo o sagrado. Reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades (Apresentação de livro organizado, 2013)

June 7, 2017 | Autor: Du Meinberg Maranhão | Categoria: Teoria e metodologia da história, Ciências da Religião
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Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº (org).

(Re)conhecendo o sagrado Reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades Adone Agnolin Carlos Alberto Steil e Rodrigo Toniol Cristiana Tramonte Edgard Leite Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº e Talita Sene Emerson José Sena da Silveira Franco Delatorre Frederico Santos dos Santos Ítalo Domingos Santirocchi Lyndon de Araújo Santos Mundicarmo Ferretti Nicola Gasbarro Patrícia Carla de Melo Martins Sergio Figueiredo Ferretti Solange Ramos de Andrade

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Maranhão Fº, Eduardo Meinberg de Albuquerque (org.). 2013 (Re)conhecendo o sagrado. Reflexões teóricometodológicas dos estudos de religiões e religiosidades / Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº (org.). São Paulo: Fonte Editorial, 2013, 289 p.

1. Teoria dos estudos de religiões e religiosidades. 2. Metodologia dos estudos de religiões e religiosidades. I. Maranhão Fº, Eduardo Meinberg de Albuquerque (org.). II. Título. ISBN: 9788566480672

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Sumário

Apresentação .

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Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº História das religiões e das religiosidades: uma breve introdução Solange Ramos de Andrade História das Religiões: teoria e método

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Adone Agnolin Religione e/o religioni? La sfida dell'antropologia e della comparazione storico-religiosa

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Nicola Gasbarro Teoria(s) e método(s) em ciências da(s) religião(ões)? Notas antropológicas sobre caminhos possíveis . . . . . . . . . . 93 Emerson José Sena da Silveira Historiografia e Teoria da História da Igreja Católica no Brasil Império

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. 141

Ítalo Domingos Santirocchi Maquiavel, pluralismo, religião

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Edgard Leite A trajetória das Ciências Sociais da Religião no Brasil e as diferentes perspectivas sobre o religioso . . . . . . . . . . . 155 Carlos Alberto Steil e Rodrigo Toniol Religião e cultura: perspectiva das Ciências Sociais

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. 175

Patrícia Carla de Melo Martins 3

A religião no mundo do trabalho: notas teóricas de uma pesquisa histórica .

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Lyndon de Araújo Santos Religiões afro-brasileiras e interdisciplinaridade: um desafio metodológico .

. 207

Cristiana Tramonte Conhecimento científico e conhecimento religioso nas tradições afro-brasileiras

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Sergio Figueiredo Ferretti Relação sujeito/objeto na pesquisa de religião afro-brasileira .

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. 227

Mundicarmo Ferretti Éticas em campo: breves reflexões sobre dilemas éticos entre os campos legislativo e etnográfico . . . . . . . . . . . 239 Franco Delatorre O exercício etnográfico no estudo das religiões: um olhar de dentro

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. 253

Frederico Santos dos Santos Correndo prá Jesus à beira-mar: esporte, religiosidade e cura na Bola de Neve Church. . . . . . . . . . . . . 261 Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº e Talita Sene

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Apresentação Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº1

No primeiro capítulo deste livro Solange Ramos de Andrade pergunta: por que estudar religiões? Certamente, há muitos motivos para tal, dentre estes o fato de estarmos imersos em experiências religiosas – nossas e/ou dos/as outros/as. Muitos exemplos contemporâneos podem ser elencados, como as “guerras santas” combatidas inclusive no âmbito do marketing, as múltiplas formas de (in)tolerâncias religiosas e o crescimento das bancadas religiosas no Congresso, especialmente a formada por políticos/as que se declaram evangélicos/as. Temas como este fazem florescer a cada dia novos trabalhos que procuram dar conta de atividades de instituições religiosas e de múltiplos agenciamentos subjetivos em busca de respostas a inquietações e por sentidos de pertença. As religiões e religiosidades, definitivamente, estão em pauta. Este livro nasceu da percepção da necessidade de (mais) análises que apresentem perspectivas teórico-metodológicas que auxiliem novas pesquisas e análises sobre as crenças e sacralidades. Os textos selecionados foram escritos por pessoas autodenominadas historiadores, antropólogos, cientistas sociais e da religião, mas transbordam de transdisciplinaridade. Ao lado de autores/as considerados referências em tais estudos, foram agregados textos de pesquisadores/as com um percurso biográfico menos conhecido, mas que apresentam análises inovadoras e igualmente instigantes. Os três primeiros textos contemplam a História das Religiões – com alguma ênfase na Escola Italiana das Religiões. Solange Ramos de Andrade apresenta um histórico sobre estes estudos e algumas de suas possibilidades de abordagem a partir de quatro autores: De Certeau, Bourdieu, Chartier e Eliade. Adone Agnolin traceja a geneologia da História das Religiões e contempla as relações entre religião, história e antropologia. Nicola Gasbarro, precursor desta Escola, contribui com o texto Religione e/o religioni? La sfida dell'antropologia e della comparazione storico-religiosa, em que diferencia religião de religiões através de uma 1

Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), especialista em Marketing e Comunicação Social pela Fundação Cásper Líbero, graduado em História pela USP. Contato: [email protected]. 5

perspectiva teórico-humanista associada à prática antropológica e da comparação históricoreligiosa. Émerson José Sena da Silveira apresenta algumas das tensões entre a visão monista da ciência da religião e a pluralista das ciências das religiões, em meio à riqueza da alteridade metodológica e epistêmica e o descompasso entre olhares/lugares frente à dispersão da autoridade para interpretar os fenômenos. Ítalo Domingos Santirocchi faz uma anatomia sobre a historiografia e teoria da história do catolicismo no Império, apontando para a interdisciplinaridade, enquanto Edgard Leite apresenta os humanistas italianos – notadamente Maquiavel – como provedores de substratos para análises modernas sobre o fenômeno religioso. Carlos Alberto Steil e Rodrigo Toniol identificam parte da produção das ciências sociais da religião no Brasil, demarcando traços comuns às pesquisas de distintos períodos e apontando a horizontes interpretativos a partir de conceitos como tradição, modernidade, sincretismo, campo religioso e rede. Patrícia Carla de Melo Martins desenvolve sua argumentação a partir da análise de diferentes autores sobre o mito e o rito como imprescindíveis à prática religiosa, entendendo seu papel aglutinador nas relações humanas como propiciadores da promoção de significados e valores subjetivos. Lyndon de Araújo Santos faz apontamentos teóricos e metodológicos sobre a religião no mundo da produção, objetivando verificar a presença do protestantismo nas relações sociais e étnicas, de trabalho e de gênero numa fábrica de chapéus no Rio de Janeiro (1868-1965). Cristiana Tramonte mostra a interdisciplinaridade como experiência em elaboração, fundamental às pesquisas de religiões e religiosidades. Sergio Figueiredo Ferretti comenta acerca de procedimentos adotados na pesquisa de campo sobre religiões afro-brasileiras, discutindo problemas como a necessidade ou não de iniciação religiosa do/a pesquisador/a, os conceitos de observação participante e de participação observante e a participação do/a pesquisador em segredos do culto. Mundicarmo Ferretti identifica que ao relacionar-se com as pessoas no campo, o/a pesquisador/a provoca nelas uma impressão e uma expectativa que podem decidir o que poderá ou não ser observado, e que a observação participante prolongada, se consegue em parte resolver o problema, por outro lado aumenta o risco de “envolvimento” do/a pesquisador/a com seu objeto de pesquisa.

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Franco Delatorre problematiza as pesquisas de campo com espíritos, sujeitos de pesquisa não descritos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, enquanto Frederico Santos dos Santos reflete sobre os modos como o/a etnógrafo/a constrói sua metodologia quando se é um iniciado na religião. No último capítulo, Talita Sene e eu abordamos a relação esporte, religiosidade e cura na Bola de Neve Church e ensaiamos algumas notas sobre os procedimentos metodológicos de uma pesquisa entre autores, sinalizando as dificuldades de pesquisar uma agência evangélica em dupla quando os pesquisadores tem diferentes relações com esta. Este é um livro introdutório, de caráter inconclusivo. Muito poderia ter sido abordado. Mas esperamos que esta obra possa contribuir para novos diálogos acerca dos estudos de religiões e religiosidades no Brasil. Os/as autores/as desta obra desejam a todas/os uma excelente leitura.

São Paulo, outubro de 2013.

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