Área de Inovação e Tecnologia IMPACTO AMBIENTAL DA PRODUÇÃO BOVINA E ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS EFEITOS – WETLAND CONSTRUÍDA Thiago Vasconez

May 23, 2017 | Autor: Thiago Vasconez | Categoria: Wetlands
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Área de Inovação e Tecnologia IMPACTO AMBIENTAL DA PRODUÇÃO BOVINA E ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS EFEITOS – WETLAND CONSTRUÍDA Thiago Vasconez Curso de Graduação da Engenharia Ambiental da Faculdade da Serra Gaúcha. Professor Avaliador Resumo Profa. Me. Sofia Helena Zanella Carra Esse estudo trata da possibilidade de utilização de wetlands como uma possível solução para minimizar efeitos dos dejetos dos bovinos, como também se constitui em alternativa para reduzir os efeitos poluentes produzidos pela produção de bovinos. Procura-se ao longo da exposição, demonstrar a precariedade dos cuidados necessários para desacelerar as consequências ambientais quando da Palavras-chave: criação massificada de bovinos, dando-se ênfase aos resultados Wetlands. Dejetos Bovinos. Poluentes. químicos desses dejetos no meio ambiente. Ao especificar os Preservação. Meio Ambiente. diferentes tipos de wetlands e suas formas de combinação, procurase das evidências do uso de método alternativos, de custo médio, que possam trazer resultados positivos para o cuidado e preservação do meio ambiente.

1 INTRODUÇÃO Estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, dão evidências que o rebanho bovino brasileiro chegou a 212,3 milhões de cabeças em 2014, um acréscimo de 569 mil animais em relação a 2013, tendo hoje mais gado do que gente. Na época, o Brasil manteve-se como segundo colocado no ranking mundial, atrás apenas da Índia. Nesse mesmo período, também ocorreu alta nas produções de leite, suínos, aves e da piscicultura. Segundo pesquisas realizadas pelo IBGE (2014) sobre Produção da Pecuária Municipal (PPM), a região Centro-Oeste é a principal produtora, responsável por 33,5% do gado bovino nacional. Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará respondem, juntos, por mais da metade do efetivo nacional (54,0%). O Brasil é considerado o maior exportador de carnes do mundo, o que corresponde a 24% da sua produção e a demanda por carne bovina não é só externa, mas também interna. Estudos têm demonstrado que a pecuária bovina é uma das áreas responsáveis pela emissão de pelo menos 50% dos gases-estufa, principalmente do gás carbônico (CO2) e do metano (CH4). Esse imenso rebanho traz impactos sobre o meio ambiente. O aumento da concentração desses e de outros gases na atmosfera é o que intensifica o efeito estufa, pois eles absorvem uma parcela da radiação infravermelha, aumentando a temperatura do planeta e causando o chamado aquecimento global.

2 É possível afirmar que o gado contribui mais do que as indústrias e os veículos automotivos para agravar o aquecimento global, pois a criação bovina leva a necessidade de desmatamento de grandes áreas. Consequentemente florestas são derrubadas a fim de abrir pastagens para os rebanhos. Para limpar os terrenos, são realizadas queimadas, o que emite os gases-estufa e representa o maior fator de emissão desses gases no Brasil. Em terras brasileiras, isso ocorre na Amazônia e no Cerrado, sendo que 75% do desmate na Amazônia e 56% do desmate no Cerrado estão associados à pecuária1. Além de gerar esses gases, o desmatamento destrói habitats naturais, provoca a extinção de espécies, causa a degradação ou erosão dos solos, desencadeia inundações, diminui os recursos hídricos, em decorrência de menos tamponamento florestal, diminui a ocorrência de chuvas, entre outros problemas. O maior rebanho bovino encontra-se no município de São Félix do Xingu, no Pará, liderando o ranking brasileiro em 2014. O efetivo chegou a 2,213 milhões de cabeças, 1% do total nacional, segundo dados da pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM) referente ao ano passado. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No presente artigo, pretende-se analisar a importância da exploração da pecuária para a economia e o significado desta exploração para o meio ambiente do país e do mundo. Discutindo também os impactos sociais dessa atividade, buscando desvendar e organizar as informações gerais sobre o gado bovino brasileiro e apresentar algumas propostas para minimização os impactos da pecuária no meio ambiente.

2 REFERENCIAL TEÓRICO Para dar cientificidade ao estudo em pauta, buscou-se pesquisar e analisar diferentes estudos e reportagens sobre o tema, tendo cuidado na fidedignidade e seriedade das fontes de informação. Para entendimento dessas questões, parte-se da análise do cenário, envolvendo as problemáticas que se inserem no processo da criação de bovinos. O Brasil é o maior exportador de carne bovina e de frango e o quarto maior de carne suína. Soma-se a essa questão o mercado interno que também não para de crescer. Embora esse comportamento de mercado seja promissor para os produtores e economia, a grande

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IBGE - Instituto Brasileiro de Economia e Estatística -2014

3 demanda de carne tem efeito devastador sobre o meio ambiente, desde a construção da fazenda até o estômago do consumidor.

2.1 A produção bovina e seu reflexo no meio ambiente O rebanho bovino tem alto impacto no meio ambiente, quando se considera que apenas o rebanho mundial dessa espécie tem mais de um bilhão de cabeças, cuja maior parte vive em pastos abertos, ocupando área considerável. Com isso, a atividade agropecuária é responsável por 18% de todas as emissões de gases de efeito estufa2 (GEEs), ultrapassando as emissões veiculares. O metano, principal gás produzido por esta atividade é emitido pela derrubada da floresta para estabelecimento de pastagens e pela ruminação e as fezes dos animais. Além destes impactos, a atividade também é responsável globalmente por 8% do uso de água potável, já que para se produzir um quilo de carne bovina, são necessários 16 mil litros de água, considerando-se também a água usada na irrigação dos grãos para alimento, dessedentar o animal e no processo de abate, entre outros. É importante destacar outras consequências negativas, chamadas pelos economistas de "externalidades negativas", resultante da pecuária que são a compactação de solos e a liberação de grandes quantidades de nitrogênio e fósforo pelas fezes dos animais nos cursos d'água. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 55% da erosão dos solos e das precipitações de sedimentos nos rios, sejam provocados pelo gado. Soma-se a isso ainda o fato de que 80% da produção mundial de soja, 70% da produção do milho e 70% da aveia são destinados à alimentação de animais, com maior destaque aos bovinos. Especialistas informam que cerca de metade da produção mundial de grãos é destinada à criação de animais e que esta quantidade poderia alimentar outros dois bilhões de pessoas. Considerando essas questões, torna-se importante destacar que os maiores frigoríficos - JBS, Mafrig e Minerva - já tornaram públicos seus esforços para eliminar o desmatamento, o trabalho escravo e outros crimes socioambientais relacionados à pecuária. A iniciativa é importante e deve ser aliada a outros esforços do governo e da sociedade, como a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), destinado ao controle dos imóveis rurais, e do Sistema

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GEEs são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam seu escape para o espaço. Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo a Terra aquecida. O efeito estufa é um fenômeno natural. Esse fenômeno acontece desde a formação da Terra e é necessário para a manutenção da vida no planeta, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33 °C mais baixa impossibilitando a vida no planeta, tal como conhecemos hoje. O aumento dos gases estufa na atmosfera tem potencializado esse fenômeno natural, causando um aumento da temperatura (fenômeno denominado mudança climática).

4 de Identificação e Certificação de Bovinos Bubalinos (Sisbov), para a identificação de animais destinados à produção de carne. Os produtores têm adotado, como uma das alternativas para aumentar a produção, o sistema intensivo ou de confinamento, colocando um maior número de animais em um menor espaço possível e por um tempo mais curto, assim conseguem ter controle mais acurado sobre o rebanho. No entanto, esse sistema gasta mais água e exige mais ração, preponderantemente milho e soja, na alimentação dos animais, o que o torna um inconveniente nas questões ambientais. Os hábitos alimentares da população residem principalmente na carne de cordeiro e de bovinos, onde os ovos, o milho e a soja estão entre as dez comidas gostosas que fazem mal para o meio ambiente, embora sejam elas as que mais têm recebido incentivos financeiros. Além disso, alguns produtores utilizam promotores de crescimento que contém substâncias nocivas, como a ractopamina e o arsênico. Essas substâncias podem se acumular na carne e são excretadas pelos animais, contaminando o ambiente. O efeito da produção bovina resulta consequentemente em contaminação ambiental acrescida pelos dejetos dos animais. A opção de destino mais sustentável é a biodigestão, mas poucas fazendas fazem isso. O método mais utilizado para destinar os dejetos é a esterqueira, que é um grande tanque impermeável em que o material fica por 120 dias, até sofrer a fermentação. Este método impede a contaminação do solo pela amônia e por organismos patogênicos dos dejetos, mas não impede a liberação de gases que desequilibram o efeito estufa. A produção em sistemas de confinamento também é ruim, pois a quantidade de alimentos de origem vegetal usada para alimentar esses animais é alta. O produtor deveria ter conhecimento o quanto de água necessita para atender as suas necessidades e de seus rebanhos, comparando essa situação com as fontes disponíveis na propriedade e se são suficientes, caso não sejam, ele deverá tomar medidas que possam atender as exigências de água. A vantagem de se conhecer o consumo de água da propriedade diz respeito ao meio ambiente. É conhecimento geral que a água é um recurso natural e, portanto, deve ser conservado, sendo utilizada da melhor maneira possível, sem desperdícios. A seguir, apresenta-se uma estimativa das necessidades de consumo de água de humanos, bovinos, aves e suínos por dia. Os valores apresentados são médias de consumo de acordo com estudos da Embrapa e de outras Instituições. Entre as propriedades, como existem

5 variações quanto à época do ano, o manejo e o tipo de equipamentos, o volume consumido pelos animais será diferente. A Tabela 1 tem como objetivo servir como uma referência para o cálculo do consumo de água em uma propriedade, servindo, assim, como uma ferramenta para o gerenciamento deste recurso natural. Tabela 1 NECESSIDADE DE CONSUMO DE ÁGUA PELOS BOVINOS POR DIA Número de Pessoas Animais Até 250 kg Até 410 kg Até 566 kg Vacas com bezerros Vacas Secas

HUMANOS BOVINOS DE CORTE Multiplicado por 180l/dia/pessoa Cabeças3 Litros/Dia/Cabeça multiplicado por 18,0 multiplicado por 32,0 multiplicado por 46,0 multiplicado por 55,0 multiplicado por 46,0 BOVINOS DE LEITE Cabeças multiplicado por 62,0 Vaca multiplicado por 51,0 multiplicado por 45,0

TOTAL EM LITROS

Total em Litros

Total em Litros Vaca em Lactação Vaca e Novilha no final da gestação Vaca Seca e Novilha gestante Fêmea Desmamada multiplicado por 30,0 Bezerro Lactante (a multiplicado por 11,0 pasto) Bezerro Lactante (baia multiplicado por 1,0 até 60 dias) Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Nos últimos anos, tem-se observado o crescimento da produção animal, resultante da modernização dos sistemas utilizados, incluindo um modelo de produção animal industrializada, associada ao sistema de integração vertical. O modelo de produção animal industrial apresenta alta taxa de conversão alimentar, alta taxa de concentração de animais, alta mecanização e emprego de pouca mão-de-obra. No processo de integração vertical, os pequenos produtores são contratados por grandes fornecedores e/ou processadores, através da integração total, na qual todas as unidades de uma cadeia produtiva passam a ser controladas por uma única empresa (HSI, 2011). Associado ao incremento do rebanho animal e concentração geográfica (chamados clusters), constata-se também o aumento da quantidade de dejetos em pequenas áreas que encaminham a necessidade de implantação de sistemas efetivos de tratamento, com vistas a 3

Nas quantidades de litros por cabeça por dia não foi considerado o gasto com lavagem das instalações.

6 reduzir impacto potencial associado, sendo este considerado um dos grandes desafios do setor pecuário nos próximos anos. O crescimento acelerado da produção agropecuária tem acarretado o agravamento dos problemas ambientais, tornando necessária sua inclusão nas análises setoriais do agronegócio (CEPEA/ESALQ4, 2006), tendo em vista que as atividades agropecuárias são extremamente dependentes dos recursos ambientais, o que torna imprescindível a compreensão universal de que sem equilíbrio ambiental, não há condições de crescimento ou até mesmo continuidade das atividades de criações. O rebanho de bovinos se subdivide em dois tipos: bovinos de leite e bovinos de corte. Os bovinos de leite, no caso vacas leiteiras, são destinados à produção de leite e são criadas em sistemas confinamento ou semi-confinamento. O rebanho de bovinos de corte tem sua criação em sistemas de confinamento, semi-confinamento ou extensivo e são destinados à produção de carne. As fazendas de confinamento intensivo contribuem para impactar negativamente o meio ambiente. A pecuária intensiva é praticada utilizando recursos tecnológicos avançados, como gado confinado, reprodução através de inseminação artificial, controle via satélite, entre outros. Esses processos têm como consequência baixos níveis de bem-estar animal, mudanças climáticas, escassez de recursos naturais e poluição do solo, água e ar. O sistema extensivo, principal meio de produção no Brasil, contudo, acarreta efeitos ainda piores. Por ser desenvolvido em grandes extensões de terras, com gado solto e sem grandes aplicações de recursos tecnológicos, pode gerar a destruição de ecossistemas ambientais, a degradação do solo e a poluição dos recursos hídricos. O sistema de confinamento favorece a utilização racional dos fatores de produção e do potencial e da diversidade genética animal e vegetal, enquanto que os sistemas extensivos, em regime de pastagens, sujeitam os animais à escassez periódica de forragem, comprometendo seu desenvolvimento e sua eficiência reprodutiva, e concentrando a oferta de carne em determinada época do ano. Os bovinos podem ser abatidos nas fases de novilho (aproximadamente 300 kg) ou boi (aproximadamente 450 kg). Os vitelos são bezerros predominantemente de raça leiteira, que são criados em confinamento, sendo alimentados com leite e/ou sucedâneos especiais do leite e são abatidos entre 16 a 18 semanas de idade com 160-170 kg de peso vivo (ALVES & LIZIEIRE, 2001).

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Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP

7 Outras consequências negativas (também chamadas "externalidades negativas" pelos economistas), causadas pela pecuária são a compactação de solos e a liberação de grandes quantidades de nitrogênio e fósforo pelas fezes dos animais nos cursos d'água. No gráfico a seguir, é possível comparar as atividades que mais lançam metano na atmosfera: Figura 1

Fonte: Revista Época, junho de 2013.

2.2 Adoção de estratégia para minimizar os efeitos do rebanho bovino no meio ambiente O grande efeito da criação bovina no ambiente é a emissão de 35% a 40% de metano, que é 21 vezes mais prejudicial que o gás carbônico. Em média, bovinos emitem 56 kg/ano de metano, cuja produção varia de acordo com a alimentação, já que animais que se alimentam apenas de pasto emitem mais metano que animais que comem concentrados. Segundo o biólogo Marco Antônio Gonçalves, os gases emitidos pelos bovinos são poluidores e também contribuem para o aquecimento global. A pecuária, além de causar problemas ao meio ambiente, é também a principal responsável pelo desmatamento da Floresta Amazônica, já que 75% da área desmatada na Amazônia Legal são ocupadas por essa atividade. No entanto, cita os aspectos positivos da criação bovina e do manejo das pastagens na relação com o ambiente. As pastagens brasileiras tendem a compensar as emissões dos gases poluidores liberados pelo gado, e, quando bem manejadas, podem sequestrar até duas toneladas de carbono por ano para cada hectare. Para isso, é importante estimular a expansão de fazendas de produção orgânica, que possuem modelos adequados de manejo de pastagens, além de ajudarem na redução das emissões de gases do efeito estufa, também apresentam um

8 nível elevado de biodiversidade, e o esterco de animais criados soltos são utilizados na fertilização das lavouras. Atualmente, o mercado está obrigando que os pecuaristas sigam o padrão da pecuária sustentável, a qual exige cuidados com o meio ambiente e conforto dos animais, os quais precisam ficar em locais com ventilação e higiene, e comer e beber com mais frequência. Considerando esses aspectos, a implantação de modelo sustentável minimiza os impactos ambientais causados pela produção bovina, pois essa medida contribui para o combate às mudanças climáticas ao proibir o uso de fogo nas pastagens. A utilização do solo, de acordo com a sua capacidade de uso e suporte, a proteção e recuperação das áreas de preservação, o aumento da cobertura vegetal do solo e o controle do escoamento superficial e dos processos erosivos, são alguns dos princípios da proposta para o manejo sustentável das atividades pecuárias. Está em andamento estratégias que visem garantir a pecuária sustentável, ou seja, a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, uma categoria de áreas protegidas, que ajudariam no equilíbrio de pragas, na fertilidade e estruturação dos solos, e na qualidade dos recursos hídricos ao garantir a cobertura vegetal e a variabilidade genética e de espécies. Outro aspecto importante está relacionado ao trabalho da EMBRAPA, conhecido como Sistema Silvipastoril (SSP)5. Trata-se da combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Nesses sistemas, ocorrem interações em todos os sentidos e em diferentes magnitudes. Os SSPs apresentam grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. São sistemas multifuncionais, onde existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de recuperar sua capacidade produtiva. Por exemplo, a criação de animais com árvores dispersas na pastagem, árvores em divisas e em barreiras de quebra-ventos, podem reduzir a erosão, melhorar a conservação da água, reduzir a necessidade de fertilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade, melhorar o conforto dos animais. A integração e interação dos componentes como pecuário, agrícola e florestal são de vital importância para o desenvolvimento sustentável. Todos de maneira a contemplar as 5

Arborização de Pastagens (EMBRAPA -2003) - os SSPs apresentam grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. São sistemas multifuncionais, onde existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de recuperar sua capacidade produtiva.

9 questões pertinentes á mitigação de seus impactos no meio ambiente e permitindo a máxima biodiversidade possível, o uso conservacionista do solo, a produção e conservação da água. Assim, a introdução do componente florestal nos sistemas de produção deve se dar num enfoque que não admita mais a separação entre agricultura, pecuária e floresta, mas sim o “casamento” desses componentes no meio rural, em prol da qualidade de vida, da sustentabilidade e da estabilidade da produção. A compreensão da forma como o componente florestal contribui ou poderia contribuir nos sistemas de produção existentes permite o desenvolvimento de trabalhos técnicos para a introdução e/ou melhoramento de práticas florestais e/ou agroflorestais nas propriedades rurais. A sustentabilidade da produção animal de grande porte é ameaçada pela característica intrínseca aos sistemas de produção, baseados num reduzidíssimo número de forrageiras, invariavelmente em monocultivos, que trazem em si mesmos a degradação. A degradação decorre da instabilidade desses sistemas produtivos, onde os fatores desfavoráveis são principalmente de caráter biótico (ocorrência de pragas e doenças, manejo inadequado, concorrência de plantas indesejáveis) e físico-químicos (mineralização da matéria orgânica e erosão do solo, lixiviação e alterações de microclimas). Diante da importância socioeconômica da cadeia produtiva da carne e do leite para a sociedade e das divisas que proporciona, o desafio será o seu desenvolvimento em bases sustentáveis, o que difere de mero crescimento. As discussões em torno das estratégias para o desenvolvimento sustentável tem procurado pautar-se em itens que vão além da produtividade, ou seja, da sustentabilidade e estabilidade da produção, até a justiça social. Segundo Vanderley Porfírio-da-Silva (2004), técnico da EMBRAPA, a degradação das condições do solo e dos agroecossistemas e seus reflexos na produtividade tornam-se parte das preocupações que objetivam o desenvolvimento sustentável, uma vez que se deve assegurar

a

manutenção

da

capacidade

produtiva

dos

recursos

existentes.

A degradação das pastagens implica também em aspectos muito negativos para a imagem do agronegócio, devido às perdas de solo por erosão, redução da disponibilidade de água no solo, assoreamento dos corpos d’água e perda de biodiversidade vegetal e animal. As áreas de pastagem estão sob uma condição climática que determina estresse térmico calórico para os animais sem proteção e estacionalidade de produção das forrageiras, a ocorrência de geadas em algumas regiões é um agravante para a estacionalidade de produção das forrageiras. Ambos os aspectos constituem um importante problema da pecuária brasileira. Questões como a produção de forragem e bem-estar animal são influenciadas pelo microclima local e determinam reflexos no desempenho animal. A presença de árvores,

10 dispostas de forma adequada, favorece o bem-estar animal bem como promove melhorias e proteção à produção forrageira.

3 METODOLOGIA A degradação biológica do material orgânico (fezes, urina, ração e outros) produz gases tóxicos que podem afetar a saúde, o desempenho dos bovinos e a qualidade do ar. O dióxido de carbono, o metano, o óxido nitroso e a amônia são os gases de maior interesse para a bovinocultura. O dióxido de carbono é mais pesado do que o ar, inodoro e asfixiante. A concentração máxima admissível nas edificações é de 3.500 ppm (BENEDI, 1986). O metano é um gás inodoro, mais leve que o ar, asfixiante, inflamável e explosivo, requerendo extremo cuidado no seu manejo. Concentrações acima de 500 mil ppm provocam dores de cabeça em humanos (USDA, 1994, citado por PERDOMO et al., 2001). O potencial de aquecimento global aprovado e com referência ao dióxido de carbono é de 21 vezes maior (IPCC, 1997). Óxido nitroso é um gás emitido durante o tratamento dos dejetos de bovinos líquidos, com grande influência nas alterações climáticas, especialmente na destruição da camada de ozônio. A emissão de óxido nitroso referente à produção bovina representa parcela significativa da emissão total atribuída à agricultura nos grandes centros produtores. O potencial de aquecimento global é de 310 vezes o potencial de aquecimento do CO2 (IPCC6, 1997). A estrutura atual dos sistemas produtivos de bovinos, com a concentração de animais em pequenas áreas, gerando grandes excedentes de dejetos, demanda áreas relativamente grandes para o seu reaproveitamento agronômico (OLIVEIRA, 2004). Sendo assim, a utilização de biodigestores no meio rural tem merecido destaque devido aos aspectos de saneamento e geração de energia, além de estimular a reciclagem orgânica e de nutrientes (LUCAS JÚNIOR, 1994). Atualmente, os sistemas de armazenamento e tratamento de resíduos de bovinos existentes no Sul do Brasil consistem de lagoas (anaeróbias, facultativas e aeróbias), fossas internas, bioesterqueiras e esterqueiras. As esterqueiras com expressiva predominância, geralmente mal dimensionadas, ou sem nenhum projeto, não levam em consideração o volume de resíduos produzidos e o tempo necessário para a estabilização desses (LIMA et al., 2002). O custo médio de implantação era de US$ 50,00 m-3 para biodigestor e US$ 5,00 m-3 para lagoa anaeróbia-padrão, conforme PERDOMO et al. (2003).

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Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)

11 Algumas das vantagens da digestão anaeróbia são: alta redução de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), produção de biofertilizante, pequena produção de lodo, baixos custos operacionais e de investimento, e possibilidade de sistemas descentralizados de tratamento de resíduos (OLIVEIRA, 2004). Há estudos realizados em 1990, nos Estados Unidos, em Iowa, onde observaram que a produção de metano, por digestão anaeróbia, em biodigestores de alimentação contínua, solucionou problemas de odores e geração de energia alternativa em Iowa, nos Estados Unidos da América. A Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA, 1994) estimou que perto de 14% da emissão global de gás metano tem origem em atividades relacionadas à produção animal. Além do metano, os gases de nitrogênio também apresentam alto potencial de aumento do efeito estufa. Esses gases são produzidos durante a estabilização dos dejetos. Os microrganismos utilizam o nitrato como aceptor de elétrons em sua cadeia respiratória, transformando-o em formas gasosas de N, como o óxido nitroso e N2 (OLIVEIRA et al., 2004). Dessa forma, os sistemas de produção de animais (notadamente os confinados) representam crescente fonte de emissão de N2O na agricultura (OENEMA et al., 2005). O objetivo do presente trabalho está em avaliar o potencial de reduções de emissão de carbono, em tCO2 eq ano-1, e estimar o valor econômico obtido anualmente, em unidade de terminação de bovinos, empregando o processo de wetlands construídas. As wetlands construídas são ecossistemas artificiais com diferentes tecnologias, utilizando os princípios básicos de modificação da qualidade da água das wetlands naturais e que diferem principalmente das wetlands naturais pelo seu regime hidrológico, o qual é controlado. Além do regime hidrológico a da qualidade da água, as wetlands construídas diferem também das naturais no seu substrato o qual é projetado para aperfeiçoar a condutividade hidráulica do sistema; outra grande diferença que existe é a biodiversidade encontrada nos dois sistemas (construídos e naturais). As wetlands construídas são, pois tipos de sistemas artificiais manejáveis, que tem despertado acentuado interesse mundial. Segundo WETZEL (1993), isso se deve em parte ao movimento preservacionista de wetlands naturais, tendo em vista que o seu uso indevido provoca profundas alterações descaracterizando áreas. A utilização de wetlands construídas como sistemas de tratamento de águas residuais têm se intensificado nestas últimas décadas. Estes sistemas têm sido matéria de muitas discussões, as quais apresentam um ponto positivo: o desenvolvimento de pesquisas e

12 experimentos conduzindo para um maior conhecimento e experiências nessa linha de pesquisa (HARBEL, 1997). Segundo KADLEC & KNIGHT (1996), o principal objetivo da utilização de sistemas de wetlands construídas, é a melhoria da qualidade da água, seguido por objetivos secundários, tais como: produção fotossintética, produção de energia, podendo também ser utilizados recrecionalmente, comercialmente e para educação humana. Há muitos registros na literatura de estudos e experiências de utilização de wetlands naturais ou construídas na remoção de nutrientes e contaminantes principalmente de esgotos urbanos e industriais. Os resultados desses trabalhos são bastante variáveis em função basicamente, dos tipos de espécies químicas presentes nesses efluentes, da carga dos mesmos na área alagável e do tipo wetlands construídas utilizada.

3.1 Técnicas de Wetlands Construídas Várias técnicas de wetlands construídas foram desenvolvidas nestes últimos anos, as quais são utilizadas de acordo as características do efluente a ser tratado, da eficiência final desejada na remoção de nutrientes, contaminantes e outros poluentes, do interesse da utilização da biomassa produzida e do interesse paisagístico. Um resumo dos sistemas de wetlands construídas utilizando macrófitas foi feito por BRIX (1993). Em princípio esses sistemas podem ser classificados como: Sistemas que utilizam plantas aquáticas flutuantes; Sistemas que utilizam plantas aquáticas emergentes. Além dos sistemas acima citados, outro foi projetado por SALATI (1987), utilizando solos filtrantes denominado Sistema DHS (Despoluição Hídrica com Solos - Patentes PI. 850.3030 e PI. 9600420-7). Este sistema sofreu uma variação para aumentar sua eficiência e para utilização em situações especiais de águas muito poluídas e que é conhecido como sistema DHS de fluxo ascendente, (SALATI FILHO et al, 1996).

3.1.1 Wetlands com Plantas Flutuantes As macrófitas flutuantes formam um grande grupo de plantas abrangendo diversas espécies, e normalmente, são utilizadas em projetos com canais relativamente rasos (Figura1). Esses canais podem conter apenas uma espécie de plantas ou uma combinação de espécies. A espécie mais estudada é a Eichornia crassipes da família das pontederiáceas, pelas suas características de robustez associada a uma grande capacidade de crescimento vegetativo. Esta planta recebe diferentes nomes populares no Brasil, sendo conhecido como aguapé, baroneza, mururé, pavoá, rainha do lago, uapé e uapê.

13 Figura 1

A utilização desta planta é devida a sua capacidade de resistir a águas altamente poluídas com grandes variações de nutrientes, pH, substâncias tóxicas, metais pesados e variações de temperatura. Por estas características, o aguapé, que é uma das plantas mais produtivas no mundo, tem apresentado problemas sérios nas regiões tropicais e subtropicais, nas quais pela sua capacidade de reprodução e crescimento tem apresentado problemas sérios no bloqueamento de canais e rios, prejudicando o tráfego de barcos, bem como, auxiliando na proliferação de vetores de doenças tropicais (National Academy of Sciences, 1976). É importante salientar, no entanto, que esta capacidade de produção de biomassa que pode chegar a 5% ao dia, só ocorre em águas poluídas, especialmente esgoto urbano quando existe um aumento considerável da oferta de nutrientes. Esta capacidade de crescimento e resistência e que faz com que o aguapé seja considerado uma praga, é utilizada nos sistemas de purificação hídrica. É utilizada para diferentes finalidades, entre as quais se destacam:  Sistemas de tratamento terciário para remoção de nutrientes nos quais, especialmente o fósforo e o nitrogênio são incorporados à biomassa das plantas. A biomassa é removida frequentemente de tal maneira a se manter o máximo de produtividade primária e para a remoção dos nutrientes incorporados (TRIVEDY & GUDEKAR, 1985). O nitrogênio também pode ser removido como consequência da desnitrificação microbiológica.  Sistemas integrando o tratamento secundário e terciário. Neste caso, além da remoção dos nutrientes existe também redução da DBO e da DQO. Neste processo existe degradação da matéria orgânica e transformações das formas nitrogenadas no canal de aguapé (SALATI, 1987). A colheita das plantas é feita para manter a produtividade e a eficiência do sistema. Muitos sistemas projetados com esta tecnologia incluem aeradores e o tempo médio de retenção da água depende das características do afluente, bem como dos parâmetros pretendidos para o efluente final. Os tempos de residência

14 variam de 5-15 dias (1984). Tempo de residência de apenas 01 dia tem sido utilizado com sucesso (MANFRINATO, 2006). A eficiência do aguapé na remoção de sólidos em suspensão está bem documentada. A maior parte dos sólidos em suspensão é removida por sedimentação ou por adsorção no sistema radicular das plantas (DEBUSK et al, 1984). A cobertura densa dessas plantas flutuantes reduz os efeitos da mistura pelo vento, bem como minimiza as misturas térmicas. O sombreamento produzido pelas plantas restringe o crescimento de algas e o sistema radicular impede o movimento horizontal de material particulado (DINGES, 1982). Além disso, cargas elétricas associadas ao sistema radicular do aguapé reagem com partículas coloidais, causando a adsorção das mesmas. Desta forma, estas partículas são removidas do líquido e são posteriormente decompostas lentamente por microrganismos associados à rizosfera das plantas (WOLVERTON, 1989: SALATI, 1987). A eficiência do aguapé na remoção de DBO e para produzir condições para nitrificação microbiológica está associada com a sua capacidade de transporte de oxigênio do sistema foliar para a rizosfera (REDDY, K. R. et al, 1989; JEDICKE, A. et al, 1989). Os sistemas de purificação de água utilizando aguapé estão suficientemente desenvolvidos para serem utilizados em regiões tropicais e subtropicais. Outras espécies de plantas têm sido estudadas para a purificação de águas em sistemas utilizando plantas flutuantes. Assim, Lemna, Spirodella e Wolffia sp., têm sido investigadas, embora não com tanta frequência como o aguapé. Essas plantas conhecidas como “Duckweeds”7, ocorrem numa área geográfica muito maior e podem crescer a temperaturas baixas da ordem de 1 a 3 C. A principal finalidade dessas plantas que possuem pequeno sistema radicular é a remoção de nutrientes uma vez que adsorvem poucas partículas na rizosfera. Essas plantas cobrem a superfície evitando a penetração da luz e a produção de algas e plânctons e também criam condições mais adequadas que favorecem a desnitrificação. São de fácil manejo e contêm duas vezes mais proteínas, gordura, fósforo e nitrogênio que o aguapé (CULLY & EPPS, 1973; HILLMAN & CULLY, 1978).

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Conhecidas como “lentes de água”, estas plantas são muito simples, sem uma haste ou folhas óbvias. A maior parte de cada planta é um pequeno "talo” organizado ou estrutura "frondes" apenas algumas células de espessura, muitas vezes com bolsas de ar que lhe permitem flutuar na ou logo abaixo da superfície da água. Dependendo das espécies, cada planta pode não ter nenhum ou raiz pode ter um ou mais radículas simples. Fonte: Wikipédia.

15 Os principais problemas no manejo são os ventos fortes que podem remover as plantas, sendo assim necessário o planejamento de barreiras flutuantes. O tempo de residência nestes sistemas é, em condições de verão (hemisfério norte), da ordem de 30 dias e no inverno de alguns meses. Em resumo, a ação depuradora desses sistemas que utilizam plantas flutuantes é devido à:  Adsorção de partículas pelo sistema radicular das plantas:  Absorção de nutrientes e metais pelas plantas;  Pela ação de microrganismos associados à rizosfera;  Pelo transporte de oxigênio para a rizosfera. As principais vantagens desses sistemas são:  Baixo custo de implantação  Alta eficiência de melhoria dos parâmetros que caracterizam os recursos hídricos  Alta produção de biomassa que pode ser utilizada na produção de ração animal, energia e biofertilizantes A utilização errônea do aguapé fez com que existam alguns preconceitos contra a utilização de sistemas com plantas flutuantes no Brasil. A confusão vem da comparação dos efeitos maléficos destas plantas nos lagos e represas que acabaram por ficar eutrofizados em decorrência do recebimento de afluentes industriais e urbanos com altos níveis de nutrientes. Realmente, nestas condições o manejo das plantas torna-se difícil e pela capacidade de proliferação nas condições climáticas reinantes, em pouco tempo elas podem ocupar grandes áreas das represas. É importante salientar que nas wetlands construídas com canais de plantas aquáticas e que são projetados para purificação hídrica dentro das recomendações técnicas, já está previsto um manejo não só da biomassa produzida como também de larvas de mosquito. 3.1.2 Wetlands com Plantas Emergentes Estes sistemas de purificação hídrica utilizam plantas que se desenvolvem tendo o sistema radicular preso ao sedimento e o caule e as folhas parcialmente submersas. A profunda penetração do sistema radicular permite a exploração de um grande volume de sedimentos, dependendo da espécie considerada. As espécies típicas de macrófitas aquáticas emergentes são conhecidas de forma genérica pelo nome de juncos, que são plantas herbáceas de diversas famílias. As espécies mais utilizadas em projetos têm sido a Phragmites australis, a Typha latifolia e a Scirpus lacustris. Todas essas espécies são morfologicamente adaptadas para se desenvolverem em sedimentos inundados em decorrência dos grandes volumes de espaços internos capazes de transportar oxigênio para o sistema radicular (ARMSTRONG et al, 1991).

16 Parte do oxigênio pode ainda sair do sistema radicular para a área em torno da rizosfera criando condições de oxidação para os sedimentos que de outra forma seriam anaeróbicos, criando assim condição para decomposição de matéria orgânica, bem como para crescimento de bactérias nitrificadoras. As macrófitas emergentes que possuem o sistema radicular fixo no substrato representam as formas dominantes das “wetlands” naturais. Estas plantas podem se desenvolver em situações nas quais o nível do lençol freático está 50 cm abaixo do nível do solo até situações nas quais o nível de água está 150 cm acima do nível do solo. Podem ser reconhecidos 3 esquemas básicos para a utilização desta técnica de plantas aquáticas emergentes com a finalidade de purificação de águas: a) Macrófitas emergentes com fluxo superficial b) Macrófitas emergentes com fluxo sub-superficial horizontal c) Macrófitas emergentes com fluxo vertical  Sistemas com Macrófitas Emergentes com Fluxo Superficial O esquema geral utilizando esta técnica está na Figura 2. É um dos mais antigos sistemas de “wetlands” construídas, com mais de 30 anos de operação na Holanda 8. Um projeto típico consiste de um canal com 3-5 metros de largura e da ordem de 100 m de comprimento. No solo é cultivada uma planta típica dos sistemas naturais de “wetlands”, tais como Phragmites australis, Typha latifolia ou Scirpus lacustris. Uma lâmina de água de 10-40 cm é mantida sobre a superfície do solo. A purificação da água ocorre por diversos mecanismos de ação de microrganismos que ficam fixados no liter e na superfície do solo e na parte submersa do caule das plantas. Dependendo da legislação do país ou estado, o sistema deve ser implantado sobre camadas de argila e/ou mantas plásticas especiais. Figura 2 Modelo de Sistemas com Macrófitas Emergentes com Fluxo Superficial

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17  Sistemas com Macrófitas Emergentes com Fluxo Horizontal Sub-Superficial Um projeto típico está representado na Figura 3. O efluente a ser purificado é introduzido através de um colchão de pedriscos, procurando-se induzir um fluxo horizontal, em um lençol de pedras ou pedriscos, no qual estão cultivadas as plantas escolhidas para o sistema. Em geral são construídos canais estreitos e longos cujas dimensões dependem do projeto em particular. Sistemas deste tipo utilizando Phragmites australis, foram construídos em 1970 na Alemanha (BRIX, 1987; KICKUTH, 1977). Muitos destes projetos foram construídos e se encontram em operação na Dinamarca, Alemanha, Inglaterra e nos Estados Unidos da América. As plantas têm duas funções importantes no processo, fornecendo oxigênio para os microrganismos na rizosfera e aumentando e estabilizando a condutividade hidráulica. O total de nutrientes retirado e armazenado nos tecidos das plantas é pequeno quando comparado com o total que existe na água afluente ao sistema. As experiências obtidas com este tipo de sistema demonstram boa eficiência na remoção de sólidos suspensos e DBO. Dependendo do projeto e das condições da água a ser purificada observa-se também boa remoção de nitrogênio e fósforo. Os problemas que tem sido observado são o fluxo superficial que pode se formar, e em alguns casos, uma obstrução no sistema diminuindo a condutividade hidráulica. Figura 3 Modelo de Sistemas com Macrófitas Emergentes com Fluxo Horizontal SubSuperficial

 Sistema com Macrófitas Emergentes com Fluxo Vertical Um sistema utilizando macrófitas emergentes com fluxo vertical (Figura 4) pode ser utilizado quando se requer maior condutividade hidráulica e maior oxigenação no sistema radicular (BRIX & SCHIERUP, 1990). As informações dos sistemas que utilizam esta tecnologia indicam boa remoção de sólidos suspensos, Demanda Bioquímica de Oxigênio,

18 Amônia e Fósforo. Uma alternância de funcionamento, permitindo uma drenagem total aumenta a oxigenação da rizosfera e do substrato (HILL & SAWHNEY, 1981). A água ao ser tratada dever ter um fluxo vertical em uma camada de solos sobre brita, no qual são cultivadas plantas emergentes. O desenho é variável, porém predominam os sistemas de canal longo com pouca profundidade. Figura 4 Modelo de Sistema com Macrófitas Emergentes com Fluxo Vertical

Fonte: Imagens Google

 Sistemas com Macrófitas Fixas Submersas As macrófitas aquáticas submersas ficam totalmente submersas e quando são expostas ao sol, geralmente seus tecidos fotossintéticamente ativos são destruídos. As espécies mais produtivas crescem, especialmente ou quase que exclusivamente, em água oligotróficas. As espécies mais encontradas são a Isoetes Lacustris, Lobelia Dortmanna e a Egéria sp. As espécies mais produtivas como a Elodea Canadensis, proliferam em águas eutróficas. A utilização destas macrófitas aquáticas submersas para purificação e controle de qualidade de águas, através de “wetlands” construídas, é feita através de canais estreitos e longos com profundidade variável, como indicado na Figura a seguir. Estas macrófitas podem absorver os nutrientes dos corpos hídricos. Como, porém, só se desenvolvem bem em águas bem oxigenadas, não têm sido recomendadas para tratamento de esgoto urbano, embora alguns experimentos tenham tido bom êxito mesmo para tratamento primário com Elodea Nuttallii (BISHOP & EIGHMY, 1989). O principal uso potencial destas macrófitas submersas é o polimento de águas de esgoto após o tratamento “secundário”. Com o desenvolvimento de oxigênio na água pelo processo fotossintético durante o período diurno, altas taxas de oxigenação são obtidas, o que forma condições para a mineralização

da

matéria

orgânica.

Os

nutrientes

absorvidos

são

acumulados

preferencialmente nos tecidos radiculares e na microflora associada. A maior parte dos

19 detritos orgânicos decorrentes da decomposição das plantas fica acumulada e retida no sedimento dos canais, especialmente projetados. Os trabalhos de utilização desta técnica em sistemas de “wetlands” construídas estão ainda em um estágio experimental, especialmente com a utilização das espécies Egeria densa, Elodea canadensis, Elodea nuttallii, Ceratophyllum demersum e Hydrilla verticillata. Sua utilização tem sido recomendada para os estágios finais de sistemas de “wetlands” construídas. Figura 5 Modelo de Sistemas com Macrófitas Fixas Submersas

Fonte: Imagens Google

 Sistemas de Wetlands Com Solos Filtrantes (Sistema DHS – Patentes PI850.3030 e PI. 9600420 - 7) As wetlands com solos filtrantes são sistemas constituídos por camadas superpostas de brita, pedrisco e solo cultivado com arroz. As dimensões dos módulos de solos filtrantes, bem como a espessura da camada do solo, variam de acordo com o efluente a ser tratado e da eficiência que se deseja atingir. Pela experiência obtida pode-se filtrar até 100300 l/s/ha. A ação depuradora dos solos filtrantes se dá através de sua ação como filtro mecânico, filtro físico-químico e filtro biológico. 

Ação de filtragem mecânica: depende fundamentalmente da estrutura granulométrica do solo e da sua composição;



Ação de filtragem físico-química: retenção de cátions e ânions. Esta ação está intimamente ligada à capacidade de troca catiônica do solo.



Ação biológica: exercida através de diversos mecanismos:

Ação de microrganismos do solo que decompõem a matéria orgânica ativam os processos biogeoquímicos e atuam sobre microrganismos que existem nas águas poluídas; Ação de plantas que crescem nos solos e retiram nutrientes ao mesmo tempo em que mantêm a permeabilidade do solo através de seu sistema radicular. Os solos filtrantes devem então ter características especiais, isto é, alto coeficiente de condutividade hidráulica e alta capacidade de troca catiônica, exigências que são atingidas com a incorporação de vermiculita

20 expandida e matéria orgânica fibrosa, sendo que esta correção é dosada a cada caso em função da qualidade do solo disponível na região. Os sistemas de solos filtrantes funcionam, dependendo do efluente a ser tratado, com fluxo descendente. O sistema de solo filtrante com fluxo ascendente é normalmente utilizado no tratamento secundário e terciário de esgoto urbano. As vantagens do funcionamento com fluxo ascendente são: diminui os custos do tratamento primário convencional associando-se esta tecnologia às fossas sépticas ou simplesmente caixas de decantação; evita o contato direto com o efluente a ser tratado, eliminando desta forma problemas de maus odores e proliferação de insetos. Necessária do tratamento primário, algumas modificações foram introduzidas para permitir uma remoção de partículas dos tubos de drenagem (Figuras 7 e 8). Neste tipo de projeto um tubo complementar de menor diâmetro e com perfurações menores é introduzido no tubo de drenagem convencional. Este tubo permite um sistema de dupla difusão e também a remoção do tubo central para limpeza e manutenção (SALATI, 1996). Figura 6 Modelo de Sistemas de Wetlands Com Solos Filtrantes

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 Sistemas de Wetlands Combinados A utilização de um determinado tipo de wetlands, ou de uma combinação formando sistemas de wetlands, conforme mencionado anteriormente depende do problema a ser resolvido, da qualidade do efluente a ser tratado, da eficiência final desejada na remoção de poluentes e contaminantes, da área disponível, do interesse da utilização da biomassa produzida e do interesse paisagístico. Considerando que cada técnica de wetland tem maior eficiência para purificação de alguns parâmetros, alguns sistemas de purificação hídrica têm sido projetados utilizando uma combinação de técnicas (BRIX, 1993; SALATI, 1987).

21 Algumas plantas de purificação de água projetadas e construídas no Brasil demonstraram alta eficiência com a utilização destes sistemas combinados. MANFRINATO (1989), em um projeto para purificação das águas do rio Piracicaba, utilizou um sistema composto de um canal de plantas aquáticas flutuantes seguidas por solos filtrantes (Sistema DHS - Despoluição Hídrica com Solos), conseguindo eficiências de 70% para DBO; 99% para coliformes totais e fecais; 70% para DQO; 90% para cor e 95% para turbidez. Figura 7 Modelo de Sistemas de Wetlands Combinados

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Figura 8 Modelo de Construção de Sistema de Wetland

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3.2 Importância da Wetland Construída Macrófitas aquáticas são definidas como plantas herbáceas que crescem na água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água (POMPEO et al., 2004). No entanto, outras terminologias tais como, hidrófitas, helófitas, euhidrófitas, limnófitas e plantas

22 aquáticas também são utilizadas para descrever o conjunto de vegetais adaptados ao ambiente aquático. A alta produtividade destes ecossistemas alagados dominados por macrofitas aquáticas favorecem processos microbiológico e bioquímico para a decomposição da matéria orgânica, mineralização de nutrientes e remoção de patógenos, além de processos físico-químicos como filtração, adsorção, precipitação e sedimentação (BRIX, 1997). Elas também são responsáveis pela aeração do meio suporte, garantindo um ambiente aeróbio para a degradação da matéria orgânica e para os processos que transformam os nutrientes, que também serão assimilados por elas. As plantas vasculares aquáticas, emergentes e persistentes, são as mais utilizadas, pois possui tolerância à inundação contínua e exposição à água com resíduos, além de possuir crescimento rápido e alta capacidade de remoção de nutrientes e por estarem adaptadas a lugares úmidos com carga orgânica elevada. Entre estas, as mais utilizadas são a taboa (Typha ssp.), Phagmites sp. e navalha de mico (Scirpus sp), (FEIJÓ; PINHEIRO; SIMIONATO, 2003). As raízes das plantas ajudam a diminuir a turbidez ao remover sólidos suspensos. O material adsorvido pelas raízes formou um excelente ecossistema para o desenvolvimento de fungos e bactérias que decompõem a matéria orgânica. Os produtos mineralizados por este processo são, em parte, absorvidos pelas plantas para o suprimento da demanda de nutrientes necessários ao seu crescimento. E exercem papel fundamental no tratamento, pois proporcionam superfícies para a ligação de filmes microbianos (que executam a maior parte do tratamento), transferem oxigênio para a coluna de água através das raízes e rizomas e proporcionam isolamento térmico. Elas são responsáveis pela ciclagem dos nutrientes e a sombra promovida pelas folhas inibe o crescimento de algas sobre o substrato e as lâminas de água formadas na superfície (CAMPOS, 1999; SILVA, 2007). As macrófitas também apresentam habilidades de transportar gases atmosféricos, incluindo o oxigênio, para suprir a demanda respiratória dos tecidos das raízes, bem como oxigenar a rizosfera (rizomas e raízes), visto que os substratos que compõem os sistemas alagados são frequentemente caracterizados pela ausência de oxigênio, devido às condições de saturação de água e à quantidade de compostos orgânicos (FIA, 2009; HAMMER; BASTIAN, 1989). No entanto, as plantas em SACs proporcionam valor estético tornando-os, visualmente mais agradáveis, uma vez que evitam que a água residuária aplicada e o lodo formado superficialmente fiquem totalmente expostos.

23 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para projetar uma Wetland Construída, tem que se ter presente sua finalidade, pois dela depende as técnicas de Wetlands Construídas, devendo levar-se em consideração fatores como característica ambiente a ser tratada, a eficiência final desejada para a remoção de nutrientes, contaminantes e outros poluentes, o interesse paisagístico e a utilização da biomassa produzida. Há, portanto, a necessidade de identificar estratégias e locais apropriados para manejo de escoamento dos resíduos, tais como: Manejo de Materiais Tóxicos; Manejo do Lodo e de disposição de resíduos que possam conter elevados níveis de metais pesados; Produção de Biomassa; Tratamento de águas destinadas ao reuso. Quanto à remoção de contaminantes, estudos realizados por estudiosos, em 2006, mostraram que os sistemas de Wetlands Artificiais possuem uma maior eficácia dentre as BMPs (Best management Practices), pois ele remove sólidos totais em suspensão atingindo a 80%, remoção de 40% do fósforo total, 30% do nitrogênio total, 50% de metais pesados e 70% de coliforme fecal. Nesse cenário, como foi visto anteriormente no item 3 deste trabalho, as plantas macrófitas exercem um papel importante para a depuração dos efluentes, sendo estas responsáveis por retirar diversas substâncias das águas poluídas e são necessárias para os sistemas de Wetlands Construídas, porém além desta funcionalidade, as plantas macrófitas atuam como produtor primário de alimento para peixes, aves e mamíferos agindo também como liberadoras de nutrientes, proporcionando sombreamento e ainda fornecendo materiais de importância econômica para a sociedade; como alimentos para o homem, fertilizantes (solo, tanques, piscicultura) matéria prima para fabricação de remédios, utensílios domésticos, artesanatos, tijolos para a construção de casa, dentre outros (TOMAZ, 2006). A utilização do sistema de Wetlands em áreas poluídas possibilita melhoria da qualidade do ambiente. Além de recuperação de áreas degradadas, possibilita criar-se um sistema bem sucedido a ser aplicado em propriedades agrícolas voltadas à produção bovina.

24 5 REFERÊNCIAS. ALVES, Adriana Agrelli. As transformações recentes na economia leiteira: impactos e perspectivas no plano das mesorregiões mineiras. Uberlândia - MG: 2000. 149 p. Dissertação de Mestrado em Desenvolvimento Econômico. Universidade Federal de Uberlândia. ARMSTRONG, W., ARMSTRONG, J., BECKETT, P. M. & JUSTIN, S. H. F. W. Convective gas-flows in wetland plant aeration. In: Plant Life Under Oxygen Deprivation. M. B. Jackson, D. D. Davies, and J. Lambers, Eds. SPB Academic Publishing bv, The hague, The Netherlands, 1991, 283. ASSIS, O. F.; MURATORI, A. M. Poluição hídrica por dejetos de suínos: um estudo de caso na área rural do município de Quilombo, Santa Catarina. Revista Eletrônica Geografar, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 42-59, jan./jun. 2007. BISHOP, P. L. & EIGHMY, T. T. Aquatic wastewater treatment using Elodea nuttallii, J. Water Pollut. Control Fed. 61:641, 1989. BELLI FILHO, P. et al. Tecnologias para o tratamento de dejetos de suínos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 5, n. 1, p. 166-177, 2001. BORGES, B. C. Avaliação da remoção e transporte do herbicida ametrina em sistemas alagados construídos. 2007. 164 f. Tese (Doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2007. BRASIL, M. S.; MATOS, A. T.; SOARES, A. A. Plantio e desempenho fenológico da taboa (Typha sp.) utilizada no tratamento de esgoto doméstico em sistema alagado construído. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 266-272, 2007. BRIX, H. Do macrophytes play a role in constructed treatmont wetlands? Water Science and Tecnology, London, v. 35, n. 5, p. 11-17, 1997. BRIX, H. & SCHIERUP, H. -H. Soil oxygenation in constructed reed beds: the role of macrophyte and soil-atmosphere interface oxygen transport. In: Constructed Wetlands in Water Pollution Control. P. F. Cooper and B. C. Findlater, Eds. Advances in Water Pollution Control, Pergamon Press, Oxford, 1990, 53. BRIX, H. Treatment of wastewater in the rhizosphere of wetland plants - the root-zone method. Water Sci. Tech. 19:107, 1987. BRIX, H. Wastewater Treatment in Constructed Wetlands System Design, Removal Processes and Treatment Performance. In: Constructed Wetlands for Water Quality Improvement. Ed. By Gerald A. Moshiri. Lewis Publishers, 1993. CAMPOS, C. M. M. et al. Avaliação do desempenho do reator anaeróbio de manta de lodo (UASB) em escala laboratorial na remoção da carga orgânica de águas residuárias da suinocultura. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 2, p. 390-399, 2005. CAMPOS, J. R. Tratamento de esgoto sanitário por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. Rio de Janeiro: ABES, 1999. 464 p. Projeto PROSAB.

25 CULLY, D. D. & EPPS, E. A. Use of duckweed for waste treatment and animal feed, J. Water Pollut. Control Fed. 45:337, 1973 FEIJÓ, J.; PINHEIRO, A.; SIMIONATO, E. L. Desenvolvimento de espécies vegetais de macrófítas utilizadas em um sistema de wetlands implantado na região Sul do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 22., 2003, Joinville. Resumo expandido... Joinville: ABES/AIDIS, 2003. 1 CD-ROM. FERNANDES, G. F. R.; OLIVEIRA, R. A. Desempenho de processo anaeróbio em dois estágios (reator compartimentado seguido de reator UASB) para tratamento de águas residuárias de suinocultura. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 243-256, 2006. HAMMER, D. A.; KNIGHT, R. L. Designing constructed wetlands for nitrogen removal. Water Science and Technology, London, v. 29, n. 4, p. 15-27, 1994. KNIGHT, R. L. et al. Constructed wetlands for livestock wastewater management. Ecological Engineering, Oxford, v. 15, p. 41-55, Jan. 2000. KONZEN, E. A. Aproveitamento de dejetos líquidos de suínos para fertirrigação e fertilização em grandes culturas. Sete Lagoas: Embrapa – CNPMS, 2003. 11 p. (Circular técnica, 32). LUCAS JÚNIOR, J. Monitoramento sanitário de um sistema integrado de tratamento de águas residuárias da suinocultura. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 6, n. 14, p. 385-393, 2003. MANFRINATO, Maria Helena V. (2006). Proposta de organização curricular em curso técnico profissionalizante: meio ambiente e educação ambiental – um estudo de caso. São Carlos, 2006. Tese (Doutorado em Ciência da Engenharia Ambiental). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006. OENEMA, O. Nitrogen budgets and losses in livestock systems. International Congress Series, v. 1293, p. 262-271, 2006. PERDOMO, C. C. Alternativas para o manejo e tratamento de dejetos suínos. 2012. Disponível em: . Acesso em: 04 maio 2012. REDDY, K. R., D’ANGELO, E. M. & DEBUSK, T. A. Oxygen transport through aquatic macrophytes: the role in wastewater treatment. J. Environ. Qual. 19:261, 1989. SALATI, Enéas. Mudanças climáticas e o ciclo hidrológico na Amazônia. In: MMA. Causas e dinâmica do desmatamento na Amazônia. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. p.153-72, 2001. SALATI, Enéas. Mudanças climáticas globais e desmatamento e suas influências nos recursos hídricos. Conferência para o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 12 de julho. www://fbds.org.br/IMG/pdf.doc-191.pdf , 2007. SALATI, Eneas; MARQUES, J.; MOLION, L.C.B. 1978. Origem e distribuição das chuvas na Amazônia. Interciência, v. 3(4), p.200-06.

26 SILVA, S. C. da. Wetlands construídos de fluxo vertical com meio suporte de solo natural modificado no tratamento de esgotos domésticos. 2007. 67 p. Tese (Doutorado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos) – Universidade de Brasília, Brasília, 2007. TRIVEDY, R. K. & GUDEKAR, V. R. Water hyacinth for wastewater treatment: a review of the progress. In: Current Pollution Researches in India. R. K. Trivedy and P. K. Goel, Eds. 1985, 109. SITES RELACIONADOS http://www.embrapa.br/florestas http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/safs

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