Arqueologia Pública na Unicamp em 2015

Share Embed


Descrição do Produto

1

Arqueologia Pública na Unicamp em 2015

Maria Aparecida de Andrade Almeida1 Pedro Paulo A. Funari2 Introdução O Laboratório de Arqueologia Pública da Universidade Estadual de Campinas resulta de longa trajetória de engajamento da Universidade com a Arqueologia, em uma perspectiva científica fundada na excelência acadêmica, na inserção internacional e no engajamento social. A Unicamp surgiu em meio a um regime de força, inspirado no MIT e voltada para os saberes técnicos que pudessem transcender os questionamentos políticos que advinham das universidades de referência à época e cujos quadros foram golpeados de forma mais dura: a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Universidade Estadual de Campinas, fundada em 1966, no entanto, logo teve no desafio de produzir ciência de relevância internacional não um obstáculo, mas um meio de contrapor-se às exações políticas que grassavam alhures na academia, ao acolher cientistas notáveis perseguidos tanto no Brasil, como em outros países latinoamericanos sob o jugo ditatorial. Em pouco tempo, a Unicamp despontava não apenas no âmbito científico, stricto sensu, como na originalidade de adotar perspectivas transdisciplinares, na busca por inserção mundial, na ênfase em ciência aplicada e políticas públicas e na atuação voltada para a sociedade, em sua diversidade. Tudo isto se refletiu no surgimento precoce do interesse da Universidade por uma Arqueologia relevante para a sociedade. Enquanto práticas e abordagens reacionárias e conservadoras eram predominantes e espíritos críticos eram silenciados, como no caso notável do fundador da USP e pioneiro da Arqueologia humanista Paulo Duarte (1899 – 1984), expulso da Universidade de São Paulo, em 1969, a Unicamp abria-se para práticas e abordagens libertárias. Acolheu o acervo de Paulo Duarte e trouxe a Professora Niède Guidon, a quem Duarte havia aberto as portas para aprender com os arqueólogos pré-historiadores mais renomados e amantes da liberdade, para atuar no Núcleo de Pesquisas Arqueológicas – Nipar (1986 – 1991). Aberta essa seara, a Arqueologia na Unicamp desenvolveu-se nos aspectos constitutivos tanto da Universidade, como da disciplina, em termos mundiais: em interação com a ciência mundial, em perspectiva transdisciplinar, engajada com a sociedade e em luta pela liberdade e pelo respeito à diversidade.

1

Pós-Doutorado em História e Arqueologia pela UNICAMP (2014/Atual); Doutora e Mestre em Ciências da Religião/ Literatura e Religião no Mundo Bíblico pela UMESP (2006/20012); Bacharel em Teologia pela Facul. Dehoniana de Taubaté (2002/2005); Integrante do Grupo de Pesquisa Arqueologia da Repressão e da Resistência e Grupo de Línguas Antigas: Grego e Latim para Estudos da Antiguidade; Bolsista FAPESP; email: [email protected] 2 Professor titular do Departamento de História, Unicamp, bolsista de produtividade do CNPq.

2

No ano de 2015, foram realizadas inúmeras atividades, apresentadas a seguir de forma resumida, de modo a fornecer um panorama geral da atuação da Universidade no âmbito da Arqueologia Pública.

1. II Semana de Arqueologia da Unicamp: “História e Cultura material: Desafios da Contemporaneidade” 4.1. Coordenação de Evento: Este evento teve como tema: “História e Cultura Material: Desafios da Contemporaneidade”. 2015.foi organizado por FUNARI, P. P. A.; POLONI, R. J. S.; MORAES, T. V.; CARLAN, C. U.; SCHIAVETTO, S. N. O.,ALMEIDA. M. A. A.. Este projeto visou a organização de um encontro científico de cinco dias com inscrições abertas para participantes nacionais e internacionais e contando com a participação destacada de especialistas de vários estados brasileiros e também de alguns renomados pesquisadores europeus convidados: Andrés Zarankin (UFMG), Melisa Salerno (Universidad de Buenus Aires), Maria Ximena Senatore (Universidad de Buenus Aires y UNPA), Ricardo Roque (Universidade de Lisboa), Glaydson Silva (UNIFESP) Renata Garraffoni (UFPR), Gilson Rambelli (UFS), Carlos Fabião (Universidade de Lisboa), Maria Isabel Fleming (MAE-USP), Renato Pinto (UFPE), Marina Cavicchioli (UFBA), Lourdes Feitosa (USC), Cláudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG), José Geraldo Costa Grillo (UNIFESP), André L. Chevitarese (UFRJ). O evento foi intitulado História e Cultura material: Desafios da Contemporaneidade e teve como resultado a divulgação de trabalhos e a interação entre especialistas renomados, jovens pesquisadores e estudantes com a aspiração de desenvolver pesquisas na área. O evento ocorreu entre os dias 23 a 27 de março de 2015. Durante o evento foram oferecidos: Minicursos: 1- Bíblia E Arqueologia: A Contribuição da Biblioteca Copta de Nag Hammadi Para o Estudo do Cristianismo Responsável: Dra. Maria Aparecida de Andrade Almeida 2- Educação Patrimonial no campo da Arqueologia: desafios e contribuições Responsável: Carlúcio Baima 3- Usos do Passado, Antiguidade romana e regimes autoritários: o papel da cultura material na construção de identidades contemporâneas Responsável: Prof. Dr. Renata Senna Garraffoni 4- Introdução à Arqueologia Sensorial Responsável: Prof. Dr. José Roberto Pellini 5- Introdução à ceramologia clássica: O estudodosvasosgregos e de tradição grega

3

Responsável: Dra. Camila Diogo de Souza Oficinas: 1- Sistemas de Informação Geográficos (SIG) na Arqueologia Responsável: Me. Leandro Infantini 2- Fotografia e Vídeo 3D Responsável: Prof. Dr. José Joaquín Lunazzi 3- Patrimônio, turismo, práticas culturais e identidades na região das Missões no Rio Grande do Sul Responsável: Me. Darlan De Mamann Marchi 4- Introdução à revisão crítica de atribuições arqueológicas Responsável: Prof. Dr. Pedro Sanches 5- Jornalismo e Arqueologia: introdução ao relacionamento com a mídia Responsável: Me. Glória Tega Simpósios Temáticos: 1- Arqueologia Colaborativa: entre o conceito de patrimônio e as ciências das comunidades tradicionais Responsável: Me. Vanderlise Machado Barão 2- Cultura material, antiguidades e usos do passado Responsável: Me. Natália Campos 3- Arqueologia e História das Experiências religiosas. Debates teóricometodológicos Responsável: Me. Italo Diblasi 4- Desafios do Patrimônio cultural no século XXI Responsável: Me. Clésio Barbosa Lemos Júnior 5- Arqueologia e Antropologia em Contextos de Dominação e de Violência: da História do Presente Às Críticas do Presente Sobre A História Responsável: Dr. Tobias Vilhena de Moraes 6- Arqueologia e Evolução da Paisagem Responsável: Dr. Danilo Piccoli Neto Mesas Redondas: 2ª. Feira, dia 23 de março de 2015, 14:00 – 15:30 1- Tema: Arqueologia da Repressão e da Resistência Debatedores: Andrés Zarankin e Melisa Salerno Mediador: Rita Juliana Soares Poloni 2ª. Feira, dia 23 de março de 2015, 16:00 – 17:30

4

2- Tema: Colonialismos e pós-colonialismos Debatedores: Maria Ximena Senatore e Ricardo Roque Mediador: Pedro Paulo A. Funari 3ª. Feira, dia 24 de março de 2015, 14:00 – 15:30 3- Tema: Usos do passado Debatedores: Glaydson Silva e Renata Garraffoni Mediador: Solange Schiavetto 3ª. Feira, dia 24 de março de 2015, 16:00 – 17:30 4- Tema: Métodos e técnicas da pesquisa arqueológica Debatedores: GilsonRambelli e Paulo DeBlasis Mediador: Carlos Fabião 4ª. Feira, dia 25 de março de 2015, 14:00 – 15:30 5- Tema: Perspectivas a partir da periferia ou ..Arqueologia das cidades e das províncias.... Debatedores: Maria Isabel Fleming e Renato Pinto Mediador: Luciane Munhoz de Omena 4ª. Feira, dia 25 de março de 2015, 16:00 – 17:30 6- Tema: Identidades e cultura material ou ..Análise iconográfica e Arqueologia..... Debatedores: Marina Cavicchioli e Lourdes Feitosa Mediador: Cláudio UmpierreCarlan 5ª. Feira, dia 26 de março de 2015, 14:00 – 15:30 7- Arqueologia das religiões Debatedores: José Geraldo Costa Grillo e André Chevitarese Mediador: Dra. Maria Aparecida de A. Almeida 5ª. Feira, dia 26 de março de 2015, 16:00 – 17:30 8- Arqueologia industrial: novas vertentes da Arqueologia Debatedores: Cláudia Plens e Juan Manuel Cano Mediador: Renata Garraffoni 6ª. Feira, dia 27 de março de 2015, 14:00 – 15:30 9- Arqueologia, patrimônio e musealização

5

Debatedores: Flavio Calippo e Cristina Bruno Mediador: Tobias Vilhena 6ª. Feira, dia 27 de março de 2015, 16:00 – 17:30 10- Arqueologia e patrimônio em uma perspectiva crítica Debatedores: Carlos Fabião e Lourdes Domínguez Mediador: Marina Cavicchioli 6ª. Feira, dia 27 de março de 2015, a partir das 17:30 11- Homenagem a Haiganuch Sarian Pedro Paulo A. Funari, André Chevitarese, José Geraldo Costa Grillo, Pedro Sanches, Tobias Vilhena

2.“Workshop “O Patrimônio e a Unesco: Diálogos Necessários” O workshop O Patrimônio e a Unesco: Diálogos Necessáriosfoi ministrado pela Profa. Dra. Lynn Meskell da Universidade de Stanford-EUA.Teve duração de 09 (nove) horas e ocorreu nos dias 29 de maio, 1 e 3 de junho de 2015 no prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

6

3. Simpósio Internacional de Estudos sobre Memória e História na Antiguidade Clássica 6.1. Coordenação de Evento: Este evento teve como tema: “Memória e História na Antiguidade Clássica”. 2015.foi organizado por FUNARI, P. P.; OMENA, L. M.; POLONI, R. J.; ALMEIDA. M. A. A.; VILHENA, T.; RAMALHO, J. Este projeto visou a organização de um Seminário Científico de dois dias com inscrições abertas para participantes nacionais e internacionais e contando com a participação destacada de especialistas de vários estados brasileiros e também de um renomado pesquisador argentino convidado: Prof. Dr. Dario N. Sánchez Vendramini (Universidad Nacional de la Rioja/Argentina). O evento foi intitulado “Memória e História na Antiguidade Clássica”e teve como resultado a divulgação de trabalhos e a interação entre especialistas renomados, jovens pesquisadores e estudantes com a aspiração de desenvolver pesquisas na área. O evento ocorreu entre os dias 26 e 27 de outubro de 2015.

4. Organização de Sessão: FUNARI, P. P. A.; POLONI, R. J.; ALMEIDA. M. A. A.; OMENA. L. M.; VILHENA, T. M. . Lançamento de Livro na 2015. Organização de Sessão de lançamento do livro“Arqueologia de Gênero”da Profa. Dra. Karla Fredel (UFPEL/RS), durante o“Seminário Internacional de Estudos sobre Memória e História na Antiguidade Clássica”. O lançamento foi realizado no dia 27 de outubro às 16h no IFCH. Contou com a coordenação do Prof. Dr. Pedro Paulo A. Funari; os comentários do Dr. Tobias Vilhena de Moraes e perguntas das Professoras: Dra. Luciane Munhoz (UFG), Dra. Rita Juliana Poloni e Dra. Maria Aparecida de Andrade Almeida.

7

5. XIII Colóquio do Centro do Pensamento Antigo (CPA) – IFCH &IV Semana de Estudos Clássicos do CEC-IEL: Tempo, crise e oportunidade no mundo antigo. Este evento foi organizado por Centro de Estudos Clássicos – IEL; Centro do Pensamento Antigo – IFCH; Programa de Pós-Graduação em Linguística – IEL; Filosofia – IFCH e História IFCH. Visou a organização de um colóquio de dois dias com inscrições abertas para participantes nacionais e internacionais nas conferências, minicursos, comunicação, mesas redondas, exposição de pôsteres, contando com a participação destacada de especialistas de vários estados brasileiros e também de dois renomados pesquisadores convidados: William J. Dominik (Universidade de Otago – Nova Zelândia) e József Krupp (EõlvõsLorãand-Universitat-Budapst- Hungria/Universidade de Heidelberg-Alemanha). O evento foi intitulado: Tempo, crise e oportunidade no mundo antigo.Teve como resultado a divulgação de trabalhos e a interação entre especialistas renomados, jovens pesquisadores e estudantes com a aspiração de desenvolver pesquisas na área. O evento ocorreu entre os dias 03 e 05 de novembro de 2015, no Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. 6. Seminário Internacional “A Antiguidade Tardia e as Matrizes do Corão” O seminário intitulado: A Antiguidade Tardia e as Matrizes do Corãofoi coordenado pelo Prof. Dr. Pedro Lima Vasconcellos (UFAL) e Prof. Dr. Pedro Paulo A. Funari (Unicamp). Contou com a presença de renomados professores nacionais e internacionais: Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (UFRJ), Prof. Dr. César Carbullanca Nuñez (Universidade Católica Del Maule- Chile), Prof. Dr. Paulo Augusto de Souza Nogueira (UMESP).Teve duração de 08 (nove) horas e ocorreu no dia 23 de novembro de 2015 no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

7. Ciclo de palestras: 7.1. Palestra ministrada por Ramón Méndez Andrés (Universidad Autónoma de Madrid) com o tema: “Didática do patrimônio e educação para a cidadania”. Ocorreu no NEPAM (Núcleos de Estudos e Pesquisas Ambientais) Unicamp, no dia 14 de setembro de 2015 das 10 às 12h.

8

7.2. Palestra ministrada por Ramón Méndez Andrés (Universidad Autónoma de Madrid) com o tema: “Obstáculos epistemológicos para o desenvolvimento da didática do patrimônio.” Ocorreu no NEPAM (Núcleos de Estudos e Pesquisas Ambientais) Unicamp, no dia 21 de setembro de 2015 das 10 às 12h. 7.3. Palestra ministrada por Prof. Juan Manuel Cano Sanchiz(Universidade Estadual Paulista) com o tema: “Arqueologia Industrial: fundamentos teóricos e ferramenta práticas.” Ocorreu no NEPAM (Núcleos de Estudos e Pesquisas Ambientais) no dia 28 e 29 de setembro de 2015 das 10 às 12h. 7.4. Palestra ministrada por Prof. Dr. Cornelius Holtorf (Linnaeus University) com o tema: “The Nara +20 document on heritage practices, cultural values and the concepto f authenticity – trends in global heritage management in the 21st century.” Ocorreu no prédio do Instituto de filosofia e Ciências Humanas da Unicamp no dia 05 de outubro de 2015 das 9 às 12h. 7.5. Palestra ministrada por Prof. Dr. Cornelius Holtorf (Linnaeus University) com o tema: “From Armstrong’s footprints to New Horizons: why space archaeology matters.” Ocorreu no prédio do Instituto de filosofia e Ciências Humanas da Unicamp no dia 05 de outubro de 2015 das 14 às 16h.

8. Projeto: PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio) O PIBIC-EM ou o antigo PIC Juniors (como era chamado) foi criado para propiciar oportunidades e integrar estudantes de Ensino Médio de Escolas Públicas em atividades de pesquisa sob a orientação de professores ou pesquisadores com vínculo empregatício com a UNICAMP e apoio do CNPq. No Núcleo de História e arqueologia o projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Pedro Paulo A. Funari. Para a etapa que vai de agosto de 2015 a julho de 2016,Prof. Pedro Paulo A. Funari e Dra.Maria Aparecida A. Almeidaserão os responsáveis de coordenar o grupo. Para esta etapa o LAP recebeu quatro alunos no programa: Adelaide de Camargo Teixeira, Matheus da Silva Ferreira Barbosa, Stefani Beatris Vieira dos Santos e Beatriz Cristina Carvalho. Contou com a participação de 12 monitores mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos que trabalharam com o tema “Arqueologia e alimentação”: (Luciane Omena, Tami

9

Ocar, Rita Juliana Poloni, Rafael Patiri, Daniel Grecco Pacheco, Fernando Pesce, Filipe Silva, Leandro Infantini, Tobias Vilhena, Glória Tega, Camila Petini Freitas. Foi escolhido dar continuidade ao tema da etapa anterior 2014/2015 “Arqueologia e Alimentação” por ser a alimentação o fator primordial na rotina diária da humanidade, não apenas por ser uma necessidade básica, mas principalmente, por ser um fator preponderante de cada cultura. O objetivo é fazer um estudo retrospectivo que venha oferecer subsídios para uma reflexão sobre o panorama da alimentação em diversas e diferentes culturas. Através da evolução histórica da alimentação mundial verifica-se que gastronomia, recursos, hábitos e padrões alimentares, são aspectos importantes que nos auxiliam a refletir sobre a complexidade e a magnificência que permeiam as relações entre os diversos povos.

9. Grupos de Estudos: 13.1. Línguas Antigas: Hebraico, Grego e Latim para Estudos da Antiguidade A proposta desse grupo de estudos é fazer um estudo coletivo de trechos gregos e latinos relativos às pesquisas historiográficas dos envolvidos. Cada interessado seleciona, a cada sessão mensal, um parágrafo ou dois para estudo. Apresenta o texto: a. no original grego ou latino e também hebraico; b. na ordem direta (sujeito, verbo, predicados); c. tradução mot a mot. Faz a pesquisa de vocabulário (análise semântica) e de sintaxe e envia suas observações, com uma semana de antecedência, para os demais membros, a respeito do texto que selecionou.Os textos podem ser literários, mas também epigráficos, em diversos suportes (inscrições monumentais, grafites, entre outros). O Grupo se reúne uma vez por mês no NEPAM das 12 ás 14h.

10

10. Grupo de Orientação de Estudos Esse grupo foi criado no intuito de acompanhar o andamento das pesquisas de Iniciação Cientifica, Mestrado e Doutoradodo Prof. Pedro Paulo A. Funari. O objetivo do grupo é permitir que todos possam conhecer o trabalho um dos outros e o avanço na redação dos capítulos. Os encontros são organizados pelos pós-docs que recebem os capítulos com alguns dias de antecedência do encontro, leem, fazem análise crítica e apontamentos e levam por escrito no dia do encontro. O encontro acontece uma vez por mês das 9 às 12h e cada aluno (a) apresenta o seu capítulo ou parte dele, a começar pela discussão da perspectiva (teoria) adotada.

11. Grupo de Arqueologia da Repressão e da Resistência O grupo de Arqueologia da Repressão e da Resistência é coordenado por POLONI, Rita Juliana S.; SOARES, Inês Virgínia Prado. Pretende abarcar o tema proposto em duas vertentes principais: o estudo das táticas de repressão ou de resistência, dos espaços, dos personagens e da produção material que caracterizam as práticas ou a oposição a governos repressivos, bem como os usos da Arqueologia nesses contextos, ou seja, a forma como o campo científico é utilizado, direcionado ou reprimido durante esses governos autoritários ou ditatoriais. Pretende discutir os horizontes teórico-metodológicos do campo

11

científico, seu percurso histórico, estudos de caso, bem como desenvolver e auxiliar projetos de intervenção dentro do tema. Procura explorar a importância do estudo dos contextos materiais relacionados a períodos repressivos ou das pesquisas arqueológicas realizadas durante os mesmos, como forma de compreensão das ações e objetivos dos seus governos, lideranças constituídas, opositores e também como forma de contribuir para reparação simbólica das vítimas. Partimos da premissa que a arqueologia pode contribuir de forma original para a compreensão aprofundada dos períodos repressivos, nas suas ações, construção de ideários, e formas de resistência, bem como para a aproximação entre a população afetada por esses contextos, através de construção de narrativas alternativas a partir de memórias oprimidas, contribuindo, assim, no âmbito das discussões recentes da Arqueologia Pública. O grupo pretende abarcar os estudos dos silêncios, da repressão estabelecida a indivíduos, grupos e temas específicos, não só no que se refere aos opositores políticos dos regimes, mas também a outros profissionais (cientistas, professores universitários, escritores, jornalistas, dentre outros) atuantes no período, em especial dentro do campo da Arqueologia. Procura, por fim, trabalhar na divulgação do tema bem como no estabelecimento de diálogo entre os diversos discursos sobre os contextos repressivos, nacional e internacionalmente.Acontecem 4 encontros por ano.

12. Evento: Memória, Direitos Humanos e Ciências Sociais

12

O evento contou com dois momentos: Na parte da manhã foi discutida a pauta do Grupo de “Arqueologia da Repressão e da Resistência” para o próximo ano: Encontros; novos membros; um evento de dois dias para o segundo semestre de 2016 que congregue questões científicas e Direitos Humanos e a publicação de dois livros. Na parte da tarde recebemos a visita do Prof. Dr. João Frederico da Costa Azevedo Meyer (Reitor de Extensão na Unicamp) que falou sobre “Direitos Humanos”. Depois tivemos a palestra do Prof.Flávio De Leão Bastos Pereira (Universidade Presbiteriana Mackenzie) com o título: “Análise críticocomparativa entre as experiências de memorialização da Alemanha, Argentina, Hungria e Brasil, relativas aos períodos de exceção vivenciados.”E por fim, a palestra da Ines Virginia Soares (Procuradora do Ministério Público do Estado de São Paulo) com o título: “Panorama da atuação do Ministério Público Federal para preservação da memória das violações aos direitos humanos durante a ditadura brasileira.” Rita Juliana Soares Poloni (Pós- doutoranda da Unicamp e Prof. Dr. Pedro Paulo Funari comentaram as palestras. O evento aconteceu no dia 04.12.2016 no Auditório Daniel Hogan, NEPAM.

13. Grupo de Estudo: Introdução às abordagens metodológicas nos estudos de Arqueologia Grupo criado com a intenção de apresentar e desenvolver, de maneira introdutória, as principais teorias e métodos referentes às práticas arqueológicas para os novos membros do LAP, com seus encontros ministrados pelos Drs. Tobias Vilhena de Moraes e Rita Juliana Soares Poloni. O Estudo era pautado por leituras teórico-metodológicas consideradas interessantes para introdução à arqueologia, seguidas por discussões e debates com os Drs. responsáveis, sempre visando a máxima absorção de conhecimento. Os encontros ocorreram no espaço físico do LAP ao longo dos dois semestres do ano de 2015, entre os meses de março e novembro, sempre às segundas-feiras, das 8h às 12h, compreendendo um total de, aproximadamente, 30 horas de estudo. 14. Contagem das peças presentes no acervo do LAP provenientes da Empresa Documento Durante todo o segundo semestre do ano de 2015, foi realizada a pedido do Ministério Público, a contagem do acervo arqueológico do LAP proveniente de quarenta escavações feitas pela Empresa Documento. Todas as peças da Empresa Documento no LAP foram contadas e devidamente armazenadas em

13

caixas, totalizando 18.300 peças presentes no laboratório. O projeto que teve seu início em agosto foi encerrado em novembro, coordenado pelo Dr. Tobias Vilhena de Moraes, e contou com a ajuda do estagiário Guilherme Ketzer e dos colaboradores Diego Pires, Marcela Mafra e Dominique Thielemann.

15. Publicações Foram publicados em 2015 dois números da Revista de Arqueologia Pública, fascículos 9,1 e 9,2, com dossiês sobre Teoria e Método em Arqueologia, e dois volumes com as Atas da Segunda Semana de Arqueologia da Unicamp. A Revista eletrônica historiaehistoria continuou a publicar artigos de forma regular. Foram publicados diversos livros com apoio da equipe de Arqueologia da Unicamp, Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte, em particular: FUNARI, PEDRO PAULO A.; Charles E. Orser, Jr. (Org.) . Current Perspectives on the Archaeology of African Slavery in Latin America. 1. ed. New York: Springer, 2015. FUNARI, PEDRO PAULO A.; Senatore, M.X. (Org.) . Archaeology of Culture Contact and Colonialism in Spanish and Portuguese America. 1. ed. Nova Iorque: Springer International Publishing, 2015. Moreira, R. A. ; Cláudio Umpierre Carlan ; Funari, Pedro Paulo A. . Iconografia e semiótica, uma abordagem histórica. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2015. Cláudio Umpierre Carlan ; Funari, Pedro Paulo A. ; Funari, R.S. . Cinema e o Mundo Antigo, Antiguidade através da sétima arte. 1. ed. Saarbrücken: Novas Edições Acadêmicas, 2015 Grillo, J.G.C. ; FUNARI, PEDRO PAULO ABREU . Arqueologia Clássica, o quotidiano de gregos e romanos. 1. ed. Curitiba: Prismas, 2015. Funari, Pedro Paulo A.; CAMPOS, J. B. (Org.) ; RODRIGUES, M. H. S. G. (Org.) . Arqueologia Pública e Patrimônio: questões atuais. 1. ed. Criciúma: Ediunesc, 2015. Marquetti, F.R. (Org.) ; Funari, Pedro Paulo A. (Org.) . Sobre a Pele: imagem e metamorfoses do corpo. 1. ed. São Paulo: Intermeios/Fapesp/Unicamp, 2015. Funari, Pedro Paulo A.; VASCONCELLOS, C. M. (Org.) ; CARVALHO, A. V. (Org.) . Museus e Identidades na América Latina. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2015. CARVALHO, S.M.S. Mitos e práxis. Por uma Antropologia Marxiana. São Paulo, Terceira Via, 2015 (disponível em

14

https://www.academia.edu/23407806/POR_UMA_ANTROPOLOGIA_MARXI ANA) DOMÍNGUEZ, L. Temas arqueológicos de Cuba y el Caribe. Campinas, Caluh, 2015 (disponível em: https://www.academia.edu/11644419/Temas_arqueol%C3%B3gicos_de_Cuba_ y_el_Caribe) No período, foram, ainda, produzidos diversos vídeos, tais como:

Funari, Pedro Paulo A.; Meskell, L. . Entrevista com Lynn Meskell, Programa Diálogo sem Fronteira, Unesco World Heritage 17/06/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista) Funari, Pedro Paulo A.; Omena, L. M. . Entrevista com Luciane Munhoz Omena, Programa Diálogo sem Fronteira, sobreMemória e luto no Império Romano , RTV Unicamp 08/07/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista) FUNARI, PEDRO PAULO ABREU; Pesce, F. . Entrevista com Fernando Pesce, sobre Arte Maia, Programa Pesquisa em Pauta, 25/07/2015. 2015. FUNARI, P. P. A.; Patiri, R.H. . Entrevista com Rafael Hakim Patiri, sobre Turismo e Arqueologia Subaquática, Programa Pesquisa em Pauta, 29/07/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista). Funari, Pedro Paulo A.; BERTOZZO, P. . Entrevista com Patrícia Bertozzo, sobre Arqueologia da Repressão, Programa Pesquisa em Pauta, 30/07/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista). HOLTORF, C. ; FUNARI, PEDRO PAULO ABREU . Entrevista com Cornelius Holtorf sobre destruição e conservação e patrimônio 13/10/2015. 2015 FUNARI, PEDRO PAULO ABREU; Meskell, L. . Curso de Lynn Meskell sobre Unesco World Heritage 02/11/2015. 2015. FUNARI, PEDRO PAULO ABREU; PEREIRA, F. L. B. . Lugares da Memória - Procuradoria Regional da República SP 13/11/2015. 2015. CANO, J. ; Funari, Pedro Paulo . Entrevista com o Professor Juan Cano sobre Arqueologia Industrial, programa Diálogo sem Fronteira, 09/12/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista) Funari, Pedro Paulo A.; CANO, J. . Entrevista con el profesor Juan Cano, sobre Arqueología Industrial en España 11/12/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista).

15

Poloni, R,J.S. ; Funari, Pedro Paulo . Entrevista com a professora Juliana Poloni, sobre Arqueologia da Repressão e da resistência, 14/12/2015. 2015. (Programa de rádio ou TV/Entrevista). Deve destacar-se que participaram das publicações mais de uma centena de estudiosos e houve, ainda, apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), CNPq, CAPES.

Conclusão A equipe de Arqueologia da Unicamp, Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte tem atuado, nesses anos todos, em interação reiterada e constante com centenas de estudiosos brasileiros e estrangeiros, sempre tendo em vista a inserção de estudantes e pesquisadores no que há de mais produtivo e criativo na ciência mundial. Como resultado, formam-se, de maneira contínua, quadros qualificados que atuam nas mais variadas instituições no Brasil e no estrangeiro. Trata-se, portanto, de um esforço de longo prazo e que está na raiz de uma perspectiva científica crítica, internacionalista e humanista. Em 2015, foram realizadas muitas atividades, como relatamos de forma breve e sucinta. Procuramos sempre dar informações para que os interessados possam ter acesso às publicações, vídeos, gravações e registros vários. Tendo em vista a diversidade de projetos em curso, é bem possível que alguns aspectos não tenham sido mencionados ou mesmo que o tenhamos feito de maneira por demais breve. De todo modo, procuramos dar publicidade das atividades o melhor que pudemos e seremos sempre gratos a quantos nos reportarem falhas ou acréscimos para futura correção. O melhor caminho não é aquele já completado, mas o que está em curso, como diria Leonardo da Vinci: l’arte non è mai finita. Parte de uma trajetória, as atividades de 2015 são apenas um momento.

Agradecimentos Agradecemos a toda equipe de Arqueologia da Unicamp, Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte, aos professores e estudiosos que participaram das publicações, das palestras e estudos dirigidos, de diversas instituições brasileiras e estrangeiras. Mencionamos a presença dos doutores Juliana Poloni, Tobias Vilhena, Luciane Munhoz de Omena e Cláudio Umpierre Carlan, cujos estágios de pós-doutoramento contaram com participação

16

constante no Laboratório, assim como da mestra Glória Tega, em particular no âmbito da Segunda Semana de Arqueologia da Unicamp e do projeto com apoio do CNPq “Arqueologia uma atividade muito divertida”. O apoio institucional do Núcleo de Pesquisas e Estudos Ambientais (NEPAM/Unicamp), do Departamento de História (DH/IFCH/Unicamp), da FAEPEX/Unicamp, do CNPq, da FAPESP e da Capes também foram fundamentais. A responsabilidade pelas ideias restringe-se aos autores.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.