Arquiterura Romama-O legado de sua engenharia.docx

May 28, 2017 | Autor: Igor da Costa | Categoria: History, Roman History, Arquitectura, Engenharia Civil
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Arquitetura Romana: O legado de sua engenharia
Engenharia Romana e sua influencia que expira e intriga
Igor da Costa Moreira


O artigo trata da questão da relação entre a Arte Romana e sua influencia para o mundo da arquitetura e da engenharia. As descobertas, adaptações e grandes feitos dessa sociedade no ramo da construção. O poder de uma tecnologia sem igual, construções colossais, estradas, estádios, aquedutos se espalharam por três continentes e revelaram o poder e a promessa de uma das sociedades mais avançadas do mundo.


Palavras chave: Arquitetura -Roma- Arte- Engenharia- Construções



Roman architecture: The legacy of its engineering
Roman engineering and its influence expiring and intrigue

Igor Moreira da Costa

The article deals with the question of the relationship between the Roman art and its influence to the world of architecture and engineering. The findings, adaptations and great feats of this society in the construction business. The power of a unique technology, colossal buildings, roads, stadiums, aqueducts spread to three continents and revealed the power and promise of the most advanced societies in the world.


Keywords: -Roma- Architecture Art- engineering- construction










De acordo com a forma mitológica a História de Roma inicia-se diz quando os gêmeos Rômulo e Remo são jogados no rio Tibre na Itália e resgatados por uma loba que os amamentou e protegeu; posteriormente foram criados por um casal de pastores. Quando adultos retornaram à cidade natal por volta de 750 a.C e fundaram uma nova cidade: Roma. Os dois irmãos construíram a própria cidade nas margens do rio Tibre, porém logo no princípio de sua história a ganância pelo poder de governar já estava presente. Remo foi morto por Rômulo que deu o nome a cidade, fazendo assim com que a primeira mancha de sangue fosse deixada, ecoando por toda à história de Roma. Não seria essa a última vez em que um crime daria origem a um governante romano.
Roma era o centro de um imenso império que começou na Britânia e estendeu-se a Armênia e chegou à áfrica e a Alemanha. Inicialmente Roma era um dos inúmeros pequenos reinados que lutava pelo poder na Itália central, porém sempre foi autêntica e contrariando todo o restante dos reinos, que desconfiavam dos forasteiros, Roma os acolhia e os abrigava. Rômulo, primeiro governante de Roma buscando expandir suas conquistas, disse: "Como não temos população, vamos criar um asilo. Uma zona livre para qualquer um, sendo ele: escravo fugitivo, ladrão, pirata, qualquer um que seja. Venha e faça parte da idéia que é Roma!"
Com essa abertura a vários tipos de população e de pessoas a troca de idéias no território romano era constante, inclusive teorias sobre engenharia importadas de outras culturas, assim utilizando informações e tecnologias variadas. Roma criou sua própria engenharia e arquitetura, expandiu e se tornou um poder regional. Os romanos tinham habilidade para aproveitar o passado tecnológico, redefinir, melhorar e adaptar para seus propósitos.
Cabe ao Império Romano responder pelo surto e desenvolvimento da parte utilitária da arquitetura. Se a Grécia vazava suas criações para o campo religioso, em Roma a arquitetura se dirige para um campo essencialmente utilitário e material.
As conquistas dos arquitetos romanos fundamentaram-se no manejo de algumas técnicas que se pode resumir na pratica exaustiva das formas curvas isto é, de arcos e abóbodas, superando limitações dos vãos.
Devido à sua proximidade territorial sofreu influencia etrusca e grega toda via com o amadurecimento da sua cultura vai se libertando da influência etrusca e se organiza desenvolvendo-se como centro de cultura e vigor.
Duas modalidades foram de originalidade romana: o urbanismo e as vias de comunicação (pontes e túneis). Em sentido genérico, a estética romana se diferencia da estética grega em três pontos fundamentais: na pesquisa com finalidade do útil (funcional), o esforço na procura de utilidades, na convicção que grandeza vem de tamanho e não de proporção, na predominância material da força, nesse sentido associam o arco em suas construções de forma bem sucedida, ele permitiu aos romanos cercar enormes espaços e explorar plenamente o potencial destas formas.
Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como "românico". A arte em si é mais antiga que o termo românico, empregado a partir Do ano de 1820 por Charles de Gerville e Le Prevost e usado sistematicamente pelo arqueólogo Arcisse de Caumont, que conseguiu batizar com esse termo as construções hoje conhecidas como tais. A arte hoje dita românica foi redescoberta, visto que por um longo tempo foi desprezada, escondida debaixo de reformas e outros estilos, ou mesmo ignorada e destruída.
O que era Roma? Uma cidade maior do que outra qualquer, muito mais rica. As pessoas iam até as cidades romanas em busca de emprego fácil. Era nos centros onde estava o dinheiro, como nos grandes centros de hoje. Londres, Paris são provas da expanção romana por meio das cidades. Porém Roma conquistou muito território e para esse feito foram precisos algumas obras, (RONALD-RAMIELLI ,pg 278, cap 7, Domínios da historia) "...as estradas de ferro tornaram possível o desenvolvimento industrial da cidade." Não as estradas de ferro, como assim afirmou RONALD porém as estradas convencionais que utilizamos hoje, que são criações romanas.
Muitas das vezes o povo do território conquistado transformava-se em cidadão romano "livre". Um bom exemplo são os trabalhadores do Coliseu (Prof. Giorgio Croci- Sapienza University) "sem duvida o maior anfiteatro do mundo, um monumento excepcional pelas dimensões. É excepcional também pela organização da obra." Obra essa que foi construída com a dor e o suor de trabalho forçado por escravos que foram trazidos da conquista de Jerusalém, (Carlos Noreña- Yale University) "Os feitos de Roma não existiriam sem o trabalho escravo. Ele era parte do que gerava o lucros necessários para manter e expandir o império. O trabalho escravo também foi importante para a construção de projetos grandiosos que definiram a essência da Roma imperial."
Os romanos pensavam em escala grande. (Professora Anna Pasqualini, Tor Vergata University) "A partir de Roma podemos aprender tudo; pois Roma foi o palco da história mundial por pelo menos um milênio". O tamanho do império, dos monumentos e a ambição de seus governantes sem dúvida é um dos pontos que podemos definir como necessário a um romano. Eles eram conduzidos por um ego cultural coletivo. Tratando-se da arquitetura romana podemos concluir que a mesma era extremamente funcional, ou seja, atendia a objetivos que ultrapassavam a beleza estética, pois cumpriam a tarefa de resolver os problemas urbanos da cidade. Ao contrário da arquitetura Grega os romanos não eram tão focados na beleza mais sim na funcionalidade e com a praticidade, sempre procuravam o meio mais fácil de executar as construções (Scott Schlimgen American Institute for Roman Culture) "O teto em abóboda é um arco estendido ao longo do eixo. Ao fazer o molde uma vez e ao fazer um arco, move-se os molde, faz se outro, move-se, faz se outro...assim sucessivamente.Um modo eficiente de construir para os romanos".
Outra característica da engenharia romana era a ousadia, suas obras sempre eram grandiosas, monumentais, não existi uma pequena obra romana, tudo era sempre muito, tinham a convicção de que grandeza era tamanho e não proporção, ao contrario dos gregos que utilizavam da proporção em suas construções (GLOTZ -GUSTAVE, A cidade grega, de 1928)"Não se trata de figuras geométricas, e sim de seres vivos, que só duram e só conservam a sua identidade se se modificarem de maneira profunda." O povo romano acreditva que seu poder deveria ser exibido atrvés de suas contruções, sua posição social ou cargo eram vistos por onde habitavam, não se diferencia muito dos tempos atuais, porém hoje em dia essa divisão social é um pouco menos radical.
(Vitrúvio, De Arch., VI) "Aqueles de "fortuna modesta" não necessitam de grandes e luxuosos vestíbulos, escritórios ou átrios; os que estão envolvidos com produtos do campo não necessitam de espaços luxuosos, mas de estabelecimentos adequados à conservação; aqueles cujo ofício é cobrar impostos públicos ou emprestar dinheiro devem edificar ambientes refinados e protegidos; o grupo formado por advogados e retores convém construir amplos e elegantes espaços para bem receber a clientela; já aqueles que se dedicam a magistratura devem construir "vestíbulos reais", átrios e bosques com muitos passeios "dignos à sua majestade , devem também ter boas bibliotecas, porém menos luxuosas do que as dos edifícios públicos."
Com tudo isso, não há como negar que a sociedade romana foi uma grande e evoluída civilização. Mesmo que alguns autores descordem dessa afirmação, como Winckelmann e seus discípulos, que afirmam que: "A civilização romana nunca passou de um cantão do mundo grego, uma província deserdada do helenismo, desprovida de gênio e cuja ação, vendo bem, foi mais nefasta do que útil" e mesmo que outros afirmem que Roma foi autentica, adaptando pequenas descobertas e transformando em grandes feitos. Weber não considerou a possibilidade de um período histórico conter o "germe" da época seguinte, por isto despreza o que e comum a varias ou a todas as épocas e ressalta o que e peculiar a cada uma delas. (Conceitos e Categorias de Cidade",1921). Não há como negar a majestosidade dessa sociedade ícone, assim como afirma os versos de Rutílio Namaciano:
"De diferentes nações fizeste uma só pátria;
Os maus, sob o teu domínio, aceitaram a derrota;
Proporcionando aos vencidos a partilha das tuas leis,
Fizeste uma cidade daquilo que até então era o mundo."

Hoje Roma é uma cidade como muitas outras cidades turísticas espalhadas pelo mundo, onde o antigo e o moderno convivem livremente. Já no século IX a.C sua cultura no ramo das construções já influenciava construções vizinhas. Nesse período Roma controlava boa parte da Itália central. Roma sempre foi movida pela ambição, não somente de seus governantes, mas também de seu povo. Os romanos antigos afirmavam que a arquitetura era a expressão suprema das artes, sendo assim, recebia muita atenção das autoridades locais. Mil e quinhentos anos após a queda de Roma o legado de sua engenharia ainda expira e intriga os construtores modernos. A arquitetura romana era extremamente funcional, ou seja, atendia a objetivos que ultrapassavam a beleza estética, pois cumpriam a tarefa de resolver os problemas urbanos da cidade. Com a expansão romana, a arquitetura funcional foi levada às regiões conquistadas. Para que ocorressem tais conquistas obras tiveram que ser feitas, uma delas foi a ponte que Julio César ordenou construir sobre o rio Reno.
O reinado de César foi um momento decisivo para a historia romana, a consolidação de seu poder marcou o fim da república romana governada por senadores e consoles eleitos democraticamente e o início de um império governado por tiranos. Alguns usariam o seu poder para a construção de obras maravilhosas para a engenharia e para a sociedade, porém a vaidade, o excesso e a ignorância de outros levaria a destruição do império. Apesar de tudo Roma se tornaria a civilização mais poderosa e avançada que o mundo havia visto até então. Cesar queria ir a Germânia (hoje engloba, França, Bélgica e Suíça) e atravessar o Reno, porque nenhum comandante ainda tinha conquistado esse feito. Queria ir alem do que era conhecido, atravessar um rio onde era o limite do mundo conhecido, demonstrava a ganância por poder, conquistar o único obstáculo que dificultava a chegada das tropas romanas a então terra desconhecida. Porém César era romano, e o provável e comum para ele não bastavam, poderiam ter atravessado a nado, ou ate mesmo de barco, porém a tropa de Julio César deveria marchar, nem que para isso fosse preciso inventar um novo modo de construção. Apesar da largura, grande correnteza e profundidade do rio Reno, César estava determinado. Além disso, a ponte necessitaria suportar o peso de quarenta mil soldados. Porém os soldados de César, leais e com o objetivo de conquistar o território, como uma maquina programada conseguiram com que a vegetação local, fosse transformada em grandes toras que na fundação possuíam quarenta e cinco centímetros de diâmetro, ao centro da ponte algumas chegaram a ter nove metros de comprimento para que alcançassem o leito do rio. Ao colocar as toras na diagonal deu maior estabilidade a ponte. Inclinadas, evitam que sejam derrubadas, tornando-a mais estável. Na parte mais alta do rio as toras se inclinavam contra a corrente, cada conjunto de toras era unido por uma viga de sessenta centímetros de espessura, em seguida troncos eram dispostos sobre as vigas e assentados feixes de madeiras bem amarrados. Um projeto inovador e impressionante, realizado em velocidade recorde até mesmo para a engenharia atual, toda essa grande obra sobre um rio tão íngreme foi realizada em nove dias, no décimo dia Cesar já estava a marchar sobre seu feito histórico. Ao chegar ao outro lado do rio, as tropas não encontraram ninguém, pois somente a soberania da obra assustou o inimigo, mostrando assim o poder das obras romanas. Após explorar o lugar César voltou e desmontou a ponte. Deixando a mensagem: "Roma pode ir a qualquer lugar, não há nada que possa parar Roma."
O sucessor de César seria Otávio, seu sobrinho neto que logo seria rebatizado como Augusto, sendo coroado como primeiro imperador de Roma. No governo de Augusto as estradas foram expandidas até os cantos mais distantes do império em expansão e com a estrada pavimentada era hora de construir novos destinos. As estradas que conhecemos hoje não existiam antes do império romano. Tudo isso mudou em trezentos e doze a.C quando foi construída a via Apia, a primeira auto-estrada do mundo, se estendida por duzentos e dose quilômetros da capital até a província de Campana. Para traçar a rota mais curta e direta para a costa, engenheiros romanos usaram um instrumento especial de topografia chamado: Groma, que era uma haste vertical com uma cruz em cima que era usado para alinhar dois pontos. A diferença das estradas atuais para as romanas era que eles não faziam curvas, eram estradas retas com curvas em ângulos retos, mesmo que fosse preciso atravessar colinas ou vales, por isso quando era preciso eles cortavam pelas montanhas para levar a estrada à diante. Depois que o traçado era feito, construía-se uma trincheira larga e era preenchida de pedra e areia para fortalecer a fundação, em seguida uma camada de cascalho era compactada com argila ou argamassa, por fim eram colocadas por cima pedras de pavimentação que se encaixavam, permitindo a drenagem da água. Com a construção de estradas Roma intimidava cada vez mais seus inimigos, fazendo com que pensassem duas vezes antes de contrariá-la.
Sob o governo de Augusto vemos surgir cidades no estilo romano por toda parte, com um fórum, com teatro, anfiteatros, com uma basílica, tudo que seria necessário para ser descrita como uma cidade romana. As cidades romanas eram a melhor propaganda do que eles tinham e eram. Com tudo a mesma ambição cega que nos impulsiona ao progresso pode também levar ao declínio.
Tratando-se das cidades, muitos foram os feitos e avanços tecnológicos romanos, um deles é a arquitetura "sanitária" que podemos constatar na construção da Cloaca máxima, um grande sistema de esgotos que funciona ate hoje, dois mil e quinhentos anos após a construção. Isso demonstra uma característica do urbanismo Romano a preocupação com a higiene e mais uma obra romana que a sociedade atual herdou. A cloaca era utilizada para levar os dejetos da cidade até o rio Tibre e também para drenar as áreas pantanosas entre os vilarejos de Roma. O novo Fórum construído a partir da drenagem feita pela cloaca máxima consolida a cultura em lugar central. No primeiro século da era cristã Roma era a única super potência européia. Enquanto expandiam seu império, os romanos ao mesmo tempo preocupavam-se com seu beneficio usando de seus conhecimentos técnicos para a melhoria de vida na capital.
De todos os feitos da engenharia Romana nenhum alterou tanto a vida diária como a água corrente. Na capital onze linhas de aquedutos levavam água para a capital transportando cerca de onze mil litros por dia. A partir de fontes nas montanhas a quilômetros de distância. Os aquedutos criaram uma nova cultura urbana, a limpeza e a higiene. A água dos aquedutos retirava os dejetos humanos mantendo assim a cidade limpa.
Nenhum império pode levar o mérito total pela construção dos aquedutos, levaram muitos séculos para sua construção total. Porém durante o governo de Cláudio, que teve o maior impacto sobre o abastecimento de água de Roma o império progrediu de varias formas. Na teoria os aquedutos não são complicados levam a água de um ponto mais alto até um ponto mais baixo, são apenas condutores. Porém a pratica de criar um aqueduto é bem diferente, envolve muita física e matemática. Os aquedutos foram planejados para chegar a cidade, a queda dos aquedutos tinha que ser calculada de longas distâncias, trinta, cinqüenta até sessenta quilômetros da fonte das montanhas até as cidades, tinha que ser regular independentemente do terreno. Muitos acham que os aquedutos são apenas os arcos vistos em colinas ou vales sendo essa apenas a parte elevada por muros de concreto, muros esses que se passasse de dois metros de altura eram construídos com arcos, pois poupava material e espaço, porém envolvem bem mais que isso, são cavados túneis milimetricamente calculados com ângulos perfeitos por dentro das montanhas. Os aquedutos tinham uma cobertura, mas se tirarmos a cobertura, veríamos a água como num rio.
O arco revolucionou a arquitetura antiga ao permitir vãos maiores do que antes, quando eram usadas colunas. Eles mudaram o conceito espacial da arquitetura romana.
Uma coluna de arcos de dez quilômetros levava o aqueduto através de vales até Roma. Ao chegar à cidade o aqueduto desembocava em 3 tanques de contenção, um para as fontes publicas, o outro para os banhos públicos ( outro sinal da higiene romana) e por ultimo era reservado ao imperador e outros romanos ricos que podiam pagar pela água corrente. Um conceito avançado para a época. Toda a casa romana nos séculos I e II d.C tinha água corrente, isso impressiona por que em toda a idade média não ocorreu isso.
Os construtores romanos são conhecidos pela grandiosidade e rapidez com que as suas obras eram executadas, espantada a todos, porém os engenheiros romanos tinham uma arma secreta: concreto a prova d'água. Uma mistura de areia vulcânica chamada pozolana que reagia com a cal, gerando um concreto como o atual, muito forte. Material esse que foi fundamental para o desenvolvimento da arquitetura romana. Um dos maiores feitos da engenharia romana só foi possível pela recente descoberta do concreto: O Coliseu, um grande feito da "arquitetura de entretenimento"
Vespaziano diferente de Nero que explorou o conhecimento de seus engenheiros para construções pessoais, usou os a serviço do povo. Começou drenando o lago que Nero havia construído, nos jardins de seu palácio. Em seu lugar foi construída a maior obra da engenharia Romana, um lugar do povo para o povo, chamado Anfiteatro Flávio, mas conhecido como Coliseu. A construção do coliseu teve seu inicio em sessenta e dois e foi financiada pela venda de relíquias preciosas, roubadas dos templos judaicos durante a invasão de Jerusalém. Doze mil prisioneiros judeus foram trazidos da guerra para a construção do anfiteatro, eram obrigados a arrastarem enormes pedras de uma pedreira que se localizava a trinta quilômetros de distância.
Foram usadas mais de seis mil toneladas de concreto na obra. Com a elevação da construção, eles usavam menos calcário forte e caro e optavam por materiais baratos que eram mais leves. Os romanos possuíam gruas (tipo de guindaste usado em construções muito altas) de madeira sofisticadas para elevar pedras, o que faziam com facilidade do chão ate grandes alturas.
Em apenas oito anos a estrutura imponente atingiu cinqüenta metros de altura, ofuscando todas as edificações ao redor. É a mais alta das estruturas da antiga Roma. O coliseu simbolizava o poder, a engenharia a riqueza da antiga Roma.
Os anfiteatros romanos eram basicamente uma estrutura muito simples, eram dois teatros gregos unidos. Para formar um tetro de trezentos e sessenta graus de circunferência. O coliseu estabeleceu um novo padrão em design de anfiteatros romanos. Uma rede complexa de corredores e escadas permitia a entrada e a saída de aproximadamente setenta mil espectadores em tempo recorde. Assim como nos estádios atuais, quem entrava no coliseu tinha um ingresso correspondente a um número de portão de entrada. O projeto visava controlar a multidão e dar conforto a todos, havia sento e dez fontes de água potável e dois banheiros grandes para atender a todos. O coliseu possuía até um teto retrátil, nos dias quentes uma lona era desenrolada sobre a parte superior para proteger os expectadores do sol. Ela era operada por marinheiros romanos, posicionados em torno da arcada superior do estádio. Era movido de acordo com o sol e o vento, assim o coliseu tinha "ar condicionado" e sombra
Em oitenta depois de cristo o Coliseu estava pronto, porém seu idealizador Vespaziano não viveu par ver a inauguração seu filho Tito foi quem comandou a cerimônia de inauguração. Além das tradicionais lutas o coliseu possuía um espetáculo diferente e ousado; as naumaquias. Eram feitas com homens a bordo de navios verdadeiros devidamente preparados para o show.
Seria possível desviar água de um aqueduto para o coliseu para inundar com uma profundidade rasa. Há indícios em estudos recentes sobre o coliseu, da existência de muitos canais de água que inundavam a subestrutura do coliseu. O primeiro arqueólogo moderno a explorar os canais de água abaixo do coliseu (RANIERI,Cristiano-Soprintendenza Archeologica di Roma) afirma: "os canais de água construídos abaixo do lago de Nero foram deixados intactos quando o coliseu foi construído em cima, eles poderiam ter sidos adaptados para inundar e drenar a arena". Abaixo do Coliseu ele descobre um tanque de contenção diretamente ligado a um aqueduto próximo. Ranieri acredita que a água era desviada daquele aqueduto para a arena. Ele também, encontra evidencias de dutos de drenagem conectados ao sistema de esgotos da cidade, assim levavam água da arena para o rio Tibre. Com tudo foi uma tendência passageira, logo as inundações foram abandonadas devido a uma reforma na arena. Construíram então uma nova subestrutura de dois andares abaixo da arena chamada hipogeu. Nele havia um sistema de elevadores e alçapões por onde tigres e gladiadores surgiam repentinamente do solo. Porém Roma crescia cada vez mais e a diversão não era o suficiente, outras obras tiveram que ser feitas na cidade.
No final do primeiro século da era cristã o império romano se entendia da Inglaterra ao Egito, de Portugal a Percia; cinqüenta milhões de pessoas de todas as raças e todos os idiomas eram leais a um imperador. O fórum era uma parte importante da vida romana, mas o sucesso da cidade e a pressão da população eram tamanhos que precisavam aumentá-lo de tempos em tempos. Cada imperador que assumia o império construía uma nova parte do fórum. Desde o inicio da republica o antigo fórum romano era o centro do governo, do comercio e da cultura. O fórum é importante para os romanos porque era sua praça. Ali todos se encontravam, fechavam negócios, ali discutiam política, vendiam objetos e trocavam dinheiro. Agora Trajano era o Imperador de Roma, e ele também queria deixar sua marca na história da arquitetura Romana. Resolve então encomendar seu próprio fórum, maior do que o de todos os anteriores juntos. Trajano havia conquistado bastante dinheiro em suas conquistas, porém não possuía tanto dinheiro assim, mas possuía engenheiros habilidosos. Porém Apolodoro de damasco, o homem que projetou o fórum de Trajano possuía um problema para a construção de sua majestosa obra, um terreno tão grande, onde se pudesse erguer uma edificação tão grande. Como nas construções atuais a localização é importante, se um imperador queria algo em determinado local, teria de nivelar o solo de um modo ou de outro. Para a então construção, Apolodoro ordenou aos construtores que cortassem um enorme bloco da colina. Era uma época a séculos da dinamite. Os romanos tinham que remover grande quantidade de terra e limpar a paisagem só com forças humanas. A força de dezenas de milhares de escravos trabalhando o dia todo com pás e picaretas. Metodicamente o exército de escravos escavou a rocha desfazendo trinta e oito metros de elevação e criando um terreno de mais de cinqüenta e cinco mil metros quadrados no coração de Roma.
A medida em que o imperador espanhol e o arquiteto grego refaziam a capital uma cidade de mármore era erguida. Um conjunto de mármore incrível, com bibliotecas gregas e latinas, estatuas colossais, uma enorme praça central e uma basílica de dois andares onde as leis eram feitas e os processos julgados. Esse era o composto arquitetônico do fórum de Trajano.
Ir ao fórum de Trajano seria uma experiência enorme para qualquer romano. A basílica a maior já construída na época, era revestida de mármore e inundada de luz. Ao chegar à praça olhariam ao redor e veriam a monumental estatua eqüestre de Trajano.
A peça central do fórum era uma coluna de mármore de trinta e oito metros que se erguia acima da nova construção, ao redor de sua fachada, esculturas em alto relevo contam a história da invasão da Darcia por Trajano. A altura da estatua em si possui um significado especial, essa é a mesma que a da colina Quirinal que foi removida para que o fórum fosse erguido no local. No local onde foi retirada a encosta, foi construído o mercado de Trajano, um mercado de seis andares construído na encosta da colina. O mercado funcionava como uma escora para reforçar a encosta que fora escavada, não é por acaso que a forma usada contra a encosta seja côncava, portanto mais forte assim podendo suportar o pressão da colina. O mercado continha mais de cento e cinqüenta lojas que forneciam desde calçados a obras de arte. Enquanto o fórum era um refugio para a elite da cidade o mercado fora construído como uma rua principal para as massas. A obra de Trajano foi sem duvidas mais uma conquista para a engenharia Romana. O fórum de Trajano ficou de pé por setecentos anos, a maior parte não resistiu ao terremoto no século nono. Somente uma seção sobreviveu e não deixa duvida da imponência da edificação. Porém entre todas obras romanas citadas até agora a de maior valor arquitetônico e a que se encontra em melhor estado de conservação, é o Panteão.
Adriano queria deixar sua marca em Roma. Ele queria restaurar as construções de Augusto e mostrar que poderia fazer melhor. Cento e cinqüenta anos antes o imperador Augusto havia transformado uma cidade de alvenaria em uma cidade de mármore. Adriano queria que seu legado na engenharia fosse legalmente memorável. O Panteão é sem dúvida a construção mais incrível feita pelos romanos, por quê? A rotunda!
No centro a cúpula de concreto possuía quarenta e cinco metros de altura e quarenta e cinco metros de largura sem apoio de colunas ou suportes. A cúpula de concreto do panteão seria o maior vão aberto do mundo por dezoito séculos. Hoje temos o concreto armado que suporta peso de tensão, os romanos não conheciam isso, portanto a cúpula do panteão tinha a carga distribuída uniformemente em toda a base. Muitas soluções tiveram que ser descobertas pelos engenheiros, para que o teto não desmoronasse. Primeiro eles construíram uma base solida de paredes de seis metros de espessura para agir como fundação para o teto, à medida que o teto ficara mais alto os engenheiros misturavam materiais mais leves com o cimento e aplicavam uma camada mais fina da mistura. O concreto romano como o de hoje usava agregados, normalmente pedras para formar a massa. Na cúpula do panteão os romanos usaram uma técnica de inserir nichos feitos com jarras dentro do concreto para deslocar o concreto e aliviar o peso. Para deixar o teto ainda mais leve os engenheiros moldaram alvéolos no teto que serviam para dois propósitos engenhosos, serviam como estética fazendo assim com que a superfície da cúpula pudesse ser decorada e ao mesmo tempo reduziam a quantidade de concreto. A cereja do bolo ainda estava por vir o óculo, uma cavidade de nove metros no centro do teto. O óculo elimina a tensão do teto pesado no ponto mais fraco da cúpula e ilumina o interior. Um enigma da engenharia.
Todas essas obras a seguir demonstram a grandiosidade e o potencial da engenharia/arquitetura romana. Obras essas que são criações de uma civilização que viveu a aproximadamente mil e quinhentos anos atrás e conseguiram criar tantas coisas funcionais. Usaram da arquitetura em seu maior potencial, exploraram de forma mutua todos os seus modos.
Analisando e comparando imagens, do Coliseu, dos Aquedutos Romanos, do Panteão com construções atuais, podemos observar quão grande foi e é a importância da Arquitetura Romana e quão influente ela é. Conseguimos observar o modo de vida do mundo antigo, e conhecer um pouco mais desse período histórico tão rico e tão importante para o cotidiano atual, onde muitas das praticas da sociedade atual foram originadas nesta época.
Tratando-se da arquitetura Romana, muitas são as fontes a serem consultadas, textos livros imagens. Muitos autores tratam e já trataram dessa civilização tão importante, podemos citar a obra de Pierre Grimal: La Civilisation Romaine, que conta deste as lendas de Roma até as grandes Cidades.
A arquitetura Romana suas moradias e suas formas de grandiosas construções foram sem duvida uma grande influência para o mundo arquitetônico, para isso basta consultar grandes obras da arquitetura e da história que poderemos observar a beleza e grandiosidade de tais construções. Comparando obras que conhecemos como os Arcos da Lapa que séculos depois foi construído nos mesmos padrões da época do auge do império romano utilizando a técnica construtiva do arco; isso comprova o quão eficiente e precisa era a engenharia romana; observando e analisando as nossas estradas ou até mesmo as simples ruas de paralelepípedos existentes hoje podemos perceber a presença do desenvolvimento romano, pois no século IX a.C os engenheiros romanos já utilizavam das mesmas técnicas que ainda hoje utilizamos, não com as mesmas ferramentas porém com a mesma eficiência. O uso da topografia para a construção de estradas, a fabricação de tijolos, o uso da argamassa de argila, tudo isso é prova da importância e da contribuição Romana para a arquitetura e para a engenharia. Observando o modo de construção romana, com materiais e ferramentas tão rudimentares. O modo que adaptamos e utilizamos até os dias de hoje, essas descobertas romanas, que para uma sociedade fundada aproximadamente no ano de 750 a.C, foram revolucionarias e algumas que até mesmo hoje depois de tanto tempo e pesquisa não foram entendidas.
Muitos documentários retratam a evolução de Roma não somente na arquitetura como também em sua evolução como cidade, retratando e demonstrando o que foi dito a cima.
O entretenimento e o divertimento foram as artes de Roma que o mundo moderno mais consegui copiar com precisão, afinal hoje também possuímos grandes praças, estádios monumentais até maiores do que os romanos. Porém foram eles a inspiração, como por exemplo as arenas em trezentos e sessenta graus que temos hoje. A arquitetura religiosa também conseguiu resistir ao tempo, podemos ver constantemente igrejas, templos, monumentos religiosos que são inspirados na arquitetura romana. Os fóruns ainda existem, porém hoje com finalidades diferentes, abrigando somente o civismo, o ponto de encontro da população e do comércio em grande escala hoje é chamado de "shopping".
Quando falamos da ponte de César, ou das estradas de Augusto se trata da engenharia/arquitetura funcional ou urbanista. Quem nunca utilizou uma estrada ou uma ponte? Os aquedutos, termas e as redes de esgoto. Água corrente em casa, mesmo que sua residência fosse longe do rio sem o uso de bombas, ter o esgoto de sua casa coletado corretamente, são atos básicos que até hoje em muitas cidades do Brasil não acontece, por falta do uso da engenharia sanitária. Essa é uma parte da cultura romana em que deveríamos copiar.
Às vezes quando falo da civilização romana, tenho a impressão de que estou tratando de uma civilização futura, e não de uma civilização passada. Muitas das coisas que os romanos faziam naquela época só conseguimos reproduzir quando desenvolvemos novas técnicas, não conseguiríamos construir uma cúpula como a do Panteão, nem remover uma encosta sem equipamentos mecanizados. Com as mesmas ferramentas que eles, não conseguiríamos fazer nada daquilo. No entanto quando se trata de engenharia arquitetura nada é impossível para Roma. As estruturas majestosas que deixaram são prova não só do poder de uma civilização, mas do potencial ilimitado da humanidade.





Bibliografia

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