ARQUITETURA DE OBSERVATÓRIOS ASTRONÔMICOS NO BRASIL

June 2, 2017 | Autor: Luana Gomes | Categoria: Architectural History, Architectural Design, Astronomical Observatories
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ARQUITETURA DE OBSERVATÓRIOS ASTRONÔMICOS NO BRASIL ALUNA: LUANA DO VALE GOMES ORIENTADORA: PROFª DRª CLAUDIA VIRGINIA STINCO APOIO: PIBIC Mackenzie

RESUMO A arquitetura dos observatórios no Ocidente possui debate antigo, remontando ao século XVII. Os observatórios astronômicos já fizeram parte dos ideais progressistas dos países, tendo como objetivo ampliar a produção de conhecimento que pudesse servir às ciências e à sociedade, provendo serviços tais como observações astronômicas, hora certa, meteorologia, observações geofísicas, divulgação científica, dentre outros. Embora seja possível notar um maior número de trabalhos referentes ao desenvolvimento e à história da astronomia no Brasil e no mundo, a arquitetura deste tipo de edificações tem sido pouco estudada. Há uma satisfatória amostra deste tipo de construção no Brasil que possui condição de ser devidamente analisada, tomando como principal caminho sua análise tipológica e seu desenvolvimento histórico, que está diretamente ligada aos interesses políticos e econômicos do país. Considerando esta importância, as tipologias arquitetônicas dos observatórios brasileiros são analisadas – desde o Brasil Colônia até o período atual, a partir de dezenove observatórios públicos ou universitários selecionados – identificando o que as condiciona em seu tipo com base na análise de estilo arquitetônico, disposição de espaços, localização, tamanho e desenvolvimento dos equipamentos de observação, dentre outras caraterísticas passíveis de análise e influência na forma arquitetônica, associado ao momento histórico corrente durante a construção destes edifícios. Palavras-chave: Arquitetura (História); observatórios astronômicos (projetos de arquitetura); Arquitetura (Brasil).

ABSTRACT The architecture of observatories in Occident has old debate, going back to the seventeenth century. The astronomical observatories have been part of the progressive ideals of the countries, in order to expand the knowledge production that could serve science and society by providing services such as astronomical observations, time, weather forecast, geophysical observations, scientific divulgation, and others. Although it is possible to see a greater number of works related to the development and history of astronomy in Brazil and worldwide, the architecture of such buildings has been rarely studied. There is a satisfactory sample of this 1

type of construction in Brazil that has condition to be properly analysed, taking as their main way the typological analysis and its historical development, which is directly linked to the country’s political and economic interests. Considering this importance, the architectural typology of Brazilian observatories are analysed - from colonial Brazil to the current period, from nineteen public and university selected observatories - identifying what determines it in its type considering the architectural style of analysis, layout space, location, size and development of observation equipment, and other features able to analyse and influence the architectural form, combined with the current history period during the construction of these buildings. Key-words: Architecture (History); astronomical observatories (architectural design); Architecture (Brazil).

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INTRODUÇÃO Edificações com intuito astronômico têm sido realizadas desde a antiguidade, em diversos locais do planeta. No Brasil, a jornada na observação astronômica iniciou enquanto o país ainda era colônia - durante a invasão holandesa no Nordeste – constituindo-se assim em berço da astronomia nas Américas. O interesse na astronomia ressurgiu após a Independência do Brasil e da fundação do Observatório Nacional (Rio de Janeiro, 1827) o que alavancou a construção de novos observatórios no país. Embora esse tipo de arquitetura possua um caráter marcante – definido por sua função - e que, aparentemente, parece não sofrer grandes alterações no tempo, existem poucos estudos sobre a mesma, sendo escassa a produção bibliográfica sobre o tema e, quando existente, tratada sem profundidade. Com isso, observa-se a necessidade de ampliar e atualizar o conhecimento acadêmico no campo da arquitetura nesta temática, visando possibilitar melhores fontes e bases de estudo para o desenvolvimento de novas pesquisas na área. A arquitetura para fins astronômicos não é um tema novo. Já no século XVII, o polímata espanhol Joannes Caramuel de Lobkowitz (1606-82) buscou definir uma “arquitetura astronômica” como sendo aquela que brinda ao arquiteto o conhecimento necessário para projetar observatórios apropriados ao trabalho do astrônomo. Segundo Morales (2012): Throughout Caramuel’s treatise, the universe is claimed to be the work of God, from whom the architect can learn the principles used in its creation and apply them to his own works. […] This difference notwithstanding, Caramuel conceives of Astronomical Architecture as the art in which astronomy and architecture converge. […] Astronomical Architecture gives the architect the necessary knowledge for the construction of buildings appropriate for astronomers, through which they can study and learn the work of God. (MORALES, 2012, p. 285)

De acordo com Morales (2012 apud LOBKOWITZ, 1679) essa é uma nova ciência, preocupada com a construção de edificações de modo que possam ser utilizadas para observações astronômicas. Mas, se o contexto europeu conserva testemunhos dessas “arquiteturas astronômicas” construídas ao longo de muitos séculos, no caso brasileiro são poucas as contribuições, ao menos até o início do século XIX. Como se verá, somente a partir de meados do século passado observa-se um aumento de investimentos e crescimento de infraestrutura relacionada à observação astronômica no país, gerando um aumento de observatórios profissionais e amadores construídos, ampliando assim o campo de atuação para arquitetos.

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Nesse sentido, o presente trabalho de pesquisa intentou diminuir a escassez de dados existentes ao buscar elencar e analisar projetos e obras de interesse arquitetônico no Brasil, especialmente dos observatórios oficiais municipais e universitários, edificados desde o Brasil Colônia até o presente momento. Também busca ampliar o conhecimento acadêmico acerca do tema e auxiliar na melhoria da qualidade espacial de observatórios astronômicos, podendo servir como base para aprofundamento sobre o tema. A partir do levantamento de dados sobre 19 observatórios brasileiros – selecionados por serem universitários e municipais (tendo em vista que são os utilizados para observações oficiais) e por terem gentilmente disponibilizado material para este estudo – foi possível realizar uma série de conclusões a respeito do que poderia influenciar a tipologia arquitetônica e a implantação desses edifícios. Em ordem cronológica de aparição, são eles: 1) Observatório no telhado da residência do Conde de Nassau, Recife, 1633; 2) Observatório da Torre Malakoff, Recife, 1855; 3) Observatório do Valongo, Rio de Janeiro, 1881; 4) Observatório Astronômico da UFRGS, Porto Alegre, 1908; 5) Observatório do MAST, Rio de Janeiro, 1921 6) Observatório Astronômico da Escola de Minas, Ouro Preto, 1926; 7) Observatório do Parque CIENTEC (edifício 8), São Paulo, 1942; 8) Observatório Astronômico da UEPG, Ponta Grossa, 1958; 9) Observatório Abrahão de Moraes, Valinhos, 1972; 10) Observatório Municipal de Americana, Americana, 1985; 11) Observatório Dietrich Schiel, São Paulo, 1986; 12) Observatório Municipal de Diadema, Diadema, 1992; 13) Observatório Municipal de Piracicaba, Piracicaba, 1992; 14) Rádio Observatório Espacial do Nordeste, Tupuiu, 1993; 15) Observatório Astronômico Anwar Damha, Presidente Prudente, 2003; 16) Observatório Astronômico da UFSC, Florianópolis, 2005; 17) Observatório Astronômico da UnB, Brasília 2006; 18) Observatório do Parque Tecnológico de Itaipu, Itaipu, 2009; 19) Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica, Itacuruba, 2010.

REFERENCIAL TEÓRICO A pesquisa explorou a um tema pouco estudado na Arquitetura e, portanto, poucos são os trabalhos acadêmicos que se dedicam exclusivamente a ele, de acordo com a revisão bibliográfica realizada para esta pesquisa. 4

Para elaboração do panorama histórico dos observatórios construídos no ocidente, foi necessário buscar um trabalho de caráter mais histórico que analítico. Foi encontrado o “Thematic Study on Astronomical Heritage”, de Cotte e Ruggles et. al. (2010). A explanação se inicia com a civilização humana realizando observações astronômicas com objetivos diversos - como religiosos, científicos, contagem temporal, dentre outros. Este trabalho é um estudo colaborativo a respeito da herança constituída pelos estudos em astronomia em todas as regiões do mundo, organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e pela International Astronomical Union (IAU), e que apresenta os esforços globais para sua manutenção (templos com objetivos astronômicos, observatórios propriamente ditos, construções ao ar livre, etc), elencando, detalhando em fotos e relatando a história desses fatos arquitetônicos. Outra importante fonte de informações, utilizada para a elaboração de um quadro histórico dos observatórios construídos no Brasil, foi o trabalho de Matsuura (2010), que esclarece os acontecimentos em torno da chegada dos holandeses no nordeste brasileiro em 1624 e que levaram a cidade de Recife (PE) a ser considerada o berço da astronomia nas Américas, abrigando o primeiro observatório astronômico do continente. Também importante para a elaboração deste quadro histórico é o livro de Rodrigues (2012), que esclarece a história da instituição Observatório Nacional, considerada a mais importante instituição de observações astronômicas e magnéticas no Brasil, desde sua fundação, em 1827, até os dias atuais. Waumans (2013), arquiteto belga e mestre em Arquitetura pela Universidade Técnica de Delft (Países Baixos) realiza, em sua dissertação de mestrado, um estudo da história e evolução da tipologia arquitetônica dos observatórios astronômicos a partir da seleção de 107 observatórios localizados principalmente no hemisfério norte (América do Norte e Europa Ocidental). O autor os classifica em quatro categorias - amadores, particulares, universitários e antigos. O arquiteto belga faz uma análise de espaços arquitetônicos fechados, onde observações astronômicas podem ser feitas a partir da Terra, espaços estes equipados com telescópios óticos desenvolvidos na Europa. A análise é realizada a partir das variações arquitetônicas identificadas em observatórios edificados desde 1579. O autor adota o conceito de tipo introduzido na arquitetura por Quatremére de Quincy (1825) – e de tipologia de Argan (1963), para análise das edificações selecionadas. O autor elabora diversos diagramas, mapas, tabelas e gráficos que elucidam e descrevem sua análise e conclusões, realizando, por fim, estudos de caso de dois observatórios exemplificando suas conclusões. Sendo assim, o trabalho de Waumans tornou-se uma 5

importante base para esta pesquisa, em termos de estruturação da análise tipológica dos observatórios astronômicos, baseada em sua localização, tipo de telescópio que abriga, período histórico no qual foram construídos, dentre outros fatores que podem influenciar a arquitetura própria de cada objeto arquitetônico.

MÉTODO A pesquisa iniciou-se com uma revisão da bibliografia preliminar e ampliação da mesma - via repositórios online de universidades, compra de livros impressos, periódicos, revistas ou verificação em bibliotecas públicas e universitárias. A bibliografia adotada foi separada e fichada e, com isso, foi possível perceber que, embora haja poucos trabalhos específicos a respeito do tema, os localizados foram bem elaborados e levaram a novas possibilidades de desenvolver este trabalho. Após a análise destas referências selecionadas, iniciou-se a seleção dos observatórios do nosso país e mundo afora, os quais foram devidamente compilados e organizados em linha cronológica de inauguração ou construção. Ao pesquisarmos mais profundamente a importância arquitetônica de todos estes observatórios, notamos que, além de obtermos uma quantidade de observatórios brasileiros satisfatória para a pesquisa, muitos deles resultaram interessantes para a elaboração da análise tipológica pretendida. Após análise da primeira amostragem – que inicialmente contava também com observatórios amadores – nos ocupamos apenas dos observatórios brasileiros e recortamos, como os mais interessantes para este trabalho, os que fossem municipais ou universitários, e que pudessem nos fornecer dados para as análises tipológicas pretendidas. Posteriormente, em contato com sites oficiais dos observatórios selecionados, os responsáveis foram contatados para obter desenhos arquitetônicos e fichas técnicas. Foi realizada a análise tipológica dos observatórios selecionados baseando-nos nos conceitos tipológicos contidos na dissertação de mestrado de Waumans (2013). Após obtenção dos dados de grande parte dos objetos selecionados, realizaram-se análises a respeito dos edifícios e suas possíveis relações entre ano de inauguração, forma, função, localização e demais características que possam estar ligadas ou influenciar, de algum modo, a forma dos observatórios.

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1. Panorama histórico do observatório no Ocidente Segundo Rappenglück (2010) a pesquisa interdisciplinar reforçou a evidência de que, durante a pré-história, as pessoas observavam certos fenômenos celestes e desenvolviam calendários básicos, dentre outros instrumentos que auxiliavam na vida cotidiana, até respostas para indagações filosófico-religiosas. Com o passar do tempo e com o desenvolvimento da sociedade, as necessidades foram crescendo e se multiplicando, o que modificou os objetivos das observações astronômicas realizadas. Para melhor compreensão da história da astronomia no Ocidente, McCluskey (2010) a divide em quatro tradições: mundo clássico (Grécia Antiga, período helenístico e Roma); astronomia árabe e islâmica; astronomia medieval; e a astronomia moderna, (Renascença até meados do século XX). De acordo com Nicolaidis, Magli e Ruggles (2010), o desenvolvimento da astronomia e da matemática na Grécia antiga resultou dos esforços dos filósofos clássicos para demonstrar a regularidade dos movimentos dos corpos celestes. Eles consideravam a sua astronomia como a busca "científica" da verdade, para ser diferenciada do uso "comum" da astronomia, a qual era muito utilizada por administradores e fazendeiros para elaboração de calendários. Já na astronomia islâmica, pode-se notar que seus principais avanços ocorreram entre os séculos IX e XV. Heidarzadeh (2010) afirma que, durante este período, estudiosos muçulmanos se familiarizaram com as tradições astronômicas indo-persas, modelos planetários ptolomaicos, melhores técnicas contabilísticas e observacionais, estabeleceram observatórios de grande tamanho, conceberam instrumentos de observação cada vez mais precisos e, finalmente, desenvolveram vários modelos planetários não-ptolomaicos para fazer o estudo dos movimentos dos corpos celestes de modo mais compatível com a cosmologia aristotélica. O conhecimento produzido pelos árabes foi compartilhado com os europeus, especialmente durante o Renascimento, contribuindo amplamente para o avanço das observações astronômicas no Ocidente. Durante a Idade Média, o interesse astronômico dos construtores estava diretamente ligado à religião dominante na Europa (nas catedrais católicas) e, geralmente, eram relógios de sol ou edificações projetadas para que o sol iluminasse determinado local no interior em determinada data ou horário. Segundo Waumans (2013), depois do reflorescimento da astronomia, que ocorreu durante a Renascença científica na Europa, passaram-se quase três séculos antes que uma tipologia clara de observatório pudesse ser notada. Nos primeiros anos da astronomia moderna, a maioria das observações dos astros eram feitas em salas comuns, e havia apenas

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aproximadamente um observatório por país na Europa, que geralmente eram construídos por reis, ordens religiosas, universidades ou por instituições privadas. Durante a segunda metade do século XVI, as posições dos astros eram determinadas por observações a olho nu, utilizando-se de instrumentos como quadrantes ou sextantes. Cotte, Fauque e Ruggles (2010) afirmam que os primeiros grandes observatórios astronômicos voltados a estudos científicos no Ocidente foram construídos por volta do século XVII e eram financiados pelos poderosos reinos europeus, utilizando os novos avanços tecnológicos da área e trazendo cientistas de toda a Europa. Neste período a observação astronômica era crucial para prover melhorias nas navegações transoceânicas, agrimensura, localizações geográficas, dentre outros. Uma vez que os observatórios se aprimoraram no começo do século XIX, segundo Waumans (2013), também ganharam popularidade e apareceram em quase todas as cidades significantes na Europa. A construção desses edifícios acelerou naquele século criando uma considerável rede de estudos astronômicos e causando uma dispersão significativa de edifícios modernos em todo o mundo. Entre 1830 e 1840, a arquitetura amplamente conhecida e icônica do observatório-cúpula surgiu e continua como símbolo da arquitetura astronômica. Ainda no século XIX - com a introdução da astrofísica em universidades - cidades e astrônomos amadores precisavam de observatórios, os quais começaram a ser construídos em abundância. Os telescópios cresceram em tamanho, requerendo espaços maiores que os abrigassem. No século XX houve um decréscimo na construção desses edifícios, que foi acentuado pelas guerras mundiais e pela crise econômica de 1929. Depois de 1945, a maioria das instituições passaram a compartilhar telescópios, reduzindo seus custos de construção e manutenção, prática essa que continua sendo adotada pelos países que possuem interesse na observação astronômica. Uma importante construção do início do século XX, que pode ser citada como o melhor exemplo da bem-sucedida relação arquitetura-astronomia, é a Torre Einstein (atualmente Instituto Astrofísico de Potsdam), na Alemanha, projetada pelo arquiteto Erich Mendelsohn (1887-1953) e construída entre 1920 e 1924. De acordo com Wolfschmidt e Cotte (2010), este observatório é considerado uma obra-prima da arquitetura moderna na Alemanha.

2. Panorama Histórico dos observatórios astronômicos no Brasil A observação astronômica com fins científicos no Brasil iniciou-se no período colonial durante a dominação holandesa no nordeste do país. Segundo Matsuura (2010), o conde Maurício de 8

Nassau - responsável por administrar as conquistas holandesas em solo brasileiro - trouxe consigo artistas, astrônomos, botânicos, médicos, entre outros. Estes profissionais eram mantidos sob sua custódia, e recebiam infraestrutura para o desenvolvimento de suas atividades científicas como um todo. Com Jorge Marcgrave (1610-1644), astrônomo alemão da corte de Nassau, não foi diferente: em 1639 foi inaugurado, sobre o telhado da primeira residência do Conde, um observatório para que ele pudesse realizar suas observações, caracterizando a cidade de Recife como berço da astronomia nas Américas e dando ao Brasil pioneirismo na observação astronômica no continente. Infelizmente, esse exemplar desabou no ano de 1640, seis meses após sua inauguração. Há uma lacuna de mais de duzentos anos antes que novos observatórios voltassem a ser construídos. Somente em 1827, com a fundação do Instituto Observatório Nacional no Rio de Janeiro, o país voltaria a se inserir nessa área do conhecimento científico. De acordo com Rodrigues (2012), o surgimento de instituições similares ao Observatório Nacional foi notado em muitos países da América Latina durante o século XIX com o mesmo objetivo: a preocupação dos governos da época em institucionalizar e cultivar o amplo conjunto de conhecimentos das ciências da natureza e da aspiração de um ideal superior de cultura. Porém, foi apenas no século XX que o número de observatórios brasileiros cresceu, situação notada por Rodrigues (2012), que relaciona esse incremento às transformações ocorridas no Brasil a partir dos anos 1950 – como o aumento dos processos de industrialização e urbanização, bem como a criação de cursos universitários voltados à ciência e incentivos nessa área – fatores que permitiram o estabelecimento de uma comunidade científica mais sólida e inserir de fato o país na esfera da astronomia moderna. Conforme a tecnologia de observação astronômica foi sendo aprimorada, os equipamentos se tornaram mais sensíveis e mais caros, fazendo com que surgissem parcerias internacionais para a operação de grandes telescópios. Rodrigues (2012) relata que, na década de 1990, o Brasil aderiu aos consórcios Gemini e Southern Astrophysical Research Telescope (SOAR) para realizar observações em locais privilegiados (como o Chile), passando a compartilhar o tempo de uso desses telescópios com a comunidade científica dos países parceiros. Atualmente, o país encontra-se inserido no European Southern Observatory (ESO), organização intergovernamental de ciência e tecnologia cujo foco é a concepção, construção e uso de observatórios astronômicos terrestres de ponta, além de promover organização e cooperação na observação astronômica entre países. Na mesma área também há projetos puramente nacionais, como o Projeto IMPACTON ON/MCTI, iniciativa do Observatório Nacional, cujo objetivo é operar um observatório 9

dedicado à pesquisa de pequenos corpos no Sistema Solar que estejam em risco de colisão com a Terra.

3. Tipologia 3.1. Definição Segundo Waumans (2013), os tipos em arquitetura são ambíguos, não havendo uma definição geral clara e aceita de tipo e não tão raramente surgem contradições. Para este trabalho, será utilizada a definição de Rossi (1966): O tipo vai se constituindo, pois, de acordo com as necessidades e com as aspirações de beleza; único mas variadíssimo em sociedades diferentes, ele está ligado à forma e ao modo de vida. [...] Tratadistas como Milizia nunca definem o tipo, mas afirmações como a seguinte podem ser incluídas nesse conceito: “A comodidade de qualquer edifício compreende três objetos principais, que são: 1. A sua situação; 2. A sua forma; 3. A distribuição de suas partes”. Penso, pois no conceito de tipo como algo permanente e complexo, um enunciado lógico que está antes da forma que a constitui. (ROSSI, 1966, p. 25)

O principal foco será na configuração formal aparente destas edificações, sua localização e seu estilo arquitetônico ou movimento estético ao qual a edificação estudada pertence.

3.2. Implantação e localização É necessário, como ressalta Waumans (2013), que a localização do observatório seja escolhida cuidadosamente. É possível perceber que a maioria dos edifícios estudados estão inseridos em terrenos com arborização em seu entorno ou em locais de relevo mais alto. Como os instrumentos de observação são sensíveis, A procura dos astrônomos por locais adequados para realizar suas observações do cosmos se intensificou no século XIX. Ainda segundo Waumans (2013), esses lugares eram caracterizados por brindar céus escuros, muitas noites de céu limpo por ano e ar seco. Estas características são mais facilmente encontradas em locais de relevo elevado. “If the theory of making telescopes could at length be fully brought into practice, yet there would be certain bounds beyond which telescopes could not perform. For the air through which we look upon the stars, is in a perpetual tremor; as may be seen by the tremulous motion of shadows cast from high towers, and by the twinkling of the fix’d stars. But these stars do not twinkle when viewed through telescopes which have large apertures. [...] Telescopes

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[...] cannot be so formed as to take away that confusion of the rays which arises from the tremors of the atmosphere. The only remedy is a most serene and quiet air, such as may perhaps be found on the tops of the highest mountains above the grosser clouds. (WAUMANS 2013, p. 69 apud NEWTON 1730, p. 98-9)

A vegetação pode funcionar como amortecedora de impactos e diminuidora de temperatura, o que faz com que muitos observatórios sejam localizados em parques ou em jardins botânicos. A verticalidade de alguns deles também pode ser explicada pela relação da diminuição da temperatura com a altura do telescópio ou com a vantagem da altura sobre os demais edifícios urbanos, desobstruindo o campo de observação.

Figura 1 - Mapa de situação dos observatórios selecionados no Brasil. Fonte: desenvolvido pela autora.

Como podemos notar no mapa de situação dos observatórios estudados (Figura 1), embora a região sudeste não se enquadre perfeitamente nas características naturais necessárias descritas por Waumans (2013) para implantação de observatórios, é a região que mais possui estas edificações instaladas e em funcionamento. Isso pode ser explicado devido à alta concentração econômica da região (o que aumenta o financiamento na construção e manutenção) e elevado número de universidades e centros de pesquisas - lembrando que muitos desses observatórios possuem programas de divulgação científica.

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QUADRO DE OBSERVATÓRIOS ASTRONÔMICOS NO BRASIL OBRA

DATA

LOCAL

TIPO

1.Observatório no telhado da residência do Conde de Nassau

1633-34

Centro histórico de Recife/PE

Torre

2.Observatório da Torre Malakoff

1855

Centro histórico de Recife, PE

Torre

3.Observatório do Valongo

1881

Centro do Rio de Janeiro, RJ

Cúpula central

4.Observatório Astronômico da UFRGS

1908

Centro de Porto Alegre, RG

Torre

5.Observatório do MAST

1921

Implantado em área arborizada (MAST) no Rio de Janeiro, RJ

Exceção

6.Observatório Astronômico da Escola de Minas

1926

Centro histórico de Ouro Preto, na UFOP, MG

Cúpulas descentrali zadas

7.Observatório do Parque CIENTEC (edifício 8)

1942

No Parque CIENTEC, São Paulo, SP

Divisão quente/frio

8.Observatório Astronômico da UEPG

1958

Implantado em parque, Ponta Grossa, PR.

Divisão quente/frio

9.Observatório Abrahão de Moraes

1972

Em parque, Valinhos, SP

Torre

10.Observatório Municipal de Americana

1985

No Jardim Botânico de Americana, SP

Cúpula central

ILUSTRAÇÕES

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11.Observatório Dietrich Schiel

1986

Cidade Universitária da USP (arborizada), São Paulo, SP

Cúpula central

12.Observatório Municipal de Diadema

1992

Centro da Cidade de Diadema, SP

Torre

13.Observatório Municipal de Piracicaba

1992

Piracicaba, SP

Cúpula central

14.Rádio Observatório Espacial do Nordeste – ROEN

1993

Na Caatinga, Tupuiu, CE

Exceção

15.Observatório Astronômico Anwar Damha

2003

Presidente Prudente, SP.

Cúpulas descentrali zadas Em parque

16.Observatório Astronômico da UFSC

2005

Cidade universitária, Santa Catarina, SC

Cúpula central

17.Observatório Astronômico da Universidade de Brasília

2006

Em Parque, Brasília

Cúpula central

18.Observatório do Parque Tecnológico de Itaipu

2009

Parque Tecnológico de Itaipu, Itaipu, PR

Cúpulas descentrali zadas

19.Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica

2010

Caatinga, Itacuruba, PE

Divisão quente/frio

Tabela 1 - Quadro de observatórios selecionados para estudo

Por outro lado, há um interesse crescente na construção de observatórios no semiárido, tendo em vista o surto de crescimento econômico no Nordeste, o que pode atrair instituições 13

públicas ou organizações privadas para o financiamento e manutenção destes edifícios nesta região. Em 2010 foi inaugurado o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI), presente entre os edifícios estudados (Tabela 1) e, em 2014 o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e o Observatório Nacional firmaram um acordo técnico-científico visando o desenvolvimento de ações de divulgação científica e tecnológica na região.

3.3. Forma Praticamente todos os edifícios estudados possuem cúpula, forma arquitetônica típica do observatório astronômico segundo Waumans (2013). A cúpula é o resultado geométrico mais lógico ao encapsular o telescópio, pois este passa a ter liberdade rotacional em dois eixos. Apenas quando não são realizadas observações óticas - como é o caso do Rádio Observatório Espacial do Nordeste (ROEN), mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie - nota-se ausência total de cúpula. Outro observatório estudado que não possui cúpula é o Observatório no Telhado da Residência do Conde de Nassau (ver tabela 1), que se localizava em Recife. Embora seja possível identificá-lo como uma torre, tendo em vista que era uma construção sobre um telhado justamente com o objetivo de adquirir altura sobre as demais construções urbanas que pudessem obstruir seu campo de visão, ele não possui uma cúpula e sim um telhado, já que no século XVII as observações ainda eram realizadas à olho nu, com o auxílio de um quadrante ou sextante. O observatório em questão possui o formato básico necessário para abrigar o quadrante utilizado por Jorge Marcgrave nas observações astronômicas que realizou em Recife. Segundo Matsuura (2010) não é possível afirmar como era o observatório pois a descrição existente nos manuscritos da época pode ser tanto do observatório já construído como apenas do projeto. Segundo Waumans (2013 apud MÜLLER, 1992) o arquiteto alemão Müller é o único que define claramente tipos de conjuntos arquitetônicos de observatórios, embora o faça atentando muito mais à sua aparência do que à funcionalidade das edificações, o que, por vezes, conduz a classificações de difícil compreensão por falta de exemplos.

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Figura 2 - Representação gráfica dos diferentes conjuntos arquitetônicos de observatórios proposta por Waumans (2013). Fonte: WAUMANS, 2013, p. 110.

Portanto, Waumans (2013) realiza um quadro sintético, a partir da síntese gráfica dos mais variados tipos de observatórios existentes, buscando justamente facilitar o entendimento das relações entre áreas funcionais notáveis nas plantas dos edifícios (Figura 2). O autor define cada um dos tipos que propõe. No tipo “torre” o edifício deve contar com sala de observação para instrumentos portáteis, ser unicelular, podendo ser uma composição adicionada a alguma estrutura ou edificação ou ser uma edificação alta ou em formato de torre. No caso da “cúpula central” já há funções incorporadas ao programa arquitetônico (como biblioteca, sala de aula, escritórios, dentre outros), há diferenciação espacial no programa, a parte central do edifício possui alas laterais, e o telescópio se localiza em uma base que pode se mover para o piso térreo. As mesmas características do modelo de telescópio centralizado são mantidas no caso do tipo “cúpulas decentralizadas”, porém verifica-se a existência de dois telescópios ou salas de observação; esse tipo também pode partir da dificuldade de abrigar um telescópio muito grande em posição centralizada no edifício. No caso da possibilidade de conflito interno das funções necessárias no observatório (como escritórios, habitação, etc.) com os instrumentos de observação, é comum notar a “divisão completa” – sendo este também o nome do tipo em questão - onde cada função está alojada em edificações separadas. Após o crescimento dos instrumentos de observação, o edifício aumentou em tamanho possibilitando abrigar na cúpula as demais funções necessárias no observatório, embora neste caso haja total cisão do programa referente ao conforto do 15

cientista, sendo este o chamado “funções na cúpula”. Com a introdução da sala de controle, após as observações passarem a ser computadorizadas, o conforto não foi negligenciado do programa, e os instrumentos passaram a ser alojados em uma parte do edifício enquanto todas as demais funções que possam dificultar a observação ficam alojadas em outra parte do edifício, dando origem ao tipo “divisão quente/frio”. Há também os casos que não se repetem de modo uniforme ou frequente de modo a formar um tipo, fazendo com que o autor também tenha deixado claro a existência de exceções, que são constatadas em casos de observatórios muito pequenos, com layout descentralizado, dentre outros.

4. Evolução do Observatório no Brasil Como já mencionado, a maioria dos edifícios estudados possui cúpula, arquitetura icônica do observatório astronômico. Há algumas mudanças no tipo que podem ser notadas a partir da evolução dos equipamentos de observação, como no caso do Observatório no Telhado da Residência do Conde Maurício de Nassau (Recife, 1639) e o Observatório da Torre Malakoff (Recife, 1855). No primeiro, a estrutura em forma de torre é suficiente para abrigar apenas o quadrante, instrumento utilizado na época para observações astronômicas, sem anexos de outro tipo; já no segundo nota-se que, além da sala de observação, há outros pavimentos nos quais são abrigadas outras funções (no caso específico deste edifício, materiais e equipamentos do Arsenal da Marinha do Recife). Ainda na Torre Malakoff a cúpula de aço é giratória e encapsula um telescópio ótico – cujo uso nas observações astronômicas se tornou comum durante o século XVII. No tempo transcorrido entre a construção desses dois observatórios houve a ampliação do uso do telescópio ótico, fator que influenciou a tipologia dos observatórios no Ocidente, incluindo o uso da cúpula giratória. No início do século XX, com o aumento da urbanização, a poluição luminosa passou a afetar as observações, o que fez com que muitos observatórios se transferissem ou passassem a ser implantados em parques, se misturassem a jardins botânicos ou cidades universitárias – locais nos quais a poluição luminosa é menor e os impactos são reduzidos pela vegetação. Dentre as edificações selecionadas para este estudo podemos perceber esta mudança a partir da inauguração, em 1921, do Observatório Astronômico do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) no Rio de Janeiro que é implantado em área arborizada. Um exemplo de transferência de observatório para lugares protegidos da poluição luminosa é o caso do Observatório do Parque de Ciência e Tecnologia da USP, inaugurado em 1942, que se localizava na Avenida Paulista. Ele foi transferido para um local mais afastado da cidade 16

para o que atualmente se chama Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI), no qual estão localizados o Parque de Ciência e Tecnologia da USP (CIENTEC), o Zoológico de São Paulo e o Jardim Botânico de São Paulo - pois, além da poluição luminosa crescente que afetava as observações astronômicas, a passagem dos automóveis prejudicava as observações geofísicas. Aparentemente, os demais observatórios já foram implantados em locais cuidadosamente escolhidos, tendo em vista esses novos fatores urbanos. Isso possibilitou maior variedade tipológica, considerando que não mais necessitavam estar erigidos sobre torres para superar a altura dos edifícios vizinhos na cidade, que antes obstaculizavam seu campo de visão, surgindo assim observatórios com cúpulas descentralizadas, em separação quente/frio, cúpula central e exceções tipológicas. Também é importante ressaltar que, como afirma Rossi (1966), a noção de estética e de beleza de um povo ou local também fazem parte da questão tipológica. Ao longo do tempo, foi possível perceber que estes edifícios adotaram os estilos arquitetônicos referentes à sua época e local. O Observatório no Telhado da Residência do Conde de Nassau segue o padrão da arquitetura colonial, comum no Brasil no período de sua construção; já a Torre Malakoff é, segundo Bevilacqua (2013), uma réplica de uma torre russa de igual nome. O Observatório Astronômico da UFRGS surgiu no ápice do movimento Art-Nouveau em Porto Alegre e possui, como afirma Bevilacqua (2013 apud LEITE, 1986), um balanço estético de evidente influência da arquitetura belga contemporânea. O Observatório do Parque CIENTEC, projeto desenvolvido pelo engenheiro Alypio Leme de Oliveira, foi desenhado de acordo com o estilo Art-Déco segundo Massambani e Mantovani (2003). Analisando as imagens que constam na lista de edifícios estudados (tabela 1) é possível notar que, a partir do Observatório da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), inaugurado em 1958, o estilo arquitetônico muda bastante, assumindo um caráter menos ornamental – o international style em oposição ao eclético do período anterior – e, recentemente, mais contemporâneo, cumprindo apenas as funções exigidas para exercer as atividades às quais o edifício se destina.

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CONCLUSÃO/ CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo buscou elencar alguns pontos interessantes e pouco conhecidos sobre a arquitetura de observatórios no Brasil. Pretendeu-se realizar análises tipológica e estética de 19 edificações desse tipo, bem como apresentar os fatores que condicionaram seu aparecimento em território brasileiro, as relações de forma e estética com o tempo e o espaço. As pretendidas análises foram satisfatoriamente realizadas a partir dos edifícios selecionados para estudo, demonstrando que a evolução do tipo dessas edificações está diretamente ligada à sua localização e às mudanças socioeconômicas e históricas (como a urbanização) bem como ao movimento artístico corrente no momento de construção de cada edificação em particular. O objetivo inicial da pesquisa era contribuir para a lacuna existente na bibliografia referente à arquitetura dessas edificações em nosso país. Buscou-se compilar dados sobre observatórios municipais e universitários e elucidar informações a respeito da história dessas edificações, visando servir como base para futuras pesquisas acadêmicas ou profissionais que busquem maiores conhecimentos nesta área específica da produção arquitetônica.

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