Arte da Terra, Educação pela Vida e Cultura da Sustentabilidade

July 6, 2017 | Autor: F. Castelo Branco... | Categoria: Arte E Cultura
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA- PROPGPq PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO – PROEX CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO EM EDUCAÇÃO E PERMACULTURA PARA A SUSTENTABILIDADE NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.

Felipe Gregório Castelo Branco Alves

TÍTULO: ARTE DA TERRA, EDUCAÇÃO PELA VIDA E CULTURA DA SUSTENTABILIDAE

Fortaleza-Ce 2013

1

Felipe Gregório Castelo Branco Alves

Arte da Terra, Educação pela Vida e Cultura da Sustentabilidade

Monografia apresentada a Coordenação do Curso de Especialização em Educação e Permacultura para

a

Sustentabilidade

Conservação,

como

em

requisito

Unidades parcial

de

para

a

obtenção do Grau de Especialista em Educação e Permacultura da Universidade Estadual do Ceará. Orientadora:

Profª

Dra.

Maria

Marina

Dias

Cavalcante.

Fortaleza-Ce 2013

Parceria :Financiamento:

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO E PERMACULTURA PARA A SUSTENTABILIDADE EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

TÍTULO: ARTE DA TERRA, EDUCAÇÃO PELA VIDA E CULTURA DA SUSTENTABILIDADE

AUTOR: FELIPE GREGÓRIO CASTELO BRANCO ALVES

Apresentada em:____/____/_______

Conceito Obtido: Nota Obtida:

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ OrientadoraProfª Dra. Maria Marina Dias Cavalcante

__________________________________________ Profa Dra. Lucia Helena FonsêcaGrangeiro

__________________________________________ ProfDrOriel Herrera Bonilla

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AGRADECIMENTOS

“Ao Divino Pai, e nossa Soberana Mãe que me deu a oportunidade de apreender junto aos meus irmãos estes tão preciosos ensinos”.

... “Em especial a todos os amigos, irmãos, que estiveram nesta caminhada. Aos professores que nos apresentaram com maestria a beleza que está ao nosso alcance. Aos coordenadores, que nos motivaram a cada instante e aos meus pais e minha esposa, que me possibilitaram o desenvolvimento das ideias durante esta incrível jornada!”

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RESUMO: O presente trabalho consiste em uma leitura específica sobre conceitos em arte, educação e cultura pelo viés antro-sociológico identificando percursos similares no que diz respeito a finalidades educativas que envolvam o pensamento críticoreflexivo sobre a questão da sustentabilidade. Consequentemente analisa técnicas e metodologias como a permacultura e a educação biocêntrica através de pesquisa bibliográfica, desenvolvendo análises acerca das singularidades no campo políticoinstitucional com a finalidade de identificar e sistematizar estes conhecimentos, e práticas pessoais já realizadas, numa proposta educacional que tenha como foco a estética (arte), a ética (educação ambiental) e a moral (cultura).

Palavras-chave: Criação; Mediação; Processos Metodológicos.

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SUMÁRIO

Capítulo 1

INTRODUÇÃO............................................................................................................... Pg. 7- 09

1.1– DIVERSIDADE CULTURAL E A RESILIÊNCIA DOS CONTRÁRIOS: A permeabilidade entre grupos e indivíduos em situações de empoderamento...................................................Pg. 09- 10

1.2– A CONVENÇÃO DA UNESCO SOBRE A PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DA DIVERSIDADE DE EXPRESSÕES CULTURAIS..........................................................................................Pg. 10- 13

1.3- AGENDA 21 DA CULTURA....................................................................................Pg. 13- 14

Capítulo 2- DESENVOLVIMENTO

2.1- DIVERSIDADE CULTURAL E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: Conceitos e princípios para uma educação de qualidade...........................................................................................Pg. 14- 17

3.- CIDADES CRIATIVAS E CIDADES EM TRANSIÇÃO: A relação entre cultura e desenvolvimento sustentável................................................................................................................... Pg. 17- 21

4.- CULTURA BIOCÊNTRICA: Das características vivenciais, reflexivas e dialógicas no processo educativo para as relações humano-ambientais...........................................................Pg. 21- 24

5.- ARTE, E EDUCAÇÃO PELA SUSTENTABILIDADE: Arte da Terra, Arte Ambiental: Um caminho para o desenvolvimento sensível..................................................................................Pg. 24- 27

5.2-RELATO DE EXPERIÊNCIAS: “Trajetória Profissional e Resultados”..................Pg. 28- 33

CAPÍTULO 3- CONCLUSÃO

6. CONSIDERAÇÕES...................................................................................................Pg. 33- 39

6.1- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... Pg. 39- 43

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1. INTRODUÇÃO

Os estudos sobre cultura e as questões sobre o desenvolvimento sustentável são hoje objetos de pesquisa emergente, que surgem como tentativa de equiparar e igualar estas duas áreas incluindo-as como nos modelos de desenvolvimento para as cidades, conforme visto recentemente na tentativa de inclusão da cultura como quarto pilar do desenvolvimento na Rio+20

(A

Conferência

das

Nações

Unidas

sobre

Desenvolvimento

Sustentável- CNUDS). Este trabalho tenta referenciar os conceitos e paradigmas sobre Diversidade Cultural e Sustentabilidade Ambiental existentes no campo político institucional, nos movimentos sociais, e na educação. Como substrato desta proposta, através de pesquisa bibliográfica e levantamento de conceitos, em cada tópico/tema se fará referência à relação entre educação e cultura como fundamentos para a existência dos diálogos socioculturais, como proposta de uma análise sobre o desenvolvimento de forma contextualizada, mantendo as prerrogativas individuais e coletivas em situações de contraste. Na atual conjuntura em que se encontra a humanidade, estudos mostram que representantes políticos de diversas partes do planeta e boa parte dessa população, mesmo em níveis de educação básica, concordam que o atual modelo de desenvolvimento não corresponde à capacidade de sustentabilidade do planeta. Ou seja, que o projeto de crescimento capitalista não corresponde ao desenvolvimento humano integral sustentável comum. Os conceitos apresentados sobre a temática deste trabalho, bem como os documentos que embasam teoricamente os marcos legais nas relações entre

cultura,

educação

e

desenvolvimento

sustentável

perpassam

embrionariamente os aspectos cognitivos e emancipatórios que se encontram os sujeitos e os grupos culturais diversos. Estas questões conduzem a reflexão sobre tentar perceber como os processos de identificação entre culturas que coexistem entre si sendo apropriadas pelos indivíduos nos diálogos inter e trans culturais, poderão tornar 7

efetivas diversas ações com propósitos comuns, como as iniciativas culturais e de desenvolvimento sustentável. Com estes estudos e comparações, considerando conforme Coelho (2008) que toda política cultural deve ser comparada, as referências, relações, e princípios comuns apresentados neste trabalho, sugerem ao final, uma leitura analítica que considerará as diferentes abordagens e linhas de pensamento, que se relacionam com o tema deste estudo e que resultam em possíveis “metodologias” que considera os níveis de diálogos entre poder público e sociedade. Conforme dito anteriormente, a questão ensino-aprendizagem como précondição fundamental para o desenvolvimento de qualquer processo e sistema interativo deverá, no decorrer das descrições, apresentar possíveis conteúdos de aprendizagem: capacidades e competências; conceitos e metas decorrentes das novas situações e dinâmicas equiparados dentro dos temas abordados neste trabalho. Sendo alguns destes: a) a relação entre espaço e lugar na cotidianidade para os grupos e indivíduos em situações de empoderamento, b) os fluxos cognitivos de troca e participação na vida cultural/ educacional c) a operacionalidade como capital social para construção de novos arranjos produtivos. Aparentemente vê-se que estes questionamentos, situados como possíveis

resultados

mediante

os

conceitos

inter-relacionais

poderão

apresentar novos elementos de integração que considere os sonhos e as necessidades individuais e coletivas para as relações sociais. Cabe ainda dizer que as diferentes áreas de estudo que aparecem no decorrer do texto, sugerem uma ampliação com as associações entre conceitos, não apenas por serem investigados isoladamente, mas sim em um aprofundamento que busque uma especificidade metodológica, e singular. Não é a proposta deste trabalho investigar o desenvolvimento de cada conceito norteador, mas sim, tentar construir possíveis teias que interagem entre si, mantendo as especificidades, e os “nós” que existem em cada área de estudo. Ou seja, aquilo que não pode ser retirado ou jogado de fora nos processos de aquisição do conhecimento. 8

Desta forma, acredita-se que a observação destes ambientes e princípios comuns, utilizados como metodologias contínuas nas relações socioculturais contemporâneas, possibilitaria uma maior aproximação entre as diferentes teorias e disciplinas, que por sua vez, abordaria a mediação do conhecimento em sua totalidade e integração, sobretudo para a disposição de todos os envolvidos em cada processo de desenvolvimento, considerando o diálogo amplo e significativo; aquele que contempla a diversidade como matéria prima para o desenvolvimento humano e do meio natural.

1.1-

DIVERSIDADE CULTURAL E A RESILIÊNCIA DOS CONTRÁRIOS: A permeabilidade entre grupos e indivíduos em situações de empoderamento.

Na tentativa de incorporar novos significados para o conceito de diversidade cultural (UNESCO 2005), e na busca de estabelecer associações com o conceito de ‘resiliência’ encontrado em sistemas diversos como a relação entre natureza e cultura na atual dinâmica contemporânea: (e os impasses entre os grupos e indivíduos-minorias), representantes de manifestações culturais diversas para resolução de conflitos; esta introdução buscará apresentar as diferentes significações relacionadas aos espaços de formação em que se encontram tais argumentos e ações, observando assim as várias possibilidades de relações sustentáveis no entrelaçamento entre cultura e desenvolvimento.

Além das políticas culturais/ educativas para a diversidade As dinâmicas culturais contemporâneas apresentam inúmeros desafios quanto a sua legitimação e institucionalidade. Perceber isto pressupõe um maior entendimento das novas organizações culturais, novos modelos de negócios e arranjos colaborativos para o desenvolvimento da cadeia produtiva da cultura nos diversos contextos de troca e participação. A legitimidade, por assim dizer, de determinadas ações; só se tornará eficaz na medida em que oportunizar as ações culturais dos grupos e indivíduos já existentes. O que consiste em dizer que quanto mais a vida cultural for incorporada às prerrogativas do Estado, mais legítimas e eficazes serão tais prerrogativas. Neste processo, porém, apresenta-se como impasse o conceito de diversidade cultural entendido apenas como um “conjunto das diferenças”; o 9

que não contribui para o entendimento de que a garantia dos direitos culturais coletivos não equivale à soma dos direitos dos indivíduos. Desta forma, reconhecer os ativos culturais como capital socialintelectual a fim de incorporá-los às relações transculturais; poderiam estes, serem identificados como conquistas políticas mais amplas. Sendo assim, pode-se dizer que para as relações inter e transculturais serem significativas através e com os agentes culturais, seria preciso aproximar estes diálogos de forma equitativa na busca por sociedades plurais.

1.2- A CONVENÇÃO DA UNESCO SOBRE A PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DA DIVERSIDADE DE EXPRESSÕES CULTURAIS Em vigor há oito anos, é o principal documento internacional que orienta e legitima os países na elaboração e implementação de políticas culturais próprias,

necessárias

à

proteção

e

promoção

da

diversidade

das

manifestações e expressões culturais. O Brasil foi o 40° país a ratificar a convenção, ainda em 2007, e se destacou no cenário internacional pela sua participação no processo de negociação desta convenção, bem como pela política cultural desenvolvida pelo Ministério da Cultura a partir da eleição de Lula, em 2003. A diversidade cultural vem suscitando discussões diversas. Porém os significados se associam na maioria das vezes a certa expressão “cômodapassiva”, como também mutável. Esta última totalmente condizente com a necessidade atual. Considerada essencialmente positiva por uns, quanto ao sentido de uma maior abrangência agregadora; por outros, na medida em que se refere a um intercâmbio das riquezas inerentes a cada cultura do mundo, vários vínculos são desassociados antes, durante e depois dos embates culturais, territoriais, processuais. Conforme Barros (2007), a diversidade cultural não resulta de um consenso, mas da capacidade de convivência com os opostos criando condições e diálogos abertos. Esta concepção permite investigar através da sociologia ou dos processos democráticos e históricos que "... não se trata de defender a pluralidade de identidades em favor à humanidade, como um conceito universal 10

multiplicado e preservado" (COELHO, 2012, p. 6). Mas sim, conforme o autor, de permitir o conflito através da dinâmica cultural contemporânea por uma noção de 'permeabilidade', ou seja, essa possibilidade de uma coisa escorrer por entre uma coisa e outra e irrigar- lhe todas suas propriedades. Neste sentido, várias abordagens interpretativas conceituais poderão corresponder às orientações propostas sobre diversidade cultural nas relações processuais de identificação das diferentes culturas, protegendo e promovendo estas expressões ao permitir a participação, como afirma a convenção sobre o papel das ‘partes envolvidas’ no encorajamento da sociedade civil nesta participação para alcançar seus objetivos. O Relatório Mundial da UNESCO: Investir na Diversidade Cultural e no Diálogo Intercultural (2009) em nome de uma educação diversa bem concebida, flexível para elaboração de planos e programas contínuos e sustentáveis, deve visar a cultura como finalidade ampla de uma educação que se baseie mediante ajustes colaborativos nos processos de aprendizagem para criação dos conteúdos educacionais, para a capacitação/formação, para a gestão cooperativa, etc. Para tal fim, torna-se necessário elaborar planos e programas de estudo multidisciplinares que promovam a troca de visões de mundo, fundados na multiplicidade de pontos de vista, transcrevendo as narrativas plurais de todos os grupos da sociedade. Um exemplo aqui seria a metodologia do curriculum do Gaia Education, que se fundamenta nos conteúdos para o desenvolvimento/ aprofundamento da: Visão de Mundo, Econômica, Social e Ecológica. Uma perspectiva, sensível à diversidade, também deve prever medidas especiais destinadas aos grupos e minorias e à melhoria dos ambientes de formação. Numa perspectiva da compreensão do surgimento de conflitos Appadurai (2009, p. 17) chamará de “o pequeno número” maiorias numéricas (que) podem se tornar predatórias e etnocidas em relação aos pequenos números precisamente quando algumas minorias (e seus pequenos números) lembram àquelas maiorias a pequena brecha que existe entre sua condição de maiorias e o horizonte de um todo nacional imaculado, um ethnos nacional puro e limpo. Essa sensação de incompletude pode levar maiorias a paroxismos de violência contra minorias.

11

Alcançar

uma

finalidade

sociocultural

visivelmente

enredada,

entrelaçada, e justaposta com os discursos da educação formal, dos movimentos sociais, dos conhecimentos e produções científicas, em sentido amplo para as políticas educativas; quer dizer ou permite pensar que a cultura requer não só especialistas/docentes em matérias diferentes, mas também, urge incorporar os mestres/griôts que possuam os conhecimentos necessários respeitando as diferenças ou “relativismos” culturais. A preocupação com a promoção dos saberes pertinentes para a educação construída pelo educando; ou aquele saber apresentado através de uma “cultura como finalidade ampla de educação”, conduz entender a uma diversificação

sem

precedentes

das

(técnicas/materiais

metodologias/

processos colaborativos para mapeamento de redes), para os meios e métodos educativos, em colaboração com organizações diversas. Deixar de considerar

as várias formas de aprendizagem não

predominantes, como o saber das sociedades tradicionais, reproduz a lógica contemporânea da exclusão social, que se reflete em segregação cultural, etnocídio, e violação dos mais díspares direitos humanos, etc. Apesar do crescente reconhecimento da importância da diversidade do saber como medida que oriente os discursos predominantes sobre a educação, ainda se reconhece e reproduz dentro do âmbito das organizações educacionais, uma leitura mal interpretada sobre os diálogos e conhecimentos sobre os saberes culturais: as tradições, o conhecimento histórico, as artes e teorias contemporâneas diversas. Considerar que a ciência é universal revela a tendência de estabelecer uma compartimentação redutora entre as formas de conhecimento tradicionais e as de outra modalidade. Outro olhar mais atento quanto ao que declara a Unesco (2005) sobre a nomeação e significado conceitual da palavra “proteção”, sendo a adoção de medidas direcionadas à preservação, salvaguarda e valorização. E a palavra “promoção” expressando o chamado à contínua regeneração das expressões

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culturais, originou a princípio na elaboração destas, certo desconforto entre os países membros que entendiam a proteção no sentido preservacionista. Os princípios e conteúdos existentes no documento final da convenção expressam a necessidade dos diálogos interculturais entre os indivíduos (suas próprias escolhas) e a garantia da diversidade cultural para as gerações futuras. Que referem-se ao caráter simbólico das múltiplas expressões e identidades.

1.3 - AGENDA 21 DA CULTURA A Agenda 21 da Cultura: Um compromisso das cidades e dos governos locais

para

o

desenvolvimento

cultural

foi

apresentada

a

UNESCO

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura no Fórum Universal das Culturas em Barcelona, Espanha (2004) como documento orientador das políticas públicas de cultura para os direitos culturais, a diversidade cultural, a sustentabilidade, a democracia participativa e a criação das condições de paz. Como referência adota princípios semelhantes à criação da agenda 21 ambiental surgida na II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o desenvolvimento humano, a Rio- 92, que tenta dar respostas a um dos desafios mais importante da humanidade: a sustentabilidade ecológica. A UNESCO afirma que “fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza” (Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, artigo 1). A Agenda 21 da Cultura é um documento internacional firmado entre os países que aderiram perante a CGLU-Cidades e Governos Locais Unidos; associação que representa a agenda, e constituíram legalmente os princípios em Leis em cada localidade. A criação de um documento desta natureza, o qual determina orientações em procedimentos e estratégias para a promoção da diversidade cultural e ambiental, caracteriza uma importante ação a nível institucional, que

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sugere aos grupos e indivíduos atuarem em organização para o cumprimento, e recriando novas articulações neste sentido. No Brasil, atualmente apenas nove cidades aderiram a AGENDA 21 da Cultura conforme pesquisa realizada no SITE da Agenda 21 da Culturahttp://www.agenda21culture.net/index.php?option=com_content&view=article&i d=45&Itemid=62&lang=es em 19/ 05/ 2013. A insignificante adesão das cidades brasileiras a este acordo internacional,

justifica-se

conforme

fala

do

Secretário

de

Articulação

Institucional do MINC- Ministério da Cultura, João Roberto Peixe através de resposta a Regional Nordeste do MINC (2012), devido a criação do SNCSistema Nacional de Cultura, que traz dentro do texto aprovado, referências às questões ambientais e as relações entre cultura e sustentabilidade. Além disso, pode-se destacar ainda, Uma vez que os governos locais se convertem legalmente em atores internacionais, não se poderá deixá-lo de fora do “sistema internacional” (Conforme pactos procedidos sobre a diplomacia local nas relações culturais internacionais contidas no Marco das Estatísticas Culturais da UNESCO -2009). Ainda, compreende-se a importância da utilização deste documento, como referência aos Estados e Municípios para se relacionarem com as políticas culturais internacionais, como iniciativa por uma diplomacia cultural/ educacional que busque as finalidades comuns em uma política para a cooperação para o desenvolvimento (PNUD); onde, por conseguinte, se relacione as iniciativas populares.

2-DIVERSIDADE

CULTURAL

E

SUSTENTABILIDADE

AMBIENTAL:

Conceitos e princípios para uma educação de qualidade.

A questão ambiental não é apenas a história da relação entre o homem como ser social e a natureza, mas também a partir da exploração do homem pelo homem. A sociedade industrial e não ambiental se caracteriza por uma desigualdade social provavelmente inédita em toda a história. 14

Esta relação pode ser traduzida na anedota onde a árvore quando diante no machado, percebe que o cabo é de madeira... Ou seja, isto seria a própria exploração do homem pelo homem quando este é o prolongamento ou extensão da própria natureza. Na dimensão que rege nosso sistema de organização, o artigo 225 de nossa Carta Magna define claramente esta responsabilidade compartilhada: Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Conforme a Década das Nações Unidas da educação para o desenvolvimento, a cultura que consiste nos modos de ser, de se relacionar, de se comportar, que diferem de acordo com o contexto, a história e a tradição, no âmbito da qual o ser humano vive sua vida; equivale reconhecer que as práticas e as identidades exercem papel importante na escolha das orientações e compromissos comuns. No que se refere ao processo e aos objetivos da educação para o desenvolvimento sustentável, enfatizar os aspectos culturais fará sobressair a importância da sustentabilidade para a educação como fundamento para as sociedades no desenvolvimento do ensino e aprendizagem. Um projeto social e democrático que oriente através de uma perspectiva sustentável e promova a geração de vínculos para o enraizamento das coletividades plurais representa a biodiversidade beneficia a diversidade cultural. Neste sentido, pode-se perceber o elo com a agenda 21 da cultura, conforme estabelece o princípio da mesma importância em se preservar e promover a diversidade cultural com a biodiversidade ambiental. Obviamente, por saber que o homem é quem fornece condições e é condicionado pela ação da natureza. Ainda em relação aos mecanismos e ferramentas oficiais existentes que favoreçam a construção dos espaços participativos, identifica-se outro 15

referencial, as Metas Educativas para 2021- promovido pela Organização dos Estados Ibero americana (2012), e a Carta Cultural Ibero-americana (2007), onde vê-se o entendimento em “promover o aprofundamento da identidade cultural ibero americana no reconhecimento de sua diversidade”. Ao tecer este primeiro referencial, analisando os conceitos implícitos nos diálogos sobre os processos de identidade e identificação dos indivíduos e dos grupos culturais, e ao que se refere à proteção e participação, dá-se continuidade a extensão de apontamentos sobre ‘os marcos’ regularizadores em políticas públicas, acerca da Carta Cultural Ibero-americana (2007), verificando seus princípios e semelhanças, como também às problemáticas encontradas em ambos os acordos por organismos internacionais multilaterais, na busca por um consenso sobre os direitos culturais e seus direcionamentos a nível regional, nacional e internacional. Ao analisar e comparar as proximidades, divergências e potencial de articulação e representatividade entre a Convenção da UNESCO de 2005 e a Carta Cultural Ibero- americana adotada finalmente no marco da XVII Cúpula Ibero-americana no Chile em 2007; num primeiro momento identifica- se como primeira ação conjunta, que ambas “nesse momento passaram a reconhecer as diferentes lógicas de estruturação e atuação, bem como ligar os campos que antes eram dissociados da cultura, como desenvolvimento” (AGUIAR, [Ca. 2010], p. 6). A busca do entendimento e aproximação entre as questões sobre permanência, e criação/inovação nos espaços de conhecimento formal e informal, considerando as transformações de valores com os processos dinâmicos da cultura contemporânea, e refletindo sobre as finalidades destes espaços educativos para os diferentes níveis de participação da sociedade; sugere uma maior capacidade de articulação em rede aos que estão diante dos processos educativos e sociais. Tião Rocha (2012) em seu artigo publicado “Desafio da Cultura por uma Sociedade Sustentável”, propõe desenvolver ações através das seguintes diretrizes: a) A economia está para servir as pessoas e não as pessoas estão para servir a economia; b) O desenvolvimento se refere às pessoas e não aos objetos; c) Crescimento não é a mesma coisa que desenvolvimento, e o 16

desenvolvimento não precisa necessariamente do crescimento; d) A economia não deve desvalorizar o ecossistema; e) A economia é um subsistema de um sistema maior e finito que é a biosfera, logo o crescimento permanente é impossível. Sendo assim, percebe-se que a construção de diálogos possíveis entre sociedade e governo se dá na apropriação das ferramentas existentes instituída nos meios oficiais, como também, se faz necessário a constatação e a valorização dos saberes inerentes das pessoas (em) para suas localidades, como requisito básico para a troca de conhecimento e de papéis necessários como garantia dos direitos fundamentais.

3- CIDADES CRIATIVAS E CIDADES EM TRANSIÇÃO: A relação entre cultura e desenvolvimento sustentável Apresenta-se neste espaço, como tentativa de situar as possíveis leituras a partir de uma abordagem participativa de mobilização dos agentes culturais, as características e conceitos que vem ganhando tônica em vários lugares do mundo no que se refere à organização, mapeamento, cartografias e pesquisas para um desenho modelo de organização das cidades. Utilizada como referência em planejamentos que envolvem a construção civil, arquitetura, paisagismo e a arte; o conceito de cidades criativas fundamenta-se na utilização de uma economia criativa pautada na valorização dos saberes e do capital social, na incorporação e bens e serviços comuns, e na economia solidária, ao invés da competitividade e segregação do capitalismo. Esta visão ganha espaço e é promovida nas cidades dita desenvolvidas em países como Inglaterra, Medelin, Córdoba, Madrid, etc. O conceito de cidade criativa não se atém a uma abordagem urbana, econômica, cultural, ambiental ou social; ela abrange todos esses fatores juntos, moldando um novo paradigma de desenvolvimento (REIS, 2011, p. 28).

Convém ressaltar que esta concepção de cidades criativas atinge uma camada privilegiada da sociedade, por estar ancorada, pensada e, em vários 17

casos, desenvolvida diretamente a iniciativas de organizações estatais e por órgãos públicos. Envolve diretamente, a contratação de equipe multidisciplinar e está ligada a construção de grandes eventos com maior visibilidade para a mídia na maioria dos casos. Caracterizam-se como modelo de gestão para o desenho de cidades criativas, projetos híbridos que estabeleçam relações com as novas tecnologias; a criação de arranjos colaborativos para o desenvolvimento da cadeia produtiva da cultura: produção, circulação, fruição e consumo dos bens e serviços culturais; o mapeamento para a diversidade e a cooperação para o desenvolvimento em rede. Já a visão para as Iniciativas de Transição (TransitionsTowns) é a de um espaço resiliente diante dos desafios criados pelo Pico do Petróleo e “que reduz drasticamente as emissões de carbono” (BRANGWYN; HOPKINS, 2008, p. 37). Transição como desenvolvimento da resiliência local: capacidade de adaptação em situações adversas e de um sistema ou uma comunidade de resistir a impactos externos. Compreende

o

desenvolvimento

sustentável

como

um conceito

sistêmico relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Uma Cidade em Transição imagina um futuro mais “localizado” em que produção e consumo ocorrem mais perto de casa. Encontra-se como base metodológica para as iniciativas de transição, os aspectos conceitual, epistemológico e a incorporação dos preceitos da permacultura que contemplam o tripé da sustentabilidade: o ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. A relação que se verifica quanto à comparação entre as duas abordagens, salienta também a preocupação apresentada com base nos princípios da permacultura. Podendo destacar o Cuidado com a Terra, a Valorização do uso da Diversidade e a Criatividade como resposta às mudanças.

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Cabe ainda destacar que o papel da sociedade para o desenvolvimento destas iniciativas deve direcionar todas as ações durante todos os processos. Vale dizer, da importância destes agentes, dos artistas e ativistas, para o reconhecimento e “maximização das bordas” no que confere a existência de salvaguarda de princípios estruturantes local, regional, global. Conforme Tião Rocha (2012), A cultura é algo humano, social, público, visível, perceptível, notório, mas microscópico. Nela estão presentes os saberes, os fazeres e os quereres necessários para nossa formação humana e cidadã. Ela é a matéria-prima de toda nossa educação e a plataforma de uma sociedade sustentável(http://www.cultura.gov.br/riomais20/desconferencia/2012/05/16/thecultures-challenge-for-a-sustainable-society/acesso em 03 de Junho de 2012).

Rocha (2012) apresenta sete indicadores sociais, os quais serão correlacionados aqui com o intuito de incorporá-los de forma sistematizada aos conceitos base sobre cidades criativa e de transição. São eles: 1) As formas organizativas: referem-se aos laços de parentesco, às diversas instituições permanentes, temporárias ou ocasionais de convivência, aos grupos de interesse tais como o compadrio, as turmas, as “galeras”, etc. 2) As formas do fazer: São todas as respostas e soluções criadas para solucionar, na prática, as múltiplas necessidades humanas. 3) Os sistemas de decisão: Refere-se à política, à autoridade, à liderança, aos poderes de decisão – macro e micro – institucionais e não, etc. 4) As relações de produção: Trata-se do econômico, do financeiro, das formas de trabalho e produção de riquezas, a sobrevivência, etc. 5) O meio ambiente: Trata-se do contexto, do entorno, do ambiental, do ecológico, etc. 6) A memória: Refere-se ao passado, ao nosso ontem e anteontem, a origem, ao anterior, etc. 7) A visão de mundo: Refere-se ao religioso, ao filosófico, ao amanhã, ao

depois, ao futuro, ao sonho, etc. -------

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Por fim, sem esgotar as aproximações entre ambas as conceituações e possíveis abordagens direcionadas, evidencia-se que é através do poder público, bem como principalmente pelas organizações sociais diversas; considerando os diversos níveis de organizações independentes que impulsionam tais iniciativas, onde para as iniciativas de transição, liderança tem a ver com inspirar os outros, tomar iniciativas e ajudar um grupo a encontrar a direção que quer tomar, que se percebe que a liderança não necessariamente tem a ver com poder sobre um grupo – e sim com fazer um grupo sentir-se “com” poder outorgado. Com base nestas estruturas emergentes, considerando a diversidade dos grupos e indivíduos em situações de contrastes: troca e participação na dinâmica social contemporânea é que se poderá afirmar conforme Barbalho et. all. (2011), que para Furtardo, o desenvolvimento refere-se à cultura considerada globalmente, permitindo o exercício da “capacidade criativa do ser humano através da geração de inovações”, que não devem ser entendidas no sentido restrito de novas técnicas (p. 109).

Compreendendo o potencial transformador que caracteriza a as ações individuais na sociedade, identifico através desta proposta um desafio ímpar para a sociedade atual, poder compreender as grandes questões que estão diante do mundo todo. Interessa sobretudo, poder presenciar um papel de articulador social e dialogar diretamente na construção de políticas públicas percebendo de um lado as prerrogativas e garantias pelo poder público, e de outro, as proposições e conquistas dos movimentos sociais organizados. Entende-se estas possibilidades metodológicas como uma importante ferramenta de construção de tecnologias sociais, através de sua função conscientizadora do trabalho em rede; através das quais é possível desempenhar novas tessituras, estruturas, e ações conjuntas que favoreça o protagonismo individual, que identifica os vários traços e perfis de grupos e indivíduos representantes de ideologias diversas. Neste ponto, particularmente, acreditamos existir várias oportunidades e campos de atuação que este projeto possa desenvolver através de mapeamentos para a diversidade cultural; a interculturalidade como meio de ressignificação; e a participação dos atores que compõe a vida cultural nos processos democráticos resultantes de consensos.

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O desenvolvimento (local, regional e global) pode ser descrito como a relação que caracteriza as ações individuais incorporadas ao pensamento coletivo; e que esta relação, irá se expandir na medida em que as coletividades e grupos culturais entenderem que suas ideologias são por sua vez, resultados destes gestos e ações individuais. Portanto, não há mais lugar nas sociedades pós- contemporâneas para a cristalização do pensamento único, da não participação em questões comuns à sociedade, e da própria dinâmica cultural-social por idealismos e préconceitos.

4- CULTURA BIOCÊNTRICA: Das características vivenciais, reflexivas e dialógicas no processo educativo para as relações humano-ambientais.

Partindo dos referenciais teóricos que sustentam a cultura biocêntrica: Rolando Toro (bio dança-vivencial), Edgar Morin (O pensamento complexo sistêmico) e a dialogicidade em Paulo Freire; este tópico busca verificar a importância desses fundamentos, a princípio relacionada aos diálogos entre Cultura e Educação e consequentemente o ensino da arte abordando alguns possíveis estudos de caso. A vivência é a metodologia básica na educação biocêntrica, aplicada no sentido de gerar novas condições de “vida” e aprendizagem- (gf. meu). Bio significa vida e biocêntrica, para o centro de vida. A educação biocêntrica convida-nos a questão, no sentido original do biológico "em que e como eu posso gerar mais vida na minha vida?" Ou como eu estou vivo (ª) e em que eu- (identidade, comportamento, relacionamentos) posso escolher e agir. A educação biocêntrica parte de uma visão ecológica da família ou de qualquer grupo em que cada membro permite exibir sua riqueza. É uma casa que oferece condições de calor emocional, liberdade, segurança e nutrição; um ambiente onde todos são respeitados, protegidos e cuidados, acima de tudo amados. Educação biocêntrica estimula a inteligência emocional para voltar a uma ecologia humana das relações e da aprendizagem. Também é essencial para estimular os potenciais genéticos básicos que constituem a estrutura básica de identidade, participando na atualização dos recursos vitais necessários para a existência (Rolando Toro - cartilha de treinamento). A integração do afeto, em uma cultura e educação poderá contribuir vai contribuir ou sanar falhas de superação, violência ou sutis inibições, social e escolar. A emoção é a fonte das inteligências múltiplas (, linguagem, memória, 21

habilidade motora, a fala, a percepção...) que reforça condições que favoreçam a expressão concreta de nossa humanidade a cada dia e amanhã. A emoção é uma expressão de identidade. Esta afirmação é a base teórica da nossa compreensão das emoções. As pessoas que têm identidade baixo são incapazes de amar, têm medo da diferença, as suas relações com os outros são defensivas. (Rolando Toro cartilha e treinamento).

Extensão dos sentimentos como prolongamento da existência! Procurar a “observação crítica e alteração deliberada do padrão respiratório que sustenta cada estado mental”- Conforme Tavares (2012) disponível em: http://www.revistapontocom.org.br/entrevistas/territorio-mental-a-chave-do-serhumano< acesso em: 10/ 06/ 2012>.

Tripé da representação sobre padrão respiratório dos estados mentais

Pensamento-mente quieta

= Ser

Ação- coluna ereta

Sentimento-coração alerta

Ainda, em associação com esta reflexão, comunga neste sentido os atributos e significados sobre a dimensão dos processos do fazer. Onde numa dimensão circular, seriam: (s e r – e s t a r – a g i r – c o p e r a r – s e r)

INDIVÍDUO- Na luz o clarão, do sentimento a ação – emissão e recepção à declaração.

22

DECLARAÇÃO- A vontade se move sobre o relembrar, o desejo do bem estar. Determinar. DETERMINAR- Fixar no fazer imaginar – comunicar. COMUNICAR- Ao ser eu, sinto, estou; e agora sou. Indivíduo! (ALVES, 2005). Neste processo, encontram-se alguns códigos, ou instrumentos que ainda não foram incorporados ao conhecimento individual, àqueles que não trilharam os caminhos de ressignificação da cultura objetivada. Outra narrativa, dentro as várias abordagens ressignificadas na prática biocêntrica, são os Memes. Os MEMEs representam as influências ambientais (culturais, sociais, educacionais, etc) que moldam não apenas as nossas mentes como as próprias células do cérebro. Eles circulam profundamente nos sistemas humanos e pulsam no centro das escolhas e da inteligência de cada indivíduo (EAST, 2012).

A partir desta ideia (Memes), considerando sua percepção instintiva, sensitiva e dialética; compreende-se, a partir desta direção, conforme os extratos psicossociais e o nível esperado da humanidade para os próximos tempos, onde a visão global e o pensamento holístico manifestariam através da influência e simbologia o “Meme azul- turquesa”, as manifestações e expressões culturais afirmando um individualismo coletivo, e a espiritualidade cósmica como mudanças na terra. Neste caminho, uma possível relação entre estes significados e influências simbólicas para este Meme, em azul, têm-se o Sentido (sonhos- desejos_________________________________ necessidades)=ser Contexto (Ambiências____________________________________ espaço/lugar)= estar Descoberta (Processos______________________________________ produtos) = agir processos (Sinergia_______________________________________ novos sentidos)= cooperar identidades

(O eu ___________________________________ o outro-s)= ser

23

Com isto, intui-se um aprendizado a partir do

conhecimento/

experimento, experiência/ compreensão, que apresente a comunicação não violenta, a escuta afetiva, a fala carismática contribuindo com a Inteligência emocional no aprofundamento das relações. Sendo que: pensar no outro é pesar em mim! A partir desta observação, uma compreensão possível que apresente uma perfeita triangulação entre estes códigos/conteúdos que mostram a reflexão dialógica na educação bicêntrica como síntese desta unidade. Sendo esta possibilidade entendida como narrativas de auto avaliação com o seguinte tema: do verbo estar à compreensão do ser. Considerando as reflexões sobre os  Sistemas complexos nas relações de alteridade humano-ambiental  Espaços equidistantes da compreensão- instabilidades do instante  Sentimentos de pertencimento como conquistas, e participação sendo o desenvolvimento.

5- ARTE, E EDUCAÇÃO PELA SUSTENTABILIDADE (Arte da Terra, Arte desenvolvimento sensível)

Ambiental:

Um

caminho

para

o

Que a arte seja o revelador da natureza ao mesmo tempo em que se gera dentro dela, é a ideia que pretendemos levar adiante. Que a obra de arte possa elaborar a relação entre natureza e cultura, a circularidade, o ciclo do eterno retorno, da eterna devolução, do nascimento e da morte da natureza e da cultura como lados de uma mesma e única realidade (Projeto Jaguarão). “A educação pede psicologia... A arte, ciência. A ciência precisa de educação... E a educação, clama pela Arte!” (ALVES, 2013.)

A ideia deste título representa o nome de um projeto existente, executado há alguns poucos anos, mas que pode ser um programa, como também ações diversas em vários formatos.

24

Incide de forma essencial através dos resultados que obtive em atividades desenvolvidas como educador do ensino da arte, em processos metodológicos específicos: formas e conteúdos que podem ser vivenciadas em vários contextos. A justificativa deste relato consiste em analisar como os vários conceitos apreendidos durante a formação do curso em educação e permacultura, e as experiências anteriores no campo da educação, perpassam, e se apresentam de forma didática através do ensino da arte e da educação pela sustentabilidade da cooperação cultural para o desenvolvimento como objeto central deste estudo. Antes, convém apresentar para um melhor entendimento os fundamentos e referenciais conceituais que originaram as abordagens que aqui serão apresentadas como metodologias. Portanto, processuais e dialógicas. Nas décadas de 60 e 70, buscando uma nova alternativa que compreendesse as relações humanas e ambientais de maneira mais sensível e atenta, frente aos desafios das megalópoles, nascidas com a Revolução Industrial no século XIX, alguns artistas urbanos e pioneiros – da Land Art, e (ou) EnviromentArt, Earth Art e de outros movimentos e linguagens – iniciam a sensibilização para o meio ambiente e a retomada relacional com os elementais resgatando e buscando preservar culturas ancestrais. Land Art, Earthworks ou Arte da Terra É um movimento artístico que surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, em que a paisagem e a obra de arte são indissociáveis. Esculturas não são colocadas na paisagem, mas sim a paisagem é o próprio meio de sua criação. A noção de arte ambiente entra no vocabulário da crítica nos anos 70 com sentido amplo, designando obras e movimentos variados. Algumas características podem ser apresentadas, como a relação com o espaço externo (meio ambiente)- site specific na instalação do objeto de arte. A utilização dos elementos naturais para a obra. A fotografia como registro do processo artístico, efêmero; etc. Esses artistas, envolvidos diretamente em um espaço aberto, ou melhor dizendo, em seu espaço de construção e reflexão de uma nova conduta para a 25

arte, nos mostram de maneira muito especial e inovadora o que seja a arte, ou o fenômeno de subjetivação estética. No sentido da arte ser uma contribuição do artista que enxerga além de sua auto realização uma forma primária de interagir e fazer parte das experiências que envolvem o ser na sua completa e vasta sensibilização de natureza física e emocional. Que diz respeito em como o indivíduo “artista” concebe estas grandezas, a arte e a natureza, como causa primeira antes de qualquer categoria que represente tais manifestações. Se olharmos para a produção de alguns povos “dito primitivos” perceberemos várias obras/trabalhos que poderiam ser de um artista contemporâneo. Para os Maias, tempo é arte. Caminhando em beleza, o estado de contemplação- vida. Para os povos originários a arte, cura! Frei Beto nos inspira quando diz: "É uma exigência de nossa saúde espiritual cultivar a subjetividade como o artista esteticamente febril diante de sua obra”. (Manifesto antes arte do que tarde- Bené Fonteles). Já para o manifesto “Antes arte do que tarde” estas questões foram amplamente divulgadas através do movimento dos artistas pela natureza. O artista não precisa ter só uma inteligência criativa, é também necessário ter princípios filosóficos, éticos e espirituais. É preciso perguntar a pedra ou a uma árvore - como faziam nossos ancestrais do oriente - para saber o que elas querem ser, e não impor uma forma a suas matérias luminosas e inteligentes (FONTELES, 2003?).

Podemos estabelecer várias associações com pensamentos e em tempos diversos como fundamentos a ascensão por novas práticas e vivências entre arte cultura e natureza entendendo que “... uma sociedade tecnicamente atrasada, não corresponde necessariamente, uma produção artística inferior” (LIMA e Souza, 1990, p. 42). No Brasil, uma primeira abordagem significativa deste contexto se dá através do Manifesto Rio Negro (1978), que concebe a natureza dentro da 26

percepção de sua própria duração, e afirma que antes de nos preocuparmos em despoluir as águas e os rios, devemos despoluir a nossa consciência. Porém, no espaço-tempo da vida de um homem, a natureza é a medida de sua consciência e de sua sensibilidade (RESTANY, 2000). Para Fischer (1977) existe algo nas manifestações artísticas antigas que expressam uma verdade permanente, e isso é o que nos faz hoje, comovermos- nos com antiquíssimas canções. Uma frase significativa do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna (1999) demonstra perfeitamente o diálogo entre a arte e a cultura, tradição e contemporaneidade, sendo reinventadas e incorporadas constantemente alterando-se em novas codificações, onde para este “a tradição verdadeira é aquela

que

compreende

a

percepção

do

passado

em

nossa

contemporaneidade”. Outra grande contribuição cabe aqui ressaltar que, do grande pesquisador e etnólogo que foi Darcy Ribeiro, foi perceber que a arte dos povos originários, ou indígenas, compreende que as criações culturais inclusive as artes, diferente da dominação classista tendo por isto uma genuinidade e generalidade que as nossas perderam. Estas são algumas passagens importantes para compreender o desenrolar das questões estéticas dentro do universo das artes por um olhar investigativo sobre a natureza. Onde seria interessante considerar toda a arte moderna que se apropriou de várias concepções originárias destes povos, sendo fonte de virtuosidade para muitos artistas que hoje consideramos importantes, “modernos” e (ou) contemporâneos.

27

5.2- RELATO DE EXPERIÊNCIAS: Trajetória Profissional e Resultados. Meu percurso profissional na área se dá a partir do primeiro ano da graduação em arte, quando na ocasião acabei descobrindo o universo da arte educação. Esta experiência perdurou aproximadamente nove anos em escolas públicas da rede municipal de ensino infantil da cidade de Guarulhos-Sp. Este primeiro contato foi fundamental para as experiências futuras como “Educador”. Os muitos problemas encontrados em sala de aula na rede pública, tais como: espaço de aula inadequado, tempo curto para realização de atividades por ter que dar conta de muitas salas (devido a falta de professores), instabilidade profissional, preconceito/ mau entendimento da importância da disciplina, e baixos salários; foram as principais razões de querer encontrar no ensino informal uma melhor condição de trabalho (em partes), mas sobretudo trabalhar com um público diferenciado. Jovens e crianças que estão ali para aprender por interesse próprio! O que me levou em seguida a passar por inúmeros colégios públicos e alguns privados, ONGs, e instituições culturais sempre lidando com o público jovem e infantil. Paralelamente a estas experiências, os mesmos motivos foram determinantes para juntamente alguns amigos, criar uma ONG na expectativa de trabalhar com conceitos e ideias próprias relacionadas ao tema Arte, e Educação pela Sustentabilidade. Trabalhamos muito, “apanhamos” muito, mas tivemos alguns méritos e prêmios conquistados. Foram várias ações realizadas conjuntas com outras organizações, trabalhos voluntários, e alguns remunerados, que fizeram acreditar cada vez mais em propostas realizadas através desta organização. O que me levou adiante buscar um maior entendimento dos processos relacionados ao terceiro setor, parcerias, editais, enfim; projetos e captação de recursos! Conforme dito anteriormente, segue abaixo algumas experiências educativas recentes realizadas através das propostas em “Arte da Terra, Arte Ambiental: um caminho para a educação sensível”. 28

1) Proposta  Curso desenvolvido na escola Educar SESC, Fortaleza-Ce para professores. Duração de uma semana. Pratica I: experimentações em gravura e frotagem com materiais orgânicos.

FIGURA 1: Gravura com casca de bananeira e pigmentos naturais, 2012.

2- Proposta  Curso de modelagem e queima de argila: objetos e máscaras africanas. PARCONE-SP, 2009. (alunos do fundamental II)

29

FIGURA 2: Mesa expositiva na inauguração do PARCONE- Parque da Consciência Negra. SP, 2009.

FIGURA 3: Aula de campo: retirada de argila.

Figura 4: Estruturas c/ gravetos para confecção de máscaras Alunos montando estruturas de máscaras com gravetos.

30

3- Proposta  Curso de formação para educadores ambientais: Projeto de arte educação Lagarta Pintada. Jovens em situação de risco. CCBJCentro Cultural Bom Jardim, Fortaleza Ce. 2010-11.

FIGURA 5: Confecção de pincéis e pigmentos naturais. CCBJ, Fortaleza- Ce.

31

4- Proposta  Arte-educação infantil. Prefeitura de Guarulhos-SP, 2002-08.

FIGURA 6: Escala cromática. Prefeitura de Guarulhos, SP- 2005. Semana de Educação

A experiência com atividades voltadas para o desenvolvimento sensível pela arte com a temática da natureza é uma importante lembrança de como o fortalecimento dos vínculos possam ser vividos em aprendizados. Os exemplos aqui mencionados demonstram minimamente algumas possibilidades em como trabalhar o desenvolvimento sustentável valorizando os aspectos éticos ligados à consciência ambiental, aos valores culturais, e a beleza estética através da leitura da obra de arte. Em todos os exemplos, poder-se-ia citar como aspectos qualitativos que possibilitaram o bom aprendizado vivencial nas atividades, as seguintes situações: 1) o lugar/ espaço/ ambiente; 2) a dinâmica circular de aprendizagem: música, danças, mandalas, rodas de conversa; 3) os elementos naturais e as técnicas utilizadas. Com

isto,

cumpre-se

a

expectativa

da

possibilidade

para

o

desenvolvimento de estratégias e metodologias para a criação de novos contextos de aprendizado. Vê-se que a própria ideia de transdisciplinaridade é compatível com os diálogos transculturais, ao permitir que a lógica destes sistemas de significação (troca e participação na vida cultural), compreenda o desenvolvimento de 32

novos espaços/ contextos de formação por uma cultura plural que incorpore os valores econômicos, sociais e ambientais, tendo como base os princípios éticos, e que se utilize de ferramentas comuns como: a educação biocêntrica e a permacultura; a arte, e a educação para a sustentabilidade cuidando da terra, das pessoas, e repartindo os excedentes.

6. CONSIDERAÇÕES Novos valores são precisos para responderem às novas condições de vida posta pelo mundo atual contemporâneo. Uma primeira constatação sintetizadora da apresentação dos temas que compõe este trabalho se traduz com a lógica de que tudo que não é divertido não é sustentável! Pois a ludicidade é condição primeira de todos os organismos vivos, que o homem interage com maior peculiaridade ainda na infância. Esta característica do brincar, levado à competência e inteligibilidade que cabe ao homem e a mulher de hoje resolverem seus problemas de forma coerente com a vida, encontra suas finalidades nas primeiras descobertas que a nós foram apresentadas há muito tempo, e que ainda hoje nos surpreendemos. A situação de descoberta, de surpresa, e de vontade; geram em nós sentimentos superiores ao estado de contemplação do gosto: capacidade de medir o prazer em cada coisa! Sendo assim, nos surpreendemos a todo instante quando conseguimos superar nossos problemas de forma simples, inovadora, e porque não dizer; bela! A beleza é outra característica que só pode ser vivida em sua completude, reconhecendo o prazer que há na vida, e em todos os seres. As relações entre natureza e cultura, cultura e sociedade, arte e política; e tantas outras situações e associações que a contemporaneidade reinventa a todo instante; demonstra também o papel semelhante que tem o conhecimento formal, do conhecimento tradicional. 33

Sendo que as questões sobre uma possível cultura permanente, ligada aos princípios da permacultura, e o entendimento por uma ideia da ampliação cultural como finalidade do desenvolvimento humano integral- aos processos de identificação que nos apropriamos durante toda vida (como vemos em relação aos conceitos sobre cultura); convergem de um lado com o valor à vida que o conhecimento e técnicas da educação biocêntrica nos traz, e de outro, as múltiplas capacidades criativas que em todos existe, e que busca desenvolver, sobretudo a sensibilidade para o sentir, o expressar, e o amar que a contemplação estética atrai. Nesta direção, apresenta-se em seguida como consideração final sobre o objeto principal de estudo, as possíveis estratégias metodológicas surgidas na fusão entre as diferentes disciplinas apresentadas neste trabalho. Serão esboçados alguns pensamentos conceituais organizados em justaposição considerando-os como competências e conteúdos de um lado, e do outro lado da tabela, os conceitos enquanto ações e metas finalísticas. Onde: Objeto 

Arte, Educação para a Sustentabilidade / Cooperação Cultural para o Desenvolvimento.

Temos: Finalidade (QUADRO ABAIXO: Sistematização de conceitos inter-relacionais)

34

Conceito/Conteúdos

DIVERSIDADE CULTURAL

Ação, metas, competências

 permeabilidade/ resiliência, identidades e processos de identificação  Indivíduo como criação inicial, capital socialintelectual.

 Educação como finalidade ampla de cultura (ampliação da presença do ser) SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL / CULTURAL.

 Relações humano- ambiental  Ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável.

 metodologias, técnicas/materiais, teoriaspráticas  arte da terra, arte ambiental ARTE EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA,PERMACULTURA, GESTÃO CULTURAL

 modelo de gestão-redes  design social- ambiental  Paradgma da complexidade, aspectos

vivenciais e dialógicos.

GESTÃO E POLÍTICAS CULTURAIS/ DUCACIONAIS:

 Institucionalidade, política transversal  participação, apropriação, legalidade  Organizações socioculturais  Cooperação para o desenvolvimento

 Agenda 21/ convenção (unesco, 2005).

35

Justificativa Uma constatação que fundamenta e apresenta os impasses para a utilização

destes

conceitos,

(considerando

as

metodologias

da

Eco-

Alfabetização, da Educação Biocêntrica, da Permacultura e Arte educação) para o desenvolvimento de conteúdos e competências, seria entender que o ensino da arte nas escolas, museus e instituições ainda hoje é um paradigma e um desafio quando necessita de profissionais habilitados reformulando realidades e conhecimento para a criação e interpretação das linguagens e códigos da atualidade. Nesse sentido, a educação, a cultura, e principalmente a arte como ferramenta de transformação dos modos de pensar e agir, são referenciais que possibilitam a criação compartilhada. Na tentativa de representar as interrogações feitas na introdução de início do trabalho, sobre em como criar as condições para as trocas subjetivas com finalidades educativas possibilitando a criação de novos contextos; segue

36

abaixo quadro organizativo que sustenta a ideia de articulação e mapeamento em rede para a diversidade.

Convém retomar para uma maior compreensão do desenho acima, os conceitos

transversais

que

orientam

a

composição

das

estratégias

metodológicas contidas no diagrama acima. Onde, a relação entre espaço e lugar na cotidianidade para os grupos e indivíduos em situações de empoderamento, sugerem uma aproximação entre as políticas transversais e a diversidade. Sobre os fluxos cognitivos de troca e participação na vida cultural/ educacional, compactuam ações comuns, as organizações diversas, os projetos e determinados programas, que agem nas extremidades (bordas) dos circuitos culturais oficiais. A operacionalidade como capital social para construção de novos arranjos produtivos proporciona uma ação inicial de dentro pra fora, como atributo singular tangendo os diferentes conceitos e segmentos que compartilham ideais comuns. Abaixo,

a

interpretação/

releitura

das

diversas

metodologias

apresentadas, culminando em princípios e eixos norteadores e áreas transversais por uma proposta do ensino da arte, e educação pela sustentabilidade, conforme objeto central deste estudo. Metodologia

ÁREAS TRANSVERSAIS E PRINCÍPIOS NORTEADORES: Áreas

(EDUCAÇÃO,CULTURA, ARTE, ECOLOGIA, Mediação-

condição-

criação -

- rede-

ANTROPOLOGIA, SOCIOLOGIA, ESTÉTICA) - identidades-

- processos - processo-

- gosto 37

Princípios

Eixos

 Arte da Terra, Arte Ambiental: Um caminho para a educação sensívelconceitos da arte ambiental: Land art e Arte Póvera- relações e características,  Arte Educação: História, movimentos sociais, e questões atuais,  Novos atores, novos contextos: Interculturalidade, mapeamento para a diversidade e cooperação em rede.  Museu, Escola, Política Pública e Instituição: Institucionalidade, arranjos produtivos.  A proposta da Educação Biocêntrica: Complexidade vivencial e dialógica.  Permacultura: Princípios, negontropia e resiliência.

TEMAS GERADORES TRANSVERSAIS: Palavras geradoras

 ARTE E ECOLOGIA: ECO- ALFABETIZAÇÃO  CULTURA E SOCIDADE: Arte, Natureza e Cultura.

 ORGANIZAÇÕES SOCIOCULTURAIS: Formação e Consumo  Design de Projetos: Metodologias

38

Eixo Gerador: Arte- Artesanato, Ambiências Urbanas, Comunicação, e Sociabilidades.

Uma segunda possibilidade para a utilização das bases conceituais e metodológicas, áreas, princípios e “temas geradores” apresentados, seriam os “encontros de formação para este eixo considerando a Formação Continuada; Cursos, Workshops, Arte com Pais e Comunidade, Educadores Brincantes e geração de renda”. O estabelecimento de vínculos criativos e sustentáveis para a criação do conhecimento cada vez mais necessita de uma educação sensível, profunda e libertadora. Com isso, pode-se concluir que para a incorporação das demandas solicitadas nos diferentes espaços e contextos significativos, e posteriormente deliberadas para as construções dos diálogos e ações possíveis através das ferramentas que permitam a geração dos vínculos de

aprendizagem,

transformações

será

preciso

socioculturais

bases sólidas

nos

processos

mediadas

pelas

contemporâneos,

reinventando novos procedimentos e estratégias metodológicas como os referenciais, e resultados apresentados neste trabalho.

6.1- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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39

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