Arte rupestre ajuda a entender a Pré-História

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http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/arte-rupestre-ajuda-entender-prehistoria-643068.shtml Arte rupestre ajuda a entender a Pré-História Como as inscrições feitas em cavernas pelos primeiros homens nos conduzem a conhecer registros anteriores à escrita e levantar hipóteses sobre o passado do homem

Izabela Ferreira Alves ([email protected])

Envie por email Imprima Página 1 de 2 >>| Debate apoiado por imagens. Foto: André Valentim DEBATE APOIADO POR IMAGENS | A turma da professora Patrícia Yamamoto, da EM Tiradentes, em Niterói, observou imagens de pinturas rupestres de vários lugares do mundo e em seguida discutiu sobre elas. O debate levou à formulação de hipóteses, depois validadas ou não A arte rupestre é uma das primeiras manifestações culturais da história da humanidade. Por meio de inscrições feitas em cavernas, os homens daquele tempo retrataram suas crenças, seus rituais, suas descobertas e seu cotidiano u-san--do extratos de plantas, carvão, sangue e fragmentos de rochas.

Essas pinturas ilustram importantes momentos de revolução cultural. Nelas, é possível identificar, por exemplo, mudanças na busca pelo alimento: a coleta, as caçadas associadas a esse ato e, por fim, a agricultura. O mesmo ocorre com a descoberta e o aprimoramento técnico de utensílios e ferramentas de trabalho. Os rituais de adoração de deuses e a crença dos povos pré-históricos também podem ser mais bem compreendidos por meio desses registros. Muitas vezes, esses povos pintavam a flecha atingindo o animal, pois acreditavam no poder de seus desenhos para influenciar as caçadas.

Propor discussões em sala sobre esses registros é uma das formas de introduzir com turmas de 3º a 5º ano conteúdos da Pré-História, como o surgimento do homem e as formas de organização dos primeiros grupos sociais. "Essa delimitação facilita o trabalho, pois o estudante pode identificar, nos desenhos, atividades que ele já conhece, como uma caçada, uma festa, uma dança ou um grupo de pessoas usando um barco ou

pescando", explica Pedro Paulo Funari, doutor em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Embora os conteúdos relacionados à Pré-História sejam tradicionalmente ensinados nos anos finais do Ensino Fundamental, é possível abordá-los antes, de forma introdutória. Nessa etapa da escolaridade, o objetivo é propiciar à meninada contato com a diversidade no espaço e no tempo e promover a primeira aproximação com o assunto, que será retomado mais adiante. Não é preciso ater-se a questões ligadas à temporalidade. "Nessa idade, os estudantes podem ter dificuldade em fazer a distinção entre 5 ou 50 milhões de anos. Deve-se mostrar que faz muito tempo. O ‘ quando ocorreu’ não é o objetivo", afirma Funari.

Na prática, isso pode ser feito de várias maneiras, é claro. A professora Patrícia Yamamoto, da EM Tiradentes, em Niterói, na Grande Rio de Janeiro, escolheu as pinturas rupestres para desenvolver uma sequência didática sobre a Pré-História com uma turma de 3º ano. Ela inseriu o conteúdo em seu planejamento ao perceber a confusão que os alunos faziam quando o assunto era a história antes da escrita. "Muitos achavam que o homem se abrigava nas cavernas para fugir dos dinossauros, um erro bastante comum entre os estudantes dessa faixa etária", explica. Inicialmente, ela selecionou imagens de pinturas encontradas em sítios arqueológicos no Brasil e no exterior, como o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, e o conhecido complexo das cavernas de Lascaux, no sudoeste da França, entre outros exemplos. Esses registros têm motivos diversos: formas humanas, animais, caçadas, colheitas, festas e rituais. Fazer uma boa seleção das imagens para mostrar para a turma é uma etapa fundamental do trabalho. É importante, ao escolher os materiais, atentar para a variedade de estilos de pintura, animais, objetos e situações retratadas (veja exemplos de pintura rupestre na próxima página).

Um pouco de teoria

Quando surgiu a denominação pré-história: no século 19, época predominante do etnocentrismo.

O que a caracteriza: o período entre o aparecimento do homem e o desenvolvimento da escrita.

Por que recebe esse nome: os povos da época não tinham uma escrita baseada no alfabeto grego-latino, mas outras formas de comunicação.

Consultoria Marcia Maria Arcuri, doutora em Arqueologia pela USP.

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