Arte Sacra e Indústria na virada dos séculos XIX/XX

JORNADA DO PATRIMÔNIO BARROCO MEMÓRIA VIVA 2016 Casa Ranzini / IA-UNESP 11 de Dezembro de 2016

ARTE SACRA E INDÚSTRIA NA VIRADA DOS SÉCULOS XIX/XX

Cristiana Antunes Cavaterra Mestre em Artes IA/UNESP; Grupo de Pesquisas Barroco Memória Viva

RESUMO Na segunda metade do século XIX, auge da Revolução Industrial, por toda a Europa surgem pequenas fábricas de objetos sacros, que serão implantados nas Américas nos decênios seguintes e no primeiro quartel do século XX, através dos imigrantes europeus. Estas fábricas, comandadas por um mestre escultor/entalhador e auxiliados por uma sorte de colaboradores, além de oferecer obras de arte únicas e exclusivas entalhadas em madeira e douradas e policromadas com materiais e técnicas seculares, passam a comercializar reproduções de esculturas fundidas em carton-pièrre e gesso decoradas com técnicas e materiais mais acessíveis. Caracterizadas pela presença de uma Sala de Exposições e pela distribuição de Catálogos Ilustrados de seus produtos, estas pequenas fábricas se confundem com os pequenos atelier de artes remanescentes dos sistemas de guildas medievais. Retábulos, viassacras, mobiliário e imagens de santos oferecidos em diversos modelos, medidas e acabamentos, caracterizados pelo ecletismo e um forte revivalismo gótico, possuem semelhanças formais e estilísticas entre seus vários fabricantes na Europa e Américas. Estas semelhanças refletem uma “universalização” da arte sacra, já iniciada com a romanização da Igreja Católica em expansão e permitem a verificação de retábulos e, principalmente, imagens sacras quase idênticos, produzidos pelos vários fabricantes que participavam das Exposições Universais, onde a arte e a indústria eram expoentes. No Brasil, o pioneirismo na fabricação

de arte arte sacra se dá por imigrantes italianos em São Paulo e no Rio Grande do Sul, principais centros imigracionais, na virada dos séculos XIX/XX. Palavras-chave: arte sacra; catálogos ilustrados; ecletismo.

Biografia Mestre em Artes pelo Insttituto de Artes da UNESP- Universidade Estadual Paulista; Bacharel em Artes Plásticas; Técnica em Conservação e Restauração de Obras de Arte; Especialista em Restauração de Arquitetura; profissional com cursos de atualização e especialização pelo Istituto per l’Arte e il Restauro Palazzo Spinelli, Florença, Itália; proprietária do Cavaterra Studio d’Arte e Restauro com sede em Guaratinguetá, SP; membro do IEV – Instituto de Estudos Valeparaibanos, APCR – Associação Paulista de Conservadores e Restauradores e do Grupo de Pesquisa Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea – IA-UNESP/CNPQ. Atualmente está se especializando em História da Arte Sacra pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana, MG.