ARTE URBANA & MUDANÇAS SOCIO-CULTURAIS

July 12, 2017 | Autor: Margarida Queirós | Categoria: Contemporary Art, Urban History, Urban Sociology, Visual Arts, Artes
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Arte Urbana & Mudanças Socio-CulturaisPágina 2




Jornalismo – Estudos de Imagem

Faculdade de Letras Universidade de Coimbra

Ana Maria Martins e Ana Margarida Galveia Queirós



[Arte Urbana & mudanças socio-culturais]
1º Ano; 2º Semestre; Docente: Rita Basílio

Foto de domínio público retirada do site: http://cccp.blogaliza.org/2007/01/23/arte-urbana-em-berlim/

Foto de domínio público retirada do site: http://cccp.blogaliza.org/2007/01/23/arte-urbana-em-berlim/
1. O que é?
1.1 Qual o seu propósito?
O que começou por ser um movimento underground, acabou por tornar-se uma arte que abrange várias modalidades de grafismos, modalidades estas que vão do grafiti ao stencil, de intervenções públicas a flash mobs, até às mais variadas formas dos artistas mostrarem o que sentem através do desenho. Com um carácter despretensioso não tem ligação com galerias ou museus, é algo não catalogado que não detém um significado estático.
Além do conhecido grafiti e todos os outros "desenhos" de rua como tag's (assinaturas), esta arte passa pelo mundo do malabarismo, dos pequenos autocolantes portadores de mensagens, por papéis com anúncios publicitários até às mais simples declarações de amor, sem esquecer que projetos de arte urbana podem também procurar uma reabilitação/reutilização dos espaços públicos que representam variadas manifestações artísticas que possuem todas o mesmo objetivo, lutar por visibilidade das mais variadas formas.
Uma arte que assinala a importância da ligação entre territórios e experiências de vida ou opiniões, pensadas, livres e, muito importante, com determinados objetivos, estes passam por chocar, opinar, intervir, sensibilizar, entre outros, todos com o mesmo propósito, comunicar.
O surgimento da expressão Arte Urbana
A expressão Arte Urbana, surge inicialmente associada aos pré-urbanistas culturalistas como John Ruskin ou William Morris e posteriormente ao urbanismo culturalista de Camillo Sitte e Ebenezer Howard (designação "culturalista" tem o cunho de Françoise Choay). O termo era usado (em sentido lato) para identificar o "refinamento" de determinados traços executados pelos urbanistas ao "desenharem" a cidade.1
1.2 Arte ou Vandalismo?
Tal como John Berger nos expõe no seu livro Modos de Ver uma imagem é uma vista que foi recriada ou reproduzida. É uma aparência, ou um conjunto de aparências, que foi isolada do local e do tempo em que primeiro se deu o seu aparecimento, e conservada – por alguns momentos ou por uns séculos2. Assim sendo, o modo de ver do fotografo reflete-se na escolha do tema, o modo de ver do pintor reconstitui-se através das marcas que deixa na tela ou no papel e, consequentemente e a título de opinião conjunta do grupo consideramos que o modo de ver do graffiter se reflete através da escolha do tema, que é feita com base no que o graffiter quer que as pessoas vejam, mas também, na marca que deixa na parede tal como o pintor; e ainda, no sítio que escolhe para deixar a sua ''marca'', pois deste depende o impacto que o graffiti terá.
Para além disto, a visão específica do fazedor de imagens foi também reconhecida como parte integrante do registo. A imagem tornou-se um registo de como X tinha visto Y; no entanto, o modo como as pessoas olham para ela é condicionado por toda uma série de pressupostos adquiridos sobre a arte2 – e, assim sendo, tanto o artista, a obra, e até o ''individuo que vê'' vivem, sofrem transformações, evoluem e mudam. E é por isto que a pergunta arte ou vandalismo continua por responder. Porque ''o rótulo'' que cada um lhe coloca depende em primeiro lugar dos valores (da civilização, do estatuto social, do gosto do ''individuo que vê''), da obra em si (da beleza, da verdade) e do artista (chamado o fator génio).
2.Mudanças culturais, políticas e sociais
2.1 As influências na prática de arte urbana
Até ao século XVIII inclusive, a cor das fachadas mantiveram-se brancas, e só por esta altura começaram a surgir ''extravagancias'' como palácios azuis (o Palácio Azul na Praça da Alegria em Lisboa (imagem 2) e a Casa do Mexicano localizada na Rua de S. Lázaro em Braga (imagem 1)). Este constitui o primeiro passo para o que hoje chamamos ''arte urbana''.
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Posteriormente, num segundo período, no século XIX, o Romantismo chega em tons de amarelo, cor que passa a ser usada nos edifícios públicos, conventos e quarteis de forma a se distinguirem dos bairros pobres das cidades (por exemplo, em Lisboa os edifícios eram pintados em tons de amarelo para se distinguirem de bairros como Alfama ou Mouraria, como podemos verificar na imagem 3 e 4).






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Houve então uma sobreposição da policromia existente por um predomínio de tons cinzentos nos bairros das classes altas e principais eixos, mas, sobre este ''cinzentismo'' ocorreram algumas apropriações gráficas com a revolução democrática de 1974. O Estado Novo veio constituir um período especial da história recente portuguesa - em que os muros da cidade constituíam uma plataforma de excelência para comunicar – e, por ter sido uma época prolífica no que toca à produção de murais e colocação de cartazes políticos, consideramos que seja o terceiro período da ''arte urbana'', que corresponde ao século XX.







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Iremos agora analisar a imagem 5 utilizando leituras que têm que ver com o modo como o recetor lê uma imagem como indivíduo. Então, podemos exemplificar e descrever três formas pelas quais os espectadores fazem sentido fora dos limites das mensagens e efeitos pretendidos pelos produtores, mesmo que como espectadores reconheçam o significado pretendido. Assim, a partir da imagem de um mural alusivo a libertação de uma das antigas colónias portuguesas aplicaremos as três leituras ideológicas de Stuart Hall: a leitura dominante-hegemónica, a leitura negociada e a leitura de oposição que irei explicar de seguida. A leitura dominante-hegemónica é aquela em que os espectadores se identificam com a mensagem dominante de uma imagem; a leitura negociada é aquela em que os espectadores negoceiam uma interpretação a partir da imagem e dos seus significados dominantes; a leitura de oposição é aquela em que os destinatários produzem uma interpretação que se contrapõe aos significados da ideologia dominante. Exemplo de uma leitura dominante-hegemónica, será apoiar e divulgar a informação proposta pela imagem: ''Moçambique Independente''. Exemplo de uma leitura negociada seria intercalar a aceitação da independência de Moçambique com as desvantagens, principalmente económicas, que a independência de Moçambique. A nível de leituras de oposição, considera-lo (ao mural) uma afronta a um bem português da altura: as colónias.
Voltando a ''linha do tempo' da arte urbana: este género de atividades abradaram com a entrada de Portugal para a CEE em 1986 e, na década de 1990, a publicidade ganhou uma presença na cidade que se sobrepôs aos murais existentes, que foram degradando. Contudo, na mesma década, começam a surgir os tags (estes, eram encontrados em locais específicos como linhas de comboio ou autoestradas) e os stencil e ou a colagem ''selvagem'' de cartazes de concertos, circos, anúncios a arrendar quartos ou cartazes políticos, encontrados sobretudo em sítios com visibilidade, frequentes em ruas da cidade movimentadas.











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Nas duas fotografias de stencil (imagem 14 e 15) nas ruas de Lisboa, que representam mensagens num sentido literal e explícito, duas representações, a primeira de carácter religioso e a segunda ambiental, isto a nível denotativo. Ao nível dos conhecimentos e das vivências do espectador, ou seja, no sentido conotativo, são ambas imagens de carácter irónico e um pouco "provocador" que pretendem chamar a atenção dos indivíduos para opiniões ou factos discutidos na atualidade, a questão da religião, na primeira imagem, é representada uma das mais discutidas problemáticas a nível mundial e como país cristão é preciso que este tipo de mensagens apareçam para "pôr em causa" o que é dado como facto sem se questionar, ao contrário da segunda, que retracta a falta de água em Portugal e a pouca consciencialização que os cidadãos portugueses têm deste problema, neste caso continuando a jogar golfe, isto é uma representação de uma determinada realidade que desperdiça sem pensar nas consequências a nível ambiental, enviando uma mensagem ao espectador de crítica que serve para educar, consciencializar e valorizar o respeito pela natureza.
No quarto período, correspondente ao século XX, e mais evidentemente de 2004 aos dias de hoje, a arte urbana tornou-se mais evidente nos locais mais populares de diversão noturna incluídos nos centros metropolitanos das maiores cidades tais como Lisboa onde é de evidenciar o Bairro Alto (imagem 17), em Coimbra onde é de verificar a zona Alta da cidade (imagem 18) ou no Porto, onde é dar atenção ao Bairro da Sé na zona da Ribeira (imagem 19). Neste período ''nasce'' uma nova consciência em relação a apropriação legal do espaço público: como por exemplo o projeto CRONO (imagem 21) em Lisboa ou o projeto Do Something (imagem 22) num dos bairros mais problemáticos de Braga.








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Todas as imagens contem camadas de significado, bem como, formas como fazem referência as imagens que as antecedem e rodeiam. Estas referências correspondem a um conceito denominado ''ícones de imagem'': uma imagem que se refere a algo fora dos seus componentes individuais, algo que tem grande significado simbólico para muitas pessoas. A fotografia deste graffiti em Lisboa (imagem 17), no Bairro Alto é exemplo disso; nela, figura Beatriz Costa, atriz de teatro e cinema português – ícone da cultura popular lusa. Atrás aparece um dos versos famosos de uma das músicas do filme A Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia – frase famosa e também icónica da cultura popular portuguesa – que qualquer português sabe ''cantarolar''.
Explicamos já anteriormente quais são as três ideologias que Stuart Hall propõe: iremos agora analisar estas duas imagens (imagem 18 e imagem 19) com base nesses conceitos. Na primeira imagem, quem se identificasse e concordasse com os valores transmitidos (''Jornalista?! Piromaníaco!! Político?! ''Mentiroso''!!'') estaria a fazer uma leitura dominante-hegemónica, qualquer pessoa que não concorde com estes valores ou simplesmente os ignore, estaria a fazer uma leitura de oposição – já quem fosse da opinião que alguns dos jornalistas poderiam ser ''piromaníacos'' mas que nem todos o são, e que alguns dos políticos podem mentir, mas que a maioria fala a verdade – estaria a fazer uma leitura negociada. Os mesmos princípios se aplicam a imagem 19, de um graffiti no Bairro da Sé, na zona da Ribeira do Porto: os indivíduos que associassem a imagem que pretende representar um ''rufia'' a um ''rufia'', estariam a fazer uma leitura dominante-hegemónica; os que rejeitassem esta associação, estariam a fazer uma leitura de oposição; e por fim, os que negociassem uma interpretação pessoal da imagem com os seus significados dominantes, estariam a fazer uma leitura negociada.
Projeto CRONO em Lisboa pelos conceitos de studium e punctum de Barthes
Um projeto que tem como principal objetivo melhorar a paisagística das cidades e que foi apenas desenvolvido em Lisboa, embora esteja a pensar intervir no Porto e em Barcelona ainda este ano, este é constituído por artistas de várias nacionalidades de forma a juntar culturas e opiniões tornando os murais emblemáticos e originais.
O efeito de studium, funciona nesta imagem sobre a perspetiva da cor, da originalidade e do aproveitamento de prédios degradados pelo tempo dando-lhes uma nova vida, isto é o que sobressai na apreciação das imagens apenas olhando-as, no entanto estes murais coloridos comportam outros significados e sentidos através de punctum, pois são a vitória de uma "batalha" travada há muito entre artistas e legislações, entre a aceitação por parte da opinião pública e essencialmente judicial, recorrendo aos sentimentos de espectador pela luta que estas imagens representam, com o objetivo principal, de acabar com preconceitos em relação a esta arte que promove a reutilização/renovação dos murais das diferentes cidades, primando pelo profissionalismo e seguindo todas as instruções dadas pela autarquia de Lisboa, neste caso, carregam nelas diferentes emoções dependendo de quem as vê, é também uma forma de incentivar jovens artistas a tentarem informar-se e educar-se sobre o assunto arte urbana e só depois tentarem promover projetos urbanísticos, assim eles poderão resultar.
Concluindo, estas imagens transportam, de certo modo, a história da Arte Urbana na atualidade e a luta que tem vindo a ser travada no âmbito de melhorar vários aspetos metropolitanos passando uma mensagem. Mais uma prova viva de que os conceitos de Barthes são moldáveis o suficiente para chegarem a todos os tipos de imagem, mesmo a esta tão antiga problemática da Arte pelas ruas, associando dois conceitos apaixonantes, de arte e cidade.
Projeto Do something, em Braga pelo conceito de significação studium e punctum de Barthes
Do Something é um projeto de voluntariado que junta vários artistas com o objetivo pré-definido de melhorar bairros sociais, neste caso no bairro de Santa Tecla em Braga, uma zona problemática da cidade que junta vários tipos de etnias, raças e culturas, o que foi originando um grave conflito dentro do próprio bairro, com consequências como a destruição de murais, de grafitis e outros tipos de arte urbana, por outro lado presencia um problema de maior urgência que é a violência instalada no mesmo. Este projeto interventivo, atuou sobre Braga para tentar solucionar estes problemas, deixando mensagens como forma de incentivar as crianças a respeitar o espaço público.
Gran Play Ground, uma das pinturas do projeto é uma representação de um teatro com a mensagem "Faz da tua vida uma peça sem violência" (studium), esta é a perspetiva de quem vê apenas pelo olhar, pelo sentido da visão esquecendo emoções, crenças ou culturas. O sentido do punctum, segundo Barthes é "trespassar" o espectador, interpelar, tocar os sentimentos através de uma mensagem por detrás daquilo que se vê antes de pensar a imagem, esta pintura transmite uma mensagem importantíssima para quem a vê todos os dias, pois encontra-se numa zona de conflito e é capaz de intervir fazendo pensar todas as crianças que ali passam diariamente, mostrando-lhes um caminho diferente, neste caso específico, mudar determinadas crenças para que estes jovens consigam apreciar o espaço público e viver em sociedade aceitando as outras culturas e etnias que habitam o bairro.
Este, é assim, um perfeito exemplo dos efeitos do punctum na sociedade pela arte urbana, interpelando o cidadão, tentando mostrar-lhe os valores mais corretos, por outro lado valoriza o studium, mostrando pinturas profissionais, coloridas e que embelezam a cidade.
- Avanço Tecnológico
Na atualidade a tecnologia é um meio utilizado frequentemente pela maioria da população portuguesa assim, esta acaba por relacionar-se com a temática arte urbana pois também tem desenvolvido projetos dispostos a divulgar e ajudar estas intervenções artísticas tais como, o Museu Efémero (consiste numa série de pinturas espalhadas pelas principais cidades portuguesas), que tem um espaço na internet dedicado a mapas para consulta de roteiros de arte urbana, em conjunto com áudio guias em formato mp3.
Um projeto que representa obras efémeras que …duram aquilo que tiverem que durar (citação retirada do site http://www.pampero.pt/), pois estas temáticas correm o risco de serem afetadas pela limpeza de ruas, murais e prédios degradados pelo tempo.
Podemos concluir, que este projeto urbanístico é a prova viva de que o avanço tecnológico e a street art estão diretamente relacionados sendo que, o primeiro poderá representar uma mais-valia para a aceitação e divulgação desta arte, visto que se propõe a melhorar a paisagística das cidades e a deixar mensagens que façam o cidadão olhar o espaço público com outros olhos.
3.O Valor da arte urbana
O valor da arte urbana vai do seu caracter artístico, às mensagens que pretende passar, mensagens essas que tem o valor de informar, comunicar, intervir, interpelar e deixar uma marca. Dá opinião, mostra conhecimentos, factos e problemáticas, tentando construir um país e um mundo melhor através da mudança na opinião pública; e por isto consideramos que é uma forma de expressão tão legítima como tantas outras.
Para além disso, chama a atenção, faz-nos pensar: está aos olhos de todos os tipos de pessoas, suscitando as mais variadas interpretações – é irreverente.
E daqui parte a sua principal diferença. Também é uma arte com a importância de qualquer outra com a pequena (grande) diferença de ser em contexto urbano; e por isso de livre acesso.
Se for estudada, trabalhada e aproveitada tem a capacidade de melhorar a paisagística de grande parte das cidades, pois embeleza e prima pela cor, reutilizando paredes (seja de prédios, casas, muros). A maior conclusão que retiramos é que a arte urbana, na vertente da pintura e do graffiti (onde nos focámos mais por ser mais controversa), tem que crescer, ganhar força e impor-se; e isto passa principalmente pela criação de projetos que sejam estudados e legalizados, de forma a enriquecer dois conceitos apaixonantes: arte e cidade.






Bibliografia
1. NEVES, PEDRO SOARES ''Plataforma de Arte Urbana, prenúncio de uma Mudança em Lisboa'' Disponível em: http://www.academia.edu/1074321/Plataforma_de_arte_urbana_prenuncio_de_uma_mudanca_em_Lisboa
2. BERGER, JOHN ''Modos de Ver''; Arte e Comunicação – edições 70
3. ABRANTES, JOSÉ CARLOS ''A Construção do Olhar''
4. HALL, STUART ''The Work of Representation''
5. FOUCAULT ''Isto não é um Cachimbo''
6. JOLY, MARTINE ''Introdução à análise de imagem''
7. BARTHES, ROLAND ''O óbvio e o obtuso''. Lisboa, edições 70
8. MASSIORINI, MANFREDO ''Ver pelo desenho: aspetos técnicos, cognitivos, comunicativos''


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