Artes Visuais e Interatividade

June 1, 2017 | Autor: Nerize Portela | Categoria: Artes Visuais, Arte y tecnología
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Discentes: Aline Brune, Fabiana Hayashi, Lilian Ventura e Nerize Portela Docente: Cláudio Manoel

Artes Virtuais e Interatividade

A interatividade, atuando sobre os meios de comunicação e modos de realização de Arte, sugere, essencialmente, um diálogo bidirecional entre emissor/artista e receptor/público. Difere-se de interação no que permite a participação mais efetiva do espectador no processo de elaboração da mensagem construída. Essa proposta de fusão de sujeito e objeto (obra) revoluciona a produção artística a partir de influências de movimentos como o “participacionismo” dos anos 60, com sua proposta de envolvimento do público e, como marco de seu aparecimento inicial enquanto pensamento ativo na Arte, o pesquisador Marco Silva cita Hélio Oiticica, com seus Parangolés, capas confeccionadas para vestir o público, dando a este oportunidade de ser agente na atividade criadora. A discussão sobre a recepção de Arte já se encontra na citação de M. Durchamp, “é o espectador que faz a obra” e ainda no momento em que

Isidore Ducasse escreve: "a poesia

deve ser feita por todos, não por um". Porém, o conceito se expande com a consolidação de uma era digitalizada, sua ligação com sistemas informatizados, com o ciberespaço, as várias possibilidades do hipertexto e softwares, viabilizando uma interatividade inovadora e mais imediata, que traz a idéia de tempo real e conectividade. Ainda existem os trabalhos atuais de Arte Visual Interativa que dispensam esses recursos, envolvendo o público na criação a partir de manifestações mais simples nesse aspecto, mas a ligação entre a Arte e as Novas Tecnologias foi indispensável para o fortalecimento do princípio que atualmente define Interatividade. Ao pensar em arte interativa percebe-se uma expansão das noções de arte, de criação e um deslocamento das funções instauradoras (a poética do artista), para as funções de sensibilidade receptora (estética), A adesão das novas tecnologias de comunicação, introduzem

diferentes problemas de representação, abalam antigas certezas no plano epistemológico e exigem a reformulação de conceitos estéticos. A proximidade entre arte e ciência pode ser observada de várias maneiras ao longo da história, a partir da década de 50 que se constitui no campo da arte tendências que traduzem e antecipam as mudanças produzidas pelas tecnologias, mas é a partir da década de 60 que o espectador começa interagir diretamente da obra. Atualmente esta relação de arte e tecnologia acelera-se cada vez mais com as novas configurações computacionais. Os chamados então de artistas tecnológicos estão mais interessados nos processos de criação artística e de exploração estética do que na produção de obras acabadas, o interesse na produção de obras “abertas”, permite uma imersão do espectador na obra e promove uma multiplicidade de leituras, ou seja, esta “arte da participação” promove uma interação direta com a obra. Yaacov Agam (1928), um músico, escritor e artista plástico israelita, é um dos precursores da arte cinética. A arte cinética consiste no movimento e/ou na transformação de pinturas e/ou esculturas de acordo com o angulo de visão do espectador ou mesmo por ilusão de ótica, este movimento obteve visibilidade a partir da década de 1950. A preocupação com a participação do espectador na obra de arte intensificou-se e com o surgimento do computador nos anos 60, apareceram artistas como Edmond Couchot, um francês estudioso das relações entre arte e tecnologia, que introduziu a arte numérica, muito conhecida hoje como arte digital, trata-se da transposição do analógico ao digital, compartilhamento de experiências de vida e mensagens através de uma interface digital. A partir dessa revolução tecnológica, surgiram inúmeros softwares, desenvolveram-se na robótica e em diversos recursos audiovisuais, a possibilidade de promover e intensificar na arte, a interatividade.

Arte e Interatividade no Brasil

No Brasil, destaca-se a participação do concretismo e neoconcretismo, na previsão da máquina como agente de instauração estética. Waldemar Cordeiro, pioneiro na arte eletrônica realiza experiências com fotografia na década de 60 e início dos anos 70. Júlio Plaza, em 1983, organiza “Arte por Telefone: Videotexto”. “ As imagens interativas introduzem uma ruptura no universo das iconografias e na comunicação visual. Essa ruptura, que inclui o diálogo no processo de visualização, começa a ser aplicada em diversas disciplinas.” (Julio Plaza).

As poéticas construídas em redes, com a criação compartilhada, concebidas por Gilbertto Prado, que é um dos nossos maiores entusiastas da arte-comunicação, tanto do ponto de vista do estudo teórico, da produção criativa, como também da organização de eventos relacionados à área. Dentre suas obras, M.A. (desejo), é uma instalação interativa composta de uma peça cilíndrica, e máscaras por onde o espectador, através de uma câmera instalada atrás de si, se vê em posição de "voyeur", e pelos 2 orifícios das outras máscaras, 2 computadores com animações multimídias para serem navegadas. Na contemporaneidade, percebem-se tendências diversas em relação às artes interativas, dentre os artistas que expuseram no FILE - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica em São Paulo (2011), o Coletivo Coletores, trabalha com diversas linguagens, e enfatizam a criação de obras de arte relacional, com baixa tecnologia com inspiração em jogos e entretenimento. Daniela Arrais e Luiza Voll utilizam a tecnologia do Instagram, para fotografar diversos sorrisos espontâneos. E há ainda aqueles que utilizam a intervenção do espectador diretamente na tecnologia, como Eduardo Omine e sua instalação sonora interativa onde há interação através de gamepad, e Juliana Mori e Matteo Sisti Sette com a instalação audiovisual interativa, que reúne natureza e artefato.

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