Artesanato e Economia Criativa: a contribuição para o turismo na Área Metropolitana de Natal

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ARTESANATO E ECONOMIA CRIATIVA: A CONTRIBUIÇÃO PARA O TURISMO NA ÁREA METROPOLITANA DE NATAL

Alana Caroline Ferreira de Araújo1,2 Fernando Manuel Rocha da Cruz1,3 1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 2. Graduanda de Gestão de Políticas Públicas (GPP) 3. Prof. Auxiliar do Departamento de Políticas Públicas (DPP) Introdução: No Brasil, a Economia Criativa é uma política pública específica no âmbito das Políticas Culturais que valoriza o capital intelectual e a criatividade na produção de bens e serviços. Para Miguez (2007), a Economia Criativa refere-se ao conjunto distinto de atividades assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual, cujos produtos incorporam propriedade intelectual. No entanto, Cruz (2014) propõe que a economia criativa seja definida a partir das atividades econômicas que têm por objeto a cultura e a arte, ou que reúnam elementos culturais ou artísticos que modifiquem o preço do bem ou serviço prestado. O artesanato concentrando no turista o seu principal consumidor, mudou, nos últimos tempos, o foco do seu mercado, face à crescente valorização das características culturais e identitárias. A Área Metropolitana de Natal é reconhecidamente um destino turístico que necessita contudo de apoiar e divulgar sua produção artesanal local e não somente participar em circuitos globalizados de artesanato cuja oferta é semelhante em todo o nordeste brasileiro. Com esse intuito, é nosso objetivo refletir sobre o processo criativo e econômico do artesanato local e sua relação com o turismo metropolitano.

Métodos: Esta trabalho se integra no projeto de pesquisa “Estudo de caso e mapeamento das indústrias criativas no Rio Grande do Norte”, aprovado pela UFRN, em 2013 e renovado pelo Edital PIBIC_PIBIC_AF_PIBITI_2014-2015. Para a sua realização, optamos pela metodologia qualitativa, tendo recorrido a entrevistas semiestruturadas aplicadas a representantes de três associações de artesanato (Associação Criativa de Acari, Instituto Pium e Associação das Artesãs de Parnamirim); cinco artesãs que desenvolvem a título individual a atividade; e finalmente, a uma representante do grupo de mulheres artesãs da Feira de Ponta Negra, na cidade de Natal. As questões abertas procuraram compreender o processo criativo, potencialidades e dificuldades da produção artesanal e colocação no mercado da sua produção.

Resultados e Discussão: Os aspectos culturais e identitários locais se fazem presente na produção do artesanato. O turista na busca do único e do autêntico, procura adquirir objetos que representem de algum modo o lugar visitado. O artesanato local tem origem no conhecimento transmitido familiarmente, sendo geralmente executado na própria residência da artesã. Para além, de contribuir para a sua realização pessoal, faz parte da sua história e representa um complemento financeiro da renda familiar. Contudo, uma grande barreira encontrada por essas artesãs é a concorrência com outros produtos manuais que não são artesanato, mas que são vendidos como tal. Assim, no nordeste brasileiro percebemos que “o artesanato é feito em larga escala e distribuído além do território de origem, desvinculando-se de uma localidade, tradição ou comunidade específica, entre outras características” (COSTA, 2007). Essa produção em larga escala, torna esses produtos baratos dificultando o escoamento da produção artesanal local. Atrelado a isso, verificamos a impossibilidade das entrevistadas viverem profissionalmente da sua atividade, revelando ainda dificuldades na aquisição de materiais, na participação das feiras e no pagamento das taxas cobradas nesses mercados, face ao reduzido apoio do estado.

Conclusões: A criação, a produção e a venda de artesanato é um atrativo cultural que nos últimos anos vem se destacando no setor turístico. Dado o seu potencial de representatividade do único e do autêntico, da história e da cultura de um povo ou de uma comunidade, verifica-se a sua valorização crescente pela procura associada ao fenômeno turístico. Contudo, a produção em larga escala de produtos ditos “artesanais” colocam em risco a produção local de artesanato. A Economia Criativa vem colocar o ônus na capacidade empreendedora do artesão, não somente na criação, mas também na circulação e venda desses produtos. Há, no entanto, que realçar o papel do estado e das prefeituras na criação de espaços e na promoção de eventos, assim como na valorização do artesão local pois desta forma está contribuindo para a criação de renda destes profissionais. A existência de procura destes produtos pelos turistas que têm por destino a Área Metropolitana de Natal leva a considerarmos que a criação e a produção local de artesanato e a sua promoção em feiras permite gerar renda para este setor desde que se verifique apoio das entidades públicas. Esse apoio público deve ainda promover a capacidade empreendedora dos artesãos, pois dessa forma estará contribuindo para o aumento do turismo local.

Palavras-chave:

Área

Metropolitana

Empreendedorismo, Turismo.

de

Natal,

Artesanato,

Economia

Criativa,

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