As ações militares portuguesas em 1809

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Nuno Correia Barrento de Lemos Pires∗

TÍTULO: As Acções Militares Portuguesas em 1809 RESUMO: A presente comunicação apresenta uma leitura estratégica e global do planeamento e da actuação portuguesa para a defesa de Portugal no ano de 1809. Procede à análise da defesa do norte, a passagem à ofensiva no Brasil, com a conquista da Guiana Francesa, a projecção de diversas forças (como a LLL, as primeiras acções da Legião Portuguesa e as acções portuguesas na Galiza). Descreve o esforço de defesa em todo o Portugal do Norte, Beiras, Alentejo até ao Algarve, incluindo Lisboa e Porto, bem como as alianças e as acções conjuntas e combinadas. TITLE: The Portuguese Military Actions in 1809 ABSTRACT: This paper aims to present an analysis of the strategic ant the operational plans of defense of Portugal in 1809. It analyses the defense of the North; the offensive in Brazil, with the conquest of French Guyenne; the use of several forces (such as the LLL, the first actions of the Portuguese Legion and the Portuguese operations in Galicia). It further describes the defense effort overtaken in North Portugal, Beiras, Alentejo and Algarve, including Lisbon and Porto. The Alliances, the inter-army and inter-allies actions are also the analytical target of this paper. TITRE: Les Actions Militaires Portugaises en 1809 RÉSUMÉ: ∗

Tenente Coronel de Infantaria.

1

Cette communication présente une lecture stratégique et globale de la planification et exécution du plan de défense du Portugal en 1809. Elle analyse la défense du Nord, le passage à l'offensive au Brésil, avec la conquête de la Guyane française, la projection de forces diverses (comme LLL, les premières actions de la Légion Portugaise et des actions portugais en Galice) et décrit l'effort de défense au Nord du Portugal, Beiras, Alentejo jusqu´a l'Algarve, y compris Lisbonne et Porto. Les Alliances, les actions interarmées et interalliés sont aussi le bût de cet exposée.

2

As Acções Militares Portuguesas em 1809 “Portugal pegava em armas pela sua independência. Este sentimento era geral, e não era à força que lhe conseguia levar a melhor. Teria sido mais fácil exterminar a nação do que fazê-la ceder” 1 1. Guerra Global Portuguesa (1793 a 1917): Esta “II Guerra Global Portuguesa”2, que ao longo dos anos tem conhecido

várias

designações,

demasiado

redutoras

(pensamos

nós),

nomeadamente Invasões Francesas ou Guerras Peninsulares, na prática levou 25 anos, de 1793 a 1817, obrigando a um monumental esforço português, em terra e no mar, no Brasil, em África, no Mediterrâneo, na Índia, em Espanha, França, Prússia, ou Áustria, até às estepes geladas da Rússia. Em 1809 esta guerra foi muito mais do que um combate pelo Porto. Foi uma guerra em todo o Portugal e na defesa de todos os seus territórios, de norte a sul, do Pacífico ao Atlântico, de Macau ao Rio de Janeiro. Não entender esta guerra como um todo impede uma leitura objectiva sobre as decisões tomadas. Vamos tentar fazer essa análise. A partir do Rio de Janeiro, em 01 de Maio de 18083, o futuro D. João VI declara guerra à França. Felizmente, a Espanha muda de posição em 02 de Maio e, ao revoltar-se, abandona o nosso território. Estavam criadas as condições para a retoma do nosso País. De norte para sul as populações levantam-se contra o invasor e o país tenta organizar-se. É o General Sepulveda em Bragança, o conde de Amarante em Chaves, a revolta de Guimarães em 18 de Junho e uma relação

1 2

SOULT, 2009:59 Optámos por esta designação em trabalhos anteriores

para ser mais

abrangente e evitar assim as visões minimalistas sobre uma Guerra que foi muito mais que as Invasões em Portugal continental ou mesmo uma campanha na Península. 3

BESSA, [et. al.], 2003:236.

3

estreita com os movimentos revolucionários de Espanha que levam desde logo a encontrar uma espécie de direcção local e cooperação transfoiteiriça4. Em Junho dá-se a primeira grande vitória na Península Ibérica contra os franceses: os portugueses “armados com o que podiam”, às ordens do Coronel Silveira derrotam “o maneta” Loison nas alturas de Teixeira e Régua – na conhecida Batalha de Teixeira (ou dos Padrões de Teixeira e Régua). A Espanha quer deixar claro que já não é mais aliado dos franceses e começa a querer inverter publicamente as suas posições através de declarações de apoio: “A junta de Sevilha apoio a extensão do movimento anti-napoleónico e a cosntituição de juntas em Espanha e Portugal, dirigindo proclamações ao Porto e Algarve. Foi o que fez a Junta Suprema da Galiza, que fixou entre os seus objectivos o apoio ao levantamento português”5. Exemplo deste apoio foi reflectido no Algarve6 e a revolta espalhou-se por todo o território nacional “permintindo reconstituir, para o lapso de 6 de Junho a 26 de Julho, um esclarecedor quadro de hostilidade e geral levantamento da nação contra Junot”7. Ciente de que não podia lutar contra todo o país, Junot manda concentrar as suas forças ao redor de Lisboa. Milhares de portugueses morreram na defesa do impossível mas a verdade é que no início de Agosto, os franceses apenas controlavam Lisboa, parte do centro do país e o eixo Lisboa-Alentejo. Os britânicos desembarcaram então, tranquilamente e com toda segurança, o seu exército bem armado, equipado, treinado e devidamente comandado.

4

CAPELA, MATOS, BORRALHEIRO, 2009:55.

5

CAPELA, MATOS, BORRALHEIRO, 2009:116.

6

Porque nos interssa para entender a defesa de Portugal em 1809

transcrevemos este importante parágrafo: a reastauração fora um êxito no Algarve. Acossadas e impotentes, as tropas francesesas cedo buscaram refúgio na serra e evacuaram o território deste reino, onde desde 21 de Junho se tinha constituído uma junta presidida pelo Marquês de Olhão, a qual habilmente logrou captar a aliança da junta suprema de Sevilha e refrear desordens e tumultos” – in Pedro Vilas Boas Tavares, O Porto e as Invasões Francesas,2009, vol II, pág 217 7

TAVARES, 2009:213.

4

“Já antes de Wellington (ainda Wellesley) pôr o pé em terra a revolta libertara nove décimos do país”.8 Aos milhares de portugueses que tinham morrido no decorrer da lutas pela libertação de Portugal juntam-se na Roliça e Vimeiro, centenas de ingleses. A Grã-Bretanha prova o valor do seu Exército, a organização da sua logística, a capacidade de fazer operações conjuntas com a sua Marinha e mostra ao mundo um grande General, o futuro Duque de Wellington. O futuro D. João VI animado com as notícias que vai recebendo decide tomar a iniciativa. A declaração de guerra à França torna nulos os tratados assinados com franceses o que fez com que a fronteira do Brasil com a Guiana Francesa passasse novamente a ser considerada no rio Oiapoque, conforme tinha sido estabelecido no Tratado de Utreque9 em 1713. Podia-se não só aproveitar a ocasião para o restabelecimento da fronteira como ainda deliberadamente responder à ofensiva francesa em Portugal com uma ofensiva portuguesa na América: do Oiapoque ao Maroni, inclusivamente à ilha de Caiena, capital da colónia francesa. Voltando a este lado do Atlântico e ainda em 1808, registámos mais de 300 baixas portuguesas nas primeiras acções da força expedicionária enviada para Espanha ao serviço de Napoleão. A Legião Portuguesa participa no primeiro cerco de Saragoça de 2 de Julho a 13 de Agosto10. As deserções após esta acção foram muitas e muitos dos que voltaram a Portugal regressariam nos anos seguintes transformados de aliados em inimigos incluídos no exército anglo-português com a finalidade de libertar Espanha dos franceses. Em Janeiro de 1809 a Legião entra em França. 2. 1809 – A defensiva e a ofensiva nacional e aliada 8

VALENTE, 2007:7.

9

Acordos firmados na cidade de Utreque, Países Baixos (1713 – 1715), puseram fim à guerra da sucessão espanhola (1701 – 1714), na qual entraram em conflito interesses de várias potências europeias. Em 1713 foi reconhecido a Portugal a soberania sobre as terras brasileiras compreendidas entre os rios Amazonas e Oiapoque.

10

VENTURA, 2009:29

5

Os franceses abandonaram Portugal no final de Setembro de 1808 deixando para trás um país com milhares de mortos e feridos. Um país sem Marinha (estava no Brasil), sem Exército (o pouco que tinha restado estava em França ao serviço de Napoleão Bonaparte), sem recursos, sem armas, uniformes ou munições e sem dinheiro. Dos aliados, tinham apenas ficado em Portugal alguns milhares de ingleses comandados por Sir John Cradock11 que resistiu sempre à ideia de ajudar as forças portuguesas a combater no norte de Portugal. Para organizar a defesa do Norte tínhamos uma hierarquia pouco definida e mal articulada que tinha à cabeça o Bispo do Porto e o General Bernardim Freire de Andrade mas que na verdade não conseguiam ter o controlo efectivo nem da população civil nem das forças militares. Em Lisboa tínhamos a coordenação de Miguel Pereira Forjaz e na capital do Império tínhamos todo o governo do Reino com o Príncipe Regente à cabeça e que efectivamente comandava o território continental mas que a distância não permitia a decisão corrente. A tarefa mais importante continuava a ser o levantamento da força militar e essa só podia ser feita pelas juntas regionais e locais: “logo desde a primeira hora da Junta tiveram lugar os urgentes alistamentos militares a que os editais convidavam (…) os eclesiásticos davam o exemplo, os outros grupos sociais não ficavam atrás. Ao mesmo tempo que se preenchiam os efectivos das tropas regulares e de ordenança anteriormente existentes e em Inglaterra se organizava a LLL (…) a Junta do Porto criava uma brigada de voluntários de Marinha”12 ou em Coimbra: “o Corpo de Voluntários Académicos, a partir de finais de Julho de 1808, passa a contar com sete companhias, assim distribuída: cinco de infantaria, uma de cavalaria e uma de artilharia”13. 11

O grosso das forças inglesas tinha marchado com o General Moore na

conhecida e fatídica campanha da Coruña (cerca de 30.000). Em Espanha havia na altura “quatro exércitos espanhóis espalhados por diversos lugares e oito corpos de exército franceses, na força de 300.000 homens que ocupavam os melhores pontos Estratégicos” LIMA, 1937:3. 12

TAVARES, 2009:222.

13

ARAÚJO, 2009:287.

6

É importante relembrar que as forças em levantamento não eram exclusivas para defesa militar do Reino pois também era necessário assegurar a componente interna e de defesa civil: “três frentes de batalha: na defesa do território; no policiamento e na protecção das populações atingidas pela guerra”14. Arriscamos afirmar que há um erro recorrente na análise sobre as operações militares portuguesas durante mais esta guerra global que é a de ver os efeitos da mesma apenas onde as forças estrangeiras actuaram e não numa perspectiva geral, de norte a sul de Portugal e de um extremo ao outro do império português. Portugal procurou defender todo o seu território e não apenas o norte do país continental. Mas para a história ficou sobretudo a defesa do Norte e, infelizmente, dos 4 meses de combate das forças portuguesas, a maior parte das descrições apenas se refere às últimas três semanas de operações, ou seja, aquelas em que intervieram as forças inglesas. Recordamos o plano francês (de Napoleão) para invadir Portugal (carta enviada pelo seu Chefe de Estado Maior, Marechal Berthier a Soult em 21 de Janeiro):15 •

Marchar de norte em direcção ao Porto com um Corpo de Exército composto por 17 regimentos de infantaria e 10 de Cavalaria apoiado pelo movimento do Marechal Victor, de leste para oeste com pressão na direcção de Lisboa; atingir o Porto não antes de 05 de Fevereiro e continuar a progressão para Lisboa para a atingir a 16 de Fevereiro;



Depois de atingir o Porto a Divisão de Infantaria de Lapisse e a Brigada de Cavalaria de Maupetit avançarão pelas Beiras em direcção a Ciudad Rodrigo e Abrantes.

A regência portuguesa não podia arriscar concentrar todas as suas forças a norte do Douro pois os flancos este e sudeste tinham de ser protegidos, bem como a defesa de Lisboa. Enquanto no Norte a defesa é feita quase exclusivamente pelas forças de Bernardim Freire de Andrade, Bacelar e Silveira para defender nos outros eixos penetrantes tínhamos empregado “uma força 14

ARAÚJO, 2009:279.

15

Baseado em AZEREDO, 2004:13-14 e também em SOULT, 2008:38-41.

7

de 11.000 homens, entre tropa de 1ª linha, cavalaria e milícias, mais 900 homens da Leal Legião Lusitana, fora colocada em profundidade, desde a cidade espanhola de Alcântara, Torres Novas, Golegã e Santarém, sob o comando do general Miranda Henriques, enquanto cinco batalhões cobriam Lisboa,

sob

o

comando

do

General

Mackenzie,

para

observar

a

movimentação do corpo de exército francês do general Victor”16. Da nova capital do império, Rio de Janeiro, chegam notícias animadoras: enquanto no norte de Portugal se preparava a defesa, no norte do Brasil iniciava-se a ofensiva à Guiana Francesa. Em Novembro de 1808, partiram do Pará as tropas portuguesas sob o comando do Tenente-Coronel de Artilharia Manuel Marques17. A participação de uma fragata inglesa nas operações levou a que o governador do Pará General José Narciso de Magalhães Menezes nomeasse o britânico Capitãode-Mar-e-Guerra James Yeo como o comandante naval da expedição. Na ilha de Marajó, mais concretamente em Chaves (Chaves, Portugal, Chaves, Brasil, o mesmo nome, a mesma guerra...), os dois comandantes militares encontram-se pela primeira vez e trocam as primeiras impressões, detalhando alguns pormenores do ataque. As forças disponíveis para a conquista de Caiena perfaziam um total de 751 praças apoiadas por 3 canhões e um obus. Já quanto aos meios navais, estes totalizavam 12 navios com 93 canhões. No dia 12 de Dezembro conquistam o forte de São Luís. O governador francês Victor Hugues, tomando consciência de que a tentativa de tomada de Caiena está para breve inicia o plano de defesa da capital (o efectivo francês disponível para a defesa da capital era constituído por um brigue de 14 peças, 511 militares europeus, 200 pardos18 livres e 500 escravos recrutados).

16

COELHO, CARVALHO, 2009:65.

17

A carreira deste oficial éum bom exemplo da globalidade desta guerra: Em

1801, como 1º Tenente comandou a Artilharia da Praça de Campo Maior na invasão espanhola da Guerra das Laranjas. Em 1803, já como Tenente-Coronel foi nomeado comandante do Corpo de Artilharia criado no Pará (SOUBLIN, 2003: 27). 18 Mestiços.

8

A 10 de Janeiro de 1809 é feita uma proposta de rendição e a 12 de Janeiro de 1809 Caiena capitula. Manuel Marques assume a administração do território. Podíamos perder uns palmos de terra no norte de Portugal mas para já tínhamos ganho um território a juntar ao norte do Brasil. A partir da Galiza, Soult com uma força de 23.000 veteranos avança para ocupar o Porto. Desde 30 de Janeiro que Bernardim Freire de Andrade iniciara os preparativos para a defesa da fronteira do Minho, completando-se no dia 10 de Fevereiro com a destruição/aprisionamento das embarcações. Soult chega a Tuy a 10 de Fevereiro e estuda a passagem do rio19. Manda passar o rio no dia 15 mas uma resposta imediata da artilharia portuguesa impede a passagem das forças. Tenta de novo a 16 mas apenas três dos 25 barcos que tinham iniciado a navegação chegam a terras portuguesas. Desiste de entrar pelo Minho e decide-se por um caminho muito mais longo – através da brecha de Chaves. Bernardim Freire de Andrade ganha o primeiro embate.

“Habitantes armados acorreram em bando para socorrerem as milícias portuguesas e impediram com um fogo cerrado qualquer outra tentativa (…) o insucesso anterior tinha-nos mostrado o tipo de resistência que os portugueses nos preparavam” 20 A 17 de Fevereiro, Soult parte em direcção a Orense. As forças portuguesas executam então o seu plano de, tomando a iniciativa, cruzarem o Minho, atacarem a retaguarda das forças francesas na Galiza, infiltrar militares e munições para levantar os povos galegos e manterem um reconhecimento activo. As

duas

colunas

francesas

que

se

dirigiam

a

Portugal

são

constantemente atacadas nos flancos e na retaguarda o que obriga Soult a

19

“A cavalaria ligeira de Franceschi foi encarregada de tomar Vigo na

passagem, de conquistar Tui e de reunir todos os barcos que conseguisse encontrar” SOULT, 2008:43. 20

SOULT, 2009:43.

9

mandar regressar a Tuy parte das suas forças no dia 18. A 20 de Janeiro ocupa Orense. O Marechal Jourdan no dia 25 escreve uma carta aconselhando Soult a desistir de invadir Portugal, Ney pede para ele esperar, o Estado-Maior de Junot alerta quanto à força das populações portuguesas, mas ignorando os avisos este decide continuar. Uma das forças portuguesas melhor preparadas para deter os franceses é a Leal Legião Lusitana (LLL). Tinha o Leal para se distinguir da outra Legião que tinha sido enviada para França com Napoleão (aliás, muitos dos militares que a formavam tinham recusado acompanhar Alorna e desertaram para Inglaterra)21. Esta força, dividida em dois, vai estar nas principais penetrantes dos franceses: Na direcção do Porto e na direcção este sobre a fronteira. Afinal esta era a finalidade última para que tinha sido criada– ser usada como força e cortina de reconhecimento22. Em meados de 1809 esta força atingia cerca de 2600 homens organizados em dois batalhões com 10 companhias cada um. Tal como para a Galiza, a preocupação em ajudar a salvar Espanha também está presente na criação desta força: despacho do Príncipe Regente de 21 de Agosto de 1808 a D. Rodrigo de Sousa Coutinho “… esforços que se poderiam fazer para ter ali um exército e para que o mesmo coopere para ajudar à salvação de Espanha, que é inseparável da de Portugal” … e reitere em 4 de Outubro “impreterível levantar um exército dentro de Espanha enquanto houver franceses e depois nos Pirinéus para contê-los no seu país”23. A verdade é que este plano do Rei se materializou e não só ajudámos a levantar um exército na Galiza em 1809 como no final de 1813 mais de 30.000 portugueses combateriam nos Pirinéus para conter os franceses de voltarem a Espanha. A 4 de Março o General Bernardim Freire de Andrade comunica ao Governo português que a “insurreição vai progredindo em todas as terras da Galiza; 21

Foi em Inglaterra que se criou e levantou este corpo (ver descrição

detalhada em COELHO, CARVALHO, 2009). 22

COELHO, CARVALHO, 2009:57.

23

COELHO, CARVALHO, 2009:64.

10

que ele procura auxiliar os povos que se dispunham a sacudir o pesado jugo dos inimigos”24. “(…) convém revolucionar os povos da Margem direita do mesmo Rio (Minho), porque achando-se nesta disposição huma grande parte dos da Galiza, he absolutamente percizo que os mais vizinhos não estejam irrezolutos talvez por falta de quem os anime e auxilie. (…) tentar huma surpreza sobre Tuy arrebatar a Artilharia e muniçoens que ali se achão (…) Vai o Coronel … Serpa Pinto e o Major … Araujo Corrêa munidos de instrucçoens para o mencionado objecto (…)”25 “(…) convém facilitar aos Galegos todos os meios e muniçoens de que necessitarem(…)”26 .

Silveira ao fim de um dia de duros combates manda as forças portuguesas retirar para Chaves. No dia 10 de Março os franceses entram finalmente em Portugal. Como a cidade de Chaves era de defesa difícil, Silveira ordena a retirada das suas forças para sul da cidade e, simultaneamente, envia reconhecimentos para acompanhar os movimentos franceses. Infelizmente, sinal da pouca disciplina, parte das forças recusam-se a abandonar Chaves. Na manhã do dia 12 de Março e depois de uma defesa desesperada pelos flavienses, Soult instala a sua primeira base em Portugal. As operações a norte do Minho tinham outra sorte. No dia 9 de Março o Major Araújo Correia encarregou o Tenente João Baptista de Almeida Sousa e Sá (também denominado o Baptista ou Bautista) para atacar na Galiza o forte do Gaião. Este fá-lo com sucesso. No dia 12 de Março foi a vez da captura de Bayona e a 14 dão-se início às operações do cerco de Tuy. O número de portugueses crescia na Galiza e a ofensiva continua a bom ritmo. No AHM recolhemos este ofício do Coronel de Artª César de Faria, governador da Praça de Valença para o General do Minho, Pereira Caldas, datada de 15 de Março e que nos faz um bom resumo da actividade e dos

24

LIMA, 1937:6.

25

LIMA, 1937:6-7.

26

Em outro ofício no mesmo dia desta vez dirigido ao Coronel Serpa Pinto –

note-se que o Governo apoiou este reforço: “O Principe Regente (...) ordena que se disoponhão a serviço dos nossos vezinhos, e amigos, habitantes do Reino da Galiza, bocas de fogo com os seus competentes reparos, palamentas, e muniçoens de guerra constantes da mesma lista (...)” LIMA, 1937:7.

11

efectivos envolvidos na Galiza: “Depois de terem entrado na Galiza as milícias e Ordenanças, tomado o forte de Gaião, a villa de Guardia e de Baiona (formado com os patriotas gallegos um exercito que se diz ser de 9.000 homens, se destinaram a vir tomar Tuy; ao mesmo tempo que do lado de cima vieram outro corpo composto de 400 homens dos regimentos do Porto, e milícias, e mais de 7.000 gallegos (conforme dizem)”27. Em Trás-os-Montes, no dia 15 de Março28, enquanto as forças de ordenanças e milícias enviadas por Bernardim Freire de Andrade atacam as vanguardas francesas o grosso das forças é atacado às ordens de Silveira. Os caminhos difíceis, o mau tempo e os constantes ataques tornam a progressão francesa muito morosa29.

“A nossa marcha de Chaves a Braga não passou de um combate permanente. Tinha de me haver com uma nação inteira (…) dia e noite a minha guarda avançada era fustigada”

30.

A fronteira este de Portugal continuava bem defendida contra possíveis reforços franceses pois desde Dezembro de 1808 que se encontrava em Almeida o comandante da LLL, Wilson, com o seu 1º Batalhão num efectivo de mais de 1200 homens reforçado por tropas locais de cavalaria, artilharia, alguns espanhóis num total de 3.000 infantes e 400 cavaleiros31. Nesta posição 27

LIMA, 1937:13.

28

Este é o dia em que o Marechal Beresford, desde Lisboa, faz a sua primeira

proclamação ao Exército Português e no dia 16 publica a sua primeira Ordem do dia – lentamente começava-se a reorganização operacional do Exército português com o apoio e direcção britânica, mas a norte ainda é Bernardim Freire e Silveira que comandam as operações. 29

“Os portugueses (...) barricaram as aldeias e as cidades, obstruiram os desfiladeiros e

pareciam resolvidos a defender – se até à última extremidade. Por toda a parte se ouviam os sinos e se via acorrer aos caminhos bandos de populares conduzidos por padres elevando o cruxifixo na mão, ou por senhores que brandiam velhas espadas há muito tempo suspensas nas paredes dos seus solares” THIERS, 1879. citado in

CALÇADA, 1998:14. 30 31

SOULT, 2009:44. COELHO, CARVALHO, 2009:66.

12

vigiava a linha do Águeda e manobrava de Ciudad Rodrigo até Salamanca chegando inclusivamente a Tormes. Wilson cortou o caminho a Lapisse na estrada de Salamanca. Não deu tréguas “assaltando os seus acampamentos, atacando os comboios de abastecimentos,

e

interceptando

os

correios

e

capturando

a

correspondência, destruindo secções de exploração, ou obrigando a desenvolver o grosso das forças (…) 3.000 homens pararam uma divisão de Infantaria de 7.600 homens e 900 de cavalaria”32. Na Galiza, o Tenente Sousa e Sá (segundo o próprio comandando um exército de 6 a 7.000 homens) com as forças espanholas de D. Pablo Morillo juntamente com alguns navios ingleses vão cercar a cidade de Vigo desde o dia 18 de Março. No dia 20 o tenente propõe a capitulação e depois de atribuladas negociações, este decide-se render no dia 27 de Março de 180933. “El centro de Hijos de Vigo dedica esta lápida a la gloriosa memoria del bizarro teniente portugués Juan Bautista Almeida de Sousa e Sá, héroe de la Reconquista de esta plaza em 28 de Marzo de 1809”34.

Em Braga os ânimos andavam exaltados pelas notícias da queda de Chaves e da apelidada “fuga” de Silveira. Braga também não era militarmente defensável com as forças e equipamentos ao dispor de Bernardim Freire de Andrade. Este tinha decidido a continuação da sua estratégia de continuar a acção retardadora e empenhar-se decisivamente na Defesa do Porto, onde ainda se estava a preparar a defesa. Mais uma vez, as populações e alguns líderes locais assim não entenderam e revoltados acabaram por matar o General Bernardim Freire de Andrade no dia 17 de Março35.

32

COELHO, CARVALHO, 2009:67.

33

Ver descrição detalhada das negociações em LIMA, 1937:14-18.

34

Inaugurada esta placa no centro de Vigo, na Plazuela de Almeida, em 28

de Março de 1933, durante a semana hispano-portuguesa 35

Tal como sucedera em Somossiera com o General Espanhol San Juan e

depois viria a ocorrer de novo com o Brigadeiro Vallonga e com o General Lima na defesa do Porto

13

Depois de uma feroz resistência, Soult entra em Braga ao final do dia 20 (tinham morrido 2.000 portugueses e 400 feitos prisioneiros contra os apenas 40 mortos?36 e 800 feridos franceses). Entretanto, fechava-se o cerco às forças francesas: entre os rios Minho e Lima estavam as “poucas” forças do General Botelho, a leste do Rio Tâmega estavam as do Brigadeiro Silveira e no Porto prepara-se a defesa da cidade com muita desordem e anarquia depois da perda do comandante natural que seria Bernardim Freire de Andrade. Estrategicamente, a reconquista de Chaves pelas forças de Silveira torna-se fundamental. Após duros combates de 20 a 25, os franceses rendemse a Silveira no dia 25 de Março. As baixas francesas elevam-se a 20 mortos, um número indeterminado de feridos, mais de 1300 prisioneiros. Soult a 25 de Março inicia o seu movimento em direcção ao Porto37. A 28 de Março, o “comandante das forças”38, o Bispo do Porto, abandona a cidade e a 29 dá-se o ataque final e o Porto capitula. Morrem mais de 10.000 portugueses contra as apenas 500 baixas francesas (entre mortos e feridos39). 3. A iniciativa e o contra-ataque: Chaves e Vigo estão nas mãos de portugueses e espanhóis, Tuy está cercada. A leste do Rio Tâmega Silveira domina a situação. Soult encontra-se isolado do seu comandante, o Rei José Bonaparte, e das forças de apoio, Ney, Lapisse e Victor. Tem as forças dispersas ao longo dos itinerários de reforço/ retirada, sabe dos desembarques ingleses no sul de Portugal e do 36

Segunda a versão de Soult seriam apenas 40 os mortos mas tendo em conta

os 800 feridos, a proporção natural seria aproximadamente de várias centenas (AZEREDO, 2004:38.) embora Soult nas suas memórias refira o número de 160 para feridos, SOULT, 2008:45. 37

“Tínhamos avançado apenas algumas léguas e já tínhamos que nos

preparar para novos combates”, SOULT, 2008:46. 38

“(...) estava reduzida a cerca de 6.300 homens das tropas de linha, 3.000 das

milícias e 10.000 ordenanças, mal armados e equipados (só cerca de metade dos efectivos dispunha de armas de fogo” in CALÇADA, 1998:16. 39

80 mortos e 350 feridos nas memórias de SOULT, 2008:51.

14

levantamento exponencial do restante exército de Portugal com o apoio britânico. Não só se confirma assim a impossibilidade de continuar para Lisboa como parecia inevitável a retirada para Espanha. Para garantir a sua segurança, manda passar parte das suas forças para sul do Douro, outro tanto para socorrer Tuy e um forte contingente para reconquistar o Tâmega. As forças designadas para sul, comandadas pelo General Franceschi, vão deter-se perante as tropas portuguesas comandadas pelo britânico Trant (“debaixo do comando do Coronel Trant 3600 homens”40). Para norte avança a Divisão do General Lorges que é retardada pelas forças do General Botelho. Soult manda reforçar no dia 4 com forças de Graindorges. Só no dia 10 conseguem ocupar Valença. De 10 a 13 as restantes praças do Minho são entregues sem resistência e o General Heudelet consegue libertar Tuy do cerco luso-espanhol. O avanço francês em direcção a leste é detido pelas ordenanças e milícias. O comandante francês, Caulaincourt, retira para Penafiel acossado pelas forças portuguesas e sentindo-se cercado pede reforços a Soult. A 7 de Abril parte para Penafiel a Brigada Foy e para comandar as duas forças é designado o General Loison. Silveira entra em Penafiel no dia 13 de Abril forçando Loison a retirar-se. Soult responde enviando mais reforços para Loison, Delaborde assume o comando desta força alargada41: 5 Brigadas, cerca de 9.000 homens, quase metade (40%) das forças de Soult contra as forças de Silveira! No outro lado da Europa, em França, são outros portugueses a preparar a batalha. Parte da Legião Portuguesa parte para a Alemanha a 26 de Abril de 1809. A 19 de Maio a cavalaria portuguesa é escolhida como guarda de Napoleão em Ebersdorf. A 30 de Junho juntam-se em Viena e em Julho combatem na Batalha de Wagram. São mais 500 baixas portuguesas, longe da pátria que pensavam servir, nos duros campos de batalha da Áustria.

40

ARAÚJO, 2009:292.

41

“o general Loison num acesso de mau humor, pediu para regressar ao Porto,

mas insisti para que conservasse a sua divisão” SOULT, 2008:57.

15

Na Ponte de Amarante Silveira vai deter as forças Francesas desde o dia 18 de Abril até ao dia 2 de Maio. Soult reforça como pode pois era vital estabelecer a ligação às forças do General Lapisse em Espanha. No dia 4 de Maio Silveira prepara a defesa das passagens do Rio Douro, deixa o General Bacelar a ocupar a Régua e dirige-se, no dia 6, para Vila Real. Loison decide desviar a progressão para norte e descobre que Silveira iniciara uma manobra para o isolar de Soult cortando-lhes as comunicações em Amarante e sabe que Beresford continua o seu deslocamento em direcção ao Douro. Loison retira rapidamente sobre Amarante. Na tarde do dia 12 Silveira ataca Loison e este tem de retirar. Mais uma vez, tal como ocorrera na célebre Batalha dos Padrões de Teixeira, em Junho de 1808, é o mesmo Silveira que obriga o mesmo Loison a retirar. O controlo da passagem do Tâmega está de novo nas mãos dos portugueses. 4. A exploração do sucesso: Desde 22 de Abril que o contingente inglês se reforçara em Lisboa com a chegada de Wellesley com mais 20.000 homens. Assim, os britânicos aumentaram para 30.000 os seus efectivos em Portugal. Ao contrário de Cradock, Wellesley vem decidido a combater. Por outro lado, desde que Beresford tomara o comando do Exército Português, ele e o Ministro Português Miguel Pereira Forjaz, tinham iniciado um esforço enorme para reorganizar e reequipar o inexistente Exército de Portugal e, a 3 de Maio, um dia após a queda da Ponte de Amarante, Beresford muda o seu QG de Tomar para Coimbra. No dia 4 de Maio a regência Portuguesa nomeia Sir Arthur Wellesley Marechal General do Exército Português e este assume o comando conjunto das forças aliadas. Beresford chega a Lamego no dia 8 de Maio. Wellesley passa o Douro no dia 12 de Maio. Soult, que já decidira iniciar a retirada para a Galiza no dia 11, pressionado agora pelas forças que se deslocam de sul decide acelerar o

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passo42. Beresford chega a Amarante no dia 13 de Maio e assume aí o comando de todas as forças portuguesas, incluindo as de Silveira. Soult só abandona o Porto no dia 13 de Maio. Recebe a notícia das acções de Silveira sobre Loison e descobre que já não pode seguir por Amarante e que a leste do Tâmega as povoações estavam controladas pelo General Português - está encurralado: na retaguarda os 22.000 de Wellesley, a leste do Tâmega tem 11.000 de Beresford. Manda, então, aliviar a carga ao máximo e junta as suas forças às de Loison em Guimarães no dia 14 de Maio, restando-lhe agora pouco mais de 18.000 homens e a pequena guarnição de Tuy. Com Loison à frente das forças marcha para Norte, contra o tempo inclemente, os caminhos terríveis e permanentemente atacado pelas forças de milícias e ordenanças. Wellesley apenas manda continuar a perseguição ao 14º de dragões britânicos e às eficazes forças de Silveira. Na manhã do dia 18 de Maio dos 23.000 franceses do início da campanha apenas atingem Montalegre 15.213 homens e 2000 cavalos (eram 4700 no início). Chegam finalmente exaustos e famintos a Orense no dia 19 e juntam-se às restantes forças de Tuy, cerca de 3.500 do General Lamartiniére. Silveira, já na Galiza, recebe ordens de Wellesley para regressar a Portugal. 5. Consolidar a defesa e a conquista: Soult perde 27% dos seus efectivos na malograda expedição: 5.700 homens dos quais 2.000 na retirada para a Galiza. Portugal resistiu como pôde e perde dezenas de milhares na luta contra o invasor. Tal como na campanha de 1808, foi de novo fundamental o desembarque britânico no final da resistência e o apoio na reconstituição do Exército Português. Como

aliados

ou

como

inimigos

os

franceses

definitivamente

aprenderam a respeitar o valor do soldado português. Os portugueses que em 1809 combatem com Napoleão na Áustria são distinguidos quando este os

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Agravando a situação há uma tentativa de conspiração por parte de um?

dos seus oficiais que entrara em negociações com os ingleses – SOULT, 2008:63 e ss.

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nomeou como Guarda Imperial em Paris a 19 de Outubro de 180943 – foi a primeira vez que estrangeiros receberam esta distinção. Ainda durante este ano de 1809 foram muitos os Portugueses que apoiaram a expedição de Wellington até Talavera. A Leal Legião Lusitana combateu com denodo em Escalona/ Espanha em 27 e 28 de Julho. Desde 15 de Junho de 1809 que é projectada uma força de cobertura para Espanha que incluía o 1º Batalhão da LLL reforçado com o Batalhão de Caçadores nº5 e forças espanholas todas debaixo do comando de Robert Wilson44. Em 1809 no Brasil, Portugal tenta outro entendimento com Ingleses para uma campanha combinada no Sul to território. Em Macau, na Índia, em Moçambique ou em Timor a soberania portuguesa está mais reforçada. Portugal pode agora dar mais atenção à defesa do seu território berço e, enquanto centenas de milhares de portugueses começam a construir as Linhas de Torres Vedras, todos os territórios portugueses espalhados pelo mundo ajudam no esforço financeiro para continuar o levantamento de uma gigantesca força armada que atingirá os 150.000 portugueses em armas no próximo ano de 1810, entre exército de 1ª Linha, Milícias e Ordenanças. Claro está, a somar aos milhões de portugueses que não deixarão de lutar e apoiar o esforço desta guerra global que não só defenderá Portugal como ajudará a Espanha a se tornar livre e a Europa a ficar sem o jugo de Napoleão Bonaparte.

43

VENTURA, 2009:33.

44

COELHO, CARVALHO, 2009: 70. (dos 2.300 homens que a compunham havia

65 britânicos – COELHO, CARVALHO, 2009:77.).

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