As artes tradicionais no Japão moderno: trajetórias históricas, construções políticas e redes de sociabilidade

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O que se entende por artes tradicionais japonesas e de que modo elas têm sido inventadas e reinventadas ao longo da história do Japão moderno, com o objetivo de sustentar uma imagem unificada e estática da cultura japonesa no período de construção da identidade nacional? Este artigo propõe-se analisar as trajetórias históricas, construções políticas e redes de sociabilidade que contribuíram para a construção de uma imagem do artesanato japonês no contexto nacional e internacional, com enfoque no período moderno, desde a Reforma Meiji (1869) até à época contemporânea, a partir de uma perspetiva socio-antropológica.  O objetivo é problematizar a definição monolítica de artes tradicionais japonesas e mostrar como sua identidade é, muitas vezes, entrelaçada por ideologias políticas, construções históricas e representações culturais. Passando pelas primeiras participações do Japão nas Exposições Internacionais do final do século 19 e início do século 20, a redescoberta de antigos fornos de cerâmica e o renascimento da cerimônia do chá entre a elite urbana nas décadas de 1920 e 1930, o movimento de proteção do artesanato popular (mingei), a criação do título de Tesouro Nacional Vivo no período do pós-guerra e a explosão do turismo doméstico na década de 1970, este artigo apresentará os principais momentos históricos que têm contribuído para a definição, reinvenção e revitalização de certas artes tradicionais japonesas ao invés de outras desde o final do século 19 até à atualidade. E deixa também uma questão em aberto: como podemos valorizar e promover o artesanato tradicional sem cairmos em lugares-comum, recorrermos a simplificações e estereótipos e entrelaçar-nos em ideologias que ignoram a diversidade e multiplicidade de formas expressivas, tradições e populações existentes no Japão?
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